Natal



Harry conseguira com alguma engenharia driblar os meninos para ir se encontrar com Mundungu naquele dia em Hogsmeade. Hermione havia sido sequestrada pelas outras garotas para comprarem a roupa para a festa de natal. Então ia sozinho para o ponto de encontro atrás do centro comercial.


Viu Mundungu encurvado acendendo um cigarro, sua mochila que parecia uma trouxa maltrapilha pendurada nas costas. Assim que viu Harry acenou respeitoso e olhou pros lados antes de se aproximar, era melhor que o rapaz ficasse na sombra do beco.


— Trouxe o que eu encomendei? — Harry pergunta ansioso.


— Aqui está, apesar de não entender o porquê de querer essa coisa feia. Ficou encalhada pegando poeira por décadas na Borgin… se era só um pretexto pra eu dar uma incerta por lá, podia ter pedido algo mais interessante. — diz passando o embrulho quadrado e de tamanho nada discreto.


— Não é feio e também não interessa meus motivos. Conseguiu alguma informação interessante sobre as encomendas de Draco?  — pergunta direto e firme.


— Vi um cara conhecido entrando na Borgin com um embrulho meio suspeito, parecia umas tábuas de madeira. Fiquei olhando discretamente e quando ele saiu entrei, Borgin estava endereçando a encomenda pro Draco. Na hora disfarcei, comprei o troço pra você.


— Conhecido como? — pergunta contendo o ânimo por saber que "estava certo".


— É um cara do bando do Fenrir. Fiquei olhando nos dias seguintes, foram outros dois caras lá com encomenda semelhante, todos do bando.


— E são tábuas de madeira mesmo? — Harry pergunta confuso.


 — Interceptei uma, é madeira. Levei pra um amigo, não é de uma árvore comum, era muito usada pra fazer móveis mágicos no passado, mas aí outras madeiras foram sendo usadas e o replantio das árvores não foi sendo feito. — explica sem entender o porquê daquela encomenda ou do segredo em torno disso.


— Isso explica por que nada é barrado, mas pra que ele iria querer isso? — Harry pergunta confuso, bagunçando o cabelo rebelde.


— O nome da madeira é esse, mas sei lá pra que ele ia querer. Meu amigo falou que nem pra aprendiz de carpintaria é bom, pelo contrário, é uma madeira difícil de serrar e modelar, se você cortar do jeito errado interrompe o veio mágico. — diz entregando um pergaminho pequeno e dobrado pra Harry.


— Ok. Continue observando Borgin, algo que ele esteja procurando muito. Especialmente se tiver uma pedra. — Harry indica sem saber como explicar.


— Pedra? Como assim? Que tipo?


— Sei lá, algo como uma joia ou um cristal, pode estar num anel, colar, ou solta, nada muito pequeno.


— Essa pedra é pra que? — pergunta tentando entender. — Existem mil pedras entrando e saindo de lá.


— Já ouviu falar das Relíquias da Morte? — pergunta e o vê assentir assombrado. — Acho que Você-Sabe-Quem quer a pedra da ressurreição.


— Tudo bem, não sei como vai ser isso, mas fico de olho. — concorda escrevendo a informação num caderninho surrado e o pondo no bolso interno da jaqueta.


—Ok. Nos falamos por carta. — Harry se despede e se volta para o centro comercial, Mundungu seguindo pelo caminho oposto.


**********************************************************************


Harry sai do banheiro levando suas coisas e vê seus colegas de dormitório conversando animadamente, enquanto se arrumavam para a festa natalina do colégio. O assunto, no entanto, o deixava surpreso: A festa de Ano Novo da AD, organizada por Lilá e Pavarti.


A notícia de que no Natal, ao invés do tradicional jantar comemorativo seria oferecida uma festa — devido a quantidade anormal de alunos presentes no colégio nas férias —, havia passado despercebida até então, já que as organizadoras da AD deixaram claro que sua festinha seria inesquecível para todos e seria comentada durante muito tempo.


Harry estava tão receoso quanto Hermione, já Rony levava a história numa boa, mesmo que sua namorada não lhe contasse uma vírgula do que estava pensando em fazer para alegrar os amigos durante o Ano Novo, por mais que ele insistisse no assunto. O moreno ainda ponderava se suas colegas eram as mais indicadas para prepararem uma festa clandestina, quando não conseguiam manter a boca fechada, sua preocupação, então, era genuína.


