Um Longo Começo



Capítulo 1
Um Longo Começo


 


A trilha de pedras abria um caminho o qual não tinha fim, pelo menos para meus olhos. Ele era feito em meio a tantas árvores que era impossível ver outra coisa além delas. Em um momento estava admirando o verde das árvores, em outro sentia que alguém me observava. Olhei várias vezes para trás, mas não via nada além de mais árvores. Tentei sair da trilha, mas se me perdesse seria difícil achar a saída.  


Foi quando ouvi um barulho estranho, como uma respiração de um cavalo. Olhei para trás e vi um arbusto se mexer mais que o normal. Comecei a caminhar para trás tentando não fazer barulho e foi então que um vulto preto saiu voando de lá em minha direção. Fechei os olhos e protegi minha cabeça com meus braços, mas quando voltei a abrir meus olhos não havia mais nada ali.  


Sem pensar duas vezes comecei a correr pela trilha a fim de fugir do que pudesse ser aquele vulto, e quando me permiti olhar para trás vi novamente aquele vulto me perseguindo. Gritei. Mas ninguém me ajudaria. Estava sozinha. Por várias vezes pensei estar na Floresta Proibida, mas seria impossível. Continuei a correr.  


Olhei para trás mais uma vez e ele continuava atrás de mim. Estava me seguindo. E quando voltei meu olhar para frente vi um gato no meio da trilha bem ao longe.  


- Mimoso? – Falei alto. Estreitei os olhos para tentar vê-lo melhor. – Mimoso. – Gritei. 


Era ele. Era sim. Comecei a correr para alcançá-lo, mais ele começou a correr. 


- Não mimoso, sou eu, Melissa. – Gritei, mas ele continuava a correr. E de repente toda a floresta que estava em minha volta desapareceu e tudo ficou preto. – Mimoso? – O chamei.  


Comecei a girar para encontrar a saída daquilo, e foi quando o vi novamente. Ele estava sentado no piso de madeira e olhava para mim. Nas paredes ao seu lado havia castiçais com velas acesas iluminando o corredor. Corri ao seu encontro e em um piscar de olhos já estava naquele mesmo corredor. Agachei para pegar mimoso quando ele miou e começou a andar. 


- Espera! Onde você esta indo? – Perguntei o seguindo.  


Ele miava e algumas vezes olhava para trás, talvez certificando se estava o seguindo. Continuei o seguindo até o momento em que ele parou em frente a uma porta de madeira. Parei ao seu lado e analisei a porta. Não havia nada de errado. 


- O que você quer me mostrar? – Sorri pensando que ele queria apenas brincar, mas ele caminhou até a porta e começou a arranhá-la e a miar sem parar. – Tudo bem, eu abro para você... Mas o que é isso? – Abri a porta e vi um pouco de sangue no chão.  


Estava tudo escuro, apenas a luz do luar entrava pela janela e o vento forte balançava a pequena cortina suja que a cobria. Vi uma sombra balançar com o vento e que algo estava pendurado no teto.  


Abri um pouco mais a porta e quando a luz do corredor entrou no cômodo pude ver de onde vinha aquela sombra.  


- Oh meu Deus! – Abafei um gritou com as mãos. Meus olhos começaram a encher de lágrimas, as pernas a tremer. Foi então que eu gritei.  


Havia uma menina pendurada com uma corda envolvendo seu pescoço. Não podia ver seu rosto. A única coisa que via com clareza eram seus olhos vermelhos e sem vida olhando diretamente para mim.  


Abri os olhos antes que pudesse gritar. Olhei em volta da cama e vi que Fernanda ainda dormia. Olhei para a vela que estava na prateleira, iluminando uma pequena parte do quarto. Sentei na cama me descobrindo. Passei a mão pelo meu rosto que estava molhado de suor e meu cabelo. Levantei da cama e sem fazer barulho sai do quarto. Prendi meu cabelo em um coque e desci as escadas da casa dos Weasley sem fazer barulho. 


Passei pela cozinha e vi que o relógio marcava quatro horas da manhã. Abri a porta e sai para o jardim onde sentei na grama e fiquei observando o céu para tentar tirar o sonho dos meus pensamentos. Sonho? Não. Um pesadelo isso sim. 


Será que é um sinal dizendo que algo de errado esta para acontecer? Mas porque eu? E aqueles olhos vermelhos e penetrantes não saiam da minha visão, mesmo estando acordada. Suspirei cansada. Talvez seja apenas um pesadelo pelo que estou passando certo? Tanto nervosismo deve estar me deixando louca. 


- O que faz acordada? – Sobressaltei com a voz de Luan. 


- Como soube que estava aqui? – Acenei com a cabeça para que ele sentasse ao meu lado. 


- Estava na sala, não consegui dormir e preferi ficar longe da cama. Foi quando vi você descer a escada e vir para fora. – Deu de ombros. 


- Por quê? – Arranquei um punhadinho da grama e comecei a me distrair. 


- Acho que estou nervoso. Daqui algumas horas, vamos visitar a nossa... Antiga casa. 


- Talvez seja isso. 


- Talvez. – Repetiu. – E você? 


- Bem, tive um pesadelo e preferi não voltar a dormir. – Sorri sem jeito. 


- Quer falar sobre ele? – Sugeriu. 


- É que... – Suspirei. – Ele pareceu tão real. 


- Real? – Perguntou surpreso. 


- Sim, e o mimoso estava lá. – Soltei o punhado de grama que estava na minha mão e dobrei os joelhos o abraçando em seguida. 


- Realmente muito real. – Falou sarcástico. 


- Argh! Detestável você. 


- Vamos... Continue. – Olhou para mim parecendo mais interessado. 


- Estava em uma floresta, parecia à floresta proibida, mas havia uma trilha de pedras entre as árvores. Algo começou a me seguir e então comecei a correr, e foi quando vi mimoso. E de repente tudo ficou preto até que mimoso apareceu em um corredor, o segui até uma porta de madeira e quando a abri vi uma pessoa pendurada com uma corda no pescoço, não conseguia ver seu rosto, mas acho que era uma mulher. E seus olhos estavam vermelhos e arregalados olhando fixamente para mim. Foi assustador. – Apertei mais o meu braço nas pernas. – O que acha? 


- Bem... Eu acho... – Fez uma pausa. – Acho que você esta ficando completamente louca. – Riu da própria brincadeira. 


- Estou falando sério. – O empurrei e mesmo estando sentado se desequilibrou. 


- Acho que o estresse esta te deixando assim, então relaxa. – Falou descontraído. 


- Você esta estranho... O que aconteceu? – O olhei e estremeci com o vento gelado que passou por nós. 


- Estou tentando ser mais otimista... – Parou quando o olhei feio. – Ta bom, não estou agüentando tudo isso. Estar debaixo da mesma casa que a Fernanda esta me deixando, não sei bem a palavra, mas esta sendo difícil. Será que ela não percebeu que não fui “eu” que fiz aquilo? Fala sério, Patrícia? Eu mal a via pelos corredores, o que ela ganharia fazendo aquilo comigo? 


- Tem certas coisas na vida que não a respostas. – Falei. 


- Quando ela vai perceber que tudo isso é uma loucura? – Perguntou olhando para o sol que começava a aparecer no horizonte. 


- Tudo ao seu tempo. – Sussurrei. - Tudo ao seu tempo. 


- Crianças o que fazem ai há essa hora? – A senhora Weasley estava na porta nos olhando. – Esta um vento gelado, venham. – Ela nos chamou para que entrássemos. – Vão se arrumar o café logo estará pronto. – Nos empurrou até a escada. – E não demorem muito... Ah! Querida pode acordar a Fernanda? – Assenti. – Obrigada! 


