Capítulo 3.

You promised me you'd be around.
Você me prometeu estar por perto. 

 Querido Diário... Eu sei que faz muito tempo que eu não escrevo aqui, então vou tentar resumir as coisas, preciso muito desabafar. Tanta coisa aconteceu! Harry foi embora para se preparar para a guerra e eu fiquei aqui, sozinha, revoltada. Meus amigos tentaram me animar, mas o fato é que por dentro eu estava deprimida ao extremo. Talvez eu aparentasse estar normal, mas eu não estava, e algumas pessoas sabiam disso. Como a Luna e o Draco. Vou contar exatamente o que aconteceu...

Flashback

- Ginny, olha pra mim. - Harry falou, e eu ergui meus olhos, mirando os dele.

- Eu não quero ouvir! - Minha voz saiu embargada e meus olhos se encheram de lágrimas.

- Você tem que entender... Eu tenho que ir, eu tenho que proteger a todos.

- Não Harry, você não tem que ir. Fica aqui comigo, por mim.

- Eu estou indo por você. - A essa altura as lágrimas já escorriam pelo meu rosto e pelo dele também. Ele me abraçou forte e beijou minha testa. Eu chorei, pois era tudo o que eu podia fazer.

- E se... e se você não voltar logo? E se... e se você nunca voltar?

Senti seus lábios tocarem os meus em um beijo triste, um beijo desesperado, um beijo de despedida. Segurei sua mão e apertei forte. Ele se separou de mim, virou-se e foi andando, soltando minha mão com tristeza. Me deixei cair no chão e chorei, pois sabia que essa podia ter sido a última vez que senti seus lábios nos meus.

Senti uma mão tocar meu ombro, porém não me preocupei em ver quem era, não importava. A guerra só estava começando.

Depois de alguns segundos olhei para cima e me surpreendi ao ver aquele par de olhos cinza-azulados me encarando, com o cabelo loiro sobre a sua testa. Ficamos em silêncio, a única coisa que se ouvia era o vento.

-Ele só quer o seu bem...

-Quer dar uma de herói agora? - perguntei, entre soluços. Me senti sendo abraçada por Malfoy; não o impedi.

-Eu só quero o seu bem...

-E tudo o que você fez pra mim?

-Me desculpe.

-Como?

-Pergunte pra Dumbledore, para o Potter, que seja. Eu estou do lado de vocês.

-E por quê eu acreditaria?

-Olhe nos meus olhos e diga que estou mentindo. - fiz o que ele me disse; encarei-o e vi sinceridade em seus olhos. Chorei.

Fim do Flashback

I took your words and I belived
in everything you said to me.
Eu absorvi suas palavras e eu acreditei 
em tudo que você disse para mim. 

-Srta. Weasley! 10 pontos a menos para a Grifinória. - disse Snape, me olhando, irritado.
Eu apenas levantei meu olhar por um momento e em seguida voltei a prestar atenção no meu pergaminho em branco. Luna me olhava entristecida.

As aulas pareciam durar uma eternidade, e os dias também. Dois meses já haviam se passado e eu estava um pouco melhor. Quatro meses se passaram e eu estava preocupada... Já estávamos em junho e eu não recebia nenhuma carta do Harry. Draco havia saído da escola também, mas depois de algum tempo voltou. Só de vê-lo me dava um aperto no peito, pois lembrava de Harry e acabava por chorar em seus braços.

Remember when we were such fools
and so conviced, and just to cool...
Lembra-se quando nós éramos tão bobos
e tão convencidos e tão, tão legais...

O tempo passou devagar, até que Draco foi até o jardim e se sentou ao meu lado, me entregando uma carta. Eu o olhei e abri o envelope que ele me entregara. Notei que seu olhar era triste. Enquanto eu lia o pergaminho, meus olhos iam embaçando e em pouco tempo eu me achava abraçada ao loiro de novo.

Querida Ginny. Quero dizer que te amo muito e que espero voltar logo... a situação aqui está difícil, estou treinando com alguns aurores, não posso dizer exatamente o local; não por medo de interceptarem a carta e alguém indesejável descobrir a nossa localização, até porque os Comensais já sabem onde estamos, mas por eu mesmo não saber. Espero que esteja bem. Não tenho muito mais a dizer. Mande abraços a todos.

Com amor,

Harry.

Não, esse não foi o motivo da minha tristeza... Quando fui guardar a carta dentro do envelope, percebi que mais uma constava lá dentro. Comecei a ler.

If someone say three years from now you'd be long gone I'd stand up and punch them out 'cause they're all wrong.
Se alguém dissesse daqui a três anos que você iria embora eu apagaria todos eles com um soco, porque eles estariam errados.

Cara Ginny, temos a grande infelicidade de dizer que Harry foi atingido por fortes maldições vindas de vários Comensais e se encontra em grave estado no St. Mungtus. Assim que as visitas forem permitidas, avisaremos. Sabemos que Hermione, Ron, Luna, Neville e você eram seus melhores amigos, por isso achamos que deveriamos contar-lhes primeiro. Lamentamos muito o estado de um garoto tão especial tanto para nós quanto para grande parte da população bruxa, Ordem.

When someone said ''count your blessings now for they're long
gone'' I guess I just didn't know how. I was all wrong. 
They knew better.
Quando alguém disse ''Seja agradecido para aqueles que já não estão por
perto'', eu acho que eu não sabia como. Eu estava totalmente errada.
Eles sabiam melhor que eu.

Mais uma vez eu me encontrava chorando no jardim. Mais uma vez eu chorava por ele. Mais uma vez eu me sentia sem chão. E mais uma vez eu senti uma mão tocar o meu ombro... Mas dessa vez era um toque diferente. Eu soluçava, simplesmente não conseguia parar. Senti braços fortes envolverem meu corpo e ouvi Draco dizer:

- Eu sei que eu sou a última pessoa que você quer aqui... Mas saiba que eu peço seu perdão, e quero que saiba que não vou soltar você, pois eu prometi a ele que cuidaria de ti.

Chorei mais ainda e abracei o loiro que eu tanto odiei, mas que agora queria ali perto de mim. Depois de tudo o que acontecera eu vi quem ele realmente era e o admirava.

- Obrigada, Draco. - foi o que consegui dizer, e depois chorei novamente. Ficamos em silêncio por um tempo, até eu conseguir me acalmar e tomar coragem para dizer alguma coisa - Ele ainda está vivo, não é? Voldemort?

- Infelizmente sim.

- Eu quero sua ajuda... Eu preciso da sua ajuda. - respirei bem fundo e, ao ouvir a minha voz, percebi que esta soava mais forte - Eu quero derrotá-lo.

- Tem certeza? - ele me olhou, sério.

- Tenho.

- Então acho que posso te ajudar.

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