Entre Bicórnio e Braxton Hall
O resto dos dias se arrastou lentamente no passar da semana e Harry já não se deixava incomodar pela ansiedade, que naquele ponto, já havia se transformado em um sentimento natural e bastante familiar. Não existia uma hora, um minuto sequer em que ele não recriasse em sua cabeça a viagem à Parkins Valley, o que ele diria à Hermione quando o momento chegasse ou até mesmo, se nada disso acontecesse, se todas essas expectativas permaneceriam apenas em sua mente e nada mais. E se realmente nada acontecesse? E se no fim, tudo se resumisse a uma viagem estranhamente normal? Harry não reclamou ao fazer tais perguntas a si mesmo, resolveu que, não importava o que acontecesse, ele ficaria feliz só de poder passar um tempo sozinho com Hermione, mesmo sabendo que não estariam tão sozinhos como gostaria.
Assim que a encontrou no Ministério, Harry tratou de informar que Gina havia recusado a proposta, pois estava muito ocupada com o trabalho, e que o convite ainda estava de pé. Hermione, ainda meio relutante, acabou aceitando no final das contas, deixando Harry perturbadamente feliz. Os dois passaram um bom tempo no gabinete de Harry, tudo isso porque ele insistia que Hermione o ajudasse em algum possível discurso, se caso isso viesse a acontecer, Harry teria que estar preparado e ele realmente odiava falar em público. Há seis anos, quando ele havia acabado de derrotar Voldemort, os discursos eram constantes, as entrevistas eram intermináveis, e as homenagens, bom... Harry havia perdido a conta de quantas aconteceram. Por sua sorte, Hermione, Ron, Neville, Luna, Jorge e tantos outros que ajudaram na vitória sobre o Lorde das Trevas, sempre o acompanhavam e o ajudavam nas entrevistas, e mesmo depois de todos esses anos, ele ainda se sentia um pouco desconfortável.
As aparições de Aberle em seu gabinete também se intensificaram no passar dos dias, tudo isso para conferir e anotar os últimos detalhes da viagem, e informou a Harry que não seria possível aparatar na cidade, por uma recomendação dos anfitriões e fundadores da cidade, pois a multidão já ocupava as ruas e poderia haver um tumulto se alguém o reconhecesse no trajeto até o Hotel, então, ele e Hermione teriam que usar a rede de Flu ligada a uma lareira que se encontrava em uma sala privada no Hotel. Lá seriam recebidos por algumas poucas pessoas, que os acomodariam e forneceriam a segurança necessária. Harry ouvia tudo calado, nem se atreveria a contestar alguma coisa com o assistente, para ele, tudo estava extremamente perfeito, até Aberle notara que Harry andava muito sorridente nos últimos dias.
Com o final de semana chegando, Hermione se apressou nos afazeres e arranjou um tempo para arrumar sua mala com calma. Escolheu roupas bem diferentes do que estava acostumada a usar ultimamente, desde a sua briga com Ron, ela vinha usando roupas escuras e tinha a consciência que não estava ligando muito para o seu cabelo, na maioria do tempo, só era possível vê-la com os cabelos presos. Agora, queria vestir roupas com cores bem vivas e resolveu arrumar as suas madeixas antes de viajar, afinal, ela iria conhecer Braxton Hall, e se ele a visse daquele jeito? Nem pensar. Já Harry, teve que observar Gina arrumando sua mala, e era um verdadeiro incômodo para ele, pois ela nunca o deixava levar suas roupas favoritas, com o argumento de que estavam velhas e algumas até rasgada, o que Harry sabia que era totalmente mentira.
“Não vou colocar casaco algum! Ouvi dizer que essa cidade é o próprio inferno, faz calor praticamente o ano todo. Pra que você não fique reclamando, colocarei uma camisa de manga longa e não discuta comigo.” – disse ela, mandona.
Harry apenas sacudiu a cabeça, não iria permitir que Gina estragasse o seu bom humor. Chegado o dia da viagem, Harry estava a todo vapor, acordou bem cedo, tomou um banho na companhia de Gina contra a sua vontade, e foi para a cozinha onde preparou um café bem forte, despediu-se de Gina, não queria prolongar aquele momento, também não poderia se atrasar, ele combinou de encontra-se com Hermione, Aberle, Sirius e Anna no Ministério, por sorte, ela não era de fazer drama e foi bem rápida no beijo de despedida. Harry agarrou sua mala e alguns segundos depois, desapareceu na lareira.
Todos já estavam esperando Harry quando ele apareceu na sala principal do Departamento de Transportes Mágicos, era de lá que Harry e Hermione iriam usar a rede de Flu para chegarem a Parkins Valley.
“Eu não estou atrasado, né?” – Harry perguntou preocupado.
“Fique calmo, você não está,” disse Sirius se aproximando do afilhado, dando-lhe tapinhas nas costas. “Tem certeza que vocês dois ficaram bem?” ele piscou para Harry sem que ninguém visse. Harry pode sentir suas bochechas queimando de vergonha.
