Ano Novo
Harry e Hermione não acordaram cedo, porém a festa madrugada a dentro havia feito a escola perder a hora. O casal de amigos havia combinado de ir a cozinha comer e aproveitariam para mostrar o presente de Hermione à Dobby.
O caminho até a cozinha seguia um tanto silencioso quando, sem aviso, Hermione o puxa para fora do caminho principal e o faz entrar em uma sala vazia. A expressão vacilante e bochechas coradas passavam o quão ela estava aflita e davam a Harry certeza de que era a hora de se explicar.
— Então, o que foi isso? — Pergunta mostrando a mão e obviamente o motivo era a joia brilhante em seu dedo.
— Pra todos os efeitos estamos juntos, não é? E isso fez você e sua melhor amiga romperem, ambas estão "na boca do povo", eu só queria amenizar a boataria com um compromisso. — Explica tentando ser o mais gentil possível.
— Isso poderia ser muito doce, Harry, faz sentindo você tentar me proteger, mas escolheu o modo mais atabalhoado. Não dá pra sair de um buraco cavando! — Hermione desabafa recostando sobre uma mesa, a preocupação evidente em seu rosto.
— Por que eu estaria cavando? — pergunta confuso.
— Estamos num namoro encenado para justificar Gina estar brigada conosco, o que significa que assim que isso não for mais necessário tudo terá que voltar ao normal, mas como pretende terminar um namoro sólido e apaixonado? — pergunta evidenciando o contraste da aliança.
— Desgaste? — arrisca sem jeito, não havia chegado a pensar tantos passos à frente. — Olha, desculpa, eu só pensei na melhor jogada agora... é por isso que Rony sempre me ganha no xadrez.
— Pelo menos você sabe. — ri levemente com a associação. — De todo jeito é tarde para falar de passado, temos que pensar a frente.
— Com o reinicio das aulas você volta a sua rotina de estudar demais, eu tenho os treinos de quadribol, podemos encenar umas briguinhas do tipo "você não tem tempo pra mim". — sugere após pensar por uns minutos.
— Não é o suficiente, mas ajuda a diminuir o peso disto. Depois posso acusar você de estar interessado em outra e terminar. — rebate como se dizendo que não iria levar a culpa sozinha.
— Ei, ei aí também não! Eu não sacanearia ninguém, muito menos você! — diz como se aquilo fosse um absurdo.
— Eu sei que não. — diz indo até ele e o abraçando como forma de "fazer as pazes". — Só temos que pensar num jeito de terminar sem que um saia como o culpado. Imagine tudo o que passei no quarto ano multiplicado por 100 se terminarmos por eu não te dar atenção? — pede mostrando o quanto a ideia inicial era ruim.
— Ok, ideia muito ruim. — Harry reconhece com uma careta, a puxando e sentando-se de frente pra ela. -Por que terminou com Krum? Sei que nunca conversamos muito sobre isso, mas pode dar uma luz.
— Na verdade não tem mistério, o motivo pelo qual terminamos é quase o mesmo que o seu com a Cho só que inverso. Eu dei um aviso, na terceira vez que ele veio com ciúmes eu terminei. — explica dando de ombros. -Funcionamos muito melhor como amigos.
— Você não foi tão paciente quanto eu então? Está aí algo que me surpreende. — Harry pergunta risonho.
— Era um namoro a distância, pequenas coisas acabam irritando mais, eu acho. — responde pensativa. — Além disso, não suporto homens ciumentos, já me bastam os da minha família. Aliás, aí o motivo de eu detestar Rony me tratando como se fosse Gina...
— É isso! Posso falar com um dos garotos, talvez o Ernesto, que é um monitor todo certinho e aluno aplicado, pra dar em cima de você e aí eu ficaria com ciúmes até você cansar e terminar comigo. — Harry responde como se fosse uma grande jogada.
— E no que isso me ajudaria com suas fãs? — Hermione pergunta confusa.
— Você não vai sair com McMillan, será como o ciúme sem fundamento que Cho e Krum tinha conosco. — Harry diz como se fosse um golpe de gênio.
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Harry conferiu mais uma vez o Mapa do Maroto e então seguiu o mais rápido e silenciosamente que conseguia pelo corredor até a entrada da Sala Precisa. Filch vagava ao redor da escadaria que levava ao sexto andar, era longe, mas não arriscaria ser pego indo para a festinha da AD, perder as bebidas que foram contrabandeadas para dentro do colégio e correr o risco de pegar uma detenção.
Ao entrar na Sala Precisa, estancou no lugar. Em nada lembrava a sala que usavam para os treinamentos. A parede dos fundos era feita de tijolos aparentes, recobertas de fotos que mesmo aquela distância sabia serem de todos os integrantes da AD, as quais Collin tiravam durante seus descansos. No mezanino que ficava a seis metros do chão, ficava um pequeno lounge, onde uma das paredes era recoberta com papel de parede escuro e por ela diversos spots de luz espalhados pelo teto assim como nos rodapés, aumentando o ar de intimidade do lugar. As disposições dos sofás, mesinhas para apoio de copos e puffs indicavam que ali não haveria dança nenhuma.
O andar de baixo era para o agito. A pista de dança ocupava mais da metade do espaço, demarcada pelo piso luminoso que mudava de acordo com a movimentação sobre ela. Poucas mesinhas altas estavam espalhadas em volta da pista e o bar ocupava toda a extensão da parede direita, junto com suas banquetas, cada uma diferente da anterior, mas todas combinando.
Parecia que Lilá e Parvati haviam conseguido extrair da sala tudo o que ela poderia lhes oferecer. Por um momento chegara a pensar que sem querer fora parar numa boate trouxa, o que é claro, fora a intenção das duas.
— O que achou do palco da nossa festinha? — perguntou Lilá, que vinha gingando pela pista, já dançando apesar da música estar baixinha.
— Não tenho certeza absoluta se eu continuo no colégio... — Harry soube que era a coisa certa a dizer: Lilá soltou seu gritinho de contentamento, se pondo a rir em seguida.
— Ótimo, não queremos mesmo nos lembrar de onde estamos, já que vamos festejar!
— Bebidas! — Parvati apareceu ao lado de Harry, saída de uma porta que ele nem sequer notara. — Banheiros, não queremos ficar circulando pelo colégio, queremos? — questionou ela, num tom de quem sabia que havia feito tudo certo.
— É uma ótima ideia. — ele olhou ao redor, ainda impressionado. Ele entregou o fardo que havia recebido aquela tarde. — Não perdi nenhuma! — afirmou, vendo que as duas inspecionavam seu pacote.
— Não custa checar. Simas já havia bebido uma antes mesmo de chagar, e Antônio quebrou outra assim que entrou.
— Uma pena que a Sala Precisa não consiga oferecer comida nem bebida, porque de outra forma seria o máximo! — ponderou Lilá suspirando e olhando em volta com carinho.
— Mas também tiraria um pouco da graça, esse risco de ser pego com bebidas e prontos para festejar!
— Eu dispensaria o risco. — anunciou Hermione, analisando o trabalho das colegas. Estendeu seu pedido para Lilá, que se deliciava com a reação da morena, antes de pegar um pedaço de pergaminho no balcão.
— Hey, Harry, vem ver aqui! — chamou Simas, que junto com outros garotos, olhavam o mural com as fotos.
Pedindo licença, foi até lá.
Como tinham pensado tudo até o último detalhe, as organizadoras haviam coordenado os horários de chegada, para evitar suspeitas de muitos alunos se dirigindo para os mesmo lugar, então tinham algum tempo até o início oficial da festa.
— Não consigo imaginar a surpresa de agora. — Rony olhava todas as direções, mas voltando o olhar constantemente para o bar abastecido, agora que quase todos já estavam presentes.
— Realmente, essas duas se dariam muito bem no ramo das decorações. — comentou Hermione, fazendo Rony rir.
— Elas gostarão de ouvir elogios.
— Todos gostam. E elas merecem cada um deles. — concordou Harry, observando os amigos conversando e se divertindo em volta. Collin, como instruído previamente, já circulava entre os grupos, tirando suas fotos.
— Então, todos, vamos nos juntar para a foto com todos ainda bonitos e bem arrumados, porque depois que a música começar, não vamos ficar muito tempo assim! Ninguém quer foto com penteado despencando nem maquiagem borrada ou todo suado! — anunciou Parvati, causando risos.
— Isso! Fotinho em grupo! — anunciou uma voz que fez todos paralisarem e espremerem os olhos, para tentar enxergar melhor quem surgia ao lado da anfitriãs.
— O que eles estão fazendo aqui? — questionou Hermione, com a expressão fechada.
— Como o quê, Hermione?! — Fred se adiantou até o trio, que estavam mais próximos deles, enquanto Parvati ia até o bar, anunciando que agora poderiam começar com as bebidas.
— Desde quando uma festa desse porte pode acontecer sem que estejamos presentes? — inquiriu Jorge, sorrindo abertamente.
— Nunca aceitaríamos sermos só os fornecedores de bebidas.
— Então foi assim que elas entraram no castelo sem nenhum problema!?
Os gêmeos fizeram uma pequena reverência, como se o comentário de Hermione, tivesse sido um elogio.
— Nos agradeçam depois.
— Mas por agora, queremos entregar um presentinho para você e para nossa irmãzinha linda! — anunciou Fred, olhando em volta, enquanto Jorge pegava dois embrulhos que mais pareciam pingentes de uma árvore de Natal do bolso.
— Hum, ela ainda não deu entrada na festa. — disse Lilá, que estava atrás do bar, e de olho no namorado com os irmãos. — Mas ela nunca viria até aqui se tivesse perto de Filch ou de outro aluno que possa estar perambulando pelo castelo...
— Isso é verdade. Nunca iria levar uma detenção e perder a festa! — concordou Rony, vendo Jorge resmungar e devolver um dos presentes no bolso e com uma pancadinha no que havia deixado sobre a bancada, fazê-lo crescer em segundos, ficando num tamanho de uma caixa de sapato.
Era bem embrulhada, com papel azul escuro e diversos Papais Noeis em diferentes roupas quase indecentes dançando alegremente pelo pacote, desviando do laço gigante em rosa pálido. Fred e Jorge, juntos, pegaram o pacote e o entregaram a uma Hermione completamente ressabiada.
— Abre! Abre! Abre! — Justino começou o coro, que foi logo engrossado por todos os participantes da festa, que haviam parado as conversas para olhar a interação na ponta do bar.
Harry cutucou a amiga, para encorajá-la a pegar o presente dos gêmeos. Ela lhe lançou um olhar irritado, mas fez o que ele sugerira. Pegou a caixa com receio que ela fosse explodir a qualquer segundo. Nem mesmo a sacudia demais.
— Oras, que bobagem.
— Nunca lhe daríamos uma coisa perigosa! — Fred parecia genuinamente desgostoso com toda a cautela de Hermione.
— Eu já não tenho essa mesma certeza. — sussurrou a morena, pondo o inofensivo pacote no balcão e começando a abri-lo.
— Vingança! — gritou Simas, do fundo, ao ver que a caixa que guardava o presente não tinha nada demais. Era só uma caixa de papelão no tom roxo berrante que os gêmeos haviam pintado sua loja, antes que abrisse, Jorge indicou que a caixa deveria ficar na vertical, por onde abriria mais facilmente.
— Oras seus! — irritou-se Hermione, corando furiosamente ao ver a estatueta com 35 cm de altura, num pedestal escuro, careca e em dourado, munido de uma espada. A maioria se entreolhou sem entender, mas Harry, Lilá, os irmãos Creevey e Dino gargalharam chocados com a ousadia dos gêmeos. — Isso não tem graça!
— O que é?
— Ah, outra estátua? Ela já está cheia delas depois do presente de Harry! — resmungou Neville, vendo o objeto nas mãos da amiga, não notando os olhares curiosos dos gêmeos.
— Você não deu um Oscar à ela, deu? —Fred perguntou confuso. Harry riu, enquanto Dino, Collin e Dênis explicavam aos outros o que a estátua representava.
— Não. Eu não quero morrer cedo, desculpem, caras...
— Morrer! — zombou Jorge. Hermione estreitou os olhos para a estátua que tinha nas mãos, ela era pesada, imaginava que como a original. Sentiu que começava a corar ao ver que até mesmo havia uma plaquinha com uma inscrição no pedestal onde a estatua fora afixada.
— Genial! — sussurrou Rony, se divertindo com o jeito chocado da amiga. — Fizeram uma pra Gina também?
— Pelos rumores que ouvimos, ela também foi magnífica.
— Então sim.
— Hey, caras, conseguem reproduzir a cena? — chamou Simas, esbarrando nos amigos e acotovelando-os para chegar até os gêmeos. — Tenho morrido para ver como é que foi a briga... O resultado eu sei, e foi quente!
Ao se dar conta do que falara, Simas corou violentamente, enquanto Hermione fazia o mesmo, apesar de ainda em estupor, não reagir mais do que lhe lançando um olhar severo. Harry porém o estapeou na cabeça, Rony o atingiu simultaneamente nas costelas.
— Mais uma palavra e vamos arrancar sangue, Finnigan! — avisou Rony, num tom de voz frio assim como o olhar.
— Relaxe, gafanhoto, vamos pensar num jeito. Penseiras são caras e raras de se achar. — explicou Fred, tentando animar o loiro, que gemia inconformado.
— Penseira? — Lilá se inclinou no balcão, dando aos garotos alguns menus, para que eles escolhessem o que beber.
— É uma bacia de pedra rasa, entalhada com runas, símbolos e arabescos na borda, fazendo dele um recipiente mágico que serve para guardar pensamentos, os quais ocupam muito espaço na cabeça de alguém.
— Pensamentos? — riu-se Dênis, achando engraçado.
