Tentando fugir



Capitulo 13. Tentando fugir.


*~*~*~*~*~*~*~*


   Charlotte acordou lentamente. O sol banhava seu rosto. Sentia-se quente e confortável, então concluiu que não estava na floresta proibida. Ela queria pular da cama e ir para a sala comunal. Queria saber o que estava acontecendo, mas ela estava dura como chumbo e sentia um pouco de dor em todo o corpo.


   Abriu os olhos e olhou em volta. Estava na ala hospitalar, e Harry estava sentado em uma cadeira ao lado de sua cama. Dormia profundamente. Ele segurava sua mão, gentilmente. Ela suspirou. Deixaria ele dormir mais um pouco. Fechou os olhos, e esperou.


   Depois de alguns minutos, sentiu que Harry se mexia. Abriu os olhos. Harry estava acordando, um pouco agitado, como se tivesse tido um pesadelo. Não sabia o por que, mas não gostou disso. Franziu a testa.


   -Bom dia, dorminhoco – ela sussurrou. Não queria acordar Madame Ponfrey. Harry pareceu surpreso que ela estivesse acordada, mas depois deu um fraco sorriso.


   -Dorminhoco, eu?Você já esta desacordada faz dois dias – ele riu.


   -O que aconteceu?-perguntou ela, distraída.


   -Bem...Achamos você depois de algum tempo procurando. Você estava toda suja de sangue, e vimos algumas mordidas na sua perna. Hagrid achou que você foi atacada por algum animal.


   -Eu não me lembro de nada sobre isso. Só me lembro de tropeçar e cair.


   -Você estava gritando. Não deve ter notado.


   -E o que o senhor esta fazendo aqui?-ela perguntou, sorrindo. Harry abaixou a cabeça. Ela o olhou, preocupada.


   -Eu simplesmente...Não podia deixar você sozinha. Eu fiquei desesperado quando descobri que você tinha ido para a floresta. Tudo foi minha culpa. Não deveria ter corrido daquele jeito e deixar você lá. Charlotte, eu amo você e nunca mais farei aquilo de novo.


   Ele levantou a cabeça e olhou em seus olhos. Charlotte estava chocada. Harry nunca tinha dito que a amava. Ela estava feliz com isso, mas não queria que Harry tivesse sofrido por causa dela. “Não deveria ter ido a floresta”, pensou ela.


   -Harry, eu amo você também mas isso não foi sua culpa. Foi minha. Não deveria ter corrido para a floresta, não deveria ter sido tão burra...-mas o resto do discurso de Charlotte desapareceu. Harry a beijara, fazendo sua mente se focalizar nele. Depois de alguns minutos Charlotte não se lembrava nem do que estavam falando.


*~*~*~*~*~*~*~*


   O natal estava cada vez mais próximo. Harry estava feliz porque Charlotte tinha saído da ala hospitalar. A noticia que ela tinha entrado na floresta proibida, e que Harry Potter havia ido salvá-la se espalhou pela escola tão rápido que no dia seguinte ao acidente todos estavam comentando.


   Estava numa aula de transfiguração particularmente difícil, tinham que transformar uma colher em um passarinho. Hermione e Charlotte eram as que estavam mais perto do resultado, sendo que o passarinho de Charlotte ainda era de metal. Harry a olhava furtivamente. Charlotte tinha acabado de erguer a varinha, mas parou. Seus olhos estavam arregalados e sua boca aberta. Harry quase se levantou. Sabia que ela tinha visto alguma coisa. Olhou para frente e viu que a Profa. Mcgonagall olhava Charlotte sem sequer piscar os olhos. Ele não era o único que estava preocupado.


*~*~*~*~*~*~*~*


   Charlotte olhava o relógio, contando os minutos para a aula acabar. Mas o relógio parecia saber que ela estava desesperada, e decidira brincar com ela, pois o tempo parecia ter congelado. Ela suspirou. Precisava sair daquele castelo. Precisava encontrar alguém. Precisava falar com Dumbledore.


   O diretor não aparecia nas refeições desde que ela tinha saído da ala hospitalar. A Profa. Mcgonagall dissera que ele estava no ministério, participando de algumas reuniões e aconselhando o novo ministro. Ela bufou só de pensar nisso. Parecia que todos os ministros da magia precisavam da ajuda de Dumbledore. Tudo bem, ele era um dos maiores bruxos que já existiram e existiriam, mas será que o ministro não podia ficar nem uma semana sem Dumbledore ao seu lado o ajudando? “O ministro é um idiota. Não consegue fazer nada sozinho. Não sei nem como ele pensa sem a ajuda de Dumbledore.” Pensou ela.


   Finalmente, o sinal tocou. Ela enfiou seu material de qualquer jeito na mochila e foi a primeira a sair da sala. Estava tão apressada que não viu que um menino de cabelos negros a olhava, desconfiado.