Hermione havia lhe afirmado que as duas estavam bem conscientes de que a festa seria clandestina, por isso, tinha que passar despercebida. Afinal, nem mesmo ela que dividia o dormitório com as duas sabia de alguma coisa. Isso deveria ser um sinal de que estavam mantendo as coisas entre elas e mais ninguém, portanto as chances de não serem descobertos eram realmente boas.


— Ainda falta muito para terminar a detenção de Hermione? — pergunta Dino, vendo Harry guardar suas coisas no malão. O moreno fez uma pequena careta, arrancando uma risada de todos os garotos.


— Algumas semanas. E, por favor, não comente disso com Hermione. Ela ainda está irritada com toda a situação...


— Mas vocês estão se saindo bem com esse namoro. — Neville tinha o cenho franzido, enquanto esperava de Harry uma resposta.


— Sim, mas isso não quer dizer que ela esteja feliz por manchar seu histórico escolar...


— E ter sido McGonagall a pegar ela? Isso só foi... — Rony foi obrigado a rir.


— Oh cara, ainda não acredito que eu perdi essa cena! — resmungou Simas, desapontado. Praticamente todos da AD haviam presenciado a briga de Gina com Hermione e haviam descaradamente se empolgado com a performance das duas, mas ele havia ido parar na Ala Hospitalar e perdido toda a ação.


— Eu ainda não acredito que ninguém tenha fotografado! — comentou Neville, se permitindo rir como todos os amigos.


— Você perdeu! — zombou Dino, empurrando o amigo, que se desequilibrou e caiu na cama, irritando-o ainda mais. — Mas sério, temos que dar um jeito de você conseguir ver essa cena.


— Sim, virou um clássico! — Rony concordou, ainda rindo de Simas. — Imagino se Fred e Jorge não possam dar um jeito, porque quando eles souberem. — acrescentou, vendo o quanto o amigo estava chateado por ser o único do grupo a perder a briga.


— E eles não sabem ainda?


— Não! — Rony perdeu o sorriso, fazendo uma careta. — Nem a mamãe. Hermione e Gina impediram McGonagall de mandar cartas aos responsáveis, o que é bom, ou Gina estaria morta.


— Se os pais da Mione recebessem uma carta, informando que a filha deles brigou na escola, Hermione teria morrido, e matado quem nos convenceu dessa história pra começo de conversa. — despejou Harry, fazendo com que todos estremecessem.


— Mas ela parece estar levando a detenção numa boa. — surpreendeu-se Neville, que pronto, estava sentado na sua cama, olhando os amigos terminarem de se arrumar.


— Na frente dos outros ela tá levando numa boa! — Harry passou as mãos no cabelo, frustrado. — Já eu ouvi muito sobre a história toda.


— Achei que a Mione ia ter um troço, quando nos contou da detenção e a conversa com McGonagall. — Rony parecia penalizado, nem ele conseguira ânimo para brincar com a amiga sobre a detenção.


— Mas agora já foi e hoje é dia de festa! — comemorou Simas, não queria mais falar da briga do século que havia perdido. Havia se encontrado com as duas na Ala Hospitalar depois da briga e desde então queria se jogar do alto da torre de astronomia toda vez que o assunto era mencionado.


Funcionou, todos imediatamente voltaram a falar da festa iminente. Harry e os outros checando o visual pra descer em meio a brincadeiras e zombarias, principalmente para o moreno, que tinha que estar bem vestido, já que agora tinha uma “namorada”.


O moreno se largou na sua poltrona favorita, checando o horário, tinham muito tempo para começar a festa. Rony ao seu lado soltou um bocejo enorme, atraindo a atenção de Harry.


— Você não pode estar com sono, dormiu praticamente a tarde toda!


— É só a espera. — o ruivo revirou os olhos — Detesto esperar! — explicou baixinho, não queria estragar sua noite, se por acaso Lilá chegasse agora e o escutasse reclamar. Harry riu, condescendente, já convivera com a garota o suficiente para saber como ela era geniosa.