“Ah sim, e você por acaso não está falando com a pessoa que derrotou Voldemort? Francamente, Sirius.” – Anna, que não percebeu a provocação de Sirius para Harry, brincou.
“Nós vamos ficar bem,” – Hermione disse voltando-se para Sirius, “Eu prometo que trago algumas acidinhas pra você, bom... se eu encontrar.”
“Isso é ruim, Hermione. Você está alimentando o vício dele.” – Harry a alertou, fazendo todos gargalharem.
“Não enrolem mais, vamos, vamos...” – Aberle manifestou-se, batendo palminhas para apressá-los.
Os dois se despediram de Sirius, Anna e Aberle e então, entraram na lareira e logo reapareceram em um cômodo consideravelmente grande. Harry e Hermione viram três rostos desconhecidos, sorridentes e exaltados quando eles aparecem na lareira.
“Sejam bem vindos, meus queridos! É uma honra recebê-los em nossa cidade!” – disse o homem mais alto deles, se aproximando de Harry e estendendo a mão para cumprimentá-lo. “Muito prazer, eu sou Briggs, Briggs Griffiths, um dos administradores da cidade, e você ora, você é Harry Potter, o próprio... nosso Ministro adorado, eu sempre soube que você era mais bonito pessoalmente.”
Harry queria dizer alguma coisa, mas isso parecia ser impossível já que o homem estava frenético. Harry olhou rapidamente para Hermione que por sorte, também estava olhando para ele naquele momento com um sorriso sem graça, ficou um pouco desconfortável, porém resolveu não atrapalhá-lo.
“Ora, o que vejo aqui, Sra. Weasley, é um imenso prazer vê-la pessoalmente... e conhecê-la óbvio, como vai seu marido?” – ela abriu a boca para respondê-lo, mas foi em vão, o homem continuou a falar. “Ele é um esplêndido goleiro, o melhor, eu diria. Quem diria que Chudley Cannons ainda tivesse alguma chance, hã? Mas ele conseguiu fazer com que o time revivesse, se eu me lembro bem, acho que presenciei um de seus jogos em...”
“Pelo amor de Deus, Briggs! Deixem-nos respirar.” – exclamou uma mulher, estranhamente baixa e com longos cabelos loiros e bem cuidados, que estava visivelmente irritada com a recepção do amigo, “Meu nome é Seely, é um prazer conhecer vocês. Também administro a cidade, juntamente com o Sr. Briggs, como vocês já tiveram a oportunidade de conhecer,” ela lançou um olhar furioso para Briggs, que devolveu com uma careta infantil. “... e o Pearce, ele já está no centro da cidade esperando pela gente, e é claro, esse é Leverett, o dono do hotel.”
“Ohh, é um imenso prazer, Ministro... Sra. Weasley.” – ele cumprimentou rapidamente Harry e Hermione, e eles puderem sentir as mãos trêmulas do homem, “Bem vindos ao Hotel-Chalé Bicórnio. O melhor da cidade!”
“É um prazer conhecê-los, tenho certeza que de iremos adorar o seu hotel, parece ser muito bonito.” – Hermione sorriu.
“Sim... é muito bonito mesmo, essa sala é bastante peculiar.” – Harry comentou sorridente, seu olhar analisando a sala em que estavam.
Era totalmente estranha, mas no sentido bom da palavra. A sala era tão iluminada que fazia quem estivesse ali presente, ficar da cor das luzes, e as paredes estavam cobertas de retratos, não havia nenhum espaço vazio, cada retrato em um molde diferente e colorido e Harry percebeu, dos retratos que conseguiu observar, que todas as pessoas pareciam bastante felizes, o engraçado era que ele também se sentia feliz naquela sala, como se o dia estivesse perfeito e tudo fosse possível. Mas um objeto em particular chamou a sua atenção no canto esquerdo da sala, em cima de um pequeno altar, ele viu um objeto com formato familiar, era uma bacia feita de pedra rasa.
“Wow, aquilo é uma...”
“Penseira?” – Leverett sorriu. “Sim, de fato é. Um artefato raríssimo, não concorda? Acho que isso faz de mim um homem sortudo, não é mesmo?”
Harry concordou com um sorriso.
“Mas eu temo ter uma desagradável notícia...” – disse Leverett, apreensivo. “Eu fui informado que você viria acompanhado, Ministro, mas... pensei que se tratava de sua esposa, reservei o melhor quarto, mas agora...” – ele apontou para Hermione, com um embaraçamento em sua voz.
“Ah não, não, não,” adiantou Harry, “Não há problema, isso foi um erro nosso em não ter avisado que Hermione viria comigo, esquecemos desse detalhe. Nós não nos importamos em ficar no mesm...” – ele interrompeu sua fala quando percebeu que estava tomando decisões sem antes consultar Hermione, “Ah...desculpe! Hermione, algum problema em ficar no mesmo quarto?”
