A SEMANA INFERNAL
Alvo e Crispo encontraram-se com Rosa no salão comunal, antes do café da manhã.
Precisaram de alguns minutos para conseguir cumprimentar um ao outro, pois parecia que todos os alunos da casa queriam saudar Rosa e Alvo.
— Somos a novidade, logo se enjoam. — tranqüilizou-os Rosa quando, finalmente, conseguiram sair pelo buraco do retrato.
Muitos alunos os esperavam do lado de fora das salas de aula, só para poder vê-los e, se tivessem sorte, cumprimentá-los.
No começo estava sendo até meio engraçado, porém, com o tempo foi tornando-se algo repetitivo e irritante.
As aulas não eram menos estressantes.
Eram obrigados a estudar o céu da noite pelo telescópio toda a quarta-feira à meia-noite. O que era um problema para os três, em especial para Crispo, que adorava dormir o máximo possível.
Pelo menos a Professora Áquila Russell era uma mulher simpática e ligada demais a sua aula para importunar os primos mais famosos de Hogwarts com coisas desnecessárias.
Três vezes por semana tinham aula de herbologia com o Professor Longbottom. O que era uma perfeita droga.
Neville achava que Rosa era, na verdade, Hermione Granger em um corpo mais jovem, e vivia lhe fazendo perguntas.
Tentava puxar papo com Alvo ocasionalmente, mas o menino já havia criado certa antipatia pelo Professor.
História da Magia era um fardo a parte. Crispo pegava-se cochilando entre um monologo e outro do eterno Professor Binns.
Alvo e Rosa tentavam sobreviver como podiam a tamanha chatice.
O Professor Flitwick, que ensinava feitiços, assustava-se sempre que via Alvo e não cansava de dizer: “Você é a imagem viva de seu pai, garoto!”
Defesa Contra a Arte das Trevas era o momento que os meninos tinham para respirar.
Além de serem aulas muito divertidas, o Professor Kirke parecia não ter conhecimento dos feitos dos pais de Alvo e Rosa, pois o tratavam com indiferença, exatamente como fazia com os demais alunos.
Transfiguração era uma matéria que os três amigos, particularmente, detestavam.
Era muito complicado, tinham que fazer anotações dificílimas e ainda não tinham pegado o jeito da coisa. O único lado bom era o Professor Aurélio, que havia mostrado-se o melhor dos Professores.
Sempre sorridente e animado, fazia uma aula inteira de anotações incompreensíveis, transformar-se em uma aula amigável, onde sempre havia tempo para uma conversa inteligente e divertida — dentro da matéria, logicamente.
O pior das aulas era chegar até as salas. Os três viviam se perdendo, principalmente pelo número notável de alunos que sempre os paravam para perturbar Alvo e Rosa.
Com o tempo foram conseguindo gravar os caminhos, que não eram nada fáceis.
Ainda mais com o zelador Filch, que parecia brotar inexplicavelmente nos momentos mais inoportunos.
— Talvez ele esteja nos seguindo. — brincou Alvo, ao notá-lo encarando-os de longe com uma cara assustadora. Isso pela enésima vez.
Na sexta-feira conseguiram chegar até o salão principal mais facilmente, o único problema eram os outros alunos que ficavam parando-os de segundo em segundo.
— Pelo menos vamos ter uma folga hoje. — comemorou Alvo, levando um pouco de mingau de aveia à boca.
Rosa olhou-o confusa.
— Hagrid. — sussurrou somente, pois sabia perfeitamente que todos estavam atentos a sua conversa. Talvez esperassem que estivessem tramando algo mirabolante como seus pais costumavam fazer.
Como Rosa pudera ter se esquecido? Hagrid havia convidado seu primo para um chá na sexta. E, obviamente, ele a levaria para fugirem um pouco de toda aquela loucura.
— Então, qual é a boa de hoje? — perguntou Crispo, mordendo um pedaço de bacon.
— Poções duplas... com Sonserina. — Rosa disse e deixou escapar um suspiro.
Inevitável não lamentar se quer pronunciar aquele nome. Seu pai vivia lhe fazendo advertências sobre a Sonserina e toda a porcaria que a envolvia. Apesar de sua mãe dizer-lhe que era exagero de Rony, a menina não conseguia evitar.
O ruivo já havia plantado a sementinha em seu coração e dificilmente seria removida.
Alvo olhou discretamente para a mesa da Sonserina. Observou, em um canto afastado, Escórpio Malfoy remexendo tristemente sua comida, enquanto os outros alunos riam e conversavam.
— Que estranho! — sussurrou para si mesmo.
A aula de Poções fora tão terrível quanto se podia imaginar. Slughorn era o pior Professor.
Um homem extremamente bajulador e azucrinante.
Estava decido que Alvo era Harry, pelo menos, era isso que aparentava.
Ao inicio da aula fez algumas perguntas simples aos alunos, mas só permitia que Rosa ou Alvo respondessem.
Hadassah que levantara a mão em todas as aulas, mas sempre fora ignorada, desistira de vez de pronunciar-se. Porém, seu olhar de entendimento brilhava mais do que qualquer luz do universo.
O Professor ordenou aos alunos que formassem duplas para fazerem uma poção simples para curar furúnculos.
Rapidamente as duplas foram formadas. Alvo e Crispo se juntaram, enquanto Rosa juntou-se a uma garota que quase implorava para fazer o trabalho com ela.
Hadassah foi uma das ultimas a conseguir um parceiro. Um menino muito esquisito da Grifinória, por não ter opção, escolheu-a.
Enquanto todos da Grifinória já tinham formado suas duplas, houve uma pequena confusão com os alunos da Sonserina.
— Mas o que está havendo aqui? — Slughorn gritava, enfiando-se na confusão de alunos.
Ele tentava abrir espaço, e quando finalmente conseguiu, deparou-se com Escórpio Malfoy encolhido em sua carteira com uma expressão assustada.
— Ah! — não parecia nada surpreso — Senhor Malfoy, quer me dizer o que está acontecendo?
O Professor encarou-o severamente, todos se voltaram para o menino. Os outros garotos da Sonserina olhavam-no furiosos.
— E-eu... — tentou falar, mas não sabia o que dizer exatamente.
— Queira sentar-se com seu parceiro e começar sua tarefa, sim? — ordenou, sem paciência.
— Mas eu... não... eu não tenho... — parecia faltar-lhe coragem para falar.
— Não tem um parceiro? — o Professor adivinhou o que o menino tentava dizer.
Ele fez que sim com a cabeça.
— Então teremos de resolver isso. — Slughorn deu uma boa olhada nos alunos — Senhorita Chang, tenha a bondade de fazer o trabalho com o Senhor Malfoy.
Apesar do tom cordial, era uma ordem.
— Eu? Com o escorpião-branco? — a menina indignou-se.
— Está me questionando? E que história é essa de...? — ele fez uma pausa de sua revolta para encarar o menino. Cabelos tão loiros que chegavam a ser brancos, o pobre Escórpio.
O menino baixou a cabeça, tristemente.
— Faça o que mandei, Srta. — tornou a irritar-se — Sem questionamentos! E não quero vê-la chamando-o dessa forma.
A garota fechou a cara sombriamente e foi para o lado do menino.
— Muito bem, comecem a tarefa. Quero vê-los trabalhando, senhores. — disse, enquanto voltava-se a sua mesa.
Ao sentar-se em sua cadeira ela subiu notavelmente, ficando bem alta, de forma que era possível observar a turma sem precisar andar pela sala. Obviamente, essas medidas precisavam ser tomadas, pois Slughorn já era bem velho e cansado.
Os alunos começaram a pesar urtigas secas e pilar presas de cobras.
Trabalhavam fazendo o melhor que podiam, mas as atenções de Slughorn pareciam estar inteiramente voltadas a Alvo e Rosa.
Os dois não eram tão brilhantes como ele esperava e isso parecia decepcioná-lo muito. Mesmo Hadassah preparando tudo tão habilmente e sem ajuda alguma, a atenção do Professor era voltada unicamente para os dois.
Escórpio também estava se saindo bem, por outro lado, Yuriko fazia o possível para atrapalhá-lo.
Ao final da aula, Hadassah havia concretizado sua tarefa quase que impecavelmente.
— É... se saiu muito bem Srta. Bohn! — parabenizou o Professor sem muita animação.
Ele deu uma olhada na turma.
— Todos se esforçaram. Isso é excelente, mas da próxima vez gostaria de ver resultados. — disse para encorajá-los. — Podem ir agora!
Todos se levantaram para sair da sala. Yuriko empurrou Escórpio para que ele se demorasse e levasse uma bronca de Filch.
— Todos, excerto... vocês dois! — disse apontando para Alvo e Rosa, mas isso não era necessário. Todos sabiam perfeitamente que se tratava dos dois.
Eles que já estavam se preparando para sair, amarraram a cara imaginando as idiotices que teriam de ouvir.
Alvo olhou para Crispo que sussurrou um “Estou te esperando” e saiu da sala.
Quando a sala já estava vazia, o Professor fez um sinal para que se aproximassem e sua cadeira foi abaixando-se, até ficar na altura normal.
— Devo dizer que os senhores me surpreenderam nessa aula. — anunciou o Professor, organizando as quinquilharias em sua mesa.
Os dois se entreolharam.
— De uma forma negativa, obviamente. — completou dando sentido a sua frase.
Os dois encheram-se de compreensão. Estavam certos, de fato, todos esperavam que eles fossem simplesmente brilhantes como seus pais.
— Vocês não podem omitir seus talentos por pura vergonha! — exclamou insanamente.
— O que? — Rosa não conseguia acreditar.
— Eu sei que deve ser muito difícil ser tão brilhante e famoso, mas não quero que se intimidem! Na próxima aula mostrem para toda a sala seu verdadeiro eu, certo? — aquilo soava tão pateticamente que chegava a ser engraçado.
— Ah, claro. Pode deixar! — zombou Alvo.
— Isso mesmo... agora, podem ir!
Não esperaram nem meio segundo para se retirarem.
Infelizmente, não era só Crispo que os esperava do lado de fora. Toda a turma estava lá.
Foram bombardeados de perguntas idiotas, enquanto tentavam escapar.
Voltar para o salão comunal não foi nada fácil, era como se toda a escola estivesse sabendo da conversinha com o Professor de Poções.
Eles decidiram enfurnarem-se em seus dormitórios.
— Quando estiver na hora, desça. — Alvo ordenou a prima que já subia suas escadas.
Eles toparam com Tiago e Lucas, mas por ambos estarem rodeados de garotas decidiram passar direto.
— Na hora do que? — perguntou Crispo quando já estavam em seu dormitório.
— Do chá. — respondeu somente.
De tarde, desceram sorrateiramente para esperar Rosa. Por sorte, tinham apenas alguns poucos alunos no salão comunal.
— Ah, vocês estão aí! Quase perdi a hora. — Rosa gritava para eles, chamando a atenção dos outros.
— Tudo bem, acabamos de chegar. — disse a prima.
— Vamos, então. Teremos de ter cuidado se não quisermos ser massacrados por nossos fãs. — Rosa brincou.
— Estou achando que teremos de contratar um segurança. — Alvo também fez piada.
— Eu serei o segurança de vocês. — Crispo também tentou brincar.
— Não, você é nossa sombra. — disse Rosa sem humor.
— Você é terrível, priminha! — observou Alvo.
Foi difícil chegar até a cabana de Hagrid. Para isso, tinham que atravessar a propriedade e isso era absurdamente difícil quando se é uma celebridade.
Alvo bateu na porta e pouco tempo depois Hagrid abriu-a com um sorriso gigante nos lábios.
— Pensei que não viria Alvo. Ah, olá Rosa... entrem meninos, entrem! — dizia ele, todo contente.
Os três entraram sorridentes. Hagrid puxou três cadeiras para os meninos e sentou-se em algo como uma poltrona gigante.
— Ah, Hagrid... esse é meu amigo Crispo Morgan. — disse apontando para o garoto de cachinhos.
— Oh, olá! Amigos do Alvo e da pequena Rosa sempre serão meus amigos! — disse sorrindo, todo feliz.
— Ah, que bom... é tão difícil pra mim fazer amigos, ainda mais tão grandes! — disse debilmente.
— Então garotos, como está sendo a primeira semana? — Hagrid perguntou esperançoso.
Doeu nos dois ver tanta esperança no olhar de Hagrid. Como eles poderiam dizer-lhe que sua primeira semana em Hogwarts estava sendo muito chata, extremamente irritante, tão enervante que sentiam vontade de arrancar seus cabelos?
— Está sendo maravilhosa! — mentiram em conjunto. Apesar de lhes doer, era necessário.
Eles narravam tudo muito empolgadamente, contando para Hagrid como tinha sido sua primeira semana de aula, porém, aquelas histórias perfeitas não passavam de histórias que seus pais haviam lhe contado.
O homem pareceu cair na conversa dos garotos, logo estavam falando sobre Crispo. Essa foi a única parte verdadeira.
