Querido



"Hermione?"


A voz de Ron veio do corredor e fez com que ela se sobressaltasse. Ficando de pé e tentando ajeitar a barra do vestido inutilmente, Hermione cruzou os braços e espero por ele, torcendo em silêncio para ele encontrá-la logo. Quando a porta se abriu, ela lhe sorriu prontamente, recebendo um sorriso quente de retribuição e o aguardando se aproximar para notar que, enfim, desfizera a última caixa sem magia alguma.


"Terminamos?", ele perguntou, olhando ao redor e sorrindo ainda mais ao vê-la confirmar com a cabeça, animada.


"Estamos oficialmente em nossa casa, agora."


"Nossa casa. Quem diria...", rindo, Ron se aproximou da esposa, tomando-a em um abraço acolhedor e beijando-a entre os fios da franja. "Se bem que ainda temos que organizar o quarto da nossa filha..."


"Não sei de onde você cismou que o nosso primeiro filho será uma menina..."


"Eu simplesmente sei..."


"Você simplesmente sabe...", Hermione repetiu, com tom de deboche. "Agora eu começo a entender o porquê de você gostar das aulas de Adivinhação... Qual é o próximo passo? Ler cartas de tarô? Macumba?"


"Como você está engraçada!", irônico, ele resmungou, sem soltá-la hora alguma. "Você está com fome?"


"Não, ao contrário. Gina veio tomar um lanche da tarde aqui em casa e foi embora tem pouco tempo. Ela deixou um beijo para você..."


"Vou vê-la amanhã. Harry e eu estávamos combinando de levá-las para jantar."


"Eu estou com desejo de comer comida indiana."


"Indiana, Hermione? Inferno sangrento, qual é o cardápio?"


"Então quer dizer que quando você foi ao baile de Inverno com a Padma Patil, não discutiram as maravilhas do país natal dela?", provocando, Hermione arqueou uma sobrancelha e Ron demorou alguns segundos para entender.


E, quando entendeu, pendeu a cabeça para trás e gargalhou.


"Eu não dei muitas chances para Padma iniciar um diálogo...", o que era verdade.


"Ela deve ter achado que você era um grosso..."


"Você também achou que eu era..."


"Não, é diferente. Padma achava que você era um grosso, somente. Para mim, a lista de adjetivos e apelidos era bem maior."


"Vamos ver... Trasgo e legume insensível eram os mais carinhosos, não eram?"


"Os meus preferidos!", Hermione riu, envolvendo-o com os braços em um abraço terno.


You showed me something that I couldn't see


Você me mostrou algo que eu não podia ver


You opened my eyes and you made me believe


Você abriu meus olhos e você me fez acreditar


"Mas agora os meus apelidos mudaram, não é mesmo?"


"Certos costumes não mudam, querido... Eu ainda adoro chamá-lo de trasgo ou legume, quando possível."


"Eu prefiro quando você usa os meus apelidos carinhosos.", fazendo manha, Ron fez um bico e outra risada fugiu da boca de sua esposa. "Meu amor, querido..."


Sorridente, Hermione negou com a cabeça, afundando-a em seguida na curva do pescoço do marido e suspirando ao sentir o abraço se intensificando.


Ela fechou os olhos. Ele também. Ela sussurrou um "eu prefiro chamá-lo de trasgo". Ele riu e respondeu: "eu prefiro meu amor". Ela levantou o rosto. Ele não esperou outro segundo e beijou-a com delicadeza. Ela sorriu entre o beijo. Ele disse que a amava. Ela correspondeu beijando-o mais uma vez.


"Eu posso chamá-lo de querido Trasgo ou meu amor leguminoso, assim agrado os dois lados, que tal?"


Ele gargalhou. Ela o acompanhou.


No final das contas, os melhores apelidos que um poderia dar ao outro era: meu minha.


E poderiam existir apelidos melhores para eles?


You lift my feet off the ground


Você tira os meus pés do chão


You spin me around


Você me gira


You make me crazier, crazier


Você me deixa louca, louca


Feels like I'm falling


Parece que estou caindo


And I, I'm lost in your eyes


E eu, eu estou perdida em seus olhos


You make me crazier, crazier, crazier


Você me deixa louca, louca, louca




N/A: Eu sei que "meu" e "minha" são adjuntos adnominais de posse, mas como eu não tinha idéia de como terminar essa história, acabei ignorando a gramática e deixando dessa forma. Sei que o final ficou esdrúxulo, mas peço para vocês levarem em contar que comecei a escrever essa história as 22:00 e agora são 2:22 da madrugada. Não parei nem mesmo para ir ao banheiro. A idéia inicial surgiu em minha cabeça depois de uma conversa com uma amiga minha, a mesma para qual eu dedico a história, e como eu nunca havia escrito nada que envolvesse a Lavender, resolvi tentar a sorte nessa noite/madrugada e vamos ver se vocês gostam.

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