Acabaram conversando bobagens enquanto os amigos que iam com garotas de outras casas se dirigiam para a saída do Salão Comunal, indo pegar suas acompanhantes. Não demorou muito e os dois eram os únicos no salão. Estavam falando bobagens quando ouviram passos vindo da escada que levava ao dormitório feminino. Se viraram para ver Parvati aparecer toda produzida com Lilá logo atrás. Rony pulou da poltrona a examinando sem pudor, fazendo Parvati rir satisfeita e Lilá corar.


— Você está linda, Lil.


— Obrigada, Won-Won! — agradeceu a garota, se atirando no pescoço do ruivo e o beijando longamente, fazendo com que Harry e Parvati revirassem os olhos.


— Você está ótima, Parvati! — cumprimentou Harry, tentando abafar os ruidosos amigos. Parvati sorriu, corando e ajeitando a barra do vestido verde.


— Obrigada. — ela indicou a escada, sorrindo — Hermione pediu pra dizer que já vem.


— Ah, sim! Ela nos deu uma mão e por isso se atrasou um pouco. — Lilá se desgrudou de Rony, pensativa.


— Algum problema?


— É engraçado receber ajuda de Hermione...


— Que nós agradecemos! — cortou Parvati, temendo o que Lilá fosse dizer, Harry trocou um olhar confuso com Rony, mas Lilá já foi puxando os dois para o retrato. — Nos vemos lá em baixo, ainda tenho que encontrar meu gatinho.


— Boa festa.


— Vai ser sim! — a garota parou e girou, ficando de frente para Harry. — E você, melhor cuidar da minha amiga!


— Eu sempre cuido, Parvati!


— Vou estar de olho! — avisou a garota e, sem dar chance para Harry falar, saiu a toda pelo retrato.


— O que foi isso? — questionou Rony, assustado.


— Honestamente? Não faço ideia. — Lilá se recuperou um pouco, e agarrou o braço do namorado, sorrindo de leve para Harry. — Mas você vai ter que ser um ótimo namorado. Certo, Harry? Já está ganhando pontos com todas as garotas do colégio e hoje é especial!


— Mas sem pressão, não? — perguntou, irritado com todos os conselhos e intromissões, sabia o que estava em jogo.


Lilá sorriu bobamente e Rony, vendo que o amigo já estava no limite, a beijou na bochecha, indicando a saída da torre.


— Nos vemos lá em baixo, cara!


— Sim, nos vemos. — Harry respirou fundo, enquanto via os dois sairem pelo retrato.


Às vezes era tão simples se fingir de namorado de Hermione, mas em outras era só uma chatice lidar com os comentários de todos da AD, que sabendo do namoro de mentira, acabavam achando que era seu dever dar inúmeros conselhos de como deveriam agir ou não, o que irritava os dois, que ignoravam o melhor que podiam.


Acabou se perdendo em pensamentos e nem reparou o tempo passar. Foi desperto quando ouviu novamente os passos na escada, sabendo que só poderia ser Hermione, se levantou, ficando ansioso. Acabou rindo de si mesmo. Procurando relaxar, foi até a escada.


Hermione escolhera um vestido azul forte, curto apesar de estarem no auge do inverno, optara mais uma vez pela meia de lã preta e o sapato de salto azul, combinando com o vestido.


— Espero não ter demorado muito. — cumprimentou a morena, descendo a escada sem reparar no sorriso bobo do amigo.


— Wow. — Harry sorriu para a amiga, abraçando-a gentilmente pela cintura e lhe beijando no rosto, já força do hábito. — Você está deslumbrante, Mione. — a garota corou, mexendo desconfortável no cabelo, lançando a trança sobre o ombro.


— Obrigada, você também não está nada mal.... — ela ajeitou a gola do paletó do amigo, e o examinou atentamente. — Realmente, nada mal.


— Me esforcei, imagina o papelão que eu ia fazer se aparecesse todo mal vestido ao seu lado? — comentou revirando os olhos e rindo da garota. — Mas então, por que azul? — perguntou, querendo deixa-la mais relaxada antes de desempenharem mais uma vez o papel de namorados pelo colégio. Sabia que ela ainda não ficava muito à-vontade mentindo.


— Eu gosto, e muitas garotas vão de vermelho ou verde, