O Acidente

Capitulo 25. O acidente.

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   Charlotte fazia carinho em Plutão, seu gato preto, na noite fria de sexta. Estava deitada no tapete, perto da lareira. Plutão viera fazer companhia à dona. O fogo dançava, queimando a madeira. Charlotte pensava em Harry. Já não via o namorado há uma semana. Ele estava muito ocupado, em uma missão para recapturar um comensal fugitivo. Suspirou. Seria difícil ficar longe dele. De seu sorriso despreocupado, seu cabelo rebelde, seus olhos verdes e profundamente penetrantes. Suspirou novamente, olhando o gato dormir despreocupado, ronronando com os seus carinhos. A campainha tocou.

   Franziu a testa, levantando-se. Plutão miou, indignado, sentindo falta do carinho. Ela o ignorou. Quem seria, ainda mais numa hora dessa?Foi até o hall, acompanhada de Plutão. Abriu a porta, curiosa. Logo se arrependeu disso. Plutão, perto de seu pé, sibilou, com as costas arqueadas, pronto para o ataque. Gina Weasley estava parada em sua porta, a olhando com raiva.

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   Harry andava pela densa floresta, olhando tudo em sua volta. Com ele estavam mais cinco aurores, incluindo Rony, todos armados e prontos para atacar ao menor sinal de movimentação. Estavam lá procurando um criminoso. Um comensal fugitivo. O vento movia as folhas nas arvores e brincava com o cabelo de Harry. O pequeno grupo ouviu passos. Todos congelaram, cada um apontando a varinha para um local diferente. Harry ouviu os passos se distanciarem. Ele e os outros correram para acompanhar.

   Sempre gostava de sair em missões. Mas quando tinha sido colocado naquela missão sentiu que não conseguiria. Não queria ficar longe da linda mulher de cabelos dourados. Estava ficando cada vez mais difícil ficar longe de Charlotte, cada despedida que havia entre ele e a garota, Harry simplesmente pirava. Será que a verei de novo?O que pode acontecer enquanto ficarmos longe um do outro?

   Essas perguntas simplesmente não saiam da cabeça de Harry. Rony ficou tão enjoado disso que gritara a plenos pulmões enquanto viajavam que tudo daria certo, e que nada aconteceria a Charlotte. Harry não acreditara muito no amigo. Simplesmente tinha pânico de perdê-la.

   Chegaram até uma clareira. Viu que o homem que procuravam tinha tropeçado em um tronco de arvore, e apontava a varinha na direção deles, com a expressão horrorizada. O homem parecia saber que não conseguiria sair daquela situação, afinal, seis aurores contra um. Havia poucas chances de que ele fugisse.

   -THORFINN ROWLE!-Peter berrou. Era colega de Harry, os dois se davam muito bem – SE RENDA OU VAMOS PEGAR VOCE!

   -NUNCA!-Rowle gritou, com a voz fraca. Harry suspirou. Haveria uma luta.

   -TUDO BEM, VOCE VAI SER MANDADO PARA AZKABAN DE QUALQUER JEITO!-respondeu Peter.

   Rowle se levantou. Todos correram em sua direção, se desviando de feitiços e objetos que o homem conjurava e jogava neles, gargalhando. Todos revidavam, mas Rowle tinha bons reflexos. Harry segurou sua varinha fortemente e gritou:

   -ESTUPORE!-Rowle se desviou facilmente, rindo como um maluco.

   -Me desculpe por isso, Harry, mas eu tenho que revidar, afinal, por esses dois anos em Azkaban – disse ele, enquanto se defendia de outros feitiços dos outros aurores. Virou-se para Harry – SOPOR!

