A noticia.

Capitulo 16. A noticia.

   Charlotte roia as unhas das mãos no salão principal. Era sábado. Tinha mandado uma carta a Dumbledore. Na sua mente, perguntas se formavam. E se a coruja for interceptada?E se Dumbledore não conseguisse chegar a tempo?E se...

   -...Charlotte, você está me ouvindo?-uma Hermione muito irritada perguntou.

   -Me desculpe, Mione, estou preocupada – disse Charlotte. Quando tinha acabado de falar, Rony e Harry estavam se sentando. Harry a olhou, curioso. Ela desviou os olhos.

    -Preocupada com o que?-perguntou Rony. Ele sempre se metia no assunto dos outros. “Mas que bando de curiosos.”

   -Não é da sua conta, Rony – ela disse, friamente. Já estava cansada de tudo aquilo. Iria acabar berrando no meio da aula – como vocês são curiosos. Primeiro eu tinha que aquentar o Potter, agora vou ter que aquentar vocês três juntos?Eu vou me jogar da torre de astronomia algum dia, se as coisas continuarem assim.

   Todos riram, menos Harry, que a olhou alarmado. Ela suspirou, e colocou as mãos no rosto. “Merlin, você me paga!” pensou ela.

   -Com quem você vai a Hogsmead, Charlotte?-perguntou Hermione, para mudar o assunto. Harry já estava prestando atenção antes. Agora se pendurava em cada palavra delas.

   -Alan Davies – disse Charlotte, corando. Hermione, que estava tomando suco de abóbora, cuspiu e tossiu. Rony olhou para ela, com assombro. Harry olhou diretamente para a mesa da Corvinal, com uma cara de poucos amigos.

   Alan Davies era um garoto do sétimo ano. Alto, forte, lindo. Essas eram as palavras que as garotas de Hogwarts usavam para falar dele. Babaca, idiota, burro. Essas eram algumas palavras que os garotos de Hogwarts usavam para falar dele. Alan era da Corvinal, sendo que também jogava quadribol. Ele era apanhador, e capitão do time.

   Harry olhava para ele, com desprezo e uma raiva escaldante. O primeiro jogo de quadribol tinha sido adiado, por que Harry não sabia. O jogo tinha sido remarcado para o dia 2 de Janeiro. Ele esperava que fosse contra a Corvinal. Assim poderia derrubar Alan da vassoura.

   Harry se voltou para Charlotte, que estava tão vermelha como no dia que tinham se visto pela primeira vez. Ele bufou. Não perderia Charlotte para Alan.

   -Alan...o Alan?O capitão do time da Corvinal?-perguntou Hermione, surpresa.

   -É...ele deu um esbarrão em mim outro dia, e ai me ajudou a levantar. Conversamos um pouco, mas eu estava atrasada. Então no outro dia nós nos encontramos e conversamos mais um pouco. E no final, ele me convidou para ir a Hogsmead com ele. E eu aceitei – disse Charlotte, ficando ainda mais vermelha. Harry se segurou para não se levantar e ir à mesa da Corvinal para quebrar a cara do Alan. “esta sendo muito difícil.” Pensava ele.

   -Há, que fofo. Vocês formam um belo casal – falou Hermione. Harry lançou a ela um olhar mortal. A garota acrescentou – mas eu ouvi dizer que ele é muito galinha.

   A conversa não passou disso. Charlotte foi a primeira a se levantar. Harry viu que Alan Davies se levantou na mesma hora. Os dois se encontraram na entrada do salão, e então saíram juntos. Ninguém pareceu surpreso. Parvati ouvira toda a conversa, e contara a uma amiga, que contara a uma amiga, que contara...

   Harry saiu do salão principal com Rony e Hermione. Não passaria o dia todo com eles. Só essa idéia o fez estremecer. Os dois se chamavam por apelidos idiotas e riam de tudo. Harry tinha muita inveja de deles.

   Ele olhava de longe Charlotte e o “idiota do Alan”, vendo o quanto ela ria conversando com ele. Harry passou o resto do dia no Três Vassouras, emburrado, pois tinha visto Charlotte e Alan indo em direção ao Café Madame Puddifoot de mãos dadas. Rony e Hermione foram com eles. “Odeio cada vez mais esse Alan.”

