O Livro do Presunto!



   Ser um bruxo adolescente, filho de um bruxo com uma trouxa é muito difícil, principalmente nos dias de hoje. O preconceito às vezes é difícil de aguentar, por isso que eu tento ao máximo estudar enquanto eu posso para que eu ao me formar saia da escola já com um cargo razoável no ministério da magia. 


   Mas agora o problema é maior que simplesmente estudar para não ficar desempregado(Se bem que eu meio que não preciso porque digamos que a parte da família do meu pai é muito rica =] ) ,nós bruxos temos que tentar não morrer ao sair nas ruas. Como vocês já devem ter lidos nos escritos da jornalista J.K. ALGO, cujo os mesmos revelam aos trouxas (vcs), não só a existência da magia, mas algo maior a guerra entre nós e os bruxos que decidiram seguir o caminho negro, os bruxos das trevas.  


   E eu não vou escrever simplesmente, eu vou relatar aqui no meu diário tudo que comigo aconteceu durante esse período de guerra. 


   Bom tudo deu inicio no meu quinto ano na escola, dois anos depois de saber que Você-Sabe-Quem havia retornado para este mundo. Ao contrario dos bruxos “normais” eu não moro com meus pais, e sim com meu tio Ademir, que diferente de meu pai é um bruxo que pode usar a magia. 


   Meu pai não pode, pois sua varinha foi retirada porque ele usou um feitiço das trevas para salvar minha mãe das garras frias morte quando ela estava dando a luz ao meu irmão. Sendo aquele um feitiço das trevas o Ministério achou melhor retirar a varinha dele já que naquela época quem usava esse tipo de magia eram os comensais da morte, seguidores do LDT. 


    Sendo assim, meu pai achou que seria mais fácil pra mim se eu morar-se com meu tio já que ele poderia me ajudar a praticar. 


   Se é que eu posso dizer “morar” porque eu só fico com ele nas férias e mesmo assim não é morar é viajar, como ele é investigador / historiador. Então quando não estou na escola estou no avião, ou melhor, na “lamborghini” voadora do meu tio. Sempre indo pra algum lugar onde ataques de comensais da morte aconteceram / bibliotecas, que é bem melhor pra mim, pois prefiro muito mais ler um bom livro, aprender mais alguns feitiços que ficar analisando cenas de um crime. O que pra minha desventura foi o que me ligou ao Príncipe-das-Trevas. 


   Numa manha de calor e ventos quentes tio Ademir leva-nos para uma grande e magistral biblioteca, sua frente majestosa toda detalhada em estilo gótico com uma cúpula de vidro como teto, que durante o dia filtram a iluminação natural. Mais acima entre duas enormes pilastras em mármore esculpidas e um pergaminho escrito: “Sapientia Libertatem Praeit” que do latim significa “A Sabedoria Precede a Liberdade”(não me perguntem como eu sei porque nem eu sei) eu não entendera a frase mais achei apropriada para uma biblioteca. 


   A nossa espera estavam dois bruxos gêmeos com uma túnica que parecia com aquelas roupas de formatura, a única diferença entre eles era a cor das túnicas um vestia azul ciano e o outro um tom de bege bem claro.


– Esses são Caius e Marcius – apresentou-me meu tio aos anfitriões. 


– É um prazer rever você Ademir! – disseram em tom agradável mais sinistro, os gêmeos ao mesmo tempo – E você deve ser Kaíke o sobrinho de Ademir. 


– É sou sobrinho do tio Mi – eu disse para os gêmeos ”formandos”. (eu era muito pequeno quando pus esse apelido nele, e só pus porque ele quem me ensinou as notas musicais) – E então vocês têm algum livro raro nessa biblioteca? – perguntei sabendo que não obteria resposta, pois nunca tinha ouvido falar naquele lugar. 


– “Tio Mi“?– disse o gêmeo de azul quase rindo.


– Nós temos tomos os manuscritos de todos os livros de magias e dos trouxas já escritos, aqui – disse o gêmeo de bege. 


– Qualquer livro que você tenha lido ou queira ler eles tem aqui! – exclamou meu tio com certo desconforto – Mas nós não viemos aqui para isso não é? 


– A sim, nos desculpe... Tio Mi – disse o gêmeo de azul.


– Quer para com isso! – advertiu o irmão – Venham por aqui! – apontou e seguiu o gêmeo de bege.


   Adentramos a biblioteca seu interior era tão magnífico quanto o exterior, uma grande e esplendida sala redonda com seis pilastras no estilo grego três de cada lado que se erguiam até uns quarenta metros do chão, separando as grandes e largas estantes onde livros voavam livremente de um lado ao outro.  