   Harry tentou se desviar do feitiço, mas este o atingiu rápido demais. Sentiu-se sonolento, parecia que havia corrido por muitos quilômetros, e agora precisava descansar. Viu o tudo em volta passar devagar, como se estivessem em câmera lenta. Os outros aurores por um segundo olharam para ele, com os olhos arregalados. Rony gritou, Harry viu uma faísca sair de sua varinha. Rowle estava tão ocupado observando Harry, sorrindo, que não viu o feitiço ser lançado sobre ele, e então caiu no chão todo amarrado, a varinha voara alguns metros. Harry tentou deixar seus olhos abertos, mas não conseguia. Então, se entregou ao cansaço. Sentiu quando foi de encontro com uma pedra dura. Suas costas doíam, pois tinham sofrido muito com o impacto. Sangue escorria por seu corpo. A ultima coisa que ouviu foi um grito. Depois disso, a escuridão o engolfou. Isso não durou muito tempo. Logo lembranças e imagens apareceram, de uma linda mulher de cabelos dourados.

 

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   Charlotte ainda olhava, incrédula, para a mulher que estava a porta de sua casa. Plutão continuava “protegendo” a dona. Os dois retribuíram o olhar de Gina.

   -O que a traz aqui, Weasley?-perguntou, sem rodeios. Gina nada disse. Abaixou-se para pegar Plutão, que ainda estava estático, olhando perversamente para a visitante com os seus olhos verde-esmeralda.

   -Vim conversar com você – disse a ruiva, secamente – posso entrar?Está fazendo muito frio.

   -É claro – falou Charlotte, educadamente, dando passagem para Gina, que entrou na casa, olhando em volta. Parecia decepcionada em constatar que o hall parecia limpo e convidativo.

   Charlotte lhe indicou a sala, indo para a cozinha. Colocou um pouco do chocolate quente que havia feito há alguns minutos em duas xícaras, e estas em uma pequena bandeja de metal. Pegou algumas bolachas e colocou-as em um prato de vidro. Depois de arrumar tudo na bandeja, foi em direção a sala. Plutão a seguia, vigilante. Gina estava sentada no sofá, olhando para as chamas na lareira. Charlotte colocou a bandeja na mesinha. Sentou-se na poltrona, pegando uma xícara de chocolate. Plutão pulou para o seu colo, ronronando, satisfeito. O gato ainda tinha os olhos grudados na ruiva.

   -Bela casa – ela disse, depois de tomar um gole de chocolate. Charlotte sorriu para a ruiva. Não sabia o por que, mas o seu ódio havia desaparecido.

   -Obrigada. Esse foi o único lugar em que me senti confortável depois da morte de meu pai – Charlotte falou, olhando para Plutão. Gina lhe lançou um olhar triste.

   -Sinto muito – ela falou, olhando para os próprios pés. Ambas estavam muito envergonhadas.

   -Bem, o que voce quer falar comigo?-perguntou Charlotte, indo direto ao ponto. Gina colocou a xícara na mesinha e a olhou, nervosismo e raiva eram os sentimentos que a ruiva deixava transparecer.

   -Você deu alguma poção do amor para o Harry ou usou magia negra?-ela perguntou. Charlotte sentiu a raiva voltar, com força total. Então era isso que a garota queria falar com ela?

   -Weasley, você é uma grande idiota. Acha mesmo que eu faria Harry beber uma poção do amor?Eu nem mesmo sei fazer uma!-exclamou, exasperada. Essa era uma das coisas que Charlotte mais odiava em Gina. A ruiva simplesmente não conseguia se tocar que Harry era de Charlotte e que ele a amava, amava ela, e não a ruiva.

   -Então será que você poderia me explicar por que ele estava comigo antes?Por que ele não te procurou?-Gina revidou, se levantando e olhando com raiva para Charlotte.

   -Eu não sei, Gina, e nem quero saber. Por que você não pergunta para ele?De uma coisa eu sei, ele está comigo agora, comigo e não com você, Weasley – ela disse lentamente, saboreando o efeito de cada palavra que dizia. Plutão ouvia atento a briga das ruivas.