*~*~*~*~*~*~*

   Charlotte suspirou enquanto se sentava em uma poltrona na sala comunal, logo depois de ter chegado de Hogsmead. Tinha gostado de sair com Alan, ele era um garoto muito legal, atencioso e inteligente. Mas Harry era isso e muito mais.

   Era difícil assumir isso, mas ela já sabia há muito tempo. Já tinha se cansado de ficar se perguntando o por que de ter se apaixonado por Harry. Mas ainda xingava Merlin, constantemente.

   -Como foi o seu dia, minha criança?-perguntou uma voz muito conhecida. Charlotte sorriu.

   -Muito bem, Lily – disse, a procurando pelo salão comunal, vazio. A maioria dos grifinorianos não tinha chegado de Hogsmead, e alguns estavam no terreno, travando uma guerra de bolas de neve. Lílian estava arrumando um tabuleiro de xadrez que alguns terçanistas tinham deixado na mesinha.

   -Quer jogar uma partida comigo, Charlotte?-perguntou Lílian, suplicante. Charlotte sorriu. Lílian sempre conseguia manipular ela.

   -Claro. Mas só uma partida – disse Charlotte, se ajoelhando no chão, do lado das peças brancas. Lílian ficou com as pretas. Charlotte tinha acabado de fazer seu primeiro movimento quando Lílian começou a falar.

   -E ai, você gosta do tal de Alan?-perguntou, interessada.

   -Ele é legal, mas não chega aos pés do Harry – admitiu, corando.

   -Era isso mesmo que eu queria ouvir, como você soube?-perguntou Lílian. Charlotte riu.

   -Conheço você, Lily. Sei que você esta muito preocupada com o termino do namoro.

   -Só estou ajudando meu filho, Charlotte – Lílian disse, sorrindo. Charlotte amarrou a cara. Não deixaria Lílian vencer dela.

*~*~*~*~*~*~*

   Harry acordou no domingo bem cedo. Por todo o castelo, pessoas se despediam. Quase todos os alunos iriam passar o natal em casa. Ele, Rony e Hermione teriam a sala comunal só para eles. Levantou-se, tomou um banho e se vestiu. Rony ainda estava dormindo.

   -Hermione...-ele dizia. Harry sorriu.

   Desceu a escada rapidamente. A sala comunal estava vazia. Ou quase vazia. Seu coração batia rápido. Charlotte estava sentada no sofá, lendo um livro. Ele não sabia que ela ficaria no castelo. Pensou que ela iria ficar com a família. “Calma, voce vai conseguir” pensou ele. Sentou-se ao lado dela. Tinha de falar algo.

   -Bom dia, Charlotte – Harry disse, distraído.

   -Bom dia. Para voce é Plummer, Potter.

   -Charlotte Plummer Potter. Eu achei lindo, e voce?-perguntou Harry, sorrindo. Ouviu o coração dela disparar. Olhou diretamente nos seus olhos antes que ela pudesse desviar. Seu rosto ficou vermelho.

   -Eu gostei – ela soltou. Os dois se aproximavam, e estavam quase se beijando quando...

   -Harry, o que...-Rony começou a dizer, tinha acabado de chegar na sala comunal. Nessa oportunidade, Charlotte fugiu para longe de Harry. Ele bufou.

   -O que voce quer, Rony?-perguntou. Rony viu que Charlotte estava muito perto de Harry, e estava vermelha. Harry era a raiva em pessoa.

   -Nada...vou indo – disse, subindo as escadas.

   -Rony...-Charlotte chamou. Mas ele já tinha ido. Harry sorriu. Charlotte olhava para onde Rony estava. Harry pegou delicadamente o queixo dela, e a fez se virar para ele. Olhou diretamente em seus olhos, sem sequer piscar.

   -Onde estávamos antes de sermos interrompidos?-perguntou Harry.