— Ah, mas você é realmente um menino incrível. — observou Hagrid, que tinha gostado muito do garoto.
— Obrigado! O senhor é a primeira pessoa a dizer isso.
Crispo parecia cintilar de felicidade. Hagrid fez uma cara indignada.
— Mas o que é isso? Trate-me de você. Pelo menos, longe da Minerva!
Os quatro conversaram sobre vários assuntos, perderam até a conta. Em determinado momento, falaram até mesmo sobre Harry, Rony e Hermione, mas Hagrid não fazia comparações. Ele parecia saber que aquilo não era nada agradável.
Estavam falando novamente das aulas, quando Alvo deixou escapar:
— Aquela menina, a Chang. Que terrível! Viram como tratou o Escórpio? — disse lembrando-se da garota zombando e empurrando o garoto.
— Ah, sim. Yuriko não é lá grande pessoa. Tão diferente da mãe! — Hagrid parecia decepcionar-se.
— Falando na mãe dela... — Rosa começou.
— Sei o que estão imaginando. A Cho está meio afastada do mundo da magia há algum tempo. Ela se casou com um trouxa e foi deixando-se levar por seu mundo. — Hagrid comentou, servindo mais um pouco de chá.
— Mas, por que a Yuriko não carrega o nome do pai? — Alvo quis saber, estava mais intrigado ainda.
— Claro que ela carrega! Só não permite que os outros saibam disso. Ela quer esconder sua origem, quer esconder que tem um pai trouxa. Agora, será que ainda pode existir gente tão ignorante a esse ponto? — indignou-se, tomando um gole de seu chá.
Os três se entreolharam.
— E o Escórpio? — Rosa não pode conter-se.
— Escórpio Malfoy? Esse garoto é problema, na certa. Já arrumou centenas de encrencas com os outros garotos da Sonserina. — Hagrid quase cuspiu o chá ao ouvir o nome do menino.
— Eu sabia que ele fazia por merecer! — Rosa sussurrou.
— É igual ao pai. — Alvo observou.
— Talvez pior. Ele consegue arrumar confusão com todos, até com os da sua própria casa. Sabe o que é isso? Se um dia ele se meter com vocês...
Alvo interrompeu-o.
— Tudo bem, acho que ele não vai nem tentar nada com a gente. — antecipou-se. Seria meio difícil com mais da metade da escola os seguindo constantemente.
Logo trocaram de assunto, temiam que Crispo deixasse algo escapar.
— Achei o Professor Aurélio simplesmente genial! — disse Rosa, entre um gole e outro de chá.
— E ele é! Poucas mentes conseguem ser tão brilhantes, bondosas e divertidas quanto a dele. — disse repleto de veemência.
— Como ele chegou até aqui? — Alvo ficou curioso.
— Foi dois anos após Minerva assumir a direção da escola. Nós não sabemos exatamente como ele chegou até aqui, Minerva é bastante reserva quanto a isso. Tudo que sabemos é o que contam os jornais e os livros.
Continuaram conversando sobre Aurélio, até que Hagrid reparou na falta de claridade.
— Céus! Já está tão tarde assim? É melhor irem andando meninos, não quero que arrumem problemas com Filch por minha causa.
Problemas era a última coisa que eles queriam. Seria o fim, além de ter que aturarem todos aqueles idiotas grudentos, levarem fama de problemáticos.
Estava tudo indo quase que de forma suportável. Apesar das comparações estarem somente crescendo com o passar do tempo, Alvo tinha esperanças de que um dia isso acabaria.
Ninguém ficaria para sempre naquela coisa chata. Era impossível que fossem o centro das atenções por tanto tempo.
— Acho que nossa popularidade está até diminuindo. — disse Alvo a Crispo, enquanto saiam de seu dormitório.
Assim que colocaram os pés nas escadas uma gigantesca aglomeração de alunos partiu para cima dos dois. Todos direcionavam perguntas à Alvo, coisas que ele não conseguia compreender.
Ele estava confuso demais, não ouvia nada direito, só sentia uma forte pressão em seu cérebro. Aquilo era absolutamente terrível e dolorido.
Rosa espremia-se em meio a multidão, tentando alcançar o primo. Para a surpresa de Alvo, Tiago estava no encalço da menina.
— O que está acontecendo? — gritou para os dois, que tentavam chegar até ele. Crispo, a essa altura, havia sido esmagado pelos alunos selvagens.