“Claro que não! Não se preocupe, Leverett, nós ficaremos bem. Eu o coloco pra dormir no sofá.” – ela levantou uma das sobrancelhas.
Harry coçou a cabeça enquanto todos riam de Hermione.
“Fique tranqüilo, Harry! Eu providenciarei até o fim do dia um quarto tão bom quanto este, assim vocês poderão dormir cada um em sua devida cama.”
“Excelente!” – exclamou Hermione.
“Sigam-me, mostrarei a vocês seus aposentos.”
Leverett os guiou através do hotel, e no caminho Harry não pode deixar de notar o jeito engraçado que ele andava, parecia quicar no chão. O homem andava pelo hotel apontando para alguns objetos e contando histórias sobre eles e seus antepassados, como já era de se esperar, muitas pessoas que transitavam pelo hall do hotel, reconheceram Harry e Hermione e acenavam animados e curiosos para eles, que assentiam simpaticamente os cumprimentos.
“Você sabe se Braxton Hall está na cidade?” – Hermione perguntou para Seely, que caminhava ao seu lado.
“Naturalmente! Ele nasceu aqui e todo ano ele vem para o aniversário da cidade. Fica na casa de sua mãe, muito adorada por todos aqui, você vai conhecê-lo, ele vai cantar algumas músicas para a população ao entardecer.”
“Sério? Mal posso esperar, sou uma grande fã dele.” – Hermione respondeu com certa excitação.
“E quem não é?”
Harry, que já tinha parado de prestar atenção as histórias de Leverett ao ouvir Hermione perguntar sobre o cantor, observou as duas gargalharem. “Eu”, ele respondeu mentalmente à retórica de Seely, enciumado com a excitação de Hermione.
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Um suspiro. Foi a reação de Hermione ao entrar no quarto especialmente reservado para eles. Era imenso e estava delicadamente decorado, havia várias pinturas espalhadas pelas paredes do quarto, todas bem coloridas e sem nenhuma figura reconhecível, somente pinceladas aleatórias. Possuía dois ambientes, mas nenhuma parede os separava, um arranjo de flores se encontrava em cima da cama enorme e visivelmente confortável, havia também uma pequena mesa de café, posicionada em frente a janela de vidro, que pegava a vista de uma pequena parte da floresta e do lago Morme, que rodeava a mediana cidade. Hermione soltou uma risadinha ao ver o sofá no canto do quarto, próximo a lareira, e voltou-se para Harry.
“Vejo que a sua cama já está pronta.” – ela disse.
“Por mais que a Sra. Weasley queira que você durma no sofá, pode ter a certeza de que isso não vai acontecer, Ministro. Eu providenciarei o outro quarto, com toda a certeza!” Leverett disse enquanto pegava o arranjo de flores em cima da cama, levando-o até a mesa, onde lá deixou. “Um pequeno presente de boas vindas. Aqui está melhor!”
“Obrigado, é lindo! E Leverett, você pode me chamar de Harry...”
“Claro!”
“Vamos deixar que eles se acomodem... rapidamente” – lembrou Briggs. “Nós estaremos esperando vocês no hall. Todos estão muito ansiosos, não podemos atrasar.” – ele foi empurrando devagar Seely e Leverett para fora do quarto e Harry pode ouvir o protesto dos dois ao serem expulsos do quarto por Briggs.
“É um quarto adorável.” – Harry ouviu a amiga dizer enquanto abria sua mala na cama e com a ajuda de sua varinha, ia depositando as roupas, todas muito bem dobradas por Gina, dentro do armário.
“Harry, eu não acredito que você está usando magia pra fazer isso.” – Hermione sacudiu a cabeça.
“Você ouviu Briggs, nós não podemos demorar, assim fica mais fácil.”
“Ah, é verdade!” – disse ela, abrindo sua mala e fazendo a mesma coisa com a sua varinha. Harry a observou com o canto dos olhos e deu um sorriso sem que ela percebesse. “Quando me disseram que Parkins Valley era muito quente, pensei que estivessem exagerando.” – ela continuou, tirando seu casaco de frio e o colocando no armário.
“Não está tão quente assim, está fresquinho.” – ele tirou o casaco e em seguida a gravata, “Eu ouvi você e a Seely conversando no caminho... está preparada para conhecer o famoso Braxton Hall?” – ele disse, arregaçando as mangas da sua camisa. Hermione pode sentir de longe o desdém no tom de voz de Harry.
“Preparadíssima!” – ela respondeu.
“Hm... então, vamos descer?” – Harry mudou de assunto.
“Você pode descer primeiro, eu vou trocar de blusa, senão irei cozinhando pelo caminho.”
“Você acha que eu tenho que trocar de roupa também?” – Harry olhou para a sua camisa, indeciso e depois olhou para Hermione.
“Não, eu amo essa camisa em você, aliás, você fica muito bem de azul!” – ela disse, encarando-o, Harry percebeu um sorriso bobo no rosto de Hermione. Ela piscou de repente, e virou-se rapidamente para o armário, procurando uma blusa.