- Que horas o senhor Weasley nos levará para ver a casa? – Perguntou subindo ao meu lado na escada. 


- Daqui duas horas. – Respondi. 


Abri a porta do quarto e o olhei. 


- Te vejo lá embaixo daqui a pouco. – Ele apenas sorriu. 


Entrei no quarto e para minha surpresa Fernanda já estava de pé. A cama estava arrumada e ela estava enrolada na toalha. 


- Desculpa. – Pediu quando a vi. 


- Tudo bem, não é a primeira vez que me vê assim. – Sorriu tímida. 


- Acho que vou... É... Tomar banho. – Peguei a toalha e rumei para o banheiro.


 


**


 


- Mas vocês não comeram nada. – Eu e Luan nos olhamos. Estava tão ansiosa que não conseguia comer nessa situação, mas a senhora Weasley insistia para que comecemos. – Por isso estão tão magrinhos. – Comentou. 


Soltei uma risada e Luan me acompanhou. 


- Fernanda querida, cuide de seus irmãos. Vou passar o dia no St. Mungus assim Rony poderá ir para casa descansar, tomar um banho... – Dizia tirando a mesa do café. – Consegue ficar sozinha com os dois? Melissa e Luan não vão demorar. 


Desde que as férias começaram Luna esta no hospital, ela começou a sentir alguns sintomas estranhos e quando Rony a levou ao St. Mungus ela foi internada. Desde então Fernanda e seus irmãos Thais e Allan estão na casa da senhora Weasley. 


- Já sabem o que ela tem? – Perguntei curiosa. 


- Não querida. – Respondeu carinhosamente e por um momento vi minha mãe ao invés de Molly.     


- Então vamos, o dia hoje será cheio. – O senhor Weasley levantou da mesa e com um aceno nos chamou para irmos embora. 


É estranho descrever o que estou sentindo, um misto de alegria por estar indo para casa – não exatamente – ou por estar indo no local onde meus pais sumiram. 


Levantei da mesa acenando para todos e ao lado de Luan, sai.


 


**


 


Arthur não ousou pronunciar uma palavra durante todo o caminho. Ficamos em silêncio, cada um com seu próprio pensamento. Vez ou outra olhava para Melissa, mas ela continuava com sua expressão séria desde que saímos da casa dos Weasley. 


Foi quando o carro começou a perder a velocidade que meu coração disparou. Como se tivesse feito algo de errado e meus pais descobrisse. A única diferença é que não tinha feito nada e meus pais não estavam aqui. 


Quando o carro parou Melissa foi a primeira a sair. Eu que estava atrás de Arthur, sai depois e a observei, parada em frente a nossa casa. 


Nada estava diferente. O mesmo caminho até a porta de entrada. A mesma porta de madeira com a maçaneta prateada. As janelas fechadas no andar de cima e as cortinas cobrindo as de baixo. Apenas a grama estava mais alta do que de costume. Qualquer um que passasse por ali não descobriria nada, qualquer trouxa, porque não há nenhuma pessoa no mundo bruxo que não saiba o que esta acontecendo. O menino que sobreviveu, sua esposa - a mais inteligente de Hogwarts - e sua filha caçula estão desaparecidos. 


Meus pensamentos foram levados com o vento quando ouvi um soluço sendo abafado. Não poderia ser de outra pessoa além de Melissa que continuava parada com os olhos fixos em nossa casa. 


Aproximei-me e segurei sua mão esquerda tentando confortá-la. Seus lábios formaram um sorriso forçado que logo foi embora. 


- Vamos. – Disse a puxando em direção a casa. 


A nossa frente o senhor Weasley estava parado apenas nos esperando. Quando nos aproximamos ele começou a sussurrar olhando diretamente para a porta. 


- Caso 1597852. – E assim que ele terminou ouvimos um barulho, como se tivessem girado a chave na porta a abrindo. Segurou na maçaneta e a girou abrindo a porta. 


