Pomo, Bebedeira e Berros
The Marauder's Diary
Capitulo Dois:
Pomo, bebedeira e berros
Oh! Graças a Merlin hoje tem quadribol. Um clássico jogo contra a Sonserina da qual eu faço questão de ganhar. Aquele pomo estará em minhas mãos antes que eu posso mandar um beijo para a Lily. Aquela ruiva anda me deixando louco ultimamente, porque só tenho pensado nela, na felicidade dela, coisas boas para ela, algo que não desagrade ela e tudo tem a ver com ela. Minha Deusa. Meu lírio mais lindo do meu jardim. Minha principesca. Meu delírio, minha fonte inesgotável de amor. Meu anjo ruivo. Minha pimentinha. Minha futura namorada. Futura esposa e mãe dos meus filhos. Lily Evans (Potter).
Aquela que carregará em seu ventre um pedaço de mim. Que me dará seu corpo, sua alma, seu amor. A única no mundo da qual eu quero em minha vida. Que possui os olhos mais lindos, o sorriso mais deslumbrante, o amor que eu sempre quis. Eu, euzinho e somente eu receberei tudo isso em minha vida, porque eu a mereço por completo. Eu, James Potter, o cara mais sortudo do mundo.
Ok, James, pode acordar agora.
Sim, ela é tudo isso se voce está se perguntado. E claro, muito mais, mas se eu ficar descrevendo aqui, vai todas as paginas deste mísero livrinho e ela nunca será descrita por completo. Sim, eu sou um idiota apaixonado. Pelo menos tenho sentimentos, ok? Eu sinto algo, tenho alma, coração.
O problema é se os caras chegarem a pegar neste livro – eu prefiro denominá-lo de "livro" do que Diário, que por sinal soa muito gay – eles vão me infernizar até a morte. O legal é que posso dizer sobre Lily Evans aqui o tempo todo, "desabafar" é como chamam, não é? Então, posso desabafar e ninguém vai se cansar de ler, escrever, ouvir. Porque ninguém vai ler esta parte se eu não autorizar. Por falar nisso, estou morrendo de curiosidade sobre o que o Sirius escreveu nesta pagina em branco onde apenas posso ler Sirius Black no inicio da mesma. Tentei escrever em cima do que ele escreveu, só pra contrariá-lo, mas o que eu escrevo se borra e apaga sozinho. Coisa esquisita.
Também tentei adivinhar a senha, mas nenhuma, pelo jeito, tem a ver com "cão" porque, pode acreditar, já tentei de todas as formas, até de trás pra frente, e nenhuma senha dá certo. Com certeza é algo bem "Sirius", ou como Remus diz, egocêntrico.
Às vezes eu sei que sou arrogante, mas é algo inevitável, veja bem, eu cresci sendo mimado e acreditando em mim e no meu potencial. Mas a Lily insiste que eu preciso de aulas de humildade. Acredite, estou tentando mudar um pouco essa essência minha, e não está sendo fácil, se quer saber.
Contudo – essa é uma das palavras que o Seboso mais fala, e eu acho ela bem intelectual (não que combine com aquele asqueroso) – eu estou aqui muito mais para falar de mim do que da Lily, entretanto vai sair muito o nome dela, porque o que eu sou também é ela, ou dela.
Enfim, comecei agradecendo a Merlin pelo quadribol. Eu amo muito o que faço, sou apanhador e é como se eu fosse muito mais importante que os outros jogadores, porque de que adiantaria eles jogarem se eu não apanhasse o pomo da vitoria? Eu sou demais, sou fera, e ainda por cima, apanhador. Existe no mundo alguém melhor que James Potter?
Creio que não.
Mas quadribol seria muito melhor se o Ranhoso jogasse. Pense comigo: no jogo eu poderia machucá-lo sem que a Lily ficasse contra mim, eu poderia arrebentá-lo – ou mandar Pads arrebentar com o balaço pra cima dele – e não perderia pontos para a Grifinória. Pelo contrário, se eu apanhasse o pomo, eu GANHARIA pontos por acabar com a raça daquele otário. Mas nem tudo é tão perfeito, e ele não participa do time da casa dele. Mas só de ganhar e ver a face da derrota estampada naquele nariz ensebado e curvilíneo – muito sexy – já faz com que eu tenha vontade de dar piruetas no ar e roubar um beijo da Evans.
Não que eu tenha tanta coragem. Sou grifinório, mas não quero morrer jovem, se é que me entende.
Naturalmente, sou o capitão. Quando me nomearam, eu quase chorei de emoção e disse as palavras que qualquer um diria para McGonagall se eu e ela não estivéssemos à sós quando ela me deu tal noticia maravilhosa.
"Já não era sem tempo, hein, Minnie"
É claro que eu disse isso! Puxa vida, sou apanhador desde o segundo ano, e desde que faço parte do time, nunca perdemos, e ainda não tinham me colocado como capitão até o 5º ano. Leu bem? Eu estava esperando esse cargo DESDE O TERCEIRO ANO, e só foram me dar no QUINTO ano! Como a vida é cruel, como ELES são cruéis! Quase destruíram com o sonho de uma criança. Ainda bem que eu ainda era bem imaturo no quinto ano, então meu sonho infantil ainda estava em tempo de ser concretizado.
