Decisão
O gramado que cercava a casa dos Weasley estava abarrotado de pessoas.
Uma longa tenda se estendia, fazendo um ruivo nervoso duvidar que talvez coubessem todos ali. Era sabido que a família Weasley não era pequena, mas a família da noiva não era muito diferente. As pessoas pareciam brotar do chão.
Ronald Weasley olhava-se ansioso no espelho. Próxima a porta do quarto, Molly Weasley, mãe do noivo, banhava-se em lágrimas.
_Deixe que eu ajeito isso, querido. – a mulher disse entre soluços disfarçados, vendo que o filho não conseguia ajeitar as próprias vestes.
_Mãe, será que vai caber todo mundo?
Molly riu da angustia do homem.
_Não se preocupe com isso Rony, vai dar tudo certo. Agora desça, vá. Os convidados já começaram a chegar.
O homem concordou com a mãe ainda aturdido. Saiu do quarto batendo levemente a porta. Viu risadas vindas do cômodo de cima e pensou em subir; estava ansioso para ver sua noiva, principalmente com o vestido.
_Nem pense nisso garoto. – Molly aparecera na porta a tempo de deter o homem de dar mais um passo na direção da escada. – Para o outro lado vá. Desça, desça.
O homem riu da mãe, mas desceu as escadas sem pressa, para que sua roupa continuasse impecável.
Molly observou-o. Finalmente havia chegado o dia de casar o último homem da família. Não pensou que o caçula fosse conseguir fazer o pedido a Hermione tão rapidamente como aconteceu. Rapidamente pois a família do homem havia começado a falar em casamento apenas um mês antes de o pedido ser oficializado.
Rony não era, afinal, tão medroso assim.
No térreo da casa, Rony aproveitava a distância da mãe, para pegar algumas guloseimas escondido. Sorriu saindo da velha casa. Talvez devesse ter esperado alguns segundos a mais, isso teria feito uma grande diferença no aperto no peito que sentiu ao avistar, a pouco mais de vinte metros de si, o homem que meses antes, tentara destruir sua relação com a mulher que hoje, se tornaria sua esposa.
_O que o Zabini ta fazendo aqui? – ouviu a voz da irmã ao seu lado.
Gina Weasley acabara de descer do quarto e encarava o homem – que estava sendo acompanhado ao local onde se realizaria o casamento, pelo Sr. Weasley – juntamente com o irmão.
_Hermione deve tê-lo convidado. – sua voz foi baixa.
Hermione deixara claro que não tinha nada além de amizade com o Blásio. Quando Ron a interrogou no ano anterior, ela contara que os dois haviam se encontrado sim desde o dia que o homem chegara, mas nunca havia acontecido nada demais ela então não vira necessidade de contar isso a ele.
Mas mesmo que ela tivesse dito que era uma brincadeira de mal-gosto do homem, não havia motivos para ele estar ali. Ele não deveria estar no casamento dos dois. Tinha que ser uma dia especial, mas com Blásio ali, ele estava incerto.
_Quê? – a voz da irmã era de admiração. – Não sabia que eles se conheciam.
_É. – foi a resposta do homem que se dispersou pelo caminho até a tenda.
Gina acompanhou a caminhada do irmão por mais alguns segundos, voltando-se para dentro. Subiu as escadas com mais rapidez do que seria esperado para uma madrinha de casamento e entrou com agilidade no quarto em que Hermione e outras madrinhas se arrumavam.
_Nunca me contou que conhecia o Zabini. – a mulher disse quase ao lado da noiva.
Hermione virou-se horrorizada para a amiga, que por sorte, olhava-se no espelho e não notou sua expressão. Ela tentou se recompor, voltando a olhar o espelho a sua frente. Com o susto, acabara borrando a maquiagem.
Chingou um pouco limpando-se com um feitiço, observando que agora a amiga a encarava.
_O que tem o Zabini? – a mulher pediu sem compreender a razão da amiga estar falando do homem que ela nunca soubera que estivera em sua vida.
_Bem, ele está lá fora e o Ron disse que foi você quem o convidou.
Mais uma vez a mulher assustou-se, mas dessa vez, com moderação.
O movimento da mão congelou-se no ar. Ela olhava desacreditada para a amiga.
_Me dê isso aqui. – Gina disse vendo a lerdeza da amiga. – Se continuar assim, você não fica pronta nunca.
A mente da mulher vagou enquanto a amiga cuidava de seu rosto. Como o homem podia estar lá embaixo? Blásio deveria estar resolvendo algum assunto internacional e não ali, em seu casamento. Logo em seu casamento.
_E então, desde quando vocês se conhecem?
_Não sei. – a mulher disse baixo, olhando para a amiga como se tivesse acabado de acordar. – O que disse?
Gina a olhou pertubada.
_Quando vocês se conheceram?
_Ah, no fim do ano passado, sabe. Nos encontramos no Saint Mungus e começamos a conversar. E foi isso.
_Hum, ele deve ter mudado bastante, não é? – Gina comentou dando o último retoque nos olhos da mulher.
_Como assim? – Hermione virou-se para a amiga confusa. Não havia nada que o homem precisasse mudar.
_Ah, qual é Mione. – a ruiva riu encarando-a. – Ele era mó pertubado em Hogwarts. Pra vocês conversarem, ele deve ter mudado tudo, não só o físico.
_Você reparou no corpo dele? – a mulher perguntou com ciúmes.
Não foi uma ação pensada. Quando deu por si, já tinha feito a cena. Para sua sorte, a amiga estava tão animada com o casamento, que nem notara.
_Claro que sim.
_Humpf.… - a mulher resmugou aproximando-se da janela e olhando as pessoas andando pelo gramado.
Viu a senhora Weasley conversando animadamente com Luis, o homem do Ministério que celebraria a cerimônia. Harry, menos de um metro afastado da tenda ao lado de Rony, que parecia ansioso. E ela sabia a razão do homem estar mexendo nas vestes a todo o momento.
_Ron? Você ta legal? – o homem de cabelos escuros e óculos de aro perguntou curioso.
Vinte minutos antes o amigo estava bem. Ele não via razão para a mudança repentina.
_Harry, acho que preciso te contar uma coisa. – o homem estava com o rosto vermelho e um pouco trêmulo. Procurou rapidamente embaixo da tenda o homem que estava causando todo aquele alvoroço interno, mas não o encontrou.
_É, eu também acho. – o amigo disse lentamente.
_Vem cá. – Rony disse puxando o amigo pelas veste.
_Ei, ei, se acalme. – reclamou ajeitando-se e acompanhando o amigo, que fora para detrás da tenda.
_Harry, a Hermione estava me traindo. – o homem ouviu as próprias palavras levando um susto.
Dizê-las em voz alta pareceu-lhe mais assustador.
Harry o encarou por um segundo sério, mudando depois sua expressão para surpresa. Olhou o amigo como se estivesse louco.
_Você pirou Rony? De onde tirou isso?
_Eu sempre desconfiei que eles tinham alguma coisa, desde Hogwarts, mas depois me culpava, sabe. Quero dizer, Hermione não seria capaz de me trair. Mas depois do que aconteceu ano passado… quero dizer, ela mudou muito depois que ele chegou da América, mas não reparei muito nisso.
_Rony, eu não estou entendendo nada. – o homem comentou ajeitando os óculos, deixando o ruivo mais sem graça. – Por quê está dizendo que a Hermione te traiu?
Ronaldo suspirou nervoso. Já começara a contar, era melhor terminar aquilo. Se ele não dissesse, Harry perguntaria a Gina, que perguntaria a Hermione… era um círculo em que Hermione iria saber de qualquer forma de suas desconfianças.
Tentou ser calmo ao continuar. Contou tudo o que sabia e tinha visto desde a adolescência. Hermione e Blásio. No fundo, o homem sempre tivera suas dúvidas, mas acreditava demais na mulher para duvidar de sua lealdade.
Apesar de todas as afirmações do amigo, em momento algum Harry lembrou-se de um incidente que presenciara ainda em Hogwarts: Blásio e Hermione beijando-se em um corredor da Escola. Após pensar no acontecido, o rapaz simplesmente convenceu-se de que havia sido um sonho ruim. Tentou não pensar mais no assunto, até que o havia esquecido completamente.
Ron terminou de falar vendo a expressão pasma do amigo.
_Você tem certeza? A Hermione…
_Tenho sim. Ele disse coisas que só quem… só quem convive intensamente com ela poderiam saber. – o rosto de Harry ficou vermelho com a indireta.
_E o que ele está fazendo aqui?
_Não faço a menor ideia. Mas estou com medo.
_Não se preocupe quanto a isso. Ela já chegou até aqui, não vai desistir. – o homem disse percebendo a ânsia de Rony. – É a Hermione.
_Ela já fez o que eu nunca poderia sonhar uma vez, Harry.
_Finalmente achei vocês. – a senhora Weasley apareceu assustando os dois amigos e agarrando o filho pela mão. – Vamos, já se passou um minuto do horário marcado.
Os dois seguiram a mulher quietos. Os olhos pregados no chão.
Harry não acreditava que o amigo pudesse estar certo. Ainda do lado de fora da tenda, percorreu o lugar com os olhos em busca de Blásio. Encontrou-o em uma das fileiras centrais do lado direito.
O homem olhava para a frente concentrado. Harry estava estupefato com tudo aquilo. Não entendia como Hermione poderia mesmo ter se relacionado com o homem. Mas o pior era como a amiga tivera coragem de convidá-lo para o próprio casamento. Aquilo era grotesco.
Sentado nas confortáveis cadeiras douradas, Blásio olhava a senhora Weasley arrumando o filho no altar. Para ele, o homem tinha uma expressão ansiosa. Seus olhos se encontraram duas vezes, mas Ron desviou.
Blásio podia sentir a tensão do homem de onde estava. De alguma forma, Blásio sabia que seu desconforto se devia a sua presença.
O homem estava com medo do que ele poderia fazer, mas não fora conversar ou itimidá-lo. Nenhuma advertência. De duas coisas, uma: ou Rony estava bastante confiante ou com muito medo.
Blásio apostava na segunda hipótese.
Sorriu quando uma canção singela se espalhou pelo lugar. Não prestou atenção nas damas de honra e em nenhuma outra coisa. Apenas o que importava era a visão que tinha de Hermione. Tão doce enquanto caminhava.
O que não daria para estar no lugar de Rony?
Olhou para o altar e de onde estava, podia ver o homem tremer. Tomava conta dele uma aparência adoentada e Blásio teve vontade de ir até lá e lhe dizer que não precisava se preocupar, ele não faria nada. Queria apenas ter certeza que tudo havia acabado.
Reparou que Rony olhava dele para Hermione. Com isso, não pôde impedir um último pedido: olhe para mim, pensou.
E como se estivessem compartilhando de uma mesma necessidade, o olhar dos dois se encontraram.
Por um segundo a mulher esqueceu-se que deveria andar. Talvez se seu pai não lhe tivesse sussurrado baixo e a puxado delicadamente para continuar, ela teria preferido ficar onde estava e encarar o homem de vestes pretas.
Ela virou-se para a frente engustiada. O coração palpitava, mas o que ele queria dizer com aquele ritmo? Talvez fosse o verdadeiro desejo da mulher dos últimos meses - ou dos último anos – dando sinal de vida.
A mulher encarou Rony, que naquele momento parecia prestes a desmaiar. Viu o desespero em seus olhos. A pausa que dera no meio da caminhada fizeram os três entender, simultaneamente, o que estava acontecendo. A dúvida começava a preencher a cabeça de cada um.
Hermione não conseguia mais sorrir verdadeiramente. Nunca se perguntara como era seu sorriso de agrado, mas naquele momento, aquilo parecia de grande necessidade.
Blásio realmente estava ali. O que aquilo significava?
Não precisou pensar muito para entender que ele queria uma confirmação de que qualquer chance que ele pudesse ter com ela, acabaria ali, naquele dia. Mas ele tinha que estar ali?
Quando segurou as mão de Rony, percebeu como o homem tremia. Ele estava frio.
Não havia sorrisos entre eles naquele momento, apenas a tensão que passava de um para o outro.
Ali, na situação em que se encontrava, Hermione começou a esclarecer seus pensamentos. O que ela realmente queria? Quem ela mais amava? Blásio ali não seria um sinal? Mas para seguir em frente com Rony ou parar por ali, dar meia-volta e correr para seus braços?
Não pôde evitar um pedido de desculpa enquanto Rony a pedia silenciosamente para que ficasse ali, com ele.
Desviou o olhar algumas vezes na direção de Blásio. Era como se houvesse em sua mente um enorme quadro dos prós e contras de abandonar Rony e seguir em frente com o outro homem. Esse sempre fora um pensamento que a atormentara, mas naquele momento ele parecia necessário.
A voz do Juíz de Paz parecia distante para os dois naquele momento. Poucas pessoas haviam percebido que havia algo errado.
_Mione? – a voz do homem foi lenta.