— Sim. Ideias, memórias, lembranças. — Hermione piscou, se recuperando do choque e olhado para Dênis, que a encarava assustado. — Alguns pesquisadores, inventores, políticos, eles usam Penseiras para aliviar os pensamentos e poderem se concentrarem numa só linha de ação. Uma vez o pensamento, lembrança ou memória dentro da Penseira, o dono ou qualquer um, pode mergulhar nesses pensamentos e se concentrar só nele, já que você revive a memória, como se fosse em um teatro. Só não conseguem interagir com a lembrança.
— Wow.
— Sim, grande wow. — concordou Fred, rindo.
— Mas são caras e raras de se achar, e não acho que Dumbledore, que dizem os rumores tem uma, nos emprestaria para rever a briga. — Jorge abraçou o irmão, sorrindo abertamente.
— Por isso estamos vendo o que conseguimos... Também queremos ver essa cena épica! — anunciou Fred, os olhos brilhantes de expectativa, fazendo com que todos os presentes rissem, batessem palmas e assoviassem de expectativa.
— Parem! — Hermione novamente havia corado, e por pouco simplesmente não saiu porta a fora, já tinha pouco ânimo de participar de uma festa clandestina, mas a situação estava ficando muito fora de controle. Por isso respirou fundo, olhando todos seriamente. — Achei que iríamos tirar uma foto bem bonita de recordação e depois nos divertir como nunca!
Dessa vez os assobios e palmas eram para ela. Harry lhe lançou um sorriso de lado, empurrando gentilmente seu corpo no dela. — Boa saída estratégica.
— Obrigada! — ela piscou para ele, se virando para Lilá, seriamente, agora precisava de uma bebida.
Harry pôde ver que muitas fotos, risos e drinks depois, Hermione voltou a se soltar e se empolgar com a festinha. Assim como todos os outros alunos, inclusive ele mesmo, que estavam na pista de dança.
Ficara revezando de parceiras, dançara com todas as garotas, mais de cinco vezes com cada, mas se passara cinco minutos dançando com Hermione era muita coisa. As desculpas de todos era que ela já se aproveitara muito dele na festa de Natal do colégio.
Não entendia como já era perto das onze da noite e não tinha saído da pista de dança ou ficado parado. Nem ele e nem seus amigos. Fred e Jorge haviam se esforçado para transformar a primeira festinha da AD em sucesso, criaram a trilha sonora, ao som de muitas músicas das Esquisitonas, Catallus e outros artistas que Harry não sabia nominar, mas que tocavam bem. Também pôde distinguir canções de alguns trouxas, que não deviam a bruxo algum, no quesito popularidade na pista de dança.
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Gina havia se arrumado de modo discreto, o vestido estava coberto pela pesada jaqueta de couro que Hermione havia lhe dado no natal, a maquiagem seria melhorada na festa, afinal não poderia estar indo a uma festa caso a encontrassem, o que esperava não acontecer, visto que levava uma caixa com seis garrafinhas de cerveja amanteigada enviada pelos gêmeos sabe-se lá como para Parvati e Lilá.
Estava dando uma volta pelos corredores mais desertos para evitar ser vista, mas ao que parece não era a única a ter a mesma ideia, já que logo viu Malfoy se esgueirar pelo sétimo andar. Certamente estava querendo usar a sala precisa, mas não poderia deixar que visse os demais membros da AD indo para lá.
— O que está fazendo aqui Draco? — Gina pergunta fazendo-o quicar assustado.
— Eu que sou monitor aqui e pergunto: o que está fazendo com essas cervejas? — Draco exige tentando inverter a situação.
— Eu também sou monitora. Só pensei em aproveitar umas garrafas que peguei de Crabble e Goyle, mas se quiser levá-las pra McGonagall ficarei feliz em explicar como obtive e dar mais uns dias de detenção pros seus amiguinhos. — Gina quase cantarola vitoriosa.
— Também não precisa vir com ameaças. Eu só não posso deixar você sair por aí com isso, sem saber com quem vai beber. — Diz desconfiado.
— Com quem? Até parece que não sabe como todos se viraram contra mim. — Cospe amarga. — Só ia até a sala de astronomia, mas e você onde pensa que ia?
— Sala de astronomia. Não queria ficar com todos aqueles adolescentes idiotas risonhos comemorando sabe-se lá porque uma passagem de ano. — Disfarça com as mãos no bolso.
— Bom, posso te dar uma ou duas garrafas. — Fala como se não se importasse, já se dirigindo para a escada que a levaria para a referida sala.
Gina começa a subir a escada e então ouve passos, no que ela se vira e foca Malfoy, surpreendendo-o a meio caminho da escada e do corredor que daria na Sala Precisa, como se estivesse vendo se estava tudo limpo para seguir.
— Draco, não se atreva a subir antes de eu chegar lá em cima, porque se eu sonhar que viu minha calcinha, te atiro pela janela. — Exige ameaçadora.
— O que? Não está se achando muito não? — Rebate indignado, mas a ruiva já sumia pela passagem.
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O nível de conversas foi aumentando, assim como o consumo de bebidas, já que os gêmeos nunca deixavam os copos de ninguém vazios por muito tempo. Harry estava a um canto, discutindo quadribol com Dino e Dênis, quando ouviu o nível de conversas já baixas, se extinguir. O repentino silêncio, atraindo a atenção do trio, que se voltou, procurando a razão.
— Qual é, caras? — questionou Rony, se pendurando no mezanino, olhando fulminante para os irmãos, que estavam atrás do bar, pedindo que todos lhes escutassem. Sorriam amplamente, sorrisos idênticos, que Harry aprendera a associar com traquinagens digna das Gemialidades Weasley.
— Deixem os amassos para depois, queremos testar a popularidade de um novo produto da loja e achamos que esse é o momento perfeito! — explicou Jorge, vendo que o caçula não era o único que parecia descontente com a ideia de pausar a música.
— Cadê o espírito aventureiro de vocês, galera? — interrogou Fred, vendo que ninguém parecia empolgado com a ideia de um teste, de qualquer tipo. — Porque não explicamos do que se trata e depois vocês podem ficar com receio?
— Se quiserem. — Jorge emendou, confiante que ninguém ficaria.
— Ok, digam logo do que se trata... — indicou Suzanna, se aproximando, assim como todos os outros amigos.
Fred e Jorge sorriram, ignorando os olhares penetrantes de Lilá e Parvati, era óbvio que não estavam vendo as vantagens de qualquer novo produto que os dois pudessem estar demonstrando.
— Vocês sabem que gostamos de ampliar os horizontes dos jovens da nossa comunidade... — começou Fred, sorrindo amplamente, os olhos nos amigos. Ouviu-se alguns pigarreios pela sala, mas ninguém se preocupou em ver a fonte. — Nas nossas pesquisas por brincadeiras e jogos trouxas que poderíamos adaptar com sucesso para nosso dia-a-dia, encontramos um muito popular entre adolescentes, que é pouco conhecido em nosso meio.
— Achamos uma injustiça e decidimos dar à ele uma tentativa. Essa era a melhor oportunidade de colocá-lo em funcionamento, porque somos um grupo extremamente bacana de alunos e confiamos em vocês como nosso teste de qualidade...
— Como assim? — questionou Lilá, ficando curiosa, interrompendo o ruivo.
— Muito simples, Srta. Brown. Se vocês se divertirem essa noite com o nosso singelo jogo, sabemos que temos um novo grande sucesso em mãos. — Jorge fez uma pequena reverência para Lilá, sorrindo galantemente.
— Nunca estragaríamos uma boa festa, cunhadinha! — concordou Fred, os murmúrios se alastraram pela pequena plateia, que sorriram, sentindo cheiro de vitória.
— Mas, qual é o jogo afinal? —Zacarias pergunta, cansado do blábláblá promocional dos gêmeos.
— O nome é Verdade ou Consequência. — os poucos nascidos trouxas que estavam presentes se remexeram entre incrédulos e surpresos. — Vejo que alguns já sabem do que estamos falando...
— Merlin, expliquem! — gritou Miguel, de longe, irritado.
— É simples, depois de acomodados, colocamos esse pequeno tabuleiro no chão, ele indica quem está no jogo. O ponteiro com a interrogação, indica quem faz a pergunta ou escolhe o desafio, e o outro, obviamente quem responde ou cumpre o indicado.
— Originalmente é jogado com qualquer garrafa, mas sempre caí quem está imediatamente sentado na sua frente, optamos por interferir assim. — explicou Fred, antes que Dino, que conhecia a brincadeira, interferisse, como ele obviamente pretendia fazer. O grifinório assentiu, indicando que compreendera a mudança. — Também no original, os trouxas tem que confiar que a pergunta está sendo respondida com sinceridade.
— Nosso jogo já vem com um teste de verdade. — Jorge sorri orgulhoso do feito.
— E o que acontece com o mentiroso? — questiona Padma, indecisa quanto a ser um bom jogo ou não.
— Boa questão! Depois de pensarmos muito e concluirmos que quem for pego mentindo merece um castigo, decidimos que já que deixamos a escolha do jogador decidir o melhor pra si, se é verdade ou consequência, e ele escolheu a verdade e mentiu, no mínimo deve cumprir um consequência escolhida pelo mesmo oponente.
— Parece simples. Mas que tipo de verdade? — indagou Ernesto, concentrado. Neville e Anna concordaram com a pergunta, curiosos.
— Qualquer uma que você consiga pensar. — indicou Fred.
— Por exemplo, se eu duvidasse que Hermione é atriz, eu perguntaria isso à ela, e ela me responderia. Se ela respondesse ‘não’ seria detectada a mentira e ela pagaria com uma consequência escolhida por mim. — Jorge sorriu amplamente, Hermione lhe lançou um olhar fulminante, fazendo ele responder com uma piscadela. — E eu não seria legal também, porque é uma pergunta simples e é feio mentir. — o gemido da morena se perdeu em meio as risadas de todos.
— Podemos jogar?
Sem que ninguém se opusesse à brincadeira, todos foram se sentar num círculo na pista de dança, enquanto Fred e Jorge cuidavam de dar início no tabuleiro.
— Certo então? Quem se habilita girar os ponteiros pela primeira vez? — questionou Parvati, olhando em volta.
Apesar da empolgação evidente de todos, ninguém queria ser o primeiro. Luna se adiantou, se inclinando e girando o ponteiro com força, como Fred explicara. Ao girar um ponteiro, o outro girava igualmente, no sentido contrário. Gritos animados dos garotos soaram ao ver que Justino caíra abrindo a brincadeira, enquanto Fred se sentava mais ereto, analisando o ex-colega, já que seria o adversário do garoto na rodada.
Justino bebeu um longo gole de sua garrafa, os olhos brilhantes no ruivo. — Verdade ou Consequência?
— Verdade.
— Você é virgem?
Lilá e Parvati soltaram gritinhos empolgados, enquanto os garotos riam arrogantemente. Jorge caiu na gargalhada, vendo o irmão se espantando com a pergunta atirada à queima roupa. Após uma pequena troca de olhares, os olhos de ambos se voltam para a garrafa na mão do colega. Fred dá de ombros, um pequeno sorriso se formando nos lábios.
— Isso pode? — disse Neville, baixinho e desconfortável. Suzanna sentada ao seu lado deu uma batidinha caridosa nas mãos dele.
— Podre Nev. — comentou, sentindo pena do garoto.
— Claro que sim! — Dino ria abertamente, os olhos em Fred, que somente observava a reação dos amigos. — Esse jogo é uma forma de fazermos perguntas que normalmente não faríamos...
— E propor desafios inesperados. — Jorge tinha um sorriso aberto no rosto, Fred sorriu com o irmão, pareciam compartilhar ideias de desafios. — Mas tem que responder a pergunta, maninho. Ouviu o almofadinha, virgem ou não?
— Há muito tempo não. — informou o ruivo, numa postura beirando ao arrogante. Os garotos riram animados, pedindo detalhes, fazendo Fred rir e balançar a cabeça, se inclinando para o tabuleiro. — Uma pergunta por vez, rapazes. — lembra, rindo arrogantemente.
— Verdade. — avisou Luna logo de cara, sem dar tempo para Ernesto perguntar propriamente. Ele começou a rir animadamente.
— Quais suas medidas? — a pergunta de Ernesto não foi uma grande surpresa. Todos trocaram olhares risonhos. Só um cego não teria notado que Ernesto não conseguia tirar os olhos de Luna.
Fora mesmo uma surpresa quando a garota chegara na festa, Zacarias chegara até mesmo a perguntar para Harry quem era aquela loiraça que tinha chegado. O fato é que Gina havia produzido a amiga, e ela não lembrava muito a Di-Lua de todos os dias. Os cabelos estavam impecavelmente lisos, soltos. O tubinho dourado não tão justo, mostrava bem as formas dela, mas não era vulgar, e o salto só lhe concedia uma elegância a mais à produção. A maquiagem não era nada exagerada, mas fazia com que os olhos azuis gigantes da jovem harmonizassem com o rosto, causando impacto, já que eram o tom que muitas garotas morriam por ter.
Luna franziu o cenho. — Eu não sei! — respondeu ela, francamente. Todos os olhares se o ponteiro que indicava quem respondia, ele continuou no rosto de Luna, sem se alterar. Ernesto parecia irritado pela falta de resposta.
— Mas a pergunta não pode ficar sem resposta! Pode? — Ana questiona, vendo que todos tinham a mesma ideia em mente.
— Só precisamos de uma fita métrica, gente! — riu-se Parvati, por ser a única que pensara num jeito de conseguir a resposta. Assim que ela terminou, uma fita métrica se materializou ao lado dela. Em segundos ela já estava em pé, com a fita em mão. — Vem Luna. — chamou ela, parando perto da garota. Luna riu e se ergueu. Parvati instruiu a garota, que levantou os braços, pondo a fita no busto dela. — Hum...
— Luna tem que responder! — lembrou Miguel rindo, meio corado.
— Busto é 85 cm. — informou a loira, olhando para Ernesto, que se pusera mais ereto. — Cintura 63 e o quadril... — ela girou para ver a medida que Parvati apontava. — Ah! 82 cm. Satisfeito? — perguntou risonha, indo se sentar.