“Ok...” – Harry franziu as sobrancelhas e sorriu desconfiado. “Eu estarei lá embaixo, não demore...”
Harry observou de longe Seely conferindo o relógio de segundo em segundo, enquanto andava até eles.
“Eu demorei tanto assim?”
“O que?...” Seely se assustou ao perceber que Harry a viu olhando para o relógio, “Oh não, não, Harry... eu tenho essa mania de, ah... você sabe.”
“Eu só estou brincando.” Harry deu um leve aperto no ombro da mulher, enquanto ria. “Vamos esperar só um minutinhos, Hermione disse que não ia demorar.” – ele disse, voltando-se para Briggs. O olhar de Harry atravessou o hall, agora ele estava encarando a porta da sala por aonde ele e Hermione chegaram à cidade. Uma sensação estranha crescia dentro dele, como se algo o estivesse puxando para aquela sala, sentia-se atraído por ela.
“Estou percebendo que você gostou daquela sala, hã?” – Leverett interrompeu seus pensamentos.
“Ahn? Ah... sim, eu gostei... ela é bem... diferente!”
“Seria estranho se você não gostasse dela, Harry!”
“O que quer dizer?” – Harry desviou o olhar, que até então estava fixado na porta, para Leverett.
“Minha falecida esposa criou aquela sala, é chamada de “A Sala Feliz”, embora o motivo pelo qual ela foi criada não faça jus ao nome,” – Harry viu a expressão do homem mudar para um olhar melancólico e choroso. “Durante muitos anos nós tentamos ter filhos, até que um dia nós finalmente conseguimos e ela deu a luz à esta pequena criatura... tão bela... Amanda... era o seu nome, mas ela ficou muito doente e não havia nada que nós pudéssemos fazer a não ser esperar pelo pior. Virgínia, minha esposa, ficou desamparada quando a nossa filha...” – ele não conseguiu completar a frase, “Bom, ela estava cansada de se sentir triste e... tudo que ela queria era ter um lugar em que ela pudesse sentir a felicidade novamente, entende? Então ela construiu aquela sala e a enfeitiçou. Ela evoca os melhores sentimentos em uma pessoa, as melhores lembranças, tudo que faz você se sentir feliz. É por isso que todos que já a visitaram querem voltar lá,” – o homem se aproximou de Harry, “Todos aqueles retratos nas paredes são de pessoas que visitaram o meu hotel ou a cidade...”
“E a penseira?” – Harry perguntou.
“É para os visitantes. Eles depositam a melhor lembrança que tiveram enquanto estavam aqui. Quando a sua visita terminar, você também pode deixar a lembrança mais feliz que viveu na cidade na penseira.”
“Definitivamente, eu irei. E Leverett...” – Harry disse, apertando o ombro do homem, “Eu sinto muito pelo o que aconteceu... com a sua filha, eu sei exatamente pelo o que você passou.” – Leverett abaixou o rosto e assentiu silenciosamente.
“Finalmente, lá está ela.” – Briggs exclamou aliviado, fazendo Harry e Leverett se virarem para ele. Hermione vinha andando apressada na direção deles. Harry levou as mãos ao bolso e ficou encarando o mudado visual da amiga, que agora vestia uma blusa violeta que realçava a “comissão de frente”, seu cabelo estava solto e bem arrumado. Harry esperou até que Hermione estivesse por perto e cochichou, “Por favor, me diga que você não está arrumada assim por causa do cantorzinho.” Hermione, no entanto, não deu bola para Harry e simplesmente sorriu para ele, o que o irritou mais ainda.
Eles seguiram por uma das ruas que estava estrategicamente interditada, pois dava com o fundo do simbólico palco montado na praça da cidade. Era possível ouvir, vindo de todos os cantos, as buzinas, gritos, risadas, músicas se misturando e ecoando pelas ruas. Hermione admirava a decoração da cidade, havia fitas reluzentes e bandeiras por todos os lugares, todas de cor alaranjada e roxa, as cores da cidade. Ela ouvia atentamente Seely contar com alegria, a história daquele lugar, suas tradições e mudanças no passar dos anos. Harry por sua vez, andava junto à Briggs e Leverett um pouco mais atrás, ouvindo-os conversando pelo caminho, mas ele não estava prestando muita atenção no assunto, seus olhos miravam Hermione. Ela estava tão linda, o cabelo deslizando de um lado para o outro em cada passo, a blusa se misturando com o roxo das bandeiras espalhadas pela rua, ele não pode deixar de notar a forma que o quadril dela se mexia, deixou sua mente afundar-se em pensamentos sobre Hermione, pensamentos que duraram apenas alguns segundos, pois um nome surgiu na mente de Harry: “Braxton Hall”. Harry revirou os olhos e respirou o fundo, qualquer fosse a reação de Hermione ao conhecer o ídolo, ele sabia que não era nada demais, que logo eles iriam embora e que Hermione nunca mais o veria, e que diabos ele estava pensando? Hermione era casada, ora essa. “Como se já não bastasse Rony!” – ele reclamou e se arrependeu na mesma hora pelo horrível pensamento.