E desde então, eu tenho a melhor visibilidade de Lily Evans possível.
Acompanhe minha linha de raciocínio SE puder:
Quando ela senta embaixo, posso ver seu decote. GENEROSO conforme a estação.
Quando ela senta em cima nas arquibancadas, posso voar rápido, fazendo sua saia levantar, tendo visão privilegiada de algo que logo tomarei posse. HEHEHE.
Consegue ver como me saí bem como parte do time?
Pois é. Isso quando ela não vai nos treinos.
Ahhhhh, os treinos. As coisas mais divinas. Não tem muita gente, posso voar por debaixo das arquibancadas, ver a saia de Lily – se é que voce está me entendendo – e pouco ouço ela gritar, porque quando ela abre a boca, toco minha vassoura pra muito longe dela. Quando vejo que ela não está reparando em mim, faço uma finta bem bacana e logo seus olhos verdes estão novamente me acompanhando.
Não é uma beleza?
Não. Ainda.
Porque o melhor dia da minha vida, foi quando ela me beijou.
Er, EU beijei ela. Ok, eu roubei um beijo dela.
Foi o melhor beijo que eu já provei na minha vida.
Não vamos citar o tapa depois, porque este não conta. Se ela me estapeou depois de um beijo, significa que ela gostou mas não queria admitir, então me bateu por fazer algo que ela supostamente não queria.
Mas eu conheço muito bem aquela ruiva fogosa e sei que ela me quer tanto quanto eu a quero.
Ah, bendito dia que não chega logo!
Que dia? Voce ainda se pergunta? O dia da consumação do meu casamento com Lily Evans.
Se bem que não ligo se for antes ou depois do casamento, acho que esse não é o ponto mais importante, é?
É claro que voce pode concordar ou discordar comigo, mas não quero saber. O que penso é o que vale. Para mim e para todos, não queira discutir.
Neste momento, vejo Remus anotando as palavras de Flitwich, seus olhos vagam rapidamente para Emme às vezes. Não importa quantas vezes diremos para ele tentar algo. Se um boi é pior que um lobo, pode ter certeza que Remus devia se transformar em algo teimoso igual.
Já Pads, bom... Pads está em seu estado de espírito normal: o relaxado. Poucas vezes olha para Lene, e das poucas, ele franze o cenho, como se não concordasse consigo mesmo, que eu acho que deve ser o caso.
Peter ronca. Sim, neste exato momento. Pouco se lixando com a matéria. Só comer e dormir, pra ele, já está bom. É incrível né? Ele come e dorme, e é tudo o que faz.
Já eu, bem. Eu estou escrevendo, ocasionalmente olhando para Lily. Às vezes eu vejo ela dirigindo um olhar para mim, mas não dá pra decifrá-la. Com certeza ela acha que estou copiando a matéria. Na verdade, não estou, mas é muito bom para mim ela achar que eu mudei alguma coisa.
Como Pads sempre diz: ninguém precisa saber.
Traduzindo: ela não precisa saber que não estou anotando, que não parei de azarar o Ranhoso, que não parei de ficar com as outras...
Não que eu fique com muitas. Longe disso. Mas só algumas pra não perder o costume. Ela não me quer, então tenho que esvaziar meus hormônios de algum jeito.
Mas quando ela me quiser, eu serei somente dela.
Porque eu quero que ela seja somente minha.
Tá entendendo quando eu disse que muita coisa que eu diria sobre mim, haveria Lily Evans no meio?
Ela me mudou muito. Mas nem tanto. Em casa eu continuo quase o mesmo, nenhuma mudança é notável. Acho que as meninas estão começando a brigar com Lily por minha causa porque estão notando a diferença do James ontem e o James hoje. Isso é bom, em partes, porque significa que pelo menos aqui estou amadurecendo e que uma hora ou outra a Lily vai me ver com bons olhos e vai me dar uma chance.
Devo dizer que escrevi muito sobre mim. Mas creio que é porque falo de duas pessoas, e não só sobre eu. Acho que vou parar de escrever e pensar numa senha bem criativa para nem o Pads, nem os outros decifrarem...
Cervo seria fácil. Lily seria óbvio. Mas não consigo pensar em algo melhor. Não melhor que Lily, não é mesmo?
Fico imaginando se ela pegasse este livrinho e lesse pelo menos minha parte. Ela me acharia um pervertido louco compulsivo e nunca mais olharia na minha cara novamente. E isso seria algo não-legal, porque eu ficaria triste. E isso também é não-legal porque se James Potter está triste, todos também estão. Eu sou a alma dessa escola!
Ok, já estou soando incoerente.
Vamos parar por aqui, e minha senha será o nome que darei ao meu filho com Lily, que terá seus olhos magnificamente verdes e minha beleza natural.
Harry James Potter
-x-x-x-
O Salão Comunal estava em total polvorosa. Eram apitos, gritos, cânticos, assobios, e por onde olhasse, encontraria chapéus e coisas vermelho e dourado. Ao descerem as escadas, as meninas suspiraram, já imaginando que toda a algazarra iria duplicar assim que um grupo de desordeiros apontassem no topo da escada, e este pensamento não durou nem dez segundos a mais para se tornar realidade. O primeiro a descer correndo as escadas foi Sirius, exibicionista de sempre, gritando e "rebatendo" um balaço imaginário, fazendo o povo soltar muitos vivas estridentes, e o admirado, um sorriso cheio de dentes e orgulho.
Não seria novidade falar que James Potter desceu logo atrás, numa elegância (e arrogância) sorrindo e cumprimentando todos – não exageradamente quanto Sirius – e bagunçando os cabelos já desarrumados. Se reparassem na platéia, veriam uma pequena ruiva revirar os olhos magnificamente verdes e dar as costas a tal visão desagradável.
- Eles não mudam nunca? – perguntou aborrecida para Marlene.
- Pelo menos ele não exagera como o Black idiota. – resmungou de volta Marlene, que agora acenava para Remus, que descia timidamente a escada, procurando não olhar para a multidão, que já não dava tanta atenção assim à escadaria. Logo atrás desceu Peter, jocosamente, sorrindo e pulando, agitando mais uma vez a platéia. Remus juntou-se rapidamente às meninas, evitando qualquer chamado ou olhar pelo caminho.
- Meu Deus Lily, se existe alguém que detesta dia de quadribol mais do que eu, é voce, Lily. – reclamou Remus. A garota apenas sorriu e chamou-os para seguir para o Salão Principal. Para a infelicidade dela e de Remus, Sirius e James vieram atrás, fazendo com que a multidão de fãs fanáticos seguissem atrás, com toda a algazarra. Lily revirou os olhos, emburrada. James resolveu não deixar esta passar.
- Por que está irritada, Lils? – ele perguntou, sorrindo, falsamente preocupado. – Achei que estaria empolgada para ver o seu apanhador pegar o pomo logo e dedicá-lo a voce!
Lily sorriu falsamente para ele, e continuou a andar pelo corredor, decidida a não falar com ele. Com o gesto indiferente dela, James deu de ombros e continuou fazendo o trajeto conversando com os outros marotos e as meninas, decidindo deixar Lily em paz por alguns minutos.
Ao chegar no salão principal, foram recebidos com vaias e palmas, fazendo os dois marotos jogadores de quadribol incharem ainda mais de orgulho. Muitas garotas vindo dar beijinhos e encorajamentos, outras apenas com risinhos, fazendo todas as meninas que estavam com os marotos – contra a vontade delas – revirarem os olhos, e assim fazendo Remus soltar risadinhas, e parar imediatamente ao receber também um cumprimento de uma loira extravagante da Corvinal, deixando Emmeline muito perturbada. O café passou desta maneira e mais uma vez as garotas tiveram a companhia dos marotos ao se direcionarem para o campo.
Ao chegarem na beira do campo, os dois marotos jogadores rumaram para o vestiário, não antes de James dar um beijo estalado e muito rápido no rosto de Lily e sair correndo com Sirius rindo atrás.
- Há coisas que James Potter arrisca a fazer que jamais entenderei. – ponderou Emme, olhando pensativa para Lily, que bufava de indignação.
Remus apenas sorriu. Marlene já estava nas arquibancadas, guardando lugar para eles. Marlene era do tipo, fanática por quadribol, e fazia com que todos os amigos fossem assistir aos jogos, inclusive Lily, que não gostava nenhum pouco de ver o Potter se exibindo na frente da escola inteira.
- Hey Potter! – chamou um dos jogadores. James era o capitão, e já estava com a insígnia grudada no uniforme dele. – Vai pegar o pomo em quanto tempo hoje?
- Presumo que em menos de quinze minutos – respondeu James, estufando o peito orgulhosamente. – O apanhador da Sonserina é Regulus Black, irmão do Pads aqui, e qualquer coisa que eu fizer, desde xingar a mamãezinha querida dele à mostrar o dedo do meio, o garotão vai chorar.
Os outros jogadores riram escandalosamente. Até mesmo Sirius riu, mesmo que por dentro não gostasse muito de ter um irmão que virasse chacota.
- Vai dedicar o pomo? – perguntou Mary Odsen, que era uma das artilheiras.
- Sim, e dessa vez não é a ninguém do time ou professor. – respondeu James. – Hoje vai ser à Lily Evans.
Os jogadores se entreolharam com um sorrisinho. Sabiam que nisso ia ter uma briga longe e muito, muito escandalosa.
- E o time da Grifinória entra em campo, com Potter na liderança, Black e Trepp com os bastões, Odsen, Cooper e Silver logo atrás e por ultimo e não menos importante, Houds com suas luvas já prontas. Os capitães apertam as mãos, e o pomo junto com os balaços são lançados. Os jogadores montam em suas vassouras e esperam o lançamento da Goles. E começa o jogo!
E assim o jogo se inicia, logo com pontos para os dois lados. Grifinória estava um pouco a frente, e James resolveu parar de prestar atenção nos companheiros para procurar a bolinha de sua vitória. Regulus tinha os olhos passeando ferozmente pelos ares, e rapidamente por James, que estava tranqüilo em sua vassoura. Permaneceu assim por um longo tempo, até que viu algo brilhando na arquibancada dos professores. Se preparou para voar até lá, quando percebeu que era apenas o relógio de bolso de Slughorn. Frustrado, tornou a relaxar na vassoura. Seus olhos vagou até uma ruivinha, que sentiu estar sendo observada e retornou o olhar. Fixou-se nele, o que o fez sentir-se muito importante. Logo ela começou a arregalar os olhos, e fazer movimentos com as mãos, mas ele não entendeu.