— Ôhh. — Ernesto riu, os olhos deslizando pela loira. — Nem sabe o quanto, doçura! — anunciou, rindo, enquanto girava os ponteiros, que parava em Luna e Dino.
— Isso! — Simas riu da cara do amigo ao ver que fora desafiado. — Agita as coisas Luna!
— Mas ele tem que escolher desafio... — lembrou Luna, o tom lembrava o seu sonhador, que pareceu encorajar Dino.
— Escolho consequência! — anunciou orgulhosamente, fazendo os amigos rirem, baterem palmas e animados assoviarem, enquanto alguns, soltaram “oh-ho” entre surpresos e desapontados.
Luna bateu palmas, congratulando Dino, que fez uma pequena mesura, fazendo a loira se animar ainda mais. — Então, terá que tirar a calça, coloca-la na cabeça, como uma touca e ficar assim até o final do jogo! — anunciou a loira, tentando pescar uma cereja com o cabinho da guarda-chuva que enfeitava sua bebida. Parecia momentaneamente alheia as risadas e gritos animados dos colegas.
— É disso que estamos falando! — gritaram os gêmeos, empolgados que ao menos alguém havia entendido o sentido do jogo. Não ligaram para a ironia de que a pessoa fosse logo Luna Lovegood.
Dino parecia estar encolhendo no seu lugar, sentado entre Simas e Justino, que riam as gargalhadas, dando tapinhas para o amigo levantar e tão confiante como quando pedira por um desafio, realizá-lo.
— Têm que ter algum jeito especial de tirar a calça, Luna? — perguntou Fred, quase a incentivando a continuar bem com o desafio. A loira ergueu os olhos, vendo Dino de pé, ralhando com Simas, que imitava de força descoordenada uma dancinha sensual.
— Ele escolhe, meu desejo é que ele fique sem calças até o fim da brincadeira! — explicou, finalmente pegando a cereja, e pelo cabinho pondo-a na boca. Todos a encaravam quase chocados, Lilá se inclinou sobre Rony, para cochichar com Parvati, afobada. Harry ria baixinho, questionando-se se Luna pensava antes de falar.
— E se ele não estiver usando nada por baixo da calça? — quis saber Collin, abaixando a câmera, de onde havia tirado uma foto das organizadoras conversando. Alguns garotos começaram a rir espalhafatosamente, enquanto Parvati ria animada, fingindo se abanar, assim como Anna e Padma, que trocaram olhares maliciosos.
— Chega! — irritou-se Dino, que num supetão, abriu o botão do jeans, e abaixou-o, sem parar para pensar que estava ficando de cueca verde na frente de todo mundo. Assim que Rony viu a cor da cueca, porque Lilá ria de choque ao seu lado, caiu na gargalhada.
— Porra, Thomas! — riu-se Antônio, atraindo a atenção por alguns segundos, que logo depois voltou à Dino, que tirava de qualquer jeito os sapatos, para se livrar da calça. — Cueca verde? Tu é louco ou é um desejo reprimido de ser da Sonserina? — Terêncio se engasgou com sua bebida, cuspindo-a longe, rindo sem fôlego em seguida, enquanto o amigo era acertado por uma calça jeans. Que ele tentou se livrar o mais rápido possível, aguentando as piadinhas por Dino ter lhe acertado logo o fundilho da calça, que ainda estava do avesso. — Morre, Thomas.
— Isso é inveja do material aqui — avisou Dino, apontando-se da cintura para baixo, dando uma rebolada fazendo com que Antônio fingisse ter ânsia de vômito. — E porque eu posso usar uma cueca verde sem parecer ridículo! — sentenciou dando fim as discussões ao fechar o cós da calça, ajeitando-a sem jeito na cabeça.
Vendo o amigo não conseguir colocar a peça onde fora ordenado, Suzanna se ergueu, indo até ele e mandando-o sentar e ficar quieto, enquanto ela em dois minutos arrumava a calça como um turbante no garoto. Quando se afastou para ver o resultado, notou que era o centro das atenções, e os garotos olhavam invejosos para Dino.
— Idiotas! — resmungou ela, voltando ao seu lugar.
— Tira os olhos da bunda da Suzanna e gira a garrafa, Dino. — diz Rony pro colega de quarto, que realmente tinha os olhos fixos em Suzanna. O grifinório nem ao menos se dignou a corar ao ser pego em flagrante, apenas lançou um beijinho para Suzanna, que revirou os olhos, apesar de rir.
— Consequência. Seja gentil comigo, Weasley. — Ernesto disse, numa súplica mal disfarçada. Jorge só ria maliciosamente.
— Já sei o que vou pedir, mas cabe a você decidir se é bom ou não! — explicou, rindo do jeito sem graça do Lufa-Lufa.
— Sem suspense... — resmungou Neville, querendo ver até onde os gêmeos iriam.
— Você manda, Longbottom. — após prestar continência para Neville, Jorge se virou para Ernesto, o sorriso malicioso de volta. — Sinta-se livre para conferir as curvas de Luna por você mesmo, se ela deixar, num beijo.
Ernesto estancou, sem saber como reagir, fazendo todos rirem. Girou lentamente na direção da loira, que já se erguia, ajeitando o vestido. Engoliu em seco, se levantando de modo maquinal.
— Vai fazer isso? — arregalou os olhos ao ver que soltara a pergunta em voz alta. Luna o encarou com os olhos grandes e azuis, se sentiu um idiota completo.
— É o que o jogo pede... — respondeu dando de ombros. Mas ao se dar conta de que não sabia realmente se era isso se volta para os gêmeos, que concordam rindo abertamente.
Estreitou os olhos e sem reparar no que fazia, quebrava a distância entre eles com duas passadas. Luna sorria um pouco para ele, sem deixar transparecer o que realmente sentia. Também não parecia que importava muito. A beijou sem cerimônias, tinha vontade de beijá-la desde que a vira entrando na Sala Precisa.
Gemeu ao sentir a doçura dos lábios dela, e suas curvas se moldando ao seu corpo. Deu um passo para frente, na direção dela, querendo mais intimidade, desequilibrando-a. Luna quebrou o beijo, puxando-o pelos cabelos. Os olhos dela se estreitaram em aviso, e segundos depois, tinha novamente os lábios nos dela. Empolgado com a chance, e querendo obedecer Jorge, deslizou a mão pela cintura dela, iria mais longe, mas gemeu de dor ao sentir os dentes dela no seu lábio inferior, seria excitante, se o gosto de sangue não tivesse atingido sua língua, e Luna não tivesse se afastado totalmente dele, a expressão fechada.
— O quê, Jorge mandou! Só estava fazendo o que o jogo manda. — lembrou, tentando estancar o pequeno corte, irritado por ter seu barato cortado.
— Sim, ele mandou, mas só se eu deixasse, e eu não deixo, McMillan! — informou Luna, num tom anormalmente cortante, já se virando para voltar ao seu lugar, ignorando os risos de todos os garotos destinados à Ernesto e as concordâncias das garotas.
— Uh-ohh! — Zacarias riu. — Vamos ver o como as amigas se saem!
Todos pareciam extasiados com a chance de ver como Anna e Suzanna se saiam no jogo, como adversárias.
— Não vale ter pena!! — lembrou Miguel em aviso. Anna o calou com um gesto de mão, causando risos por toda a roda, enquanto o garoto bufava e resmungava consigo mesmo.
— Pergunta ou desafio? — inquiriu ela, sorrindo abertamente para a amiga, que a encarava seriamente, como se tentasse desvendar qual das duas opções era menos pior.
— Hã, verdade. Acho. — riu-se ela, pegando um novo copo de bebida. Anna fez uma pequena dancinha da vitória e a encarou fixamente. — Annaaa...
— Shii, sem “Annaaa”. Minha vez eu escolho, reze para ser invertido na próxima. — avisou ela, rindo. — Com quem quer ir no próximo passeio à Hogsmeade, no Dia dos Namorados? — Suzanna sufocou.
— Mas isso não é nada revelador! — reagiu Simas sem entender.
— Nunca duvide de uma pergunta da melhor amiga. — avisou Jorge num tom de quem entende do assunto.
— Elas são os piores adversários nesse jogo... — concordou Fred, indicando Suzanna, que parecia ter sufocado, o rosto fortemente corado.
— Eu mato você! — irritou-se Suzanna, olhando irritada para o tabuleiro que lhe denunciaria se mentisse. — Com Billy, da Corvinal. Sétimo ano.
Mesmo tendo respondido em voz baixa, sabia que todos haviam ouvido, porque logo os bochichos e conversinhas dominaram a sala. Billy era um dos favoritos de Slugue e não era o típico garoto de quem as garotas gostavam...
— Ele é legal. — comentou Hermione, não querendo deixar a amiga desconfortável.
— Ele é adorável. — concordou Suzanna, olhando para a morena agradecida. Se virou surpresa para Dino, que bufava irritado do outro lado da roda. — O que foi?
— Adorável? Isso é coisa de marica!
— Claro que não. — Suzanna riu, indignada. — É exatamente isso que eu quero num garoto, que ele seja adorável sem medo de ser considerado um marica por idiotas quaisquer!
— Hoje não é seu dia, Dino! — riu Dênis, vendo o mais velho corar e estreitar os olhos, sem desgruda-los de Suzanna.
— Cala boca, Creevey!
Com um sorriso superior, sendo apoiada por todas as garotas presentes, Suzanna girou os ponteiros. Apesar das torcidas e votos, o ponteiro de pergunta parou em Rony que começou a gargalhar ao ver que Harry era para onde o ponteiro de resposta apontava.
— A teoria de melhores amigas se aplicam aos garotos também? — inquiriu Zacarias, olhando de um para outro.
— Consequência, Weasley. — mais gritos abafaram a resposta dos gêmeos, que se divertiam em ver como o ambiente estava caótico.
— Sim, Smith. Nesse jogo, ninguém tem amigos... — sentenciou Fred, Jorge concordava silenciosamente, indicando o olhar concentrado de Rony, que parecia decidir o que era melhor para Harry.
— Você sabe que ele vai aprontar com você... — indicou Hermione, rindo do olhar focado de Harry e o jeito analista de Rony, que deslizava os olhos por todos os garotos presentes. Harry só deu de ombros, sem desviar de Rony.
— Você vai ter que beijar o rosto de Zacarias, sem nojo e por, digamos, 10 segundos. — informou Rony, causando uma sequência de risos bobos na namorada e Parvati. Harry estreitou os olhos, perdendo o ar focado, enquanto o próprio Zacarias pulava de indignação e susto.
— Hey! O castigo é para ele! Não pra mim! — resmungava irritado.
— Qual é, nunca jogou o jogo? — interveio Hermione, que tentava segurar a risada sem conseguir grandes feitos. Harry a olhou completamente irritado, tanto quanto Zacarias. Muitos acenos entusiastas surgiram por todos os lados. — Todos sabem que não tem regra nenhuma impedindo que a utilização de um terceiro jogador seja implicada.
— Hermione!
— Mas é a regra, Harry! Todos sabem disso! — defendeu-se a morena, rindo. — Não vai morrer. E não é na boca. Sinta-se grato por isso...
— A ideia é boa, Mione! — Fred olhava orgulhoso para a morena, fazendo com que ela risse baixinho. — Você parece entendida nesse jogo...
— Você não sabe nada... — ela falou já se concentrando em Harry, que a olhava traído. — Desculpe, mas são as regras.
— Espere só alguém lhe ferrar nesse jogo...
— Você é um Grifinório ou não, Potter? — implicou Miguel, mexendo com o brio do moreno, que como todos esperavam, se levantou num salto, seguindo determinado até Zacarias, que tentava escapar dos braços de Antônio e Terêncio.
O garoto ficou anormalmente branco, ao ver o moreno se agachar na frente dele, olhando de um modo assassino para Hermione, que ria desdenhosamente assim como Rony, que gargalhava. Pegou o rosto do colega nas mãos, e tomando fôlego, grudou os lábios na bochecha dele, que se contorcia de raiva. Aguentou os dez segundos do castigo, com todos contando em voz alta, rindo pontualmente. Iria reclamar que eles contaram muito lentamente, mas não seria motivo de chacotas, parou no caminho de volta ao seu lugar pra girar os ponteiros, e se serviu de mais uma dose refrigerante. Prometendo a si mesmo que tanto Hermione quanto Rony iriam pagar por essa.
As brincadeiras e algazarra só diminuiu quando os ponteiros pararam novamente, indicando que Antônio teria que aprontar com Terêncio, ou não. Levou vários minutos para que se escutasse a escolha do desafiado. Já que todos queriam dar seus próprios palpites do que escolher ou perguntar.
— Certo, Terry, nos diga, até onde foi com uma garota? — Antônio quis saber, os olhos fixos no amigo, causando mais algazarra de todos.
— Não se esqueça que se mentir, saberemos e será castigado! — agourou Zacarias, que já parecia mais conformado com o que passara ao ver outra dupla de amigos zoando o outro.
Corando, Terêncio foi obrigado a dizer que só colocara as mãos na cintura de uma, sob a camiseta, e ficou evidentemente contente quando se livrara da sua tão esperada chance de participar do jogo.
Padma comemorou quando viu que finalmente fora escolhida para brincar. Adorara ver até aqui, mas queria se divertir participando, e torcia para que Anna escolhesse consequência, porque já sabia o que pedir.
— Vamos lá, dê seu melhor, Pad. Consequência. — Anna disse em tom confiante, sem sequer parar para pensar. Padma fez outro gesto de vitória, sem conseguir se controlar, fazendo todos rirem. Não que se importasse.
— Eu gosto da ideia de beijos, mas, desculpe Anna, não sou ser convencional. — informou, sem conseguir refrear a língua. Anna levantou as sobrancelhas e todos ficarem quietos, chocados demais para entender o que aconteceria. — Desculpem colegas, a ideia foi dada, mas eu que vou lançar o desafio! Também porque li sobre uma canção outro dia que falava disso... Não importa como a ideia surgiu, mas você vai ter que beijar uma garota, com seus critérios de escolha, porque eu sei que deve ser estranho.