“Chegamos! Fiquem aqui um minuto, nós vamos subir primeiro e o Pearce anunciará a entrada de vocês dois.” – Briggs disse, e foi logo subindo pela escada junto com Seely e Leverett.
“Você vai arrancar suas mãos desse jeito!” – disse Hermione, que percebeu o nervosismo de Harry e foi logo tratando de separar as mãos suadas do amigo. “Não sei por que você ainda fica nervoso com essas homenagens, além disso, eu estou aqui com você, tudo vai dar certo!” – ele respirou fundo e prontamente acalmou-se, aquelas palavras eram a mais pura verdade, não importava o que ele tivesse que enfrentar, se Hermione permanecesse ao seu lado, tudo ficaria bem.
Não demorou muito para que Harry ouvisse a voz desconhecida, provavelmente do homem chamado Pearce, convidando-os para subirem no palco. Hermione agarrou o braço de Harry e de cima do palco, puderam ter uma visão de quão bonita a cidade realmente estava. Contemplaram juntos, a praça praticamente lotada com centenas de rostos extasiados, a maioria sacudindo no ar as pequenas bandeirinhas de Parkins Valley, alguns estavam com os rostos pintados, outros gritavam e acenavam para os dois. Harry deu uma breve espiada e pôde ver centenas de barracas na parte leste da praça, todas de comida e guloseimas diversas, do outro lado haviam mesas espalhadas por todo o lugar. Ele olhou perplexo para Hermione, que devolveu o olhar e sorriu para ele, “Eles estão esperando você...”, ela encorajou-o. Harry levou sua varinha até a garganta e murmurou: “Sonorus”.
“Bom dia, moradores e visitantes de Parkins Valley! É uma honra poder celebrar com vocês essa data tão importante para todos aqui presentes, é uma honra maior ainda ser homenageado. Eu nunca me sai muito bem em discursos e vocês, bom... vocês já sabem disso, não é?” – Harry ouviu as risadas da multidão, ele não era só conhecido por ser o menino que sobreviveu e que derrotou o Lorde das Trevas, mas também, como o Ministro que cometera algumas gafes em seus discursos. “Eu agradeço a todos que estiveram na luta para que dias como este se tornassem verdade, dias de alegria e esplendor. Eu agradeço todo o apoio que a comunidade bruxa tem dado ao Ministério e garanto, que enquanto eu permanecer neste cargo, eu farei o que estiver ao meu alcance para que nós possamos continuar vivendo em paz. A cidade está maravilhosa, vocês estão lindos, confesso que a combinação de roxo e alaranjado nunca foi tão amada por mim como agora, e eu espero que a comida também esteja tão gostosa quanto parece, pois eu pretendo passar em todas as barracas,” ele sorriu, acenando de longe para as pessoas que se encontravam nas barracas. “E feliz aniversário, Parkins Valley!” – Harry voltou-se para Briggs, Seely, Pearce e Hermione, fazendo um sinal com a cabeça e juntos, apontaram suas respectivas varinhas para o centro da praça, onde estavam localizadas várias pilhas de caixas, que ao comando deles, liberaram dezenas de fogos de artifícios, os quais explodiram em forma de sinos, corações e estrelas de todas as cores, reluzindo pelo céu e refletindo nos olhos de cada um ali presente. A festa havia oficialmente começado.
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“Venha, depressa, por aqui.” – Harry pode ouvir Seely de longe, e quando a viu, notou que ela arrastava um rapaz pelo braço em meio o aglomerado de pessoas. Hermione, que estava de frente para Harry, virou-se para ver o que teria desviado a atenção do amigo, e ela paralisou na mesma hora. “Braxton, deixe-me apresentar, este é Harry Potter,” – o rapaz estendeu a mão para um cumprimento e Harry, educadamente, retribuiu o gesto. Ele sentia um ar meio sombrio vindo daqueles imensos olhos negros, por um segundo, pensou estar na presença de um Comensal da Morte, afinal, Braxton estava todo de preto, fazendo Harry ter um breve monólogo de como o cantor estaria sobrevivendo naquele calor, com aquela jaqueta. Os cabelos lembravam os de Snape pela cor, porém os de Braxton eram bem mais curtos. “E esta é Hermione.” – a mulher continuou.
“Então você é a famosa Hermione? Eu li muitas coisas sobre você, vocês...” – Braxton apontou para os dois, “... no jornal, e daquele outro... seu marido, não é?”
Harry sentiu sono, a voz de Braxton era muito calma e podia-se ouvir um tom esnobe em meio ao sotaque britânico mais acentuado do que o de Hermione.
“Eu? Famosa? Nem um pouco,” – Hermione soltava risadinhas em meio às palavras, ela não queria demonstrar o nervosismo, mas sentiu que era impossível, “E sim, é meu marido, Ronald Weasley!”