- Onde estão os móveis? – Melissa apressou-se a perguntar. 


- Alguns estão sendo analisados e outros foram destruídos. – Respondeu rapidamente. –Peguem apenas o necessário e apenas o que forem de vocês. Algumas das coisas que estão por aqui estão sob supervisão do ministério. Vocês têm apenas meia hora. – Avisou. 


Juntos, subimos para o segundo andar e antes que Melissa entrasse em seu quarto segurei seu braço a puxei para meu quarto. 


- O que foi agora? – Dizia enquanto a puxava. 


- Você não lembra quando falei que tinha uma maneira de saber se nossos pais estão vivos ou não? – A lembrei. 


- Sim. 


- Então, me ajude a procurar uma bola preta. – Pedi. 


- Uma bola? – Perguntou com desdém. – Preta? – Novamente. 


- Qual o problema? – Perguntei. 


- Qual o tamanho da bola? – Cruzou os braços. 


- Um pouco maior que um pomo de ouro. – Respondi. 


- Ótimo! E você não lembra onde a viu da última vez? 


- Bem, estava na gaveta ao lado da cama deles. – Forcei um sorriso.


 


**


 


- Que maravilha! – Exclamei quando paramos em frente ao quarto dos nossos pais. 


- Como poderia saber que estava proibido à entrada de qualquer pessoa que não seja do ministério? – Falou como se fosse óbvio. 


- Bem, vamos entrar e pronto. – Segurei a maçaneta e a abri. – Pelo menos alarmes não colocaram, ou algo do tipo. – Entrei deixando que Luan entrasse atrás de mim. 


Corri até a escrivaninha e abri a gaveta. Mas ela estava vazia. 


- Nada. – Sussurrei jogando fora todas as minhas esperanças de saber alguma coisa sobre eles. 


- Como? – Olhou para a gaveta e não satisfeito colocou as mãos para ver se realmente não tinha nada. – Impossível. 


- O que fazem aqui? Falei para não mexerem em nada que não sejam de vocês. – A voz de Arthur parecia mais uma bronca. 


- Desculpa. – Dissemos juntos. 


- Vocês têm apenas vinte minutos. – Disse. 


Sai do quarto e segui para o meu. Luan fez o mesmo. 


Quando abri a porta, me surpreendi como tudo estava perfeitamente igual. A cama estava arrumada da maneira que sempre gostei. O tapete no chão e até mesmo o travesseiro onde mimoso dormia quando não queria ficar comigo na cama. 


E sem perceber já estava chorando. 


Corri até meu guarda-roupa e o abri pegando duas malas em uma divisória. Joguei a primeira mala aberta na cama e voltei ao guarda-roupa pegar o pouco de roupa que havia deixado em casa. As joguei dentro da mala com cabide e tudo. Sem dobrar nem nada. Peguei meus sapatos e os coloquei lá dentro também. A primeira mala esta feita. Abri a segunda mala e peguei tudo o que estava em minhas gavetas, fotos, cadernos, livros, e até mesmo coisas de mimoso e joguei lá dentro. Fechei a mala e as deixei ao lado da porta de entrada. 


E como nunca obedeço – quase – nada que peçam para mim, subi a escada passando pelo quarto de meu irmão e chegando ao antigo quarto de Lily. A porta estava entreaberta, o que ajudou muito, apenas a empurrei o suficiente para que pudesse entrar. 


O quarto não parecia nem um pouco com o que era antes. Havia apenas caixas destinadas ao ministério. Caixa um, dois, três... 


Observei a caixa que estava mais longe das outras e me aproximei a abrindo e encontrei um álbum de fotos, mas o que mais me interessou foi à foto de Harry e Hermione no primeiro natal que passamos juntos como uma família. E novamente estava chorando. 