Anna parecia chocada, mas não sabia se ria ou não. As garotas piscavam assombradas com a coragem da indiana. Parvati queria aplaudir, mas não sabia se estava livre dessa ou não. Não que Anna fosse feia, mas seria estranho, não é?
— E eu escolho... — Anna fez um suspense, nem mesmo os garotos falavam alguma coisa, divididos entre a excitação e a incredulidade. — Hermione.
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Apreensiva, Gina se posiciona perto da entrada com a varinha em punho, se não visse a cabeleireira platinada em alguns segundos, iria se inclinar sobre a passagem e o azarar.
Já havia deixado a caixa de cerveja no chão e ia até a passagem, quando vê os cabelos loiros surgirem. Rapidamente pega a caixa e corre para o meio da sala, agitando a varinha para reunir algumas almofadas sobre as quais sentaria.
— O fato de eu estar aqui, não significa que vamos conversar ou algo assim. — Draco deixa claro ao entrar na sala e fechar a passagem.
— Ótimo, porque só vim aqui pra beber em silêncio. — Gina diz colocando a caixa entre ela e outra pilha de almofadas nas quais ele poderia sentar.
Assim que destampa a garrafa, pensando em como poderia começar um assunto quando ele estivesse mais confortável e de guarda baixa, sente um aroma diferente, meio adocicado, vindo da garrafa. Ao olhar o rótulo curiosa e estranhando o cheiro, vê escrito no rótulo Luna Roja e na parte de baixo a inscrição: O vinho tão suave quanto um passeio nas nuvens.
— Não disse que era cerveja? — Pergunta estranhado.
— Eu achei que fosse, não imaginava que seus amigos bebessem algo mais sofisticado. Talvez quisessem impressionar alguma garota. — Responde primeiro dando de ombros e no fim acabando por fazer uma careta ao pensar na imagem que havia se formado em sua mente.
— Argh! — Draco compartilhava de tal repulsa pela cena inusitada. — Ao menos espero que tenham desembolsado uma boa grana. — Diz antes de beber um gole.
— Wow, acho que gastaram sim. Isso é bom! — Gina diz logo depois de experimentar, tomando novo e generoso gole.
— Devem ter roubado da adega do pai de um deles. Mas chega a ser um insulto beber algo assim na garrafa. — Comenta empunhando a varinha e usando transfiguração para transformar as duas almofadas a sua frente em duas taças elegantes de vinho.
— Obrigada. — Gina se limita a dizer enquanto pegava uma e se servia. — Ano novo em uma sala silenciosa e com um bom vinho, até que não é mal. — Pensa alto se recostando na pilha que fizera, ficando meio deitada, de modo a poder ver a via láctea através do teto enfeitiçado da sala.
Draco seguira o mesmo movimento dela e meio que deitara em uma pilha semelhante, com sua varinha às vezes movimentava a imagem refletida fazendo com que a galáxia ficasse mais próxima ou distante, às vezes focando uma constelação.
Passaram alguns minutos silenciosos, dois copos de vinho já bebidos por cada um, que pareciam perdidos em suas reflexões. Gina olhava para seu copo, o líquido arroxeado se movendo no ritmo com o qual mexia a taça, quando ouve um pigarreio de Draco, típico de quem quer falar após um longo tempo em silêncio.
— Então... rejeitada pelo Potter? — Diz como se querendo começar um assunto.
— Esse é seu jeito de começar uma conversa? -— Pergunta com uma careta. — É por isso que as pessoas fogem de você. — Termina com uma pontada de mágoa na voz.
— É que só falam disso... er... desculpe. É só que eu não consigo me surpreender tanto com ele e a Granger. — Corrige meio sem jeito.
— Eu sei, é tão padrão, tão livrinho meloso de garotinhas do segundo ano, mais clichê que isso só se Hermione namorasse meu irmão, aquela baboseira inútil de opostos se atraem. — Comenta quase venenosa.
— Opostos se destroem ou, com alguma sorte, sobrevivem com um engolindo o outro. — Diz pensativo, quase como se magoado, como se soubesse muito bem como era aquilo.
— Andou sendo destruído por alguém? — Pergunta surpresa.
— Não costumo repetir erros meus ou que testemunhei. — Draco responde e fita sua taça por um longo momento, percebendo que Gina olhava para si como se esperasse que estivesse à-vontade para continuar. — Minha mãe era uma mulher diferente, doce, amável, cheia de vida, não a boneca de porcelana fria e sem vida que você conhece.
-Relacionamentos são coisas complicadas. — Gina diz pensando em seu ex-namorado. — É duro quando temos que fingir ser o que não somos só para ter aprovação.
— O pior é quando não queremos, mas somos obrigados por uma questão social. — Draco rebate amargo pensando em sua própria situação.
— Se há algo que aprendi com isto tudo, é que devemos aproveitar os momentos em que podemos ser apenas nós mesmos, já que não há como lutar contra os papéis que designam pra nós. — Gina complementa em tom profundo.
— E que momentos seriam esses? — Draco rebate quase desdenhoso.
— Momentos como esse. Não quero te agradar, é fácil pra mim ser eu mesma e mandar um foda-se sobre o que achar. — Diz com um sorriso maroto antes de bebericar mais um pouco do vinho.
— Sem dúvida é fácil não dar a mínima para o que pensa de mim. — Draco responde satisfeito.
— Você não fala palavrão? — Pergunta estranhando a resposta polida.
— Sou educado. — Rebate com um sorrisinho que a fazia lembrar do "velho" Draco.
— É libertador. — Ela rebate sem se deixar intimidar.
— Ir a uma loja e comprar tudo o que quiser também. Ou dar uma volta num carro conversível em um belo dia de sol. — Diz quase sonhador.
— Você é mesmo um playbozinho superficial e arrogante. — Comenta quase rindo de tão ridículo que era aquilo.
— Eu gostaria de ser. É bom quando não se sabe de nada, não tem que pensar politicamente em cada "A" que diz, nem quando se tem que ter responsabilidade sobre outros... Eu queria apenas curtir o dinheiro da família com as coisas boas e confortáveis, levar adiante as empresas, manter a boa reputação do nome Malfoy... — A fala ia perdendo ânimo, como se agora tudo fosse um sonho distante, inalcançável.
— E por que isso é um sonho e não realidade? Está à frente das coisas da família agora. — Pergunta servindo mais a si que a ele.
— Por que já não está em minhas mãos. Hoje é tão impossível quanto você roubar Harry de Hermione. — Admite fazendo um gesto de agradecimento pela bebida.
— Acho que também já não quero. — Diz o mais amarga que consegue. — Duvido que ele seria homem o suficiente pra mim, parece mais um idiota todo meloso e babão.
— Homem o suficiente? — Draco diz entre risos.
— Acha que isso aqui é pra qualquer um? — Gina rebate irritada, retirando a jaqueta e revelando o vestido justo e provocante na cor vermelha.
— Pra quem era isso ruivinha? — Pergunta sem qualquer pudor em olhar para o belo corpo da garota, tomando ciência do porquê os sonserinos tanto falavam nela aquele ano.
— Ninguém, apenas queria ser um pouco eu. Infelizmente só há garotos bobos e mimados nessa escola, nenhum homem de fato. — Desabafa desdenhosa, sorvendo um bom gole da bebida.
— Não seja tão precipitada, provavelmente só estava procurando no lugar errado. — Responde em nítido flerte, fazendo-a olhar pra ele com atenção pela primeira vez. Os olhos azuis passando devagar pelo corpo já quase totalmente formado do rapaz. — Aprovado?
— Tem menos relação com aparência e mais com atitude, como Harry bem me mostrou. — Diz voltando a olhar para a galáxia.
— Esse é um problema dos bons moços, mas não dos caras maus. — Diz deslizando devagar a mão da barriga plana até o seio direito da ruiva, o rosto se inclinando até enfim lhe alcançar os lábios.
Gina corresponde o beijo lento e provocante, deixando um gemido escapar ao senti-lo massagear seu seio sobre o vestido, parte dos dedos tocando a pele exposta. Puxou-o pra si, encaixando seu corpo sob o dele, uma de suas mãos bagunçando o cabelo sempre alinhado.
— Vou saciar sua fome, vai ter tudo que procurava e muito mais. — Draco sussurra enquanto se afastava o suficiente para tirar rapidamente e de uma vez a camisa e moletom.
-Promessas... –Cantarola desdenhosa.
— Provarei que sou um homem de palavra. — Provoca voltando a beijá-la, desta vez bem menos gentil e muito mais exigente, sentindo as unhas dela cravarem na pele de sua nuca e costas.
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Todos prenderam o fôlego ao mesmo tempo.
— Sem dar pra trás, meninas, sinto muito! — Simas avisou de ante mão, prevendo discussão. E essa era uma cena que ele não perderia.
Anna ainda não havia se prontificado para ficar em pé, e Hermione abaixava a bebida lentamente, tentando processar onde fora metida. Harry queria falar alguma coisa, mas estava chocado demais.
— Porra! Isso sim que é desafio! — os gêmeos haviam largado completamente seus copos, claramente não queriam se distrair com nada.
— Nunca passou pela minha mente que uma garota desse um castigo desse... — espantou-se Dênis, que corara, sem desviar os olhos das duas garotas, agora no centro da roda, como todos os outros casais que tiveram que se beijar previamente.
— E o Potter querendo reclamar de um beijinho no rosto! — zombou Justino.
Harry não quis revidar, ainda tentava processar que em segundos veria sua melhor amiga beijar uma outra amiga. Não quis, mas sentiu que segurava a respiração ao ver as duas trocarem uma pequena careta e iniciarem um selinho inseguro.
Era uma situação que misturava muita coisa. Sentia constrangimento por Hermione ser obrigada a beijar uma amiga, embaraço por estar vendo isso acontecer e mesmo não querendo, achava divertido ela ter uma retribuição por ter sido obrigado a beijar o rosto de Zacarias, e dar a ideia de sua própria consequência por extensão.
Imaginara que por ser um beijo de garotas ia ser escandaloso ou até mesmo vulgar. Mas o que via atestava beirava ao suave. Era um encontro cuidadoso e discreto. Nenhuma das duas estava realmente empolgada com a situação toda, mas também não podiam não cumprir o desafio. Por fim, se afastaram quando começaram a sentir uma chuva de bebidas, sabiam então que tinham cumprido o desafio, e sem se encararem voltaram aos lugares.
Harry procurou a amiga com o olhar, mas ela parecia evitar todos, que ainda comentavam sobre o beijo. Enxugava o rosto, querendo esconder o quanto estava sem graça e corada. Quando enfim seus olhares se cruzaram, a careta dela era evidente. Tentou sorrir e implicar, mas o máximo que conseguiu foi demonstrar o quanto estava orgulhoso da coragem dela de aceitar numa boa o desafio.
Nem reparou que todos já estavam falando do próximo castigo, que Collin determinara para Zacarias, apesar de ainda lançarem esporadicamente à Anna e Hermione olhares surpresos. Tentou entender o que é que Zacarias tinha que fazer, porque ele foi rapidamente vendado por Lilá, que ria adoidada e Collin discutia ferrenhamente com os Weasley presentes.
Só entendeu que ele teria que fazer uma pequena corrida de obstáculos, quando Lilá o posicionou perto de um cabo de vassoura com no máximo 1,20m de altura. Começou a rir com todos enquanto via o garoto resmungar e girar sobre o cabo, 20 vezes, enquanto Lilá e Collin contavam.
Achou uma sacanagem ver o garoto tropeçar, quase bêbado, num degrau que aparecera subitamente na linha de Zacarias, depois escorregar numa descida que brotara sem se anunciar, tinha certeza que aquilo não fazia parte do castigo, mesmo que não tenha ouvido o que Collin ordenara. Quando Zacarias enfim conseguira atingir o lado oposto da sala, onde havia uma banqueta alta com um copo de bebida em cima, o garoto foi impedido de pegá-lo, porque tropeçou nos próprios pés, e então quando caíra, levara com ele o banquinho e derrubara o copo.
Furioso e desnorteado, ele arrancou a venda, olhando para os amigos sentados, que riam as gargalhadas.
— Vocês me sacanearam que eu sei! — avisou, sem se deixar enganar. Collin corou levemente, dando de ombros.
— Você derrubou por sua conta e risco o banquinho. Nisso ninguém ajudou, Zacarias, meu caro! — explicou Fred, rindo abertamente, já andando até o bar e servindo um novo copo. — Sabe que tem que cumprir a consequência até o fim. Até a última gota...
— Vou ser bonzinho e deixar sem a venda. — anunciou Collin, ganhando um olhar atravessado do garoto, que já se colocava aos tropeços perto do cabo de vassoura novamente.
Sem nada que o impedisse dessa vez, o garoto cumpriu sua consequência com relativa rapidez, se sentindo aliviado.
— Verdade ou Consequência, Lilá? — diz Parvati sorrindo abertamente para a amiga, deixando uma risadinha mais longa sair, olhando Zacarias de lado.
— Não tenho nada a esconder, mas consequência. — pede a loira, com um sorriso gigantesco, que foi esmorecendo com a risada da amiga e o jeito que ela lhe olhava.
— Ótimo, mas quero vê-la cumprir essa! — Parvati batia palmas, empolgada. — Sua consequência, é não poder tecer nenhum comentário sobre o que aconteceu até aqui e o que vai acontecer até o final da festa! — enquanto todos caiam na gargalhada, Lilá encarava a amiga chocada, nem mesmo ligando para que Rony, sentando ao lado dela, risse abertamente da sua situação. — Nem comigo, nem com Ron, nem ninguém. Nenhum comentário, Lil. Nada. — especificou, sorrindo abertamente.
— Mas se ela fizer? — perguntou Dênis, olhando para os gêmeos.