“Ohhh, o goleiro de Chudley Cannons, certo? Ele é um dos bons, eu ouso dizer que se não fosse por ele, provavelmente o time não teria ganhado a Taça da Liga consecutivamente, você concorda Ministro?”
“Totalmente!” – respondeu Harry, desinteressado.
“E onde ele está agora?” – Braxton deu algumas olhadas para os lados.
“Ele não pode vir, está em treino.” – Harry percebeu o tom triste na voz da amiga.
“Azar o dele, não? Deixar de acompanhar uma linda mulher a uma linda festa como essa, para ficar suando com um monte de homens.” – brincou o cantor, fazendo Hermione sorrir. “Eu devo confessar que ao ler todas as matérias sobre vocês... pensei que vocês dois ficariam juntos, me deixe saber se estou errado Ministro, mas pelo o que me contaram, você estaria totalmente perdido sem essa beldade.”
Hermione corou, arranjando o cabelo por detrás da orelha, mas Harry não soube dizer se ela ficou encabulada pelo o elogio do cantor ou pelo comentário sobre ele e ela ficarem juntos.
“Muitas pessoas pensaram isso... mas nós somos apenas, melhores amigos” – Harry respondeu hesitante.
“Que seja! Agora... hmm estou com uma fome,” – Braxton fechou os olhos e sentiu o aroma no ar, “E pelo cheiro, posso dizer que são deliciosos pastelões de rins.” – ele voltou-se para Harry, “Você não se importa se eu roubar sua melhor amiga por um tempo, certo?
Errado, você não vai levá-la em lugar algum. Foi o que Harry pensou em dizer. Ele olhou para Hermione com a esperança de que ela fizesse algum sinal de rejeição ao pedido do cantor, mas ao invés disso, encontrou um olhar ansioso e feliz.
“Não, de maneira alguma! Contanto que você a traga inteira.” – Harry forjou um sorriso.
“Não se preocupe, nós só vamos comer alguma coisa e eu já a trago são e salva.”
“Harry, você vai ficar bem?” – ela disse, aproximando-se mais de Harry.
“Sim, eu vou. Vá se divertir, eu vou dar uma volta com a Seely e com o Leverett... só tenha cuidado, e não demore.” – e sua mão, involuntariamente, segurou firme a mão de Hermione.
Hermione concordou em silêncio e sorriu para ele. Depois, caminhou até Braxton e os dois sumiram em meio à multidão. Harry apenas respirou fundo e virou-se para ir ao encontro de Seely e Leverett que estavam um pouco mais atrás conversando. Decidiu que não ia se deixar levar pelo ciúme, afinal, quem era ele para estar sentindo ciúmes dela? Isso é ridículo. Ele pensou. E naquele ponto, sua esperança de aplicar o conselho de Sirius já estava se esvaindo.
Harry passou o resto da manhã na companhia de Seely e Leverett, indo de um aglomerado para o outro, conversando com algumas pessoas que o parava no meio do caminho. Preferiu não almoçar, assim pode cumprir a promessa embutida no discurso e visitou todas as barracas, mas apenas deu uma beliscada em cada comida, podendo, portanto, provar de tudo um pouco. Ao se deparar com várias acidinhas em uma das barracas, lembrou-se que Hermione havia prometido levar para Sirius, ele comprou algumas e guardou o pequeno pacote no bolso de trás da calça, iria entregar para Hermione assim que a encontrasse. Harry olhou para os lados rapidamente, na esperança de encontrá-la no meio da multidão, já fazia horas desde que ele a vira pela última vez perto do palco e até agora nenhum sinal dela ou de Braxton, ficou preocupado e perguntou para Seely sobre o paradeiro deles, a bruxa imediatamente o acalmou, dizendo que não havia motivo para preocupação, visto que Braxton era um ótimo rapaz, apesar da sua aparência, e que logo mais ele iria se apresentar, então não poderia estar muito longe dali. Ele sabia que Hermione poderia se defender, caso alguma coisa acontecesse, mas o que o incomodava mais, era saber que ela estava por aí, fazendo sabe lá o que na companhia do cantor.
O dia continuou bastante movimentado e agora era hora de Harry conversar com as crianças que o rodeavam, algumas puxavam a barra da sua camisa na intenção de conseguir alguma atenção, as mais astutas queriam detalhes de como foi derrotar Voldemort. Harry se abaixou para tirar algumas fotos com elas e uma das crianças chamou a sua atenção, Era uma garotinha, seus cabelos eram ondulados e ruivos, os olhos verdes saltados em admiração ao ver Harry, ela mostrou para ele, bastante orgulhosa, a pequena cicatriz em seu queixo, mas que diferente de Harry (e por alívio dele), não era nada ligada a forças das trevas, mas sim, apenas uma conseqüência por querer voar na vassoura do irmão sem permissão. Briggs e Pearce chegaram afobados e foram logo tratando de despacharem todas as crianças, que agora estavam penduradas em Harry.
