Encontro Antecipado

ENCONTRO ANTECIPADO

- Ah, cara... Eu acho que você estava errado. – pesou Rony, consternado, enquanto devorava seu café da manhã.

Harry o encarou com uma evidente angústia no olhar. O amigo estava certo... Já eram oito horas e Hermione nem sequer aparecera para o café.

- Bem, talvez ela ainda não tenha acordado...

Mas Rony devolveu-lhe um olhar ainda mais cético.

- Cara, você sabe tanto quanto eu que a Hermione sempre acorda mais cedo que nós, até mesmo nos finais de semana...

- É... eu sei. Mas, sei lá... Vai ver ela está um pouco indisposta hoje. – insistiu Harry, descrente de suas próprias palavras.

Desta vez, o amigo preferiu não comentar nada e assim que os dois terminaram a refeição, retiraram-se do Salão Principal.

Enquanto isso...

... na torre comunal da Grifinória, mais precisamente em seu quartinho particular, Hermione Granger espreguiçava-se delicadamente sobre os luxuosos lençóis vermelhos de sua cama, quando de repente, um barulhinho lhe chamou a atenção. Intrigada, a garota dirigiu-se rapidamente até o parapeito da janela e lá encontrou uma delicada corujinha marrom tentando, desesperadamente, se anunciar.

- Estou indo! – exclamou Hermione, enquanto abria a janela.

A corujinha trazia nas pernas um pequeno pergaminho. E assim que a garota apanhou a correspondência, a avezinha partiu. Então Hermione fechou a janela e sentou-se em sua poltrona. Pegou a carta, percorreu os olhos pelas esparsas linhas e, quando chegou à assinatura, suspirou.

- Não pode ser...

Hermione foi correndo até o banheiro e assim que se encontrou diante do espelho, recolheu os cabelos e virou-se de lado para analisar o reflexo de sua nuca. Ali, embaixo de sua orelha direita, havia uma marquinha; era um desenho simples, em formato de gatinho, representando, sobretudo, a feminilidade... Era a prova de que precisava...

 - Não pode ser... – repetiu Hermione para si mesma – então... então, não foi um sonho!

Atordoada, a garota lavou-se rapidamente e trocou a camisola de linho pelas habituais vestes trouxas que usava nos finais de semana: jeans e camiseta. Não havia muito tempo, constatou ela, ainda horrorizada com a idéia de que a loucura da noite passada tivesse realmente acontecido. Assim que viu-se pronta, Hermione apanhou a carta novamente e tornou a lê-la:

“Querida Hermione...

ONDE ESTÁ O MEDALHÃO QUE LHE DEMOS ONTEEEM?              

Perdão... Não pretendemos ser grossas ou indelicadas... Mas estamos tentando falar com você há horas!! Por favor, assim que puder trate de colocar o medalhão em seu pescoço. Ele é o único meio seguro de nos comunicarmos. Pedimos-lhe atenciosamente que não nos obrigue a arriscar a segurança de nossa sigilosidade novamente, ok?

Enfim, não foi para lhe dar broncas que enviamos esta carta e sim para lhe avisar que houve uma mudança de planos: aguardamos sua presença naquele mesmo lugar às nove da manhã.

Desculpe o imprevisto...

Afetuosamente,

C.S.B”

Assim que terminou de reler a carta, Hermione soltou um novo suspiro e encarou o relógio que tiquetaqueava na parede. Eram oito horas e trinta e seis minutos. Ainda havia tempo para colocar as coisas na cabeça, pensou ela, enquanto fazia uma breve retrospectiva da noite passada.

Droga, Hermione... O que foi que você bebeu ontem para fazer aquela promessa idiota para aquelas garotas? – perguntou para si mesma.

Então ela se deu conta de que se tudo aquilo fora real... o que ocorrera nas masmorras também era muito mais que um pesadelo. E logo ela começou a sentir o ódio ardendo em suas veias novamente. Talvez o tal chá de hibisco tivesse realmente dopado o lado racional de seu cérebro na noite passada... Mas uma coisa estava clara: Hermione estava disposta a honrar sua palavra e, por conseguinte, se vingar daquele que a humilhara tanto.

Você deve escolher um deles Hermione... Diga-me, quem é o pior? De quem você preferiria se vingar neste exato momento? – indagou uma voz diabólica em sua mente.

E a resposta já estava na ponta de sua língua.

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