— Se ela fizer e qualquer um descobrir, e acreditem na gente, vamos saber, Parvati poderá escolher outra consequência. — Fred deu de ombros, assombrado com a ousadia da indiana. — O jogo cobre essas consequências futuras. Se qualquer dia Lilá esquecer e comentar, se o desafiante não impor limite de tempo, vamos saber se o desafiado descumprir o trato. Então o desafiante terá que dar outra consequência...
— Mas isso... — Lilá parecia pálida. Parvati ria abertamente, contente com sua ideia genial. — Não deveria valer!
— Relaxe, vou pensar num período de tempo. — Parvati franziu o cenho na direção da amiga, não ia deixar você nessa pra sempre...
— Obrigada. — agradeceu a loira, de mau humor, fazendo Parvati rir maliciosamente.
— Ainda não dei o limite de tempo, amorzinho! — Lilá bufou, revirando os olhos.
— Joguem logo. — disse irritada com sua situação. Tantos acontecimentos memoráveis e não poder comentá-los? Com ninguém? Não era como queria terminar a noite. Não mesmo! Sua carranca se transformou num sorriso aberto ao ver que serviria de carrasco para Hermione, em seguida. Seu humor melhorou ainda mais ao ver a irritabilidade da morena estampada no rosto dela. — Oba! Verdade ou Consequência, Herms? — perguntou, piscando os olhos longamente na direção da morena.
— Pergunte, Lilá, pergunte.
A loira bateu palmas divertida, em sua mente, milhares de perguntas voando. Não sabia como se decidir por uma só. Ao seu lado, Rony acariciava seu braço, divertido.
— Ok, já sei. Quem beija melhor, Victor Krum ou Anna Abbott?
Hermione piscou lentamente, corando em seguida. Ela baixou o olhar de Lilá para o tabuleiro, fechando os olhos em seguida, sem reação. Harry se ajeitou melhor, esse jogo estava ficando interessante, não ligou para os gritos e palmas ao redor, se concentrou na amiga, que parecia pronta para desaparecer.
— Anna. — informou, sem maiores informações, dando de ombros e girando os ponteiros.
— Como assim, volte e explique! — ordenou Lilá, se lançando no tabuleiro, desesperada por parar a jogada. Ou tentando, sua mão foi impedida por uma barreira invisível, causando na morena um sorrisinho vitorioso, enquanto Lilá praguejava se voltando para os gêmeos.
— Desculpe Lilá, mas avisamos que é só uma pergunta. Não vale duas, é como programamos o tabuleiro. Você pediu, Hermione deu o nome. Fim de papo. — Fred apontou para os ponteiros. — Agora é a vez do maninho colocar Harry na berlinda, de um modo ou de outro.
Jorge ria, ignorando Lilá praguejando e os amigos ansiosos, palpitando no que sairia dessa nova dupla.
— Então Potter, Verdade ou Consequência?
— Verdade. — conhecendo o amigo, Harry decidiu por uma pergunta. Sabia que não sairia coisa boa se escolhesse consequência, a pergunta era ruim, mas sabia que desafio seria bem pior. Jorge sorriu, apesar de estar levemente desapontado.
— Tudo bem, não foi dessa vez. — ele sacudiu os ombros, como que tirando um peso dali e sorriu abertamente para o moreno. — Todos sabem que tem em seu poder uma Capa de Invisibilidade — isso atraiu a atenção de todos imediatamente —, você alguma vez já a usou para espiar alguma garota quando não deveria, tomando banho talvez, trocando de roupa ou em alguma ato desse tipo?
Harry caiu na gargalhada, sem se conter. — Definitivamente não, só emprestei para Rony sem saber, só descobri depois que foi para um ato desse tipo. — informou, fazendo os olhares em si voarem para Rony, que corou violentamente, assim com suas orelhas quando Lilá se afastou dele o encarando furiosamente. — Desculpe, cara. — ele riu sem jeito, vendo o amigo tentar escapar dos tapas e arranhões de Lilá, que se convencera de que isso acontecera recentemente, enquanto era namorada dele. — Poxa! Desculpe duplamente. — riu-se ele, vendo o ponteiro cair no seu nome e no de Rony, simultaneamente.
— Confesse cachorro! — rosnou Lilá, ainda tentando alcançar Rony.
— Chega Lilá. Harry, meu melhor amigo, tem que me dar uma consequência! — lembrou o garoto, fazendo a loira estancar, arfante.
— Vai ter volta, Weasley!
— Então, Harry, companheiro? — perguntou, ansioso. Harry sorriu.
— Vou esquecer muito cordialmente o que me fez anteriormente no jogo, e sua consequência, será anunciar em alto e bom tom, os pontos fortes de cada uma e todas as garotas do jogo.
As orelhas do ruivo ganharam cor, enquanto os garotos riam e apostavam o que viria. Já as garotas, se ajeitavam, sem saber o que esperar, e se seria bom ou ruim.
— Porra Potter, só me mete em furada! — irritou-se o ruivo, olhando de lado para Lilá.
— Se mentir, vou saber! — anunciou ela, se afastando do ruivo, e trocando de lugar com Parvati, fazendo o namorado engolir em seco.
— Oh Merlin, onde foste parar? — resmungou, balançado a cabeça, procurando clarear as ideias. — Ok, vamos lá. — ele apontou para Hermione, sem expressão. — Mione as pernas. Suzanna os peitos, Ana o rebolado a Padma é a cor, Parvati a bunda e a Luna o corpo. Lilá o beijo. — ele terminou de apontar Luna e dizer, já se virando para girar os ponteiros, ignorando a expressão vermelha de Lilá e os seus punhos fechados. Ignorando o tom indignado dos seus amigos, lembrando-o que Parvati e Padma eram gêmeas e tentando entender porque coisas diferente. Agradeceu que girara fraco não deixando tempo para muitos comentários. — Pessoal, calem à boca que Fred tem um pergunta importante para fazer para o meu amigo favorito, o Potter. — se sentou sentindo vingado.
Nunca seu irmão deixaria Harry sair impune desse jogo. Sua jogada fora perfeita, Lilá já se preocupava com o novo participante, Harry pagaria e só então se lembrou que se evitasse Lilá até o final do jogo e se Parvati esquecesse de dar um tempo para a namorada, nunca mais ouviria sobre essa consequência cretina que Harry lhe impusera. No final das contas, parecia um bom jogo, sim, decidiu, era um ótimo jogo. Ainda mais quando Harry escolheu de Fred uma consequência.
— Eu acho que não vale. — argumentou Miguel, enquanto Fred pensava no que aplicar à Harry. Todo mundo se voltou para o garoto, surpreso. — Sim! Parvati chantageou a Lilá, que perguntou pra Mione. Depois o Jorge fez o mesmo com o Harry que castigou o Rony! Acho que esse tabuleiro tá viciado! — apontou ele, causando algazarra em todos.
Fred foi obrigado a assoviar pra se fazer ouvir, já que todos começaram a discutir juntos.
— Gente, não acontece isso. E é normal. Somos muitos, vocês que não sabem girar roleta! — ele fechou a cara. — E calem a boca que eu quero se esses dois aí são bons como dizem! Hermione já ganhou o Oscar dela, quero ver se vou ter que arranjar outro pra dar pra ele. — o ruivo cravou os olhos no moreno. — Quero um beijão, Potter, daqueles dignos de prêmio, um realmente espetacular, nada de charme, quero ação! Sem maquiagem, quero ver desejo e paixão. Fagulhas! — informou, deixando o garoto sem jeito.
— Merlin, vocês já não cansaram de mim? — perguntou Hermione, aceitando a mão oferecida pelo amigo. Harry sorriu sem jeito pra ela, enquanto todos riam, esperando pelo beijo e cumprimentando Fred pela ideia.
Ela respirou fundo enquanto chegavam na marca invisível que demarcava onde os beijos estavam sendo dados.
— Olá. — cumprimentou o moreno baixinho, sem saber por onde começar. A morena riu, divertida.
Já haviam se beijado algumas vezes, mas nunca só entre amigos que sabiam que mentiam para o resto do colégio. Ter que fazer isso agora, num clima de descontração e zoação era estranho. Grunhiu baixinho ao ouvir o pigarreio de Fred, indicando que estavam saindo do cronograma que ele estipulara. Viu Hermione encolher um pouco os ombros, apoiando seu argumento de demora.
Com um sorriso, a puxou contra si, colando seus lábios nos dela, exatamente como Fred pedira, sem muito retoque, só fagulhas. Não fora difícil. Beijar a morena era mais fácil do que deveria, e já sabia desde o primeiro beijo, que assim o era. Parecia quase certo, apesar de não o ser.
Soube que estavam sendo aplaudidos e a gritaria era porque estavam representando bem, e cumprindo as exigências impostas ao desafio. Mas não era desafio nenhum. Sentiu as mãos da morena deslizarem pelas suas costas, alcançando sua cintura, enquanto as suas faziam o caminho inverso, subindo ao pescoço dela, inclinando sua cabeça, ganhando acesso mais livre à sua boca. Gemeu baixinho ao mordiscar os lábios dela, e sentir em retaliação as unhas dela cravarem-se na sua cintura. Acabou sorrindo e a beijando com mais ímpeto.
Afinal, também queria um Oscar.
Ofegante, se separou dela, tentando conter uma risada sem sentido. Piscou ao notar que as lentes de seus óculos estavam cheias de gotas coloridas. Riu ao notar que haviam recomeçado com a chuva de bebidas. Ouviu o gemido de Hermione, que escondeu o rosto no seu peito, enquanto acariciava os cabelos dela, os olhos em Fred, que como os outros, estavam de pé, garrafas vazias nas mãos, um sorriso largo nos lábios.
— Sabe Potter, vou ter que gastar aquele dinheiro com a sua estatueta... — indicou ele, os olhos brilhantes. Harry revirou os olhos, reparando que Hermione já estava mais estável. Ela lhe beijou rapidamente na bochecha e começou a se encaminhar para o seu lugar.
— Não sei não, mano, acho que ela também merece outro...
— Oh, calem a boca. — resmungou a morena, se afundando no seu lugar. Harry riu, sem saber mais o que fazer, tentando acabar com a discussão dos dois com Hermione, girou os ponteiros.
Zacarias comemorou ao ver que seria o desafiante, atraindo a atenção de todos, seu sorriso crescendo ao ver que o desafiado era Rony. O ruivo por sua vez se encolheu.
— Verdade, Weasley? Ou vai continuar fugindo e escolhendo consequência?
— Não é fugir. E vou continuar em consequência... — anunciou, fazendo os amigos gemerem de irritação e frustração. — Que feio querendo arrancar uma história de um pobre coitado.
— Não sei onde está vendo um podre coitado! — cortou Lilá, olhando para o namorado de lado, como ele também já entendera as implicações de ser proibida de comentar o jogo e a festa depois que saíssem da Sala Precisa.
— Já que quer continuar nisso, Jorge poderá mudar seu estilo de corte de cabelo e você vai ter eu usá-lo pelo resto das férias, só pode muda-lo depois do primeiro dia de volta às aulas, sem reclamações e se te pedirem você adorou o novo estilo e está cogitando adotá-lo à longo prazo. — explicou de modo calma, fazendo as risadas ecoarem ao redor deles e Rony perder a cor.
— Sabe, Zacarias, se continuar assim, posso até mudar minha opinião à seu respeito. — anunciou Jorge, já se pondo de pé, varinha na mão.
— Ele pode mudar cor e tudo o mais, ou só o corte, mesmo? — questionou Fred, um pequeno tom de inveja na voz. Zacarias riu, espantado por ter conseguido um pouco do respeito dos dois.
— Sua criação, sua obra de arte.
Poucos minutos depois, Rony que já tinha o cabelo curto, ficou à milímetros de ser considerado careca. Salvaram-se apenas tufos maiores, variando de 3 à 8 cm de comprimento, de diversas cores e representando diversas espécies de aranhas. Eram surpreendentemente realistas, Jorge não poupara. Rony realmente parecia ter os aracnídeos passeando pela sua cabeça, tanto que quando foi permitido olhar no espelho, gritou de choque, porque o ruivo enfeitiçara os cabelos do irmão para toda vez que alguém o mirasse, as aranhas começassem a se mexer, simulando movimento.
— Tem como fazer essa foto colorida? — pediu Anna, sorrindo para Collin, que tirava fotos frenéticas do novo penteado de Rony.
— Claro que sim, dará trabalho, mas ficará ótima! — afirmou o garoto, espantado com a capacidade de Jorge.
— Gira logo essa porcaria. — resmungou Rony, evitando passar a mãos no cabelo, já que imaginava que o irmão o enfeitiçara para fazer com que se movesse sob o seu toque também.
— Ficou bonitinho! — exclamou Luna, olhando atentamente para o corte do ruivo, que ficou com as orelhas vermelhas, enquanto Fred empurrava o irmão divertido com o comentário da loira, que ainda o admirava.
— Aqui, estressadinho, é o Terêncio para o Antônio! — informou Miguel, rindo do ruivo.
— Pergunta. — informou Antônio, atraindo a atenção do colega.
— Você quem pediu. — lembrou Terêncio, um sorriso sardônico no rosto. — Minha questão é simples: porque você toma tantos banhos e demora tanto lá!?
Nem mesmo as garotas se seguraram ao ouvir a pergunta que deixou Antônio completamente estupefato.
— Porque fico pensando nas fotos da sua mãe. — respondeu ele de pronto, sem parar para pensar.
Os risos que já eram muitos, multiplicaram-se, ainda mais quando o tabuleiro começou a piscar loucamente, atraindo a atenção de todos e emitir sinais sonoros. Mas isso foi ignorado, porque Terêncio parara de rir, e se lançara sobre Zacarias que estava entre os dois, para atingir Antônio no rosto. Suzanna perdeu o riso, gritando assustada, enquanto Lilá e Parvati ainda riam, achando que era brincadeira. Acabaram se juntando aos gritos de Suzanna, ao verem que era mesmo uma briga de verdade, fazendo Fred e Jorge pularem para separar os dois, que já estavam agarrados na blusa do outro.
— Chega! Mas que palhaçada! — ordenou Hermione, puxando a varinha e parando na frente dos dois.
— Sem briga, não trabalhamos tanto para terminar a festa em duelos! — disse Parvati, se aproximando de Hermione, as mãos no quadril. Os dois estavam bem seguros por Fred e Jorge, arfantes. As expressões amarradas.
— Festa agitada sempre tem uma briga ou outra, relaxem, garotas. — Fred apertou nada gentilmente o garrote em que prendia Antônio, fazendo-o gemer. — Esses aprenderam a lição.
— Com certeza. Vão sentar separados, de castigo. E o castigo duplo do Antônio é porque ele mentiu no jogo.
— O qué? Não menti não! — resmungou, irritado ao se dar conta dos sinais que o tabuleiro emitia.
— Você pensa na minha mãe? — resfolegou Terêncio, chocado. Os olhos de Antônio quase saltaram do rosto ao se dar conta que sua resposta mal criada valera contara.
— Claro que não, porra! A sua mãe é uma senhora de respeito! — resmungou, vendo agora o porquê levar o soco.
— Então de joelhos, beija meus pés e pede desculpas! — rosnou ainda irritado pelo amigo ter insultado sua mãe, mesmo sem querer.
Depois de um longo e elaborado discurso de Antônio, que no fim arrancou risadas a contra gosto de Terêncio, o garoto foi perdoado e só o corte na bochecha de Antônio o lembrava da burrada que havia feito. Isso e o olhar recriminador que o amigo lançava de vez em quando, do outro lado da roda, já que haviam sido separados, para evitar uma ‘recaída’.
Acabaram rolando de rir em seguida, quando Rony tentou ajudar Simas, que saíra a pouco tempo com Parvati mas não dera certo. Por fim, fez o garoto se ‘declarar’ para ela, mandando-o declarar um verso, com direito a rimas e gestos. Simas levou mais tempo escolhendo o versinho do que realmente o declarando. Mas no fim, conseguira que Parvati corasse e ficasse grudada nas flores que havia feito com que a Sala lhe desse, para presenteá-la. Mesmo rindo, todos achavam que ele podia ter feito pior, ao menos não apanhara nem nada nessa linha.
Na sequência, um Dênis quase roxo da vergonha, fora obrigado a dar um selinho, de cinco segundos, no mínimo, em cada garota presente. Todos os garotos sacanearam o garoto de 14 anos, alegando que ele tinha mais sorte que qualquer um, afinal, o castigo dele fora o mais simples de todos. Já Fred fora acusado de ter amolecido com o garoto, já que era a primeira vez que ele jogava.
Quando Rony foi escolhido na rodada seguinte para escolher entre Verdade e Consequência, o garoto se rendeu e escolheu verdade, sem dar tempo para o garoto mudar de ideia, Jorge soltou a pergunta que quase todo mundo queria respondida.
— Que história é essa de usar a capa de Harry para fins pervertidos e quando foi isso?
— Não vale, é duas perguntas. — resmungou o ruivo, tentando fugir da pergunta. Jorge riu, enquanto Lilá sorria aliviada para ele.
— Na verdade não, é um combo e vale perfeitamente. — ele olhou em volta, procurando aliados. — Não é, galera?
— Claro que sim! — concordaram todos, sem exceção. Rony, se sentindo traído, começou a resmungar sobre não poder confiar em mais ninguém.
— Vamos, conte a história Weasley. Não vede ser tão ruim assim... — incentivou Luna, uma sorriso de encorajamento.
O ruivo suspirou, tomando fôlego. — Já que eu não tenho outra escolha!
Ouvindo isso, todos se ajeitaram mais confortáveis do que já estavam até ali. As orelhas do ruivo estavam vermelhas, e ele não encarou ninguém, enquanto se irritava por ter caído nessa. E xingava mentalmente os irmãos por terem dado a ideia desse jogo inofensivo. Sim, sabia que era inofensivo.
— Foi logo no começo do quinto ano. — ele largou o copo, porque sua mão estava tremendo. O silêncio na roda era total. — Sabia que se pedisse a capa de Harry ele me emprestaria sem nenhum questionamento e eu tinha finalmente a senha do banheiro dos monitores. Me pareceu uma boa ideia dar uns passeios por aí, e se eu realmente tivesse coragem, poderia, vocês sabem, dar umas olhadas pelo banheiro e ver o que acontecia, já que meus queridos irmãos gêmeos contaram histórias fantásticas sobre o banheiro de uso exclusivo dos Monitores.
— Oh, homem. — Fred tinha os olhos arregalados, sem saber se ria ou azarava o irmão caçula por metê-los nessa. Os garotos pelo roda e também algumas garotas os encaravam questionadores.
— Enfim, como eu disse, parecia uma boa ideia... Eu precisei de duas voltas pelo andar e ainda não estava 100% confiante que ia sair ileso, por mais que estivesse invisível... — ele fechou os olhos, lembrando da sensação. — Quase tinha sido pego por um professor, e não queria me meter em enrascada e ainda perder a capa de Harry, eu morreria lentamente e não valeria o esforço. Mas quando estava quase desistindo, um pequeno grupo de alunas, riam animadas e iam para o banheiro dos monitores. Obviamente, encarei isso como um sinal.
As indagações recomeçaram, mas ele as ignorou, estava ficando tenso de revelar um evento quase traumático, e então sem pudor nenhum, terminou o suco antes de continuar, não importava os xingamentos que estavam lhe atirando.
— Antes que a porta fechasse corri até lá, agradecendo minhas estrelinhas da sorte. Cheguei a ser descuidado, mas quem ia me escutar no meio daquele falatório e risos? Então fui em frente, apesar de cuidar para não me verem, escolhi um canto privilegiado e me sentei pro espetáculo. Tinha tudo para ser um! As garotas eram gostosas e elas não sabiam da minha presença e eu queria que fosse assim...
— A história tá tomando um rumo bom! — empolgou-se Antônio, bebendo de cada palavra do ruivo, gemeu da cotovelada que Anna lhe deu, para que não interrompesse e perdeu a careta desgostosa do ruivo.
— Esperei pacientemente elas decidirem que sabão usarem, se queriam muita espuma, pouca espuma. Qual a temperatura e todas essas frescuras, me alertando a ser paciente e que se eu o fosse, seria recompensado. Já devia ter reparado que minha sorte não iria continuar ao ver que em vez de começarem um pequeno show de streap tease, elas simplesmente ficaram com maiôs conservadores e horrorosos, além de que aquele troço que elas colocaram na água levantou uma espuma sufocante além de estar por toda parte! — o tom amargo do ruivo despertou piedade nos garotos, mas diversão nas garotas. Fred e Jorge tentavam entender como aquele adolescente podia ser sangue do seu sangue. — Mal via as cabeças delas! Frustrante, mas quando a conversa começou a se voltar para parentes doentes, gatas grávidas e namorados bundões eu realmente comecei a perder as estribeiras. O ápice da minha curta estada lá, foi descobrir detalhes suculentos de como TPM é uma porcaria e pode arruinar a noite de um casal apaixonado!
Já tinha se preparado para os risos, mas ainda assim sabia que estava corando. Não escaparia facilmente das piadinhas que seriam intermináveis, e os olhares maliciosos que Padma, Anna e Suzanna lhe lançavam deixavam tudo ainda pior. Até mesmo sua namorada, que teoricamente deveria ficar do seu lado, ria abertamente da sua desgraça.
— Não entendo como um bando de garotas não podem falar de coisas melhores! — o ruivo observou o fundo do seu copo desamparado. — Fazer coisas melhores!
— Rony, Rony, Rony. — o tom de Padma era caridoso. Enquanto sua gêmea ria descaradamente. — Enquanto vocês, garotos vão colher o trigo, como vovó sabiamente já dizia, nós estamos voltando com o pão pronto!
As risadas das garotas foram animadas, causando estranheza dos rapazes.
— Acha mesmo que íamos sair discutindo assuntos privados por aí? — Suzanna o encarava entre incrédula e horrorizada.
— Qual o problema? Garotos falam de tudo em qualquer lugar! Todo lugar é bom para uma conversa!
— Ah sim, e é por isso que concordamos não mencionar o namoro fake dos seus melhores amigos fora da Sala Precisa! — lembrou Parvati, num tom seco.
— Não somos idiotas, sabemos do que gente da sua espécie pode fazer, como tem nos provado essa noite. — Anna deu de ombros, apoiando a amiga. — Além disso, segredos profundos e importantes, não deixam as paredes dos nossos dormitórios que são impenetráveis! — lembrou, com uma piscadela marota, indo girar os ponteiros, deixando o ruivo de queixo caído.
— Verdade ou Consequência, Thomas? — disse Hermione, trazendo todos de volta à rodado atual do jogo.
— Consequência. — o tom de voz dele era firme.
Hermione ria vendo o garoto se contorcer só por ter o copo de ponche nas mãos. Havia ordenando que ele o bebesse, inteiro, sem caretas e sem derramar. Ninguém ia mais longe de dois golinhos. Todos riam e se empolgavam com o jeito do grifinório, que tentava ao máximo se controlar. Levou quase 10 minutos, mas ele finalmente conseguiu beber conforme sua consequência. Só depois, começou a se contorcer, e sentir ânsias de vômito, fazendo caretas de nojo solidárias se multiplicarem.
A brincadeira ficou tensa quando Jorge teve que admitir para Fred se já havia ‘pegado’ uma garota por quem o gêmeo estivesse caído. Harry, que estava perto dos dois, se reposicionou, temendo que os dois saíssem no soco. Nunca vira os dois tão sérios, Fred definitivamente parecia traído e esperava que eles superassem, tanto que foi ele quem girou os ponteiros, ao ouvir Jorge suplicar para conversarem melhor depois. Que então o irmão entenderia tudo.
Lilá, na rodada seguinte, que não era boba, procurou anuviar o clima, indagando
a Luna se ela sairia com Fred. Com o jeitão típico da corvina, veio a resposta surpresa que ‘não’. Afinal, ela não saberia dizer se estava saindo com um ou outro. E se um dia beijasse uma achando que era o outro? Negando, evitava uma situação desconfortável.
— Herms! — os olhos da indiana brilhavam em expectativa. — Não quero lenços, nem feitiços, nem mãos ou camisa. Nada disso, quero uma coisa bonita e bem caprichada. E não pode restar nada de chocolate ou coloco o dobro na sequência. Quero o pescocinho do Harry limpinho como está agora! — despejou ela, ao ser avisada que a morena queria uma consequência.
Parvati se deliciou quando Hermione, mesmo com suas bochechas ultrapassando todos os tons de vermelho que conhecia, cumpria seu desejo com certa arrogância. Harry parecia um pequeno cordeirinho sentado na cadeira, sem ousar se mexer, apesar de vermelho, conseguia olhar irritado à Parvati. Que definitivamente esperava que fosse uma grande mentira. Devia ter estipulado uma coisa nesse sentido, assim o tabuleiro lhe avisaria se a reação do moreno era de verdade. Não era possível que alguém que beijava sua melhor amiga do jeito que ele beijara na sua própria consequência, ficasse tão desconfortável com uma coisa boba como ter Hermione comendo chocolate direto do seu pescoço!
Sabia que à morena tinha uma coisa com chocolate e se certificara pessoalmente para que a calda que tivessem ali fosse a marca preferida dela, então, não tinha porque ter qualquer reclamação ou aquela vergonha. Era tão simples!
A garota não deixou de rir ao ponderar que o que deixava Harry daquela forma era por estarem numa sala lotada, certeza que ele não agiria assim se estivessem a sós! Não era? Bem, teria que sondar isso quando aqueles dois deixassem de serem mulas empacadas... No momento, se confortava em rir com ganas vendo sua ordem sendo cumprida à risca.
— Oba! — comemorou Justino, ainda rindo do jeito arrisco que Harry e Hermione se tratavam após o evento do chocolate.
— Mande sua melhor pergunta Justino! — pediu Padma, ainda rindo tanto quanto a irmã.
— O que você mais detesta na Parvati? — o tom era sério, justificando os gemidos e alarde por conta das garotas.
— Você é louco, Finch-Fletchley? — questionou Miguel, os olhos arregalados, olhando de uma gêmea a outra.
— Qual é Corner, você também está interessado! — o Lufa-Lufa deu de ombros, não ligando para os comentários assombrados.
— Hum... — Padma se ajeitou no lugar, olhando de esguelha para a irmã. — O que eu mais detesto nela? — Justino confirmou enquanto esperava a garota pensar. — Detesto o quanto ela se empolga com uma nova fofoca, de qualquer tipo, e a tagarelice em qualquer momento.
— Desculpe? — Parvati se virou rápida para a irmã, sem acreditar no que ouvia. — Você é a pessoa que se estressa se eu não te conto o que eu ouço de novo!
— Eu não disse que eu não gosto de fofocar de vez em quando. Eu gosto, não me entenda mal. Mas não 24/7. — Padma contrapôs, cansada.
— Eu não sou assim! — esganiçou-se a outra, chocada com a insinuação da irmã.
— Como não? Antes mesmo estava me contando como foi divertido ser parada por um grupo de garotas do sétimo ano, querendo lhe interrogar sore o namoro de Harry e Hermione!
— Isso não é fofoca! — Parvati se defendeu, corando.
— Pode até não ser, mas é tagarelice!
Hermione vendo que sua amiga já preparava um réplica indignada, se adiantou, girando os ponteiros. — Vamos, vamos continuar. Deixem as duas se entenderem depois... Sim?
Enquanto Dênis escolhia uma pergunta para Neville, Hermione reparou que Parvati e Padma tinham as expressões fechadas, sem querer papo com quem estava sentando ao lado delas. A garota suspirou, ponderando num jeito de melhorar o ambiente. Afinal, supostamente estavam em um festinha, certo?
— Certo, acho que sei uma. — Dênis começou meio incerto. Neville lhe lançava um sorriso encorajador. — Qual foi seu melhor beijo? — os garotos concordaram animados com a pergunta.
Neville se engasgou, corando furiosamente em seguida. — Eu...hãn...eu... Nunca...
— Nunca beijou ninguém? — Zacarias parecia surpreso demais. Vendo o quão sem jeito Neville estava, começou a rir. — Poxa, Neville!
As piadinhas aconteceram de todos os lados.
Por poucos minutos, a brincadeiras foram divertidas, mas ao ver que quase ninguém queria ir para a rodada seguinte, Suzanna se irritou. Resoluta, deu cutucou o braço de Neville, sentado ao seu lado. Ele estava tão sem jeito e sem saber o que fazer contra as piadinhas e insinuações, que nem ligou para ela. Cansada, a garota agarrou a gola da camisa de Neville e o puxou para si com força, colando seu lábios no dele.
Ficou satisfeita ao ver que ao menos, as piadas haviam parado. Sabendo que o pegara de surpresa, tentou com calma conseguir uma reação melhor que um grunhido de surpresa.
— Pronto, agora acabem com essa piadas ridículas. — ordenou a garota, ao se separar de Neville, que ainda parecia chocado com o que acabara de lhe acontecer. Não pode evitar sorrir, ele era só um doce, não era?
— Verdade ou Consequência? — Miguel encarava Hermione fixamente, ao ver que era sua companheira nessa rodada.
— Verdade.
— Certo. — Miguel abriu um sorriso lento e cheio de malícia. — Você já viu pornô?
Hermione arregalou os olhos surpresa, depois revirou-os, o que mais se esperaria de um garoto? Os risinhos ao redor da roda fora mais do que teria suposto.
— Intencionalmente, não. — ela deu de ombros, sentindo que corava ligeiramente. — Nunca senti curiosidade... Mas vivo com os meus pais, uso internet e não é fácil navegar sem cair em sites suspeitos, se deparar com propagandas explícitas ou pesquisar por uma imagem e alguma pornografia aparecer... — ela deu de ombros. — Então, não, não intencionalmente, mas por conta disso, sim.
— Imagens? — Suzanna girou para ela, realmente curiosa. Lilá também parecia dividir a curiosidade.
— Você não quer detalhes, quer? — Hermione disse, surpresa.
— Não tenho ideia do que você está falando. — explicou a garota, dando de ombros.
— Oh, Merlin...
— Vamos, Herms, do que exatamente estamos falando? — quis saber Lilá.
Hermione suspirou com a curiosidade das garotas que por terem criação bruxa, não tinham noção do que estava falando. Ela mordeu o lábio inferior, vendo que os garotos a olhavam em expectativa.
— Olha, posso explicar, mas definitivamente não agora. É a vez de outra pessoa...
Ernesto sorriu ao se ver outra vez no jogo. — Então, Padma, Verdade ou Desafio?
— Apesar de tudo, verdade. — Ouviram-se vários “ohhhs” e “ahhhs” animados pela roda.
— Hum, vou pegar leve com você. — afirmou Ernesto sorrindo animado. Mesmo duvidando, Padma agradeceu. — Já vimos que se podermos alguns de nós íamos espiar algumas de vocês. Mas e você, se pudesse escolher qualquer garoto para espiar no banho, quem seria?
— Isso é pegar leve? — inquiriu Padma, sarcástica, apesar de vermelha.
— Oras, é uma pergunta bem simples! Não é cretina como a de Justino... — defendeu-se Ernesto, rindo maroto para o amigo, que rolou os olhos, sem ligar para a provocação.
— Podemos discutir suas definições para simples e cretina depois...
— Sem fazer doce, só responde. Não dói tanto assim. — Fred riu, os olhos brilhantes. — Você viu o que Suzanna fez pelo Neville, vai que se o garoto for daqui, você não tem o pedido atendido?
Padma engasgou com a possibilidade, apesar de Anna e Suzanna falarem qualquer coisa marota para ela. Estava envergonhada demais escolhendo um garoto, para escutar o que quer que todos estivessem apostando.
— Certo, se eu pudesse escolher alguém, seria Harry. — admitiu, com a voz fraquinha, sem olhar para o lado do moreno.
Os “ohhhs” e “ahhhs” dessa vez que ressoaram por todos os lados, eram de pura descrença e alguns excitados. A Corvinal corou ainda mais com o espanto do moreno, que se engasgara e corara até a raiz dos cabelos.
— Qual é! É o Harry! — surpreendeu-se Rony, fazendo com a que garota corasse ainda mais, e recebesse do amigo um olhar irritado.
— E daí? — ela deu de ombros. — Ele é legal, não é cretino, é inteligente, divertido e...
— Gostoso. — completou Anna vendo que a outra se perdera no meio dos elogios. Sorriu concordando e afirmando enfaticamente.
— Oh, sim, completamente! — concordou Parvati, sorrindo deliciada com a reação do moreno, que parecia pronto para correr porta a fora.
— Então Harry, vai ceder ao desejo da Padma? — perguntou Fred, num tom malicioso num arquear de sobrancelhas frenéticos.
— Eu, hãn, fico lisonjeado, mas desculpe, sou um cara comprometido. — respondeu, tentando controlar o rubor e a vontade de voar em Fred.
As risadas se multiplicaram pelo grupo. Padma foi obrigada a rir. — Depois não consegue entender porque as garotas correm atrás de você, não é? — questionou, entre admirada e achando a atitude do rapaz doce.
— Qual é, é um namoro fake, Potter. — Zacarias arqueou um sobrancelha, um sorriso maroto se insinuando. — Ou a coisa tá no real e ninguém nem se deu ao trabalho de nos contar?
— Talvez por isso ela nem tenha se importando tanto assim em degustar chocolate direto de Harry... — concordou Simas, assombrado com a descoberta. Hermione resmungou, enquanto corava.
— Cala boca, Finnigan. — Harry desarrumou ainda mais os cabelos, lançando um olhar de desculpas à Hermione. — É um jogo. E ela também não falou nada pelo beijo que teve que trocar com a Anna...
— Por Merlin Harry... — Hermione o olhou chocada. — Desse jeito vão querer vem um encontro triplo desse jeito... — resmungou ela, fazendo o garoto arregalar os olhos.
— Gente, relaxem, ele não quis me magoar, ao dizer de um modo gentil que não é afim de mim! — explicou Padma, se divertindo com o jeito de Harry e Hermione, mas achando que a situação tinha ido um pouco longe demais. Afinal, se dessem um pouco de espaço pros dois, eles se acertassem, não era esse o plano? — Além disso, Hermione tem que decidir um boa pergunta ou consequência pra minha irmãzinha, dependendo da escolha dela...
Isso atraiu a atenção de todos, que logo se prepararam para o próximo show, apesar de entre duplas e trios, ainda comentavam sobre Harry e as garotas.
Parvati assumiu que já que fora gentil com sua consequência com Hermione — oras, comer chocolate direto da pele de Harry Potter dificilmente seria um castigo — a morena lhe trataria com a mesma cortesia. Por isso não hesitou em pedir por uma consequência, animada com o que a mente da morena produziria para si.
— Vá em frente, Parvati! — incentivou Hermione, indicando Collin, que congelara com a câmera nas mãos. Dênis riu e tirou a câmera do irmão, ansioso pelo desdobramento do desafio.
Certo, achara Collin bonitinho, certo? Os cabelos dele eram legais, ficavam bem com o rosto que ainda não se livrara de toda a gordurinha e ar infantil. Tinha uma boa altura, maior que ela, o que era um grande ponto positivo para ele. E realmente nunca tinha reparado que os olhos dele pareciam âmbar. Além de que sua roupa não era das piores. Também não era cega e sabia que ele tinha uma quedinha por ela. E Hermione, esperta como só ela, também deveria saber disso, por isso não iria se opor aquilo, estavam jogando e se ela aceitara sua brincadeirinha sem uma reclamação, não faria diferente. E também não era uma desalmada que magoaria Collin assim, descartando ele. Só teria que ter cuidado de cumprir bem seu desafio, mas sem dar muitas esperanças para ele.
Era um desafio afinal.
Feliz com essa constatação, ela andou até ele, que parecia sem saber como agir, determinada, puxou-o pelo colete — divertida, admitia — e pressionou seus lábios no dele. Ofegou quando sentiu uma mão grande rodear seu pescoço, mantendo-a no lugar, e uma pequena mordida sensual nos seus lábios. Deslizou as mãos que mantinha em punhos no colete e as deixou deslizar pelo peitoral dele, surpreendendo-se com a forma e fechando-se no pescoço dele, enquanto se aproximava mais, gemendo em contentamento quando ele entendeu o recado e a enlaçou pela cintura.
Esquecendo onde estava e que estava sendo observada em 360º graus, se entregou ao beijo, realmente desejando que fosse inesquecível para ele, da mesma forma que sabia que seria para si, já que tinha ótima memória para as coisas importantes. Ainda mais com a agradável surpresa que Collin estava escondendo o jogo o tempo todo.
Se separou dele arfante, só então notando a algazarra que haviam feito em sua volta. Virou-se para Hermione, que a encarava divertida e satisfeita, retribuiu o sorriso levemente. Se sentiu corar, por mais incrível que fosse, ao ignorar Lilá que quicava no lugar, curiosa com o relato.
O mais rápido que conseguiu voltou ao lugar, girando os ponteiros e dando início a uma nova rodada. Ficou mais aliviada ao sentir que já não era o centro das atenções, já passara a bola à Rony, que já largara a Anna se ela queria uma pergunta ou um desafio.
— Essa é corajosa... — comentou Jorge pro irmão, ao ver a garota escolher mais um desafio.
— Quem entende o espírito da brincadeira é outro nível! — animado, Fred concordou.
— Já que os combos arrasadores estão valendo, quero que escolha por ordem crescente, do menor pro maior, os garotos mais bonitos/sexy, vou ser legal e deixar isso pra sua escolha, e também as garotas.
— Desculpe? — Anna riu, chocada. — Como?
— É simples, quero sua lista de mais bonito e/ou sexy. Tanto feminina quanto masculina.
— Meu top 5? — questionou assombrada, enquanto todos riam e já apostavam quem seriam os primeiros finalistas.
— Não. Eu quero saber a colocação de todos da AD... — Rony riu abertamente. — Nos divirta!
— Assim, agora? — Anna parecia assustada, olhando em volta. — Oh, certo. Hãn... Certo. — ela sacudiu um pouco a cabeça, tentando clarear os pensamentos, que estavam embaralhados. — Ok. Já sei, vou começar com os garotos.
— Isso! — Parvati soltou uma risada estridente, enquanto na sua frente apareciam pena e pergaminho. — Vamos fazer isso direito, Anna...
— Oh Merlin, assim fico com medo, Patil. — apesar do tom sarcástico, a outra riu, animada demais para leva-la em consideração.
Foi complicado e levou tempo, mas no final, a lista dos garotos estava pronta. Mesmo com as intromissões de todas as garotas, sem exceções e até alguns dos garotos — Simas era absurdamente opinante e quem diria, Dênis também —, Anna conseguiu sua lista masculina. Ainda ria das brincadeiras que Harry suportava, por ser escolhido — em tempo record — o número um.
— Então, para conhecimento geral, a lista masculina ficou assim: O incontestável número um é Harry — a garota não pode deixar de rir do jeito do moreno, que ainda estava vermelho. — Em seguida vem Ernesto, Rony, Fred e Jorge empatados. — ignorou os resmungos dos dois e seguiu em frente. — Dino, Terêncio, Simas, Antônio, Collin, Neville, Zacarias, Miguel, Dênis e terminamos com Justino.
Agradeceu pôr a contagem de garotas ser pequena, já que não poderia se incluir na conta, e Gina ficaria de fora por não ter aparecido. Sabia que não queria estar na pele da ruiva no dia seguinte, já que seria bombardeada por perguntas e contos do que estava acontecendo.
— Por fim, então, temos a lista. — anunciou Parvati rindo e estendendo a folha onde anotara tudo para Anna, que por regra deveria lê-la.
— Ok, então em primeiro temos a Suzanna. — a garota riu divertida. — Lilá, Padma, seguida da Parvati então Luna e pôr fim a Herms.
— Ainda não acredito que ganhou de mim. — resmungou Parvati para a irmã, que ria desconcertada. Ao contrário de Parvati, ela não tinha decidido se essa lista era uma coisa boa ou não, mesmo estando em terceiro lugar.
— Ainda não entendo como a Mione terminou em último... — diz Dino olhando assombrado para a morena, que aos seus olhos, estava ótima.
Anna fez uma pequena careta.
— Caras, eu expliquei. Baseei a lista no dia-a-dia, não hoje. — ela deu de ombros, olhando de lado para Hermione, procurando algum indício de que a magoara. — Eu não acho a atitude de general certinha da Mione nada sexy. E é como ela age diariamente!
— Não é como se eu não soubesse disso. — anunciou, porque viu que desde que fora colocada em último, Anna parecia preocupada com seus sentimentos. Riu, divertida. — É uma brincadeira!
— Fale por você... — grunhiu Justino, já que fora deixado em último na lista masculina de Anna. Hermione o olhou com piedade, mas rindo um pouquinho.
— Eu pedi pra ninguém ficar magoado. — irritou-se a garota, girando os ponteiros com violência. — É uma brincadeira, nada mais que isso. — ela deu de ombros, cravando os olhos em Justino. — Não teria problemas de sair com você, mesmo que esteja na lanterninha.
Justino não entrou na roda de comentários e piadinhas que a fala de Anna gerou, mas parecia mais contente depois disso. Anna trocou um olhar risonho com Suzanna. Garotos eram tão sensíveis!
— Consequência, Mione? — confirmou Fred, rindo animado. Sem entender, a morena confirmou. — Admito que nunca vi você sendo sexy, e fiquei curioso por ver se você consegue.
— Desculpe?
— Isso mesmo. — o garoto estava anormalmente sério. Seu gêmeo ria abertamente ao seu lado, parecia conhecer o que viria de Fred. — Sua consequência é fazer uma dancinha para Harry, e eu vou julgar por mim mesmo se é sexy ou não.
— Como é? — Hermione corou até a raiz dos cabelos, não ligando para a surpresa de Harry ao ser incluso na brincadeira, ou todos os risinhos e comentários excitados pela ideia do ruivo.
— Você ouviu bem. — informou Fred, sorrindo abertamente, adorando o jeito perdido da morena.
— Olha, eu conheço o jogo e entendo as regras. Topo numa boa. — o ruivo comemorou animado, assim como todos os outros garotos, enquanto Harry começava a corar com velocidade. — Mas só se todos estiverem fora daqui.
— Como é?
Hermione deu de ombros, sorrindo um pouco com uma nova linha de raciocínio. Sem chance que daria um showzinho para todos ali.
— Você me entendeu. Disse que mesmo depois que terminarmos aqui, as consequências continuam valendo, como Parvati provou ao proibir Lilá de falar da festa depois que acabarmos...
— Bem sim, mas...
— Então. Eu danço, sem problemas, já falei. Só que será pra Harry e só ele. — ela foi firme, surpreendendo Fred. — Teremos o típico passeio no Dia dos Namorados, lá ele pode te dizer se achou que foi sexy ou não, como você pediu, e se não for, pode me dar uma nova consequência... — ela parou por alguns segundos, sorrindo marota em seguida. — Se quiser, pode até me mandar fazer uma nova dança, mas dessa vez, para todos aqui... Não vou discutir se precisar de uma nova consequência...
— Bem, eu... — o ruivo teve que rir ao ser pego de surpresa pela tenacidade da garota. Olhou para Harry, que parecia petrificado no lugar, só respirava e corava, o olhar perdido no nada. Acabou gargalhando. — Ok, vou deixar você se sair com essa, Mione... No Dia dos Namorados, vamos todos nos encontrar no Três Vassouras, e Harry dará o veredito...
— Oh Merlin! — Parvati só conseguia rir abobalhadamente, sua amiga era um gênio de primeira linha, o que era levemente decepcionante. Mas achava que ela escondia o jogo, podia ser sexy sim, mas com quem merecia, e no momento torcia para Harry... — Certo, será então, a partir desse dia que a Lilá poderá começar a fazer comentários sobre o que rola e rolará aqui hoje... — explicou olhando de lado para a amiga.
— Fevereiro? — a loira questionou, frustrada.
— Mas pense que já vai começar bem, Harry vai ter que dar o relato dele...
— Não vou dar relato nenhum! — cortou o moreno, parecendo voltar ao normal.
Fred assoviou alto, atraindo a atenção de todos, que começaram a xingar o moreno em voz alta. — Vamos decidir isso depois. — o ruivo sorriu para o garoto abertamente. — Se eu fosse você, aproveitava. Ela vai ter que caprichar, porque do contrário, terá que fazer isso para mais quinze marmanjos... — deu uma palmadinha no ombro do garoto, o vendo fechar a cara com essa informação, enquanto todos os outros também se levantavam, para dar privacidade aos dois. — Se divirta!
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Gina sentiu-se despertar preguiçosa, porém ao sentir que estava sobre alguém e, aparentemente sem roupa, levantou de súbito. Viu Draco e memórias da noite anterior vieram em uma torrente de luxúria, sentiu sua mão bater em algo e viu a garrafa de vinho.
— Malditas! — Brada a pegando e jogando longe.
— Ei, calma. — Draco pede enquanto ela lançava outra para que se espatifasse no chão. — O que está fazendo?
— Se não fosse essa maldita bebida nada daquilo teria acontecido. — Responde como se fosse óbvio enquanto se apressava em vestir-se.
— Também não precisa ficar assim... — Começa, mas logo é interrompido por um olhar mortal da ruiva.
— Vai ser hipócrita e dizer que vai casar comigo pra reparar minha honra? Estávamos sendo sinceros ontem, nos mantenhamos assim. — Gina cospe enquanto se calçava, estava querendo sair dali o mais rápido possível.
— Também não precisa me tratar como o demônio! Até parece que nem foi bom. — Diz meio desconcertado, sem saber bem o que fazer.
— Ah! Me poupe desse arroubo de macho ofendido, não é hora pra isso. — Gina responde com uma risada seca, não acreditando no que ouvia.
— Não tenho dúvida alguma sobre isso, só acho que não tem por que ter tanta pressa. Não vai mudar o que houve. — A fala tinha um quê de sugestiva que fez Gina parar e olhar pra ele surpresa.
— Já não teve o suficiente? Pelos deuses, cada coisa que ouço! — Resmunga indignada, ia pegar a bolsa pra sair, mas ele a segura por trás, a virando e fugindo dos tapas antes de beijá-la.
— Você disse que estava procurando um homem não é? Agora que achou, melhor cuidar direitinho pra ter mais quando estiver com fome. — Diz firme, segurando os braços dela e ignorando a expressão furiosa, se limitando a beijá-la com igual intensidade.
— Eu tenho que ir. — Diz sem fôlego, sentindo o corpo amolecer contra sua vontade.
— Vai quando eu disser que pode ir. — Determina voltando a beijá-la, as mãos erguendo o vestido antes de voltar a deitá-la no chão.
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N/A: Após um recesso forçado por questões de saúde, voltamos com mais um capítulo! Espero que gostem e comentem bastante pra compensar o quanto que escrevemos.
N/A²: Quem aí imaginava que ia rolar D/G dessa forma? Curtiram o casal? Sobre a festa, é tudo culpa da Pam, reclamem com ela!
Coveiro: Bem diferente desse capítulo que de suave e tranquilo não teve nada né? Rsrs Os beijos ficaram pro Ano Novo! Por que o presente da Mione dará mais o que falar que a aliança?
Venatrix: Cho? Por que ela implicaria? Não pode-se dizer que os amigos não estejam colaborando pra ser real, não é? Você pediu, está aí o casal gelo & fogo! Pode me “incomodar” à-vontade no twitter!
Saito: Que bom que está gostando dessa reescrita, sabemos o quanto é difícil pôr a mão em algo já consagrado e agradar. O casal novo deu as caras e os falsos namorados mais uns passos à frente, qual casal você acha que engata primeiro?
Nety_Potter: Você adivinhou, Gina chegou abalando as estruturas do loirinho! Teve um bocado de coisas na festa e uns ticos de HH, só não sei se ajudando ou atrapalhando o casal.
Thales Trindade de Bastos: Muito obrigada! Espero que passe nas fics que escrevemos em nossos perfis solo e também goste!
hellen granger: Não pode nunca deixar de vir ver rsrsrs Acha mesmo que o Harry já caiu pela Mione? Continuaremos postando sim, só aguardar!
michelle lima: Hahahaha tadinhos, os presentes foram dados na maior inocência.
Comentários (11)
Coração ao pulando loucamente esperando ansiosamente por mais um capitulo!!Muito massaaaaaafic que vale a pena ler sempre.
2017-07-17POsta... eu to pirando sem saber o que vai acontecer nessa sala vazia, em que apenas Harry e Mione estão num clima sexy...
2015-01-17Cara, eu sempre busco por fics H/Hr que me tirassem o fôlego, que não saiam muito do estilo básico do enredo orginal... Já estava ficando frustrado porque há muito tempo não encontrava uma.Só que... nessa última semana, um amigo meu, no lugar certo, na hora inimaginável me indicou essa aqui. Eu estava num show de rock aqui em BH e trombei com Titão (vocês devem conhecê-lo como Tito Shacklebolt Finnigan), que tem algumas fics aqui no site... Papo vai e papo vem, eu perguntei de fics e ele me falou que por falta de tempo deu uma afastada, mas uma das fics que ele me falou muito bem foi essa aqui...Cara... como ele falou, o projeto de vocês é extraordinário, não sei se vocês vão conseguir reescrever os dois livros, porque é trabalhoso demais, mas... putz... parabens por estarem tentando!Eu curti muito todos os capítulos... achando fantástico cada um deles, exceto, bem, desculpa pela tamanha sinceridade, esse que eu acabei de ler. Não quero que vocês se sintam menosprezadas ou insultadas, me desculpem. Sério, curti cada capítulo escrito, nota 10 para cada um. Só este que eu fiquei meio perdido, não porque vocês escrevem mal ou algo assim, é apenas algo que eu curto em HP que é, como escrevi acima, o jeito tradicional, me entendem? Sei que muita gente curte, por ser jovial, essas coisas... mas no mundo bruxo, verdade e consequência... sei lá... não acho muito a cara, me entendem? Por outro lado, a gramática de vocês está impecável, o que é fora do comum, o enredo também, originalidade na hora de escrever (de fazer inveja a JK) e como o Titão havia me falado, provavelmente uma das poucas fics ativas que não se afasta da história... Ele vai me matar quando ler o comentário, falou muito bem de vocês. Antes que vocês me xinguem por ter sido crítico, eu achei fenomenal vocês terem introduzido um pouco das relíquias mortais agora, não da forma "jogada" que foi feito pela JK, o retorno da AD foi algo que me impressionou muito, senti falta dela no Principe Mestiço original. E uma peculiaridade agradável da fic de vocês, a maioria das fics H/Hr que eu leio comete um pecado, deixar o Rony de fora e se concentrar muito no Harry e na Hermione! Poxa, por mais que o Rony as vezes atrapalhe, ele é essencial para a história... Eu curti muito por vocês não terem largado ele de lado! Espero que continue assim.Bom, é isso, me perdoem de coração se fui duro na minha crítica, fui franco... Isso não tira o mérito de vocês por estarem num projeto tão legal.Eu tenho algumas perguntas... O Harry vai conversar com o Dumbledore a respeito das relíquias? Teremos alguma passagem que o Sirius participa? E quanto a previsão de capítulos, vocês já tem uma previsão? Na história original, a gente teve pouca ou nenhuma "traição"... exceto talvez o Lovegood, que fez muito mais pela Luna, do que uma traição de verdade, vocês pretendem mudar isso?Não demorem muito a postar, a história de vocês está fantástica... E outra qualidade, antes de ir embora, o casal H/Hr não fugiu nada a realidade né? Sempre se negando, sempre sendo honestos e politicamente corretos um com o outro. A Gina e o Draco, eles tem um perfil mais explosivo...PS: sei que é pedir muito, mas porque vocês não conversam com o Titão pra sair da aposentadoria? Hehehe... eu gostava das fics dele também. É isso... Beijo pra vocês!!
2014-06-26Pelo amor de Deus continua *-*Vou morrer se não souber.Quero a dancinha sexy....
2014-06-22*Procurando na internet se por acaso deixaram alguma doida vaarrida fugir do hospicio*Você é completamente maluca. É de longe uma das melhores autoras que eu tenho o prazer de ler as historias, me permita dizer. A CADA HISTÓRIA EU MORRO DE RIR COM SUA CRIATIVIDADE E IDEIAS LOUCAS.Manda ver e como disse na Keepers, seja como os bariseilos e não desista nunca.Eu vou cpntinuar acompanhado essa fic mesmo que ela atinga os mil capitulos.
2014-06-12Que capitulo foi esse? Gente muito engraçado, a cada nova consequencia ou confissão eu ria ainda mais, adorei. Foi legal mostra-los como adolescentes, estamos tão acostumados a ve-los como herois, sempre fazendo coisas que muitos adultos sequer imaginam fazer, por algumas horas eles foram adolescentes e isso é tão importante, por que mostra o quanto cada um deles se sacrifica pela causa. Draco e Gina, aproveitando o Ano novo, sendo inconsequentes, mas acho que vai ser interessante explorar o que acontece depois dessa noite, como isso pode mudar Draco, talvez fazendo com que ele tome decisões melhores ou fazendo ele (desculpe por isso) fuder a porra toda de novo! A cada capitulo a historia vai se ampliando, usando mais do universo que a J.K deveria ter explorado, mais elementos que nos prendem nesse universo que tanto amamos. Eu espero anciosamente cada capitulo, por favor, não demore a atualizar, quero realmente saber como vai ser o relacionamento do Draco e da Gina apartir dai.
2014-06-02Depois desse cap.... eu acho que Drinny engata mais rapido, porque embora o Draco seja todo bad boy e tals, ele é todo ligado a tradições, fora que ele gostou do que provou, então não vai deixar a Gina muito tempo livre não...O casal Harmione eu acho que só pega no tranco então meu palpite é de que só depois da dancinha sexy que o negocio engata de vez :DMal posso esperar pelo proximo... e mais uma vez estão de parabéns, meninas
2014-05-30Meu Deus! D/G ta incrivel askljds serio! Mal posso esperar para ver o que vai acontecer com eles.... esse capitulo foi muito, mais muito bom, to chocada até agora, entretanto desse casal eu sempre espero coisas surpreendentes <3Agora vou viver para esperar essa dancinha sexy da mione! Acho que o Harry vai ter um ataque do coração, ou não vai aguentar....fico imaginando a conversa da Gina e da Mione sobre o acontecido do Draco, mas eu acho que ela só vai se abrir mesmo se rolar com o casal H, ou não, porque do jeito que os dois são lerdos.... mas vai ter a dancinha sexy... então talvez o negocio pegue fogo....Olha que eu incomodo mesmo u.uAté a proxima :D
2014-05-29Marcio, manda e-mail pra moderação que tiramos suas dúvidas.
2014-05-25Caracas bicho, quanto tempo não paro pra ler um capítulo ou uma Fic, que saudades disso tudo. E como você está Náyra? Achei muito bonito o novo site da FeB. Eu ia fazer uma contribuição mas vi que tinha prazo para doação. Essa informação procede?Sobre o rumo da Fic... Estou gostando, porém acho que essa brincadeira toda em torno do Harry e Hermione pode afasta-los, não sei. Espero que seja apenas impressão minha. Tem alguma previsão de postagem?Ficou muito bom o casal D/G. E eles vão curtir a viagem juntos? Digo o Harry e a Hermione. Só não consigo imaginar quando isso poderia acontecer, pensando em relação ao sexto livro. Enfim, estou entusiasmado novamente rs.Beijos.
2014-05-25