A verdade
Capitulo 12. A verdade.
Harry estava preocupado com Charlotte. Ela andava muito esquisita. Não olhava mais nos olhos dele, ficava o mais longe possível dele e passava muito tempo na biblioteca com Hermione. Sabia que ela estava guardando algum segredo.
Nevava. Dezembro finalmente chagara. Era um sábado, e mesmo tendo treino de quadribol, Harry não consegui parar de pensar em Charlotte. Quando o time saiu do vestiário, ele viu com surpresa que Hermione e Charlotte estavam sentadas na arquibancada, assistiriam o treino.
Depois de uma hora de treino, todos rumaram para o castelo. Rony e Hermione haviam saído juntos. Harry estava no vestiário, trocando de roupa, quando ouviu passos. Charlotte estava olhando para ele, vermelha como um pimentão.
-Harry...precisamos conversar – ela disse.
-Este bem – ele fechou o armário. Os dois rumaram para o lago, de mãos dadas. Charlotte parou. Olhava para baixo. Harry suspirou. “Lá vem uma bomba”, foi o seu primeiro pensamento.
*~*~*~*~*~*~*~*
“Calma, vai tudo ficar bem”, pensou ela. Suspirou. Sabia que não. Qual seria a reação de Harry? “Bem, vou saber agora.”
-Olha, Harry, eu não sei qual vai ser a sua reação quando te contar o que eu descobri, mas por favor, não grite comigo. Eu só descobri isso no sábado passado. Eu não consegui contar para você, eu sou uma covarde – ela começou. Mas Harry a fez parar.
-Eu não vou gritar com você. Mas seria muito bom se você começasse logo.
Ela suspirou. Olhou para o chão. E contou tudo. Os sonhos, o encontro que tivera com Lilia, tudo. Ela se sentia aliviada por contar tudo, mas estava com medo da reação que Harry teria. Olhou discretamente para ele enquanto contava sobre a despedida de Lílian. Ele estava com o queixo caído, os olhos arregalados. “Pelo menos, ele ainda não esta com raiva”, pensou ela.
-Harry, sinto muito por não ter dito nessa semana, só não queria que você ficasse com raiva de mim. Mas não funcionou, não é?-perguntou ela. Harry ainda parecia chocado, mas era visível que ele estava com um pouco de raiva.
-Preciso pensar...-Harry falou, e saiu correndo em direção ao castelo. Ele estava tão desesperado que não viu uma lagrima caindo pelo rosto de Charlotte. Logo depois, mais duas se juntaram a outra. Ela correu para o primeiro lugar que pensou. Por que tinha que ser tão difícil?
*~*~*~*~*~*~*~*
Harry estava confuso. Como ele podia namorar uma garota que era sua mãe?Como?Seria errado?Ele não entendia. “se precisar de mim, Harry, use o espelho”, ele parou. Sirius. É claro. Ele ajudaria Harry, poderia lhe explicar.
Foi para a sala comunal da Grifinória, subiu até o dormitório dos garotos e procurou o espelho no seu malão. Achou-o depois de alguns minutos.
-Sirius Black – ele falou, desejando que o padrinho estivesse em casa. Precisava dele. Depois de alguns segundos, Harry viu a imagem do rosto do padrinho aparecer no espelho. Ele suspirou. Até que enfim alguma coisa boa havia acontecido.
-Ola Harry – disse Sirius, dando um pequeno sorriso – o que está acontecendo?Você está bem?
-Sim...Só preciso de alguém para contar uma coisa.
-Pode falar, Harry, estou ouvindo – Sirius disse. Harry começou a contar tudo, do mesmo jeito que Charlotte contara a ele. Sirius se mostrou um bom ouvinte, não falando nada, e escutando atentamente. A cada palavra que Harry dizia, o rosto do padrinho se enchia de choque. Depois que Harry acabou, ficaram por alguns segundos em total silencio.
-Bem...Pelo que eu entendi, Charlotte tem um pouco de Lílian vivendo nela, mas por que você precisa de minha ajuda, Harry?
-Eu não consigo entender como eu pude me apaixonar pela minha própria mãe, Sirius. Acho que há alguma coisa errada em mim. Talvez eu seja louco.
-Harry, Charlotte não é sua mãe. Ela pode ter algo dentro dela que seja de Lílian, mas continua sendo Charlotte. A própria Lílian disse que quem se apaixonou por você foi Charlotte. Não há nada de errado nisso. Você ama Charlotte, Harry?
-Amo – Harry disse, assim que o padrinho acabou de falar. Agora ele entendia. Como fora tão burro em fazer aquilo com Charlotte?A procuraria no jantar e pediria desculpas. Não importava se ela fosse um pouco sua mãe. Continuava sendo Charlotte.