...


   Charlotte tentou agir normalmente no resto da semana, “afinal, depois dessa semana as férias começaram” pensava ela, toda vez que olhava pelas janelas do castelo. Ela decidira ficar o natal em Hogwarts, prometendo aos pais que no próximo iria passá-lo em casa. Só conseguia pensar no que tinha visto. Na verdade, no que Lílian tinha a contado.


   Lílian andava saindo do seu corpo, dizendo sempre que “estava precisando de espaço”. Ela voltava com noticias muito interessantes. Contara a Charlotte sobre o que estava acontecendo no ministério, sobre alguns desaparecimentos de trouxas e principalmente sobre os alunos de Hogwarts. Ela contara tantos segredos que Charlotte não sabia, que ficava muito difícil não contar para alguém.


   Charlotte subia para o dormitório feminino. Sua aula de feitiços fora cancelada. O Prof. Flitwick tinha quebrado os braços e uma perna quando Pirraça soltou um lustre no corredor. A Profa. Mcgonagall, vice-diretora, tinha dado uma bronca enorme em Pirraça, gritava tão alto que todos os alunos que passavam por sua sala ficaram com dor de cabeça. Infelizmente, ela fora uma deles.


   Chegou no dormitório e se jogou na cama. Viu que Lílian estava sentada na cama de Hermione, sua vizinha. Ela a olhava com uma cara divertida.


   -Por que você não foi me encontrar na aula?-perguntou Charlotte. Lílian podia ficar invisível, e então toda vez que precisava falar com Charlotte era só entrar na sala de aula que ninguém a veria.


   -Não estava muito a fim de ouvir Minerva gritar – ela disse, com simplicidade.


   -Você tem sorte de já ter acabado a escola, Lily. Se Pirraça continuar assim, eu vou ficar surda.


   -É – ela riu. Lílian parecia apenas uma velha amiga a Charlotte. As duas conversavam sobre tudo, sem segredos, sem vergonha nenhuma. Charlotte sabia que podia contar com Lílian. Ela era uma boa amiga.


  -Então, tem alguma coisa interessante para me contar?Onde você foi?-perguntou Charlotte, curiosa. Lílian podia ir aonde quisesse, quando quisesse. Não precisava pegar nenhum transporte, só tinha que desejar com força aonde queria ir e chegava lá. Charlotte às vezes tinha inveja de Lílian. Ela podia fazer tantas coisas legais.


   -Bem, eu fui a uma loja no...-começou ela, animada, quando foram interrompidas por uma batida na porta do quarto. Charlotte bufou. Será que ninguém podia deixá-la em paz?


   As duas se levantaram, Charlotte foi até a porta e a abriu. Harry estava lá, olhando para ela com duvida. Charlotte pensou em fugir. Não queria falar com ele sobre o que Lílian tinha descoberto. Não agora.


   -O que...-ele começou, mas parou. Tinha visto Lílian. Charlotte olhou para ela também. Ela olhava com afeto para Harry, seus olhos verdes corriam pelo corpo do garoto. Ela parecia querer ter certeza de que ele estava inteiro.


   -Harry – ela disse por fim, olhando para os olhos dele – como você cresceu. Esta tão grande, é claro que da ultima vez que tinha o visto, você era só um bebe.


   -Mãe?-ele perguntou, hesitante – é você mesmo?


   -É claro que é – disse Charlotte, indo para o lado de Lílian, as duas se olharam um pouco, depois se viraram para Harry – ela meio que pode “sair do meu corpo”. O que é muito estranho. Por que vocês não ficam aqui e conversam um pouco?-perguntou ela, inocentemente.


   -É, assim eu poderia tentar colocar um pouco de juízo na sua cabeça. Na do seu pai eu nunca consegui. “Não saia da sala comunal depois das onze, não arrume confusão” eu sempre dizia para ele, mas ele nunca me ouvia. Agora você vai ter que me ouvir, Harry Potter – disse Lílian. Charlotte e Harry riram.


   -Esta bem, Lily, mas pega leve com o Harry. Não faça nada com o meu namorado, ta bem? – ela falou. Depois de Lílian confirmar com a cabeça, deu um beijo em Harry e desceu. Aquela era uma conversa de família. Ela não se intrometeria. Estava feliz por que Harry estava feliz. E também por que não teve que responder nenhuma pergunta de Harry. Ela sabia que a paz não duraria para sempre, ele logo iria exigir respostas. Ela torcia para que Dumbledore chegasse logo.


*~*~*~*~*~*~*~*


Me desculpem pela demora, espero que tenham gostado.

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Comentários (1)

  • rosana franco

    Nossa oq foi que ela viu de tão sério,legal o Harry poder conversar com a Lillian.

    2011-04-14
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