   Os dois se aproximaram novamente. Charlotte sabia que não conseguiria ficar longe dele. Simplesmente fechou os olhos e se rendeu aos seus sentimentos. Seus lábios se tocaram. E os dois se beijaram longamente. Charlotte colocou seus braços em volta do pescoço de Harry, enquanto os dois se aproximavam.

*~*~*~*~*~*~*

   O salão principal estava lindo. Com as doze arvores, os pratos especiais e as decorações pelos corredores era difícil não entrar no espírito de natal. Charlotte sorria enquanto comia um pudim no salão principal. Rony, Hermione e Harry estavam com ela na mesa da Grifinória, aproveitando o café da manhã.

   -Você já comprou todos os presentes?-perguntou Hermione a Charlotte.

   -Sim. Foi muito difícil decidir o que eu daria a você, Mione – Charlotte disse, olhando para a mesa dos professores.

   -Há...não precisava me dar nada – mentiu Hermione.

   -Eu queria dar. Você é uma pessoa especial, Mione – disse Charlotte. As duas trocaram um sorriso.

   -E o que você vai me dar, Charlotte?-Harry sussurrou no ouvido dela. Charlotte sentiu um arrepio. “Mas que droga!Merlin, algum dia você vai ter que se ver comigo.” Pensou ela.

   -Você vai descobrir sozinho, Potter – ela sussurrou de volta. Não estava mais com fome, então se levantou. Decidiu dar uma volta.

   Foi até o corujal. Olhou em volta e viu que a coruja que tinha usado para mandar sua carta a Dumbledore tinha voltado. Mas sem nenhuma resposta. Por que?Será que a carta tinha sido interceptada?

   Voltou à sala comunal. Lílian estava lá, jogando xadrez de bruxo com Rony, assistidos por Hermione e Harry.

   -Olá, Charlotte – disse Lílian, com um sorriso.

   -Oi Lily – respondeu Charlotte, desabando numa poltrona.

   -Você está bem?-perguntou Lílian, olhando para ela. Charlotte suspirou, colocando as mãos no rosto. Estava desesperada.

   -Acho que a coruja foi interceptada, Lily – Charlotte disse. Lílian se levantou e foi até ela.

   -Você não está falando serio. Não pode ser – Lílian disse, com os olhos verdes desfocados.

   -Eu sei. Estamos perdidos. Se Dumbledore não vier logo todos vamos...

   -Do que é que vocês estão falando?-perguntou Hermione. Harry olhou diretamente para Lílian.

   -Estamos falando de...-Charlotte começou. Parecia que havia alguma coisa entalada na sua garganta. Suspirou - ...comensais. Eles estão vindo para Hogwarts.

   -Bem, seria impossível que eles entrasse no terreno da escola. Temos vários feitiços nos protegendo e...-Hermione argumentou. Mas Charlotte estava com tanta raiva que não pode ouvir o que Hermione queria falar.

   -ME ESCULTE, MIONE – ela berrou. Levantando-se – ELES VÃO VIR PARA HOGWARTS. ELES ENTRARAM NA ESCOLA. E SE PUDEREM VÃO MATAR PESSOAS. VOCE PODE NÃO ACREDITAR EM MIM, MAS É A PURA VERDADE. EU ESTOU CANSADA DISSO.

   -Mas...-Hermione começou, chocada. Todos estavam chocados.

   -ELES VIRÃO E VÃO TENTAR PEGAR O HARRY – ela disse, finalmente. Harry a olhou. Mas ela estava muito ocupada para ver isso – EU NÃO VOU DEIXAR ELES CHEGAREM ATÉ AQUI. PRECISAMOS DE DUMBLEDORE. MAS SE ELE NÃO VIER A TEMPO, EU NÃO VOU FICAR AQUI DENTRO. VOU LÁ FORA, IMPEDIR ELES.

   Charlotte estava com o cabelo vermelho-fogo. Saiu da sala comunal sem olhar para ninguém, tamanha a sua raiva. Já estava cansada de ninguém acreditar nela. Subiu para o dormitório e se jogou na sua cama. Sem perceber, as lagrimas começaram a cair. Ela chorou. “Será que Harry está com raiva de mim?”

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PS: Espero que tenham gostado.

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