Tiago conseguiu ultrapassar a menina e, finalmente, chegou até o irmão.
— SAIAM TODOS, AGORA MESMO! EU VOU FALAR COM ELE! — Tiago berrava descontroladamente para os outros. Para a felicidade de Alvo, seu irmão era muito respeitado e todos começaram a dispersar-se assim que o menino começou a gritar.
Crispo apareceu, completamente amassado, aparentava ter sido pisoteado.
— Mas que droga foi essa? — o garoto indagou irritado, ajeitando suas vestes.
— Suas aulas de vôo vão começar! — Tiago disse para o irmão, todo animado.
— E o que tem isso? — estressou-se.
— Oras, Alvo! Foi na aula de vôo que tudo começou... — Tiago começou veementemente, mas Alvo o interrompeu.
— Ah, é isso. Todos esperam que aconteça comigo exatamente como foi com o papai, não é mesmo? — Alvo estava prestes a ter um colapso nervoso.
Tiago, finalmente, entendeu o que o irmão queria dizer.
— Escuta Alvo, você não precisa jogar Quadribol se não quiser. — tentou ser legal com o irmão, mas até de longe era possível ver a decepção e tristeza em seu olhar.
— Que bom! — disse o menino, ainda cheio de raiva, e saiu marchando ferozmente. Rosa e Crispo o seguiram.
Alvo não tinha a mínima vontade de tomar café da manhã, muito menos de assistir uma aula chata e repetitiva, repleta de alunos idiotas.
Saiu correndo pelo castelo, completamente sem rumo. Rosa e Crispo seguiam-no por todos os lugares, em algum momento ele teria que parar.
Alvo só parou de correr pelo castelo ao chegar a Torre do Relógio.
— O que você está pretendendo? Vencer a maratona dos bruxos britânicos? — Crispo indagou, totalmente sem fôlego.
— Estou pretendendo sumir! Sumir dessa porcaria de escola! — dizia tristemente, enquanto apoiava-se nos joelhos.
— Isso, ótima idéia. Esconda-se com os relógios! — Rosa zombava, já cansada de correr atrás do primo.
— Eu só queria que eles entendessem que eu não sou o meu pai. — disse deixando seu corpo escorregar, indo de encontro ao chão.
— E eu que a minha inteligência é limitada as coisas que consegui decorar durante as férias. Não tenho o dom natural da sabedoria como minha mãe. — resmungou a menina, sentando-se ao lado do primo.
— Eles esperam que eu faça algo mirabolante, que seja um jogador inacreditavelmente perfeito de Quadribol, que desvende mistérios... nem tem mistério nenhum pra desvendar nessa droga pra inicio de conversa! E eu não tenho idéias mirabolantes, muito menos quero jogar essa porcaria de Quadribol! —dizia vermelho de raiva, o ódio saltando em suas veias, as lágrimas escorrendo por seus olhos.
— Por que todos perguntam as coisas pra mim? Eu não sei a resposta de tudo. A Hadassah fica lá com aquela cara de quem sabe e quer responder, enquanto eu tenho que me virar para dar a resposta certa. Eu só queria jogar Quadribol! — choramingava Rosa.
Crispo estava se sentindo perdido e sufocado. Enquanto os amigos despejavam tudo o que sentiam, toda sua revolta e tristeza, ele nada tinha a fazer se não ouvir. Mas aquilo poderia durar horas...
— CHEGA! — berrou para os dois, terminantemente.
Eles olharam-no descrentes.
— Parem de reclamar e sofrer em segredo. Está na hora de se revelarem. Façam alguma coisa, mostrem que tem vontade própria! — Crispo dizia, tentando dar forças aos amigos.
E ele estava certo. Tiago era a prova viva que, se quisessem, poderiam reverter essa situação.
Assim como Alvo, ele era filho de Harry e mesmo assim conseguiu lhe dar bem com isso. Simplesmente porque assumiu sua identidade e fez fama por si próprio, a parte de Harry Potter.
— Hmmm — Rosa começou — eu tive uma idéia. — disse com uma expressão esperançosa.
— Eu também! — Alvo deixou escapar um sorriso.
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Oi gente! Demorei, mas postei.
Bem, sobre esse capítulo devo dizer que não é um dos meus preferidos. As coisas vão acontecendo rápido demais e não há muitas novidades. Mas, os próximos capítulos serão diferentes, agora as coisas vão começar a acontecer.
Espero que tenham gostado. Beijinhos!
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