Humilhação nas Masmorras



HUMILHAÇÃO NAS MASMORRAS


        Quando Hermione sentiu aquela sombra imponente ser lançada sobre seu corpo, imediatamente tomou a atitude de olhar para cima para ver de quem se tratava. Contudo, mal seus olhos vislumbraram os dele, um arrepio soturno tomou conta dela.


       Para sua tristeza e infinito embaraço, Hermione percebeu que o professor a encarava com um profundo e desmedido desprezo, tal qual fosse ela um réptil abjeto e impertinente que ocupava espaço em sua refinada masmorra.


- O que significa isso? - indagou ele.


       Um silêncio mortal havia se expandido pelos corredores da masmorra e todos observavam a cena, ansiosos por seu desfecho.


       E então, com imensa descortesia, a imagem altiva e inflexível de Snape se aproximou da garota e puxou-a por um dos braços com assaz indelicadeza.


- Vamos, levante-se Srta. Granger. - disse ele, enquanto a levantava do chão e obrigava-a a contemplar seus olhos, o que, sem opção, ela foi induzida a fazer.


       A esta altura, Harry e Rony já haviam abandonado seu alvo inicial e observavam a cena, amortecidos. As orelhas de Rony queimavam mais que nunca e as sardas de sua face tornavam-se invisíveis em meio ao intenso rubor da mesma. Quanto a Harry, não cabia em si de tanta fúria e, embora soubesse tanto quanto Rony que agora não havia nada a ser feito para impedir a humilhação de sua amiga, o ímpeto de raiva lhe impediu de manter-se em silêncio.


- Solte-a! - gritou ele com furor, mas Snape não lhe deu ouvidos.


       Rony, por sua vez, estava tão irritado que quase perdeu a cabeça e partiu para cima do professor, no entanto, quando estava prestes a cometer tal loucura, se viu impedido pelas mãos de Neville e Luna que o agarraram com afinco.


- É claro que nunca foi de se esperar muito de sua medíocre aparência, Srta. Granger... Contudo, devo informar-lhe de que desta porta não passará - afirmou o mestre de poções, indicando a entrada de sua sala - a menos que a senhorita esteja no mínimo apresentável... Afinal, não posso permitir que o fétido aroma de seus cabelos e seu degradante aspecto chamem mais atenção do que eu nesta aula.


Então, com cruel descuidado, Snape a largou ali no meio da multidão curiosa e adentrou a sala, sem antes, contudo, dar suas últimas palavras.


- Quanto aos demais... Já para a sala! Ah... E antes que eu esqueça... Menos cinqüenta pontos para a Grifinória por tamanha perda de tempo em seu favor, Srta. Granger.


       Aos poucos, incentivados pela pressa do professor, os alunos começaram a se dirigir à sala de aula, sem desgrudar os olhos da garota; alguns, alheios a seu sofrimento e humilhação, outros penalizados com a devastadora indiferença de Snape.


       Amargurada e degradada, Hermione deixou as masmorras às pressas e prantos, sem olhar para trás.


       Os amigos foram os últimos a abandonar o corredor; permaneciam ali, petrificados, hesitando diante da imensa vontade de correr atrás da amiga e consolá-la. No entanto, sabiam que não haviam sido igualmente convidados a perder a aula...

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