-Então peça desculpas a ela e da próxima vez que falar comigo, trate de ter algo importante. Eu estava no meio de...uma reunião – quando o padrinho disse isso, Harry notou que ele parecia envergonhado. Sorriu.
Depois de se despedir do padrinho, Harry se levantou da cama, ainda sorrindo. Com quem será que o padrinho andava tendo “reuniões” tão importantes assim?Saiu do dormitório, desceu as escadas e encontrou Rony e Hermione se beijando. O sorriso de Harry aumentou. Pelo visto os dois tinham se acertado.
-O pombinhos, vamos indo logo, não vamos perder o jantar pra ficar namorando, não é?-ele riu. Os dois se separaram. Rony olhou para ele, furioso.
-Por que você não vai...-começou Rony.
-Vingança, Rony. Você me atrapalhou duas vezes. É justo.
Rony fechou a cara, mas ficou calado. Os três se se sentaram à mesa da Grifinória, Harry olhava para todos os lados. Onde Charlotte estaria?Ainda estaria magoada pelo que ele disse?O jantar se seguiu, mas ela não chegou. Harry estava preocupado, olhando para a entrada do grande salão. Um vulto se aproximou, mas era apenas Hagrid. Ele correu até a mesa dos professores e cochichou algo no ouvido de Dumbledore.
Quando ele passou apressado pela mesa da Grifinória para ir embora, Harry o seguiu. Rony e Hermione correram para alcançá-los. Hagrid parou quando viu os três chegarem perto dele.
-O que aconteceu, Hagrid?-perguntou Harry.
-Nada...Nada aconteceu, tudo está muito bem – mentiu Hagrid. Logo eles perceberam que Hagrid estava mentindo. Conheciam o amigo muito bem – eu só estou indo para casa.
-Sem nem jantar?-perguntou Hermione – Eu sei que você sabe de alguma coisa grave, Hagrid. Vi você cochichando algo no ouvido do Prof. Dumbledore. Não vamos embora sem saber, Hagrid – os meninos cruzaram os braços.
-Está bem, está bem. Já que vocês querem saber tanto, eu irei contar – ele disse, apressado – Charlotte entrou na floresta proibida esta tarde.
-Como você sabe?-perguntou Harry, desesperado.
-Encontrei alguns centauros hoje. Eles me disseram que uma menina havia passado pela floresta, que estava soluçando, de cortar o coração. Eu perguntei como ela era e eles me disseram direitinho, era Charlotte. Estou indo para lá agora, procurar ela.
-Eu vou com você – disse Harry, decidido – foi por minha causa que ela fugiu.
-Nós iremos também, Harry – Hermione disse, rapidamente – vamos ajudá-lo.
Hagrid tentou protestar, mas não houve jeito. Os quatro andaram até a cabana de Hagrid, na orla da floresta proibida. Este pegou duas lâmpadas e deu uma a Harry.
-Vamos nos dividir. Eu, Rony e Canino iremos por aquele lado. Hermione e Harry, vocês vão para aquele outro. Se vocês encontrarem ela, disparem fagulhas verdes. Não saiam da trilha, a não ser que ouçam os soluços dela.
E então eles foram. Enquanto entravam na floresta, Harry prometera a si mesmo: Nunca mais deixaria Charlotte longe dele. Principalmente se eles tivessem alguma briga.
*~*~*~*~*~*~*~*
Estava perdida. Não conseguia achar a saída da floresta proibida. Passou a se sentir sufocada, cada vez que andava pelas arvores tinha a impressão de já ter passado por aquele lugar. Não tinha medo dos animais que poderia encontrar lá. Não tinha medo de nunca mais achar a saída. Só pensava em Harry. Começou a chorar. Não queria ter deixado ele com raiva, nem tão chocado.
Ela estava tão absorta com os seus pensamentos que não viu nada. Esbarrou em algo e caiu. O que quer que tenha sido era muito forte, pois ela ouviu um som estranho. Tinha quebrado alguma coisa. Sentia a dor. Era tão forte, ela não conseguiu conter um berro. E depois mais outro. Chorou. Gritou. Não notou o som de passos se aproximando, não ouviu as vozes a chamando. Simplesmente berrou.Berrou pela dor no corpo. Chorou pela dor no coração. E depois, a escuridão a tomou.
Tinha desmaiado.
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Comentários (1)
Era normal ele ter ficado um pouco confuso com a história,espero que não tenha acontecido nada de muito grave com ela.
2011-04-11