- O que essa ruiva quer dizer desta vez? – resmungou ele, se remexendo inquieto na vassoura e olhando insistente para ela, que ainda fazia gestos estranhos para ele.
Desistindo de avisar James, ela começa a chamar ele. Desta vez, ele percebeu que não era apenas ela que estava fixando o olhar nele, e sim a maioria da torcida. Quando ela chamou-o, ele voou rápido para ela, sentindo que o vento se deslocando atrás dele muito forte.
- O que foi, Lils, amor? Está querendo me dar um beijo de boa sorte, ou algo assim? – ele disse, num sorriso presunçoso, enquanto a torcida exclamava um "oohh" atrás dele.
- É claro que não, idiota! – ela gritou, afobada. – Eu estava tentando fazê-lo sair dali, um balaço travessou o campo atrás de voce, desde a ponta do outro gol, e voce olhando tudo e todos relaxado! Tive que chamá-lo para que não levasse um balaço bem nessa cabeça oca! – ela resmungou, resignada.
- Oh, - ele resmungou, chocado. – Er, obrigado, Lily.
Lily fitou ele demoradamente. Havia escutado errado, ou era aquilo mesmo? James Potter agradecendo?
- Não há de quê, Potter. – ela respondeu, ainda desconfiada.
- Bom, eu acho que vou voltar ao jogo... – ele disse, passando a mão nos cabelos, embaraçado.
- Parece que Potter e Evans estão tendo uma conversa civilizada, ou já estou ficando cego? – brincou o narrador, fazendo que com os dois acordassem, e toda a torcida rir. – Oh, acho que vou morrer contando essa historia para os meus filhos, dá para ver o rubor de James Potter de onde estou!
Novamente, a torcida riu. Não demorou nem dez segundos de jogo, e James avistara o pomo.
"É a minha hora" pensou James "Olá, pomozinho!" disse ele, se desligando de tudo e apenas ouvindo o zumbido do vendo em sua orelha, enquanto ia direto no pomo.
Em menos de um segundo, James se erguia da vassoura, exibindo uma bolinha brilhante em suas mãos, sorrindo largamente. Enfim, o jogo acabara.
- James Potter apanha o pomo, 150 pontos para a Grifinória!
Então houve um estampido, e no céu apareceu o nome Lily Evans, sendo a letra "a" de Evans um pomo. James voou até a ruiva e estendeu o pomo para ela.
- O que voce acha que está fazendo, Potter? – ela disparou, entredentes.
- Algo que fiz para as pessoas que eu julgo mais importante, e agora é a sua vez. Meu pomo capturado, meu presente, meu coração. – ele sorriu singelo, e ela não soube fazer outra coisa a não ser receber o pomo, e não conter um abraço.
Para James, aquilo valia muito mais que mil palavras. Porém, seu momento foi cortado por Sirius, inconveniente. "Como sempre" pensou James, com um sorriso.
- ... – veio ele, sorrindo com um ar muito maroto. – Tá na hora de buscar os petiscos da nossa festa, cara. Vamos!
James olhou mais uma vez para Lily, que olhava embasbacada para o pomo. Nunca tinha visto um tão de perto, quando mais na sua mão. James beijou a testa dela, e saiu rapidamente atrás de Sirius, que já estava há uma longa distancia.
A prometida festa que teria se ganhassem o jogo.
-x-x-x-
- Lily Evans, huh? – perguntou um rapaz alto, que ela não conhecia. Apenas confirmou seu nome, continuou a beber cerveja amanteigada, olhando James e Sirius repetirem os movimentos do jogo, fazendo seus fãs ao redor rirem e parabenizarem. – Sou Thomas Hunt, sexto ano, Grifinória também.
- Oi – respondeu Lily, quietamente. Não estava com a mínima vontade de conversar com alguém que não fosse James. O pequeno pomo ainda se debatia em suas vestes. Mas não podia negar que esse tal Thomas fosse muito bonito.
- Então, Lily, se é que posso te chamar assim? – ele tentava ser legal, Lily tinha que admitir, mas ela não estava facilitando muito.
- Como quiser.
- Então Lily, às vezes eu a observo de longe, enquanto estou fazendo meus deveres. – ele disse, parecendo meio constrangido. Isso chamou a atenção dela. – Vejo que você adora andar com os marotos, mas tem um que é intrigante, em particular pra voce.
- Ah sim. – ela respondeu, seus olhos voaram rapidamente para James, que exibia um sorriso enorme ao detalhar como Lily o salvara de um balaço terrível na cabeça. Ela desviou o olhar. – O Potter consegue ser bem irritante quando quer.
- Potter? Digo, vocês não tem nada um com o outro? – perguntou ele, com um interesse diferente na voz.
- Nada não seria o termo correto. Acho que temos sim. – respondeu Lily, observando atentamente o novo colega. Sua expressão era curiosa e impassível ao mesmo tempo. – Talvez a implicância seja mutua. É o que temos em comum.
- Ah sim, - aliviado, o garoto sorri um pouco. – Já ouvi muito sobre vocês dois. Potter é apaixonado por você, não é?
