O resgate.

Capitulo 2.O resgate

 

   Harry estava em uma campina. Um lugar cercado de arvores, banhada com a luz do sol que iluminava tudo em volta. Harry estava sozinho, até que viu um cervo. Ele era um belo animal, grande, forte, com uma galhada gigante. Os dois se olharam por algum tempo, Harry não soube quanto. Depois, muito lentamente, o cervo foi se aproximando de Harry. Quando ele chegou, Harry viu quando este se transformou em uma pessoa. E não era qualquer pessoa, era Thiago Potter. Harry sentiu seu coração dar um solavanco, seu pai estava bem a sua frente. “Deve ser um sonho”, pensou, “Não vou poder tocá-lo”, e para sua grande surpresa, conseguiu abraçá-lo.

   Depois do que para Harry foi alguns minutos, ele ouviu uma risada baixa. Seu pai olhou e ele também. Era como se o coração dele fosse explodir, de tanta era a alegria dele. Uma mulher de cabelos ruivos estava olhando para eles, com amor em seus olhos verdes. Olhos parecidíssimos com os seus. Era sua mãe, Lílian Potter. Ela correu para se juntar a eles, e Harry pela primeira vez na vida se viu abraçado com seus pais. Nada poderia ter deixado ele tão feliz.

   -Olhe como ele é lindo. Parece tanto com você. –Disse Lílian pra Thiago –É tão bom vê-lo de novo, Harry.

   Harry os soltou e sorriu para a mãe.

   -Isso é real?-Perguntou ele- Ou é só um sonho?

   -Tanto pode ser um sonho como real. Acho que são os dois- Disse Thiago, com a mão em seus cabelos negros.

   -Quer dizer que eu não vou poder ficar aqui com vocês para sempre?-Disse Harry, um pouco triste-Eu nunca mais irei ver vocês?

   -Claro que você vai nos ver. O visitaremos nos seus sonhos. E você sempre estará conosco, estamos dentro do seu coração, filho, vivemos em você –Disse Lílian, sendo abraçada pela cintura por Thiago-Nunca se esqueça disso.

   -E lembre-se filho, se você precisar de alguém, chame Sirius. Ele ira sempre te ajudar.

   -Nos te amamos e temos muito orgulho de você - Disse Lílian.

   Hary então deu um ultimo abraço em seus pais, mas de repente eles não estavam mais lá. Ele agora estava em seu quarto na casa dos Dursley. “Por que eu tinha que acordar?”, pensou Harry. Com amargura, tirou as cobertas, ele não se lembrava de ter se cobrido.

*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~

Tinha que vê-lo. Era só nisso que tinha pensado há dias. Tinha que vê-lo. Simplesmente tinha. Queria saber como ele era, se ele se lembrava da sua família... "Mais que coisa”, pensou, mesmo querendo ver ele, não podia. Mesmo se fosse aparatar e desaparatar logo depois. Sabia que não conseguiria ficar longe do garoto. Não conseguia ficar longe de nada que lembrasse ele.

....

   Aparatou no largo das Magnólias, sabia que não deveria estar ali, mais já estava, o crime já havia sido cometido. Só daria uma olhada no garoto e depois iria embora. Estava com uma capa preta, assim ninguém notaria sua presença. Estava pensando nisso quando sentiu que estava sendo observada. Foi para trás de uns arbustos e ficou olhando. A única pessoa que havia era um garoto, que estava de costas indo para casa, mas tinha algo que a fazia lembrar dele. Viu seus cabelos. Eram negros e arrepiados. Seu coração bateu rápido. Era ele. Tinha que ser ele.

   Esperou a noite chegar e foi a casa que o vira entrar. Todas as luzes estavam apagadas. Arrombou a porta e foi até o segundo andar. Era estranho, mais já sabia onde ele dormia. Tinha sentido seu cheiro quando estava o seguindo. Abriu a porta com muito cuidado. Seu coração parecia uma bomba que estava preste a explodir. Viu que ele estava dormindo, então se aproximou da cama. Quando o viu tudo parou. Parecia que o tempo congelara. Ele tinha os mesmos cabelos negros, o nariz, a boca, o queixo...Ele era igual a ele. Seu coração parecia querer saltar do peito. Ele era tão perfeito...Parecia um anjo...E sem sequer notar, o cobriu, se ajoelhou e começou a cantar:

"Sopor angelum meum
sis tutus
ero hic
Ero vigilat seruans..."