Passei a mão sobre a foto como se pudesse tocá-los, senti que Hermione apareceria a qualquer momento e falar com sua voz firme para que não apronte mais e Harry logo atrás dizendo que não faríamos novamente, e que era coisa de adolescentes. 


- O que aconteceu Melissa? – Perguntou Hermione. – Desta vez? 


- É que...  


- É que o que?  


- Eu briguei com a Patrícia. 


- Com certeza não foi você quem saiu perdendo nessa história. – Ele secou minhas lágrimas. – A pior maneira de se terminar um namoro é por carta. - Ele deixou a carta na cabeceira perto da cama. – Não acredito que ele teve coragem de fazer isso com você.  


- Eu não quero ir para Hogwarts. – Voltei a deitar na cama.


- Você não pode simplesmente se esconder do ‘mundo’ por causa do... – Ele olhou para a carta. – Robert. - Tenho certeza que você será forte o suficiente para lidar com isso.  


- Talvez. 


- Vai ser difícil mais você vai superar. – Ele me abraçou mais forte. – Se ele te fizer algo, mande uma carta que eu estarei lá em alguns segundos para cuidar dele.  


- Não quero que você seja o causador da morte dele. – Sequei minhas lágrimas. 


Mas algo chamou minha atenção. Tirou todas as lembranças que começavam a invadir meus pensamentos tão rapidamente. Desviei meu olhar da foto e vi uma bola preta um pouco maior que um pomo de ouro. Algo dentro dela piscava, como uma vela prestes a ser apagada dentro de um cômodo totalmente escuro. 


Deixei a foto na caixa e peguei a bola. Era ela. Só poderia ser ela. 


- Acho que não deixei claro quando disse que deveria mexer apenas em suas coisas. – Arthur estava levemente irritado. 


Virei ficando de frente a ele e escondi a bola no bolso. 


- Desculpe. – Disfarcei fechando a caixa. – Isso não irá se repetir. 


- Claro que não. Estamos voltando para casa. – Sua voz era firme. Talvez estivesse chateado por ter desobedecido, mas não foi à primeira vez. 


- Sim. – Abaixei a cabeça e enfiei minhas mãos no bolso, mas apenas no esquerdo tinha o objeto que tanto queria. 


Desci a escada dando um último adeus a casa e sai até o jardim onde vi Luan que já estava dentro do carro me esperando. Minhas malas aparentemente estavam no carro, pois não as vi ao lado da porta. 


Um sorriso enorme se formou em meu rosto – o que deixou Luan intrigado devido a sua expressão. 


- Eu encontrei. – Sussurrei enquanto entrava no carro e olhava para trás me certificando de que o senhor Weasley não estivesse ouvindo. 


- O que? A bola? – Assenti. – Cadê? 


- Aqui. – A tirei do bolso e entreguei a Luan que sorriu abertamente. – Agora me explica, porque parece ter uma luz iluminando o interior dela? 


- Bem, uma noite quando nossos pais já estavam morando juntos tive um pesadelo. Não me lembro mais como foi só lembro que estava muito assustado e corri para o quarto dos nossos pais e depois de contar meu sonho eu queria que eles me prometessem que viveriam para sempre. 


“E Harry fez um ‘pacto’ comigo, ele pediu para que pensasse em alguma coisa e a primeira coisa que me veio à cabeça foi uma bola. – Ele a levantou e continuou. - E pediu para que eu pensasse em outra coisa para que eu sempre a olhasse e soubesse que eles estavam vivos e desejei que tivesse uma luz em seu interior”. 


- Então, enquanto essa luz estiver acessa nossos pais estarão vivos? – Meus olhos começaram a arder enquanto olhava fixamente para a bola que estava na mão de Luan. 


- Sim. – Ele respondeu, mas em um movimento rápido a escondeu do senhor Weasley que entrava no carro. 


E agora a única coisa que me importava era a certeza de que meus pais estavam vivos. E a Lily também.


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