- Eu não diria apaixonado, se fosse voce. – respondeu Lily amargamente. – Entenda, ele tem sua mania de conseguir tudo o que quer, inclusive garotas. Ele sai com todas que ele resolver, e eu não pude deixar de ser a diferente. Quando ele me chamou pela primeira vez, eu recusei. Só não contava com ele me perseguindo desde o quinto ano, até os dias presentes. Chega a ser um paparazzi irritante.
- O que é Paparazzi? – perguntou Thomas, totalmente confuso, mas não deixando de anotar mentalmente que Lily não gostava de toda a atenção que recebia do maroto.
- Deixa pra lá. – ela tornou a respondeu curtamente, e bebericar sua cerveja. Depois de um silencio estranho, o novo amigo tornou a falar.
- Sabe, eu entendo porque o Potter persegue tanto voce. – ele ponderou, fazendo Lily voltar a olhá-lo.
- Eu gostaria de entender também. – ela franziu as sobrancelhas.
- Você é inteligente, bonita, sincera e simpática. Ele tem todo o direito de gostar de voce. – ele respondeu, aproximando mais um pouco de Lily, deixando-a desconfortável.
E desconfiada.
- Isso pode ser o que voce acha, mas ele eu duvido muito. Ele é narcisista, e gosta de mostrar pra todo mundo quem e o que ele é. E eu detesto exibicionismo. É o meu ponto. – ela respondeu, secamente. Quando tornou a olhar para o pessoal, notou que James já não estava na rodinha, quando virou-se para Thomas, este se encontrava próximo demais.
- Eu o admiro por não ter chegado a loucura por voce. Voce é tão linda, tão difícil controlar-se para não lhe beijar... – o rapaz foi fechando os olhos e chegando mais perto. Lily tinha uma expressão de assombro no rosto e nojo também. Foi quando o novo colega foi tirado de perto e arrastado bons metros longe dela.
- Ei, se não quiser ter a cabeça arrancada, é melhor ficar em uma distância que eu considere desejável, colega. – disse James, numa voz grossa, contendo a raiva com o pulso fechado.
- Como se eu fosse fazer algo que requer o seu desejo, Potter. – respondeu o rapaz, andando em direção a Lily e James, que estava parado ao seu lado.
- Ele te machucou, Lils? – perguntou James, baixinho. Tendo uma negação da garota, voltou para o rapaz. – Não ouse chegar muito perto dela, está avisado.
- Potter, voce não manda assim em todo mundo! – indignou-se Lily. Tudo bem que ela não gostara nenhum pouco de Thomas, mas James não tinha TODO esse direito.
- Mas Lily, esse cara ia te beijar sem voce querer! E se voce gostasse? O que seria de mim? Nenhum outro pode ser o pai do Harry a não ser eu! Ele não iria gostar dele feioso, e ia se parecer com ele, e teria raiva de voce pelo resto da vida por voce não ter tido ele comigo, para ser lindo como eu! – resmungou James, incrédulo, fazendo metade do salão comunal rir e a outra metade observar curiosa.
- Harry? – perguntou Lily. – Como voce sabe que é o nome que eu quero? – perguntou ela novamente, baixinho.
- Er... Eu não sabia! Pelo menos tenho algo em comum com voce. – ele respondeu, sorrindo amarelo. Com o sorrisinho, Lily pareceu acordar de um devaneio.
- Oh, eu ainda não sei por que perco tempo com voce! – e saiu de perto, indo sentar-se ao lado de Remus. James olhou para Thomas e fez uma carranca.
- Eu sei, eu sei. Já entendi Potter. – respondeu, saindo de perto.
- Babaca. – resmungou James, indo novamente em direção ao Sirius, que pareceu mil vezes mais bêbado do que já estava. Suspirou, e voltou a falar com os colegas ali. – Então, como eu estava dizendo, naquela vez da bomba de bosta na sala da McGonagall...
-x-
- Liiiiiiily, queriida!
- Oh não! Hoje é meu dia! – resmungou Lily, viando-se na poltrona. – O que voce quer, Sirius?
- Apenas conversar, minha Lily, conversar... – ele respondeu, com um riso curto no final.
- Cadê seu amigo idiota? – perguntou Lily, curiosa, fazia alguns minutos que James tinha desaparecido.
- Oh, quem liga para o Prongsie quando pode se ter a mim? – Sirius respondeu com um gesto de descaso com a mão. Lily bufou, mas soltou um riso. – Você têm estado tão elegante, Lily...
Lily revirou os olhos. Só Sirius estando bêbado mesmo pra lhe falar algo assim. Olhou de relance para Remus, e este parecia segurar o riso.
- Oh, voce têm estado muito elegante também, Sirius... – respondeu ela, risonha. – Como um cão...
Sirius gargalhou uma risada bêbada, fraquejada.
- Ora Lily, não tente me enganar com elogios. Eu sei que voce gosta do nosso caro Prongs, só que não admite... Talvez, - ele fez uma cara pensativa, tentando focalizar Lily com os olhos cinzas turvos de tanto álcool. – talvez voce queira experimentar o meu beijo antes de cair nos braços de tal viadinho... – e soltou mais uma gargalhada insana, desta vez acompanhado por Remus, que não agüentou segurar. Lily olhou admirada pela atitude de Remus, que estava vermelho.