   Ficou a noite toda cantando, para seu anjo, "agora, você é a coisa mais importante no meu mundo", pensou, dando-lhe um ultimo beijo, depois aparatou.

*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~

   Harry não ouviu quando a tia o chamou para o café da manhã. Não ouviu o tio falar para ele se comportar, sequer ouviu Duda ou Tia Guida reclamarem dele. A única coisa que pensava era na voz. Quando acordou aquela manhã, seu sonho era tudo que ocupava sua mente, mais depois de tirar um cochilo, se lembrou da linda voz que o tinha feito dormir. E agora só pensava nela. Será que a ouviria esta noite?Essa pergunta não saia de sua cabeça.

   Depois de fazer uma limpeza no seu quarto, Harry decidiu arrumar o seu malão. Ainda faltava um mês para voltar a Hogwarts, mas ele não tinha nada para fazer, e não queria mais pensar na voz. Estava dobrando seu uniforme e catando os seus livros no chão quando Edwiges, sua coruja, chegou da caça. Estava com um rato grande e gordo no bico.

   -Que bom que você chegou, Edwiges, estava pensando em mandar uma carta a Sirius. Vou escrever enquanto você come-Disse ele enquanto Edwiges comia a cabeça do rato. Harry pegou uma pena, pergaminho e tinta. Depois de pensar, escreveu o seguinte:

Caro Sirius,

      Espero que esteja bem. Aqui está tudo OK, tirando Tia Guida. Veio para mais uma visita. Ela não está me incomodando tanto, mais eu ainda poderia transformá-la em algo (quem sabe em uma lesma) se perdesse o controle. Ela só sabe me criticar, e está sempre tentando me deixar com raiva. Bem, ontem a noite, alguém estava cantando para mim. Não sei quem era e nem o que estava cantando, parecia outra língua. Mais a voz era de uma mulher. Tive um sonho com meus pais. Quando nos encontrarmos irei contar para você.

     Harry.

   Harry esperou Edwiges acabar de comer, então prendeu o pergaminho em sua perna. Depois de bicar o dedo do menino de um jeito carinhoso, Edwiges se lançou para fora da janela, enquanto Harry a observava.

....

   Na próxima manhã, Harry acordou com Edwiges voando em volta da sua cabeça, piando alto.

   -Está bem, está bem, eu já acordei, sua exibicionista.

   No pergaminho, só havia três palavras, Harry esperava uma mensagem mais longa, mas depois de ler, estava com um sorrindo enorme, "Vamos buscar você". Como não havia o horário, ele recomeçou a arrumar o material, enfindo tudo o que via de qualquer jeito no malão. Fechou-o com dificuldade, e depois foi a cozinha. Tio Valter estava lendo seu jornal, Tia Petúnia, fritando ovos para Tia Guida, que conversava com ela. Duda estava olhando para a frigideira com desejo, Harry soriu, o primo ainda estava de dieta.

   -Tio Valter?-Perguntou Harry, o homem olhou para ele com uma cara nada boa-Eu gostaria de falar com o senhor na sala de estar.

   Valter se levantou e foi até a sala com o garoto. O que esse moleque estaria aprontando? Ele se sentou numa poltrona enquanto o sobrinho sentava no sofá.

   -Bem...Meus amigos, os da escola, vem me buscar para passar o resto das férias com eles...-O rosto de Valter se iluminou um pouco. Iria se livrar do sobrinho um mês antes!-...Eles podem vir a qualquer hora. Então...

   -O QUE???-Valter se levantou. Não gostou disso. O que os vizinhos pensariam?O que Guida pensaria?

   -Eu vou ficar lá fora, provavelmente eles vão aparatar lá fora. Os vizinhos e Tia Guida não precisam saber.

   Valter se sentou novamente. Se os esquisitos não entrassem na sua casa e os vizinhos não notassem, poderia dar certo. E a idéia de se livrar daquele menino era tão tentadora...

   -Está bem-Rosnou Valter-Mas se eles entrarem aqui em casa, você vai ver, seu...

   Harry nem ouviu o final da ameaça. Correu para cima. Iria sair da rua dos Alfeneiros, não teria que agüentar Tia Guida por mais uma semana!Mas ai ele se lembrou que a voz não tinha aparecido àquela noite. "Ela vai voltar...não é?", pensou ele, enquanto colocava Edwiges na gaiola.

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