O homem de vestes esmeraldas parou de falar com a interrupção enquanto Hermione o encarou alerta.
_Desculpe. – sussurrou acenando para que o homem voltasse a celebrar o casamento.
_Não. – ele resmungou apertando suas mãos. – Precisamos conversar sobre isso, e quero que você diga a verdade dessa vez.
A mulher corou com o comentário enquanto concordava.
_Certo.
_Vocês tinham alguma coisa. – não havia sido uma pergunta e a mulher concordou sem relutânica.
Os convidados começaram a cochichar sobre o que acontecia.
_Senhor Weasley, creio que não é uma boa hora para conversar.
_É o único momento que temos, senhor. Já voltamos. – o homem disse pegando a mulher no colo no momento que a senhora Grager se levantara.
_Ronald Weasley, o que está fazendo? – a voz da senhora Weasley era desesperada enquanto Rony saía carregando Hermione pelo gramado até a casa da família.
_Já voltamos, Molly. – Hermione gritou como uma forma de acalmar a mulher.
_Ou não. – o homem disse em advertência.
Os dois ficaram em silêncio até chegarem a pequena cozinha da Toca e o homem a soltar.
_Me desculpe.
_Desde quando? De verdade.
_Hogwarts. – ela respondeu depois de alguns segundos.
_O quê? – o homem gritou espantado. – Você jurou qua não tinha acontecido nada, Hermione.
_E o que você queria que eu dissesse? Ah Rony, é claro, eu estava dando alguns beijos no Zabini. Estamos sendo sinceros agora, certo?
_E vocês ficaram juntos até hoje?
_Não, eu me afastei dele quando você pediu.
_E quando recomeçou? – o homem perguntou já sabendo a resposta.
_No ano passado, quando ele veio para Londres.
O homem balançou a cabeça em compreenção. Depois de alguns segundos em silêncio, ele falou.
_Você ainda quer se casar comigo? – o homem perguntou encarando-a nervoso.
A mulher deu um suspiro pesado antes de responder.
_Eu sinceramente não sei, Ron.
_Maldição, Hermione! Por quê então deixou as coisas chegarem até aqui? – a voz do homem se elevara.
A mulher sentiu a maquiagem se desmanchar enquanto um grossa lágrima desenhava uma linha em sua bochecha. Preferiu não passar a mão, poderia piorar.
_Eu tinha certeza, ta legal? Quando você me pediu em casamento e disse que queria casar logo no início do ano, a primeira coisa que fiz foi dizer a Blásio “chega”. E ele aceitou. Ele foi embora e tudo se estabilizou. – o homem não passava de um borrão em sua frente. Decidiu que maquiagem não importava mais ali e limpou o rosto com as costas da mão. – Se ele não tivesse aparecido aqui…
_Ele teria aparecido algum dia Hermione e o que isso significa? Que você me trairia novamente?
A mulher não respondeu. Não soube o que responder. Sabia que gostava do outro homem tanto quanto gostava de Rony, mas nunca parara pra pensar no que aconteceria depois que se casasse. Será que esqueceria Blásio? Será que viveria feliz e sem arrependimentos com Rony por toda a vida?
_Fico feliz em perceber que pelo menos nunca pensou nisso. – o homem comentou ao ver a expressão de dúvida da mulher.
Ela se voltou para ele.
_Ron…
_Acho que é melhor a gente parar por aqui.
_Sua mãe, minha mãe…
_Acho que é melhor você pensar um pouco mais nisso, não? – ele disse e os dois se encararam por algum tempo.
_Meu Deus, Rony, o que está acontecendo? – Gina apareceu estarrecida na porta da cozinha.
Esperou algum tempo vendo a situação em que Hermione se encontrava, com a maquiagem totalmente borrada. Os dois estavam a mais ou menos um metro de distância e Rony estava com uma expressão dura.
_Pessoal? – chamou quando nenhum dos dois respondeu. – Mamãe está quase pirando e…
_Não haverá mais casamento, Gina. – Rony disse duramente cada palavra, fazendo a mulher se odiar por ser tão indecisa. Mais lágrimas molharam seu rosto enquanto a ruiva ficava sem ação na porta.
O que significava aquilo? Como não haveria mais casamento?
_O… co… como assim?
_Apenas avise, Gina. – o homem dirigiu um olhar arrogante a irmã. Virou-se para Hermione. – Eu só quero que você me procure quando tiver certeza, ok? Seja para eu saber que vamos até o fim, seja pra me avisar que você decidiu ficar com ele. – da porta da cozinha, Gina ouvia cada palavra sem acreditar.
_Eu não descobri isso até hoje, Ron, o que te faz pensar que conseguiria saber em um piscar de olhos?
O homem demorou para responder.
_Eu te amo, Hermione.
_Ele também. – ela avisou, deixando claro que aquilo não a ajudava. – E eu também amo cada um, Ron. Sinceramente, eu só estou aqui porque Blásio cedeu e foi embora. Não tem como eu saber o que teria acontecido se ele tivesse ficado e insistido.
_Você nem imagina, Hermione? – o homem desistiu de subir as escadas.
Pareceu tudo tão claro naquele momento. As palavras da mulher pareciam ter mudado todo o contexto da história.
_O que está acontecendo agora, han? Me responda. – ele pediu fazendo-a expressar desentendimento. – Isso que teria acontecido, Hermione, se ele tivesse ficado. Você me deixaria…
_Eu não estou te deixando. – a mulher resmungou em defesa. Perguntou-se se ele estava prestando atenção em suas palavras.
_Abra os olhos, Hermione. – o homem se movimentara tão rápido, que antes que percebesse, ele estava em sua frente a balançando pelos ombros. – Veja o que está acontecendo. Você não teria tantas dúvidas com relação a mim, Hermione, se me amasse incodicionalmente. Mas então para ele… é preciso que eu apareça e desconfie de qualquer coisa que seja para que você pare? Que tipo de jogo você quer fazer? Não pode passar a vida toda desse jeito: com os dois.
_Eu…
_Você só ficou comigo porque era um relacionamento seguro. – ela ouviu em silêncio querendo saber onde o homem chegaria. – Querendo ou não, o Zabini é instável. A única coisa que está te prendendo a mim é isso, não é? Talvez se ele não tivesse o histórico tão manchado, você não teria tido dúvidas.
O homem demorou para continuar a falar.
_Quer saber? Não me procure. Sabe por que? Porque eu não quero fazer parte disso, não quero ser como o Zabini. Eu te amo demais, Hermione. Então vá ser… feliz com ele. – a voz do homem engasgou com a frase. – No dia que eu puder te encarar normalmente, eu te procuro. Por enquanto, seria ideal que nos mantivéssemos longe.
A mulher não disse mais nada. Sentiu os lábios do homem tocarem delicadamente o topo de sua cabeça. Ele se afastou indo na direção das escadas.
Hermione olhou na direção da porta em que Gina ainda estava escorada.
_Desculpa. – foram as únicas palavras que disse antes de aparatar.
Gina encarou o vácuo da pequena cozinha dos Weasley confusa. Alguma coisa estava errada, não devia ter entendido direito a conversa que acabara de presenciar.
Virou-se para a tenda vendo Molly vir apressadamente na direção da casa, seguida de longe por Arthur e o Sr. e Sra. Granger. Sua mãe iria pirar, ela tinha certeza quanto a isso.
_Mãe. – ela disse alerta quando a mulher estava próxima o bastante.
_Onde estão os dois? Eles acham que isso é algum tipo de brincadeira? Rony! – chamou entrando na casa.
_Mãe! – Gina chamou quando a mulher estava prestes a subir as escadas. – Não vai haver casamento.
Os outros três pararam onde estavam. A mulher vacilou na escada.
_O que está dizendo, Gina? – a mulher olhou a filha como se esta fosse louca. – Rony! – voltou a gritar na direção da escada.
_Mãe, eu estou falando sério. Eu cheguei aqui e os dois estavam discutindo…
_Discutindo? – a mulher pediu lembrando-se de que havia muito tempo que os dois não brigavam.
_Na verdade, eu não entendi bem. Quero dizer, não entendi nada. – ela disse cautelosa vendo que de repente a mulher parecia cansada e abatida. – Hermione foi embora, então… alguém tem que avisar aos convidados.
Molly balançou a cabeça lentamente passando pela filha. Não demorou muito para Gina ver a mulher limpando o rosto. Ela estava chorando por tudo ter dado errado com Rony. A ruiva olhou na direção da escada e a subiu.
Precisava entender o que estava acontecendo.
N/A: "Achei adorável escrever esse capítulo, mas mais a parte da conversa de Ron e Hermione, como um balde de água fria pra ela tomar consciência das coisas. cara, por que somos tão teimosas? Beeijos" Comentem ç.ç
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