Charlotte

Capitulo 6. Charlotte

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   Estava tremendo de nervosismo. O que ele pensaria dela?Ele acreditaria nela?Já estava na Floreios e Borrões há dois minutos. “Talvez ele tenha desistido.”, pensou, com esperança. Estava morrendo de medo. Desse jeito, ao invés de ir para a Grifinória, iria para a Lufa-Lufa. E ela não queria ir para outra casa que não fosse essa. Por que ela não sabia, simplesmente sentia.

   Estava quase indo embora quando viu cabelos negros e rebeldes, que vinham em direção há loja. “É ele! Calma, só precisa ficar calma e tudo vai ficar bem”. Pensou ela. Ainda não havia pegado os sus livros. Então foi procurar seu livro de runas. Ouviu o sino tocar, a porta bater. Ele tinha entrado na loja. Ela sentia que iria desmaiar. “Merlin, me ajude!”.

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   Harry, nervoso, olhou em volta. Havia muitas pessoas, mas ele sabia o que procurar. E encontrou. Uma garota de cabelos longos e dourados estavam indo em direção a uma estante. Harry, com um frio na barriga, se aproximou dela. Ela, parecendo mais nervosa ainda, olhou para cima. Era igual como no sonho, com uma pequena diferença, estava vermelha como uma maçã.

   -Oi – disse ele, olhando nos seus olhos achocolatados, corando um pouco.

   -Olá – ela respondeu, desviando o olhar. Passou-se um minuto constrangedor em que ela olhava a estante, procurando um livro - Então, não tem um milhão de perguntas para mim?-disse ela, tirando Harry de seus devaneios. Ela pegou um livro e saiu andando, com ele a seguindo.

   -Não sei qual fazer primeiro – disse ele. Ela riu. Harry não pode deixar de rir com ela.

   -Que tal começar pela mais fácil e a essencial?Qual é o seu nome? – Ele riu – A propósito, meu nome é Charlotte.

   -Nome bonito.

   -Obrigada – disse ela, pegando um livro de estudo dos trouxas.

   -Então...Como você sabia onde eu morava?-Harry perguntou. Se arrependeu, mas já havia perguntado. Ela riu.

   -Você não se deixa desviar dos seus objetivos, pelo visto – Ela sorriu - Eu não sei se você vai acreditar, mas eu estou falando a verdade. Harry, em toda a minha vida eu sabia de coisas que eu nunca tinha visto ou ouvido. Eu já sabia onde ficava o beco diagonal antes que minha mãe me trouxesse para comprar o meu material. Eu já sei onde fica Hogwarts e a sala comunal da Grifinória - disse ela. Parecia querer falar isso há muito tempo – E eu me lembro de você. Sei onde você mora, quem são seus tios, sei o que você fez com Guida e sei que você odeia seu primo.

   -Você não sabe por que se lembra de tantas coisas assim?-Perguntou ele, intrigado.

   -Não. Só sei que tudo começou quando eu tinha quatro anos, num dia de verão – disse ela pagando por seus livros. Harry tinha esquecido de pegar os seus. Estava tão absorto em Charlotte que tinha esquecido – Eu e meus pais tínhamos ido fazer um piquenique em um parque trouxa. Eu adorava ficar observando todas aquelas famílias juntas, gostava de ver as crianças trouxas brincarem – Os dois saíram da loja – De repente eu fiquei com muito sono, e ai adormeci. No sonho a única coisa que eu via era um garoto pequeno, com cabelos negros e arrepiados, ele usava óculos. Foi assim que começou. Depois, eu comecei a ver lembranças. E depois podia ver acordada. Pode acontecer a qualquer hora, em qualquer lugar.

   Harry nem perguntou quem era aquele garoto. Sabia que era ele. Então, ela sabia tudo. Ele congelou. “Tomara que não tenha visto nada naqueles últimos dias” pensou ele. Rony andara brincando com ele, dizendo que Harry andava falando durante o sono, chamando “minha lourinha”.Harry corou.

   Depois de cinco minutos, Harry não se lembrava o por que de ter tanto medo de se encontrar com Charlotte. Ela era uma garota muito interessante. Os dois conversaram sobre muitas coisas, enquanto andavam pelas ruas do Beco Diagonal. Principalmente sobre quadribol. Harry ficou muito impressionado com Charlotte, ela havia ido a vários jogos de quadribol com o irmão mais velho e sabia de tudo sobre o jogo.