   -NÃO PODE SER!-Gina gritou, andando pela sala, rapidamente. Charlotte não ligou, Harry fazia a mesma coisa quando estava frustrado. Continuou a acariciar Plutão, que ronronava feliz no colo da dona, olhando Gina com interesse – Estávamos juntos e felizes. Ele estava agindo normalmente, tudo estava bem desde que ele e você haviam perdido contato. Depois ele começou a se afastar de mim, não nos encontrávamos tanto assim. Ai eu descobri sobre você e depois de algum tempo ele terminou comigo!Não dá para entender.

   -Quem sabe ele viu que me amava, e que você era só um passatempo, uma coisa que o distraia – disse Charlotte, sorrindo. Gina parecia ter levado um soco, a olhava mortalmente.

   -Bem, ele ficou comigo nesses dois anos em que vocês perderam contato. Comigo!Você não sabe o que aconteceu entre a gente...-ela começou, sorrindo. Charlotte sorriu travessamente.

   -Não tente me enganar, Weasley. Sei que não ouve nada entre vocês, a não ser beijos e abraços – Charlotte falou, se levantando com Plutão em seus braços. O gato parecia divertido com o espetáculo que via.

   -VOCE É UMA LADRAZINHA DE NAMORADOS!TANTA COISA PODERIA TER ACONTECIDO SE VOCE NÃO APARECESSE!TUDO ESTARIA MUITO MELHOR!-Gina gritou, a plenos pulmões. Charlotte revirou os olhos, fazendo a ruiva ficar ainda mais vermelha.

   -Não precisa ficar tão nervosinha assim,Weasley...-ela falou. Plutão pulou para o sofá.

   -CALE A BOCA, SUA...SUA, SOLITÁRIA!FOI EXPULSA DE CASA E VEIO ESTRAGAR TUDO!-Quando Gina fechou a boca e lhe mostrou a língua, como uma criancinha de sete anos, ela finalmente explodiu.

   Foi em direção a garota e lhe deu um belo tapa na cara. A ruiva demorou um pouco para se virar para ela, com as marcas dos dedos de Charlotte em sua bochecha. Depois empurrou Charlotte o mais forte que conseguiu. Charlotte se chocou com a parede que ficava atrás do sofá. Estava se levantando para revidar quando ouviu um sibilo alto de Plutão, seguido de um grito de Gina. Quase caiu de tanto rir quando viu a cena que se passava:Plutão havia pulado para cima do rosto de Gina enquanto a dona caia, e agora se segurava no cabelo da ruiva, arranhando seu rosto.

   Depois de alguns minutos, Gina conseguiu se livrar de Plutão, e jogou o gato longe. Este caiu de pé no sofá. Charlotte jurava ter visto o gato piscar um dos olhos antes de se aconchegar e deitar-se. Gina estava com o rosto todo aranhado, sangrava muito.

   -Você ainda me paga, Charlotte, me paga!-ela havia dito, antes de sair da casa, batendo a porta estrondosamente.

   Charlotte sorriu, enquanto lavava as xícaras. Pensava como Gina explicaria o que havia acontecido quando chegasse em casa, quando ouviu um pio baixo. Virou-se rapidamente para a janela. Uma coruja pequena entrou por ela, deixando um pedaço de pergaminho cair em cima da mesa. Charlotte deu um pedaço de bolacha a coruja e abriu o pergaminho. Nele haviam escritas poucas palavras, mas foi o bastante para que Charlotte soluçasse.

   Charlotte, acabamos de chegar. Harry foi atingido por um feitiço estranho, que eu nunca ouvi falar. Estamos no St. Mungus.

                    Rony.

   Sem perder tempo, Charlotte pegou sua capa e saiu da casa, desaparecendo no mesmo instante em que a porta bateu. Plutão olhava, curioso, a dona desaparecer por uma janela da sala, se perguntando o que estaria acontecendo. Depois de alguns minutos, foi dormir. "humanos, tão complexos..." pensava o gato.

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PS:E ai, o que acharam?

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