“Perdão Ministro, as crianças de hoje em dia, você sabe...” – Briggs disse, tirando um lencinho do bolso e limpando o suor na testa.
“Tá tudo bem, eu adoro crianças, planejo um dia ter vários monstrinhos iguais a estes.” – Harry gargalhou, enquanto arrumava sua roupa toda amarrotada.
“Como foi a visita pelas barracas? Uma pena não termos ido com você.” – disse Pearce.
“Foi ótima! Eu acabei comprovando aquele ditado ‘de grão em grão a galinha enche o papo’.” – Harry repousou a mão sobre a barriga cheia.
“Eu tenho certeza que ainda cabe muito mais, ainda temos o jantar...” – Seely provocou.
Todos caíram na risada enquanto Harry fazia uma careta ao ouvir o comentário.
“Ora, ora, ora. Eu ouvi a sua voz de longe e vim correndo, Ministro!”
Um arrepio percorreu sua espinha. Harry reconheceria aquela voz mesmo se estivesse parcialmente surdo, ele virou-se para encará-la, as mesmas unhas vermelhas, as mesmas roupas extravagantes, o mesmo cabelo cacheado e é claro, os óculos.
“Boa tarde pra você também, Skeeter!” - disse Harry num tom cínico, “É um prazer enorme encontrar você aqui.”
“É um prazer me encontrar em qualquer lugar, de fato.” – o pequeno caderno se abriu no ar e a pena de repetição rápida pôs-se a escrever incessantemente. “Mas deixemos as formalidades de lado, Ministro! Me diga... a festa desta, digamos, interessante cidade, está na altura do grande e incomparável Ministro? Ou...”
“Skeeter, é melhor você parar com isso.” – Harry disse, apontando para a pena de repetição rápida.
“... você se arrepende de ter vindo parar nesse bur..”
“Pare agora!” – ele disse entre os dentes, dando um tapa na pena, “Você não é bem vinda aqui. Você deveria ser grata por eu ter te deixado no Profeta, mesmo depois de tudo que você escreveu...
“Mas eu não tenho mais as manchetes!” ela o interrompeu, rispidamente.
“MAS VOCÊ TEM UM TRABALHO!” – Harry respirou fundo, tentando encontrar algum resto de paciência, “Olha, o único motivo pelo qual você ainda tem esse trabalho, é porque agora você tem uma família... e eu ainda estou tentando descobrir qual feitiço você usou naquele homem, que parece ser um bom homem, pra ter se casado com, com...isso!” – ele apontou indignado para ela, “Você tem uma filha, que eu espero que não fique igual à mãe, tenha algum respeito por ela, por todos, por você mesma!”
“Harry!” – ele sentiu uma mão apertar seu braço e ao se virar, deparou-se com Hermione.
“Hey, eu estava preocupado... onde você estava?”
Skeeter soltou uma risada e os dois a encararam na mesma hora.
“Porque será que sempre que te encontro, você está acompanhado pela flor de Hogwarts?” – a repórter se aproximou de Harry, colocando a mão na boca e cochichou, “Sua mulher aceita saber que nunca será a sua preferida?”
“Oh meu Deus, você me dá nojo, Skeeter! Como uma mulher pode ser tão baixa como você?” – Hermione bufou.
“A verdade é uma coisa engraçada, não? Sempre causa conflito e deixam as pessoas... nervosas, não sei por quê...” Ela continuava com um sorriso prazeroso nos lábios. “Mas já que você apareceu, querida, me responda uma coisa: quando você finalmente irá aceitar o pedido de lecionar em Hogwarts, hã? Acho que não seria um problema passar alguns meses fora, visto que seu marido faz o mesmo com você, não concorda Harry?”
“Agora já chega, Skeeter!” – Harry encarou a repórter de perto, com fúria em seus olhos, fazendo Hermione saltar depressa, agarrando seus braços e o puxar para trás.
“Vai embora!” – esbravejou Hermione.
Rita deu as costas e foi embora, mas eles ainda podiam ouvir a sua risada na medida em que ela se afastava deles.
“Por Deus! Ela é como um dementador!” – Harry disse, e logo percebeu o olhar de tristeza em Hermione, “Não fique assim, você sabe como ela é...”
“Eu sei... eu estou bem, juro! E você? Sobreviveu sem mim?”
“Pela primeira vez, sim. Onde você estava? Eu achei que você nunca mais ia voltar.” – Harry tentou manter a casualidade em sua voz do jeito mais convincente que pôde.
“Oh Harry, foi tão agradável! Ele é uma pessoa totalmente diferente do que aparenta ser, me apresentou a família dele... eu não sabia que ele tinha uma irmãzinha, muito adorável, queria que você tivesse a conhecido, depois nós almoçamos e ele me contou sobre suas inspirações e músicas e ...”
“Ok, ok. Acho que já entendi. Quanto à irmãzinha, acho que eu já atingi a minha cota de crianças por hoje.” – ele riu, apontando para um arranhão no pescoço que ganhou de uma das crianças, enquanto elas tentavam subir em seu colo.