- Deixa de ser idiota, Sirius. – resmungou Lily, rispidamente. – Como se eu quisesse experimentar um pior do que o que eu já venho renegado.
- Lilizinha, meu bem, não miiinta... – engrolava Sirius, com sua voz pastosa. – Voce quer a mim também... Eu entendo... todas querem Sirius Black, todas me desejam, até a sua amiga Marley, ela se faz de durona, mas eu sei, eu sei... no fundo... ela quer também... mas voce vai ter o que ela rejeita, Lils, você vai... porque você é melhor que ela... não me faz de escravo da paixão, e faz o Prongs, porque ele é idiota...
- Sirius, já chega. – suspirou Lily. – Voce tá bêbado, não tem consciência do que está falando e...
- Mas o JAMES , Lily, o James – interrompeu Sirius, olhando nos olhos dela. – ELE ama voce, mas voce só pisa nele, desfaz e não entende o que ele sente, e as vezes eu queria brigar com voce, mas ele não deixa, o James é bom... Ele é meu verdadeiro irmão...
- Oh... – Lily não sabia o que fazer, olhava em volta em busca de socorro, mas ninguém parecia estar observando as crises de Sirius Black bêbado, a não ser Remus, que ainda enxugava lagrimas de riso.
- Chega mais, Lily. – pediu Sirius, puxando ela, sem ter como ela não chegar mais perto dele.
- Sirius, essa não é uma boa idéia...
- Psiu... – ele resmungou, colocando o dedo mole na boca dela. – Deixa eu te contar uma coisa... nem James sabe disso...
- Conte, então. – suspirou Lily.
- Aquela sua amiga idiota... – exasperou-se Sirius.
- Ela não é idiota...
- PSIU Lily, oh Merlin, voce não entende o significado de PSIU? – ele brigou, e Lily teve de conter uma exclamação de ódio, revirando os olhos. – Essa Marley... Ela tá me deixando louco... – nessa hora ele ficou vesgo por se esforçar demais, e por mais que os olhos de Sirius Black fossem bonitos, Lily não pôde deixar de rir da cena tão ridícula.
- Sirius, foque. Voce está estrábico e isso é mais do que eu posso agüentar. – resmungou Lily, sorrindo, fazendo Remus ter outro ataque de riso descontrolado.
- Hã? – resmungou Sirius, voltando a olhar Lily. – Ora, tanto faz. Marlene, Lils. Eu a quero. Muito. Mas é segredo. Ando sonhando com ela enquanto durmo, é algo inevitável. E na festa, ela tava beijando um cara, e então eu não gostei de ver isso. E então, não me lembro de nada a não ser o Whisky que tava na minha mão. Uma garrafa medíocre que não me faz esquecer-se de nada. Lily eu to carente, preciso de alguém com sentimentos, Lily...
- Sirius, você está quase soando incoerente, está repetindo meu nome e sentenças demais. – resmungou Lily. – Eu imagino o quanto voce precisa de sentimentos, mas quando está sóbrio, voce não admite!
- Lily... – Sirius esfregou a mão no rosto, exasperado. – Eu não consigo ficar com uma só. Eu sou Sirius Black! – isso fez Lily revirar os olhos. – Eu só preciso de um beijo... Um beijo com sentimento, não com desejo de atração física que essas idiotas me dão sem apagar a Marley da minha cabeça...
E mais uma vez, Lily se deparou com a mesma cena de um garoto se aproximando demais quando ela não queria. Foi quando os risos de Remus cessaram e ela sentiu indo para trás com uma certa brutalidade, mas não a ponto de machucá-la. Já até sabia quem era.
Quando Sirius não recebeu o beijo, abriu os olhos. James estava fazendo uma careta para o bicão que Sirius tinha dirigido há poucos segundos para ele.
- Lily... – Sirius deu sua risada de bêbado. – Até bêbado minha consciência me acusa. Estou veno a cara feia do James no seu rostinho lindo, Lils.
Isso fez com que Remus soltasse a gargalhada de novo.
- Ora, eu não sei o que está acontecendo com voce hoje, Remus, mas voce deve procurar a Madame Pomfrey. – irritou-se Lily, e Remus parou de rir, respirando fundo.
- Me desculpe, Lily, mas Sirius bêbado não é o Sirius. – respondeu ele, se controlando melhor.
- E o que o Sirius disse...
- Não se preocupe. Não vou contar. – respondeu Remus rapidamente, voltando a ler o livro.
- Sirius... – suspirou James. – Nem preciso dizer que voce bebeu além da conta, não é?
- Sinto muito James. – respondeu Sirius, e por um momento ele não parecia bêbado. Mas seus olhos se turvaram novamente. – Mas voce deixa a Lily me experimentar uma vez? Só uma?
- Ah, cala a boca, cara! – resmungou James, levantando e arrastando Sirius pela escada. – Já volto, Lily! – gritou James para a ruiva que ainda olhava a cena com certo ar de espanto.
- Eu acho que nunca vou entender realmente o que se passou aqui. – resmungou Lily, ajeitando-se no sofá. – Nunca ia imaginar que Sirius bêbado é pior que Sirius sóbrio.