   Harry avistou os Weasley e Sirius. Sirius olhava diretamente para ele. Harry estava preocupado com a reação do padrinho com Charlotte.

   -Aquele é o seu padrinho, Sirius Black – disse ela, olhando diretamente para onde Harry olhava. Aquilo não era uma pergunta. Harry confirmou com a cabeça. – Ele ficou muito preocupado com você por minha causa – ela sorriu.

   Quando chegaram perto de Sirius, eles pararam. Harry olhou para Charlotte, que sorria para ele. Ela parecia muito confiante. Ao contrario dele. Tomando coragem, ele falou:

   -Sirius, essa é Charlotte. Charlotte, esse é o meu padrinho, Sirius.

   Sirius olhou para Charlotte com desconfiança, e esta apenas sorriu para ele. Harry esperava pelas perguntas do padrinho, nervoso. Os Weasley também a olhavam. A Sra. Weasley olhava com a mesma expressão de Sirius. O Sr. Weasley não parecia se preocupar, dando um pequeno sorriso a garota. Rony, Fred e Jorge, que tinham acabado de chegar da loja de logros, a olhavam com interesse. Gina parecia ter levado um soco. Hermione a olhava com duvida, como se fosse uma pergunta difícil de se responder.

   -Bem, então você é a famosa “loirinha” - disseram Fred e Jorge juntos, sorrindo, enquanto Harry corava. Rony deveria ter contado para os irmãos – Somos Fred e Jorge, amigos do Harry. E estes são os nossos irmãos...

   -...Rony e Gina – falou Charlotte antes que eles pudessem se apresentar. Todos olharam espantados para a garota, que ainda sorria – É um prazer conhecê-los.

   -Como...Como você sabe os nossos nomes?-Perguntou Gina, nervosa.

   -Pode se dizer que eu sei de muitas coisas – disse Charlotte com simplicidade. E depois deu um sorriso deslumbrante. Mas antes que Sirius sequer abrisse a boca para falar, uma mulher morena chegou.

   -Charlotte, vamos embora, depressa, recebi uma coruja urgente do seu pai!-disse – Há, olá – disse quando viu os Weasley e Sirius.

   -Até logo, Harry – sussurrou a garota – Nos veremos em breve.

   Depois de sorrir para Harry, ela e a mãe foram embora. Harry as observou até elas desaparecerem. O que Charlotte quis dizer com “nos veremos em breve?” Harry suspirou. Será que as coisas poderiam ficar mais confusas do que já estavam?

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   Ela corria. Corria com toda a força que podia. Por que ela corria, não sabia. Só sabia que tinha pressa. Só sabia que precisava continuar correndo. E então ela viu uma garota. Tinha cabelos cor de fogo, parecia um pouco mais nova que ela. A garota estava na ponta de um pico de montanha. Charlotte notou que a montanha era muito alta. E que havia um lago que passava debaixo dela. A menina estava de costas para ela, sentindo o vento no seu rosto. Charlotte sabia o que ela iria fazer.

   -Não faça isso – gritou Charlotte. Estava desesperada. A garota se virou e sorriu para ela.

   -Não posso continuar vivendo – sussurrou ela – Meu coração dói tanto. Está ferido. Estou sofrendo tanto.

   -Posso fazer você se sentir melhor – gritou ela. Sabia que estava mentindo, mas não deixaria aquela garota morrer. Sentia que a conhecia de algum lugar, só não se lembrava de onde.

   -Ninguém pode me ajudar, minha criança – disse ela docemente – Espero que não passe o que passei. Não se preocupe, eu vou ficar bem.

   Ela fechou os olhos, abriu os braços e respirou lentamente. Depois se jogou. Charlotte gritou. Mas não percebeu, porque logo se viu caindo, caindo...Ela havia virado a garota. E de repente, ela se lembrou quem era ela.

   Charlotte acordou, assustada, com suor no seu corpo, tremendo. Não poderia ser...Ou será que podia?Levantou-se, e foi para o banheiro. “Não pode ser... Só foi um pesadelo, não preciso ficar com tanto medo assim. Espero que a garota esteja bem... espero estar errada”, pensou ela, enquanto entrava na banheira, para tomar um longo banho.

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