“Que animais!” – ela brincou, aproximando-se para ver melhor o arranhão, “Oh, e eu também posso ver que eles fizeram um pequeno estrago no seu óculos, hã?” – ela apontou para a pequena trinca no canto da lente de Harry.
Ele ficou vesgo, tentando enxergar o estrago. “Ah isso, eu nem tinha reparado!”
“Eu acho que sei como consertar isso...” – ela sacou a varinha e apontou para o óculos, “Oculus Reparo”. E num instante o óculos de Harry voltou ao normal, mas ele sentiu naquele momento, que uma trinca cortara seu coração. Já se faziam tantos anos desde que Hermione dissera esse mesmo feitiço no expresso de Hogwarts, ele olhou para ela e conseguiu enxergar aquela mesma garota que entrou em sua cabine, cheia de atitude e com um olhar esnobe, quem diria, que ela se tornaria a sua melhor amiga, a melhor pessoa que ele conhecera, a mulher com o coração de ouro... o amor da sua vida.
“Harry!” – Hermione estalou os dedos na frente do rosto de Harry, fazendo-o despertar de seu breve devaneio. “Acorde!”
“Ahn? Ah... sim, desculpe, eu só... você sabe, lembranças...” – ele disse, atrapalhado.
“Eu sei do que você está falando, eu também me lembrei!” – ela sorriu carinhosamente pra ele.
“Hermione... se você não se importar, eu vou voltar para o Hotel, você pode ficar aqui se quiser, o show vai começar daqui a pouco... eu vou descansar...”
“Então eu acho que terei que voltar junto com você, certo? Afinal, você realmente pensa que vai dormir na cama?”
Harry soltou uma gargalhada.
“Eu tinha me esquecido desse pequeno grande detalhe. Mas sério, você não precisa ir.”
“Eu quero ir. Já passei o dia inteiro com meu ídolo, agora quero passar o resto da noite com o meu herói e melhor amigo.” – ela passou o braço pelo braço de Harry e juntos começaram a andar a caminho do Hotel.
“Seu herói, hã?” – Harry levantou uma sobrancelha.
“É claro que você é, você é o herói de todos.”
“Então eu acho que você é a heroína nessa história, porque vamos ser sinceros, o quão longe eu teria ido sem a sua ajuda?”
“Não muito longe...” – ela disse, fazendo pose.
“Convencida!”
“Você disse primeiro.”
“Você ganhou. Sabe... eu estava pensando... nós não tivemos uma adolescência apropriada, concorda?”
“Se apropriada significar normal, eu concordo! Todos os jovens preocupados com as notas, preocupados em achar alguém para ir ao baile, festas, e nós...”
“Tentando achar uma maneira de derrotar Voldemort! Você se arrepende, Hermione? Porque sabe, às vezes eu sinto que tirei a juventude de você e do Ron.”
“Eu nunca vou me arrepender, Harry! Foi difícil, nós perdemos muitas pessoas queridas, mas nós tivemos uma aventura, eu conheci você... e Ron, e você sabe muito bem que eu não era do tipo popular, nós nunca fomos, eu acho...” – Harry lançou um olhar desacreditado, fazendo Hermione soltar uma risada, “Ok ok. Nós éramos um pouquinho famosos, mas eu e o Ron pegamos a barca, você era o famoso da história. Mas o que eu quero dizer é... que eu sinto que fiz parte de alguma coisa, uma coisa importante e valeu tudo a pena.”
“Você fez sim, e se não fosse por você, eu acho que não teria sido capaz de derrotar Voldemort. É sério!” – ele exclamou, já premeditando o olhar de reprovação de Hermione. “Mas quem disse que nós não somos mais jovens?”
“ÉÉ, quem disse? Nós estamos inteiros.”
“Espere,” – ele parou no meio da rua, a mesma pela qual eles haviam pegado para irem à praça. “Vamos fazer isso...”
“Fazer o isso o que?” – Hermione perguntou atordoada.
“Sermos jovens, pelo menos uma vez na vida, não sei... fazer uma loucura.” – ele estava totalmente empolgado.
“AGORA?” – ela começou a rir quando percebeu que Harry falava sério.
“É, agora! Espere...” – Harry a fitou, “Você está com medo, Hermione Granger? Você é tão menininha.” – ele disse, provocando-a.
“Eu? Eu nunca tenho medo e se prepare, porque hoje nós vamos saber quanto hidromel você agüenta, isso se você não passar mal no primeiro copo.”
“O quê? Eu NUNCA passei mal bebendo hidromel, Hermione. Teve aquela vez na casa do Neville, mas ah...Vamos logo.”
Ele agarrou a mão de Hermione e saíram em disparada pela rua. Destino? O primeiro pub que encontrassem aberto.
Comentários (1)
Adorei o capitulo, muito legal. Quando voce vai postar o próximo?
2011-05-01