- É algo que eu aprendi com o passar dos anos... – respondeu Remus, agora concentrado em seu livro. Lily desviou seus olhos para as chamas, e os pensamentos para o pomo que ela tinha recebido naquele dia, e depois quando James brincou falando do nome "Harry". Era totalmente estranho, James parecia estar mudando. Subiu para cuidar do amigo, não brigou nem socou ninguém, muito menos azarou, como faria há alguns tempos atrás.
-x-
Enquanto isso, lá em cima estava sendo uma briga silenciosa. Sirius, apesar de bêbado, ainda era forte, e James estava sofrendo para colocá-lo debaixo da água fria. Porém, o bêbado estava relutando, porque mesmo bêbado, ele tinha consciência do quê era água gelada. Nada bom para James.
- Vamos lá, Sirius. Voce não está legal, está precisando de um banho e de um bom sono.
- Olha aqui, Potter. Voce já tirou a Lily de perto de mim, e está querendo me botar na água fria? – Sirius disse, irritado. Cambaleava até a porta, mas James o fazia retroceder.
- Não vai ser na água fria, idiota. – respondeu James, já se preparando pra jogá-lo debaixo do chuveiro de água fria mesmo.
Ao entrar no banheiro, Sirius coloca a mão na água e solta um berro.
- AH! ISSO É AGUA GELADA, POTTER! EU NÃO SOU IDIOTA!
- ENTRA LOGO NESSA MERDA, BLACK, OU EU APAGO VOCÊ! – grita James de volta. Sirius franziu o cenho, então James aproveitou para empurrar o amigo de roupa e tudo. Houve mais uma briga, e James saiu totalmente molhado. Os olhos de Sirius já voltavam a focar-se melhor.
- A gente não faz nada sozinho não é? Até pra curar minha bebedeira, você se molha junto. Se eu for pro inferno, vou te arrastar comigo, idiota. – disse Sirius, com um sorriso de lado, fechando os olhos e recostando a cabeça na parede, enquanto sentava no chão, deixando a água fria rolar pel corpo e as roupas molhadas. James estava apoiado com as mãos na pia, olhando pro pequeno espelho, sorrindo também.
- Idiota. – concordou James, e dizendo isso para Sirius ao mesmo tempo. – Depois que se sentir confortável aí, não durma. Levante, seque-se e deite em sua cama. Tenho que descer conversar com a Lils.
- Boa sorte com ela. Porque ela me quer primeiro. – brincou Sirius, se lembrando do que tinha feito. James secava suas roupas com a varinha e passava perfume.
- Nem em mil anos, otário. – respondeu James, saindo do banheiro rindo da cara do amigo.
-x-x-x-
Lily assustou-se quando sentiu alguém sentar pesadamente ao seu lado. Quando encarou, viu James sorrindo largamente. Ousado, colocou um braço em torno do ombro dela, dando um beijo estalado no rosto dela.
- Ok, agora pode esquecer totalmente o Sirius. Você tem um Potter totalmente à sua disposição.
Lily revirou os olhos, mas sorriu. Tirou o pomo do bolso, e olhou para James com o cenho franzido, em total expressão de interrogação.
- Ah, isso... – James coçou a nuca, sem saber o que dizer, realmente. Remus estava de pé, arrumando suas coisas para subir ao dormitório. – Remus, se o Pads ainda não saiu do banheiro, tira ele de lá e coloca na cama, por favor. – o loiro apenas fez um sinal de ok. James percebeu então que não podia enrolar a ruiva muito além do que já tinha enrolado. – Oh, é... Como você ouviu, Lils, voce é alguem que eu me importo, e então dediquei ele à você. Já dei um pomo para Sirius, para minha mãe, meu pai, McGonagall, e agora você. Não há muito o que pensar, tudo o que você sabe eu já disse. Posso te considerar uma amiga, se você quiser.
- Se não houver Hogsmeade em qualquer sentença que dirigir à mim. – corrigiu Lily, um pouco ríspida. James fez uma careta e encolheu um pouco.
- Não vamos julgar pelo meu antigo eu, ok. – ele respondeu, passando a mão nos cabelos, envergonhado. – Digamos que o que eu fiz à você no passado não é algo da qual eu orgulhe.
- Ah sim, principalmente quando ouve o meu primeiro grito direcionado a sua pessoa, não sei se você se recorda? – ela perguntou, sarcástica.
- Como se fosse ontem, baby... – ele disse, com um ar sonhador.
- Vocês tiveram que me irritar e amedrontar, desde que eu tinha 11 anos não é? – perguntou Lily, incrédula. - E veja bem, foi uma crueldade o que fizeram, porque eu era apenas uma trouxa, que tinha acabado de descobrir que era bruxa, entrando num trem onde me levaria para não-sei-aonde e sem saber se ia voltar de lá. Ok vamos respirar fundo, - resmungou Lily, e James já estava rindo. - Vocês marotos SEMPRE estiveram na disposição de implicar com uma ruiva. Principalmente se ela fosse baixinha, de olhos verdes, temperavelmente explosiva e possivelmente medrosa. Medrosa eu sempre fui desde pequena, o que, felizmente, melhorou com o passar dos anos. – ela ponderou. Respirando fundo, ela riu e continuou a relembrar. - Vocês enfeitiçaram meu cabelo, para ficar verde, em vez de vermelho. No primeiro dia de aula, ou seja, quando ainda eu estava no trem, a caminho da minha futura escola.