   Ao fundo uma escada dupla que subindo dava voltas pelo cômodo que olhando de baixo parecia não ter fim. Seguimos até o segundo andar na base da escada e atravessamos uma grande porta em forma de arco.   


   Do outro lado da porta um salão imenso como o outro, tirando o fato de ter um monte de livros ao chão, envolta de um corpo encolhido em posição fetal, com uma expressão de dor. 


– Esse é Clarisbeu... – explicou o gêmeo de bege como se nada tivesse acontecido. 


– Você quis dizer era! – ironozou o irmão – Ele foi encontrado assim hoje de manha. E testemunhas apontam pra Você-Sabe-Quem que esteve aqui pessoalmente. 


– Que testemunha – perguntou surpreso tio Mi (Também não era pra menos o que o LDT queria? Pegar um livro emprestado?) – E por que ele deixaria testemunha? 


– Talvez porque ele não tenha achado o livro que procurava. – apontei para a única estante que recebera um feitiço – Essa é a única estante que foi queimada, mas por quê? 


– Saberemos! – disse o gêmeo de bege apontando a varinha para a estante – Livros e Estante Reparo! – no mesmo segundo todos os livros voltaram para a estante e a mesma tinha se “curado” das queimaduras. 


– Pra mim parece a mesma coisa. – disse o gêmeo de azul. 


– Mas não é – explicou tio Mi – reparem na numeração dos números. – apontou frisado que faltava um livro. – Que livro ficava aqui? 


   O gêmeo de bege foi até o fim da sala e perguntou a uma coruja que em seu poleiro estava, e logo voltara o gêmeo com a resposta. 


– “Os contos de Beedle o Bardo” – disse com um ar aliviado – mas não se preocupem ele foi retirado daqui a algum tempo atrás. 


– Posso falar com a testemunha em particular? – Perguntou meu tio. 


– Claro me acompanhe – disse o gêmeo de bege mostrando o caminho.


– Você me perguntou se eu teria um exemplar para você? Qual seria? – perguntou-me o gêmeo de azul (Que eu tinha certeza de que não queria ficar comigo só por isso queria pegar um livro pra mim). 


– “Herbologia 3000” – respondi. 


– Enquanto eu pego porque você não da uma olhada nesses livros aqui – disse ele tentando me fazer não segui-lo. 


   Depois de ver o gêmeo de azul sair da sala comecei a olhar alguns livros quando me interessei por um fui até ele, mas quando tentei pega-lo ele saiu voando corri atrás dele olhando para cima quando tropecei...


   Quando olhei no que me fizera cair vi que era o corpo do senhor Clarisbeu, que pelo que me parecia morrera em posição fetal, pois, estava agarrado a um Livro grande e forrado de couro marrom com uma grande fechadura em prata bem desenhada com muitos detalhes.  


   Com pressa para não ser visto retirei o Livro do corpo gelado e pálido do senhor Clarisbeu e o pus em cima de uma mesa. 


   O Livro, além de grande era pesado deveria ter umas setecentas paginas. Não parecia ser o que Você-Sabe-Quem queria alem de não ter nada escrito em nenhuma parte dele. 


   Do nada meu tio e os gêmeos voltaram, mas não perceberam que o corpo tinha sido movido. 


– Onde achou esse Livro? – perguntou o gêmeo de bege.


– Na prateleira queimada – respondi com certo nervosismo – posso levá-lo? Acho que é mais interessante que o de herbologia. 


– Porque não? Claro pode levar – respondeu o gêmeo de bege. 


– Que legal! – bufou o gêmeo de azul, (se fu***), pois teria ele pego o livro sem utilidade. 


– Bom se já acabamos aqui... – disse tio Mi – Acho que devemos voltar. Você não acha Kaike, às férias já vão acabar você precisa passar pelo menos um dia com seus pais. 


– A sim tio, vamos.


 


– Eu acompanho vocês até a porta – disse o gêmeo de bege nos mostrando o caminho. 


   Chegando até o carro depositei o Livro no porta malas, o Livro de tão pesado o carro simplesmente balançou. Despedimos-nos dos gêmeos e entramos no carro, assim que levantamos vôo me virei para o meu tio... 


 – Você consegue diferenciar quem é o Caius, e quem é o Marcius? – perguntei querendo saber como. 


 – Sabe que até hoje não sei quem é quem! – respondeu ele com a maior cara de pau. 


   Depois voamos por entre as nuvens a caminho da casa de meus pais.

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