- Ah Lily, foi tão engraçado. Seu cabelo era perfeito, em tons perfeitos e maravilhosos, e Sirius ficou imaginando como ele seria se não fosse ruivo... Se teria a mesma beleza de outra cor. Era pra ter ficado preto, ou castanho, mas pelo visto o nosso feitiço não deu muito certo... – ele disse, dividido entre arrependimento e diversão.
- Foi terrivelmente traumático. – respondeu Lily, seriamente. – Digo, os meus berros para vocês, porque graças a Merlin, fui abençoada com a melhor garganta que alguém poderia ter. Talvez ele já soubesse que eu teria que dar bons gritos com vocês quatro.
- Pode acreditar, você já deu milhares de berros, principalmente para mim. – brincou James, encostando a cabeça no sofá, sorrindo. – E sim, foi muito traumático, seus berros.
- E eu jamais imaginaria que um dia Remus seria meu melhor amigo, que Sirius teria que fazer trabalho comigo. E que eu teria que agüentar James Potter por mais tempo do que eu gostaria.
- Ei! – resmungou James, fingindo indignação.
- Acho que estou esquecendo de algo... – brincou Lily, coçando o queixo. - Ah sim, Peter. Ele deve estar na cozinha. Ele, eu tive de ver almoçar. Ew, isso é muito nojento.
- Muito. – concordou James.
- Mas, voltando ao meu Flashback de primeiro dia de trem, - Lily fez uma cara feia para James, que fez ele rir alto mais uma vez - Eu consigo relembrar claramente dos fatos. Risos – talvez de Sirius – e algo pegajoso se espalhando pelo meu cabelo. Não que fosse pegajoso, mas a sensação do feitiço foi exatamente isso: pegajoso, nojento. E quando eu olho para a minha franja, minha linda franja que caía graciosamente nos meus olhos sempre que eu queria, estava verde. VERDE MUSGO!
- Ah Lily, não sabia que você também tinha esse seu lado narcisista e egocêntrico. – ele observou, risonho.
- Só com o meu cabelo! – ela ralhou, fazendo James rir ainda mais. - E foram as gargalhadas de vocês que me avisou. Sirius apoiava na porta do seu compartimento, e você ainda estava com a varinha na mão, mesmo que esta estivesse em sua barriga, segurando-a de tanto rir. Remus parecia dividido entre rir e reprovar o comportamento alheio, e Peter, chorava de tanto rir e espernear de divertimento.
- Ah sim, ainda naquele dia, Worm teve de correr no banheiro do trem, ele riu demais. – disse James, sorrindo de lado quando Lily fez uma careta.
- Remus comentou que sempre quando Sirius e você se lembram da cena, reclamam que os ouvidos nunca mais foram os mesmos...
- E não mesmo! – James sorriu. – Você é um terror na hora de berrar, amor.
- Assim espero, pois era essa a intenção dos meus berros. – ela resmungou, fingindo estar brava, deixando que o "amor" passasse apenas desta vez. - Acho também que não houve ninguém no trem inteiro que não tenha escutado o quanto eu xinguei vocês quatro, mesmo que eu fosse injusta em repreender Remus, que não fazia parte alguma da brincadeira.
- Concordo com tudo. O trem inteiro ouviu, minha reputação foi dura de construir apartir daí porque insistiam em falar que eu era apaixonadinho por voce. Desde aquele tempo, huh? – ele brincou, negando suavemente com a cabeça. – E concordo em ser injusta com Remus, mas a culpa é dele se andava com os maiores desordeiros do mundo...
- Se bem que ele nunca fez parte de nada, mas sempre levava broncas e detenções com vocês. Muito idiota, em minha opinião. Eu os deixaria se ferrarem sozinhos. – Lily disse, totalmente sincera.
- Ouch, sua sinceridade é tão dolorosa, não sei por quê! – James fingiu uma apunhalada no peito.
Ela riu e bateu no braço dele.
- Bons tempos, amigo, bons tempos.
- Amigo? Então somos amigos? – perguntou ele, com uma felicidade igualada a de uma criança com um presente-surpresa fora de data.
- Se assim você ainda quiser... – ela deixou a frase, dando de ombros.
- É claro que eu quero sua boba. – ele respondeu abraçando ela. Ela ruborizou, e fechou os olhos, sentindo o perfume de James.
Quando se separaram, ela ficou constrangida, James olhava intensamente para ela, deixando o ambiente desconfortável.
- Oh, James, eu tenho que subir. Está um pouco tarde para o meu horário...
- Tudo bem Lily. Boa noite. – ele desejou, dando um beijo demorado no rosto dela, fazendo-a corar.
- Boa noite. – Lily afastou a mão de James, que passava na sua bochecha corada.
Subiu as escadas, sendo observada intensamente, e quando James achou que ela já tinha sumido, voltou-se para encarar as chamas na lareira.
Lily parou no topo da escada, olhou por suas costas e viu James encarando a lareira. Passou a mão no pingente do pescoço.
- Harry...
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N/A: comentarios, por favor ! não se esqueçam de fazer uma autora felis *-*
Próximo capítulo terá Remus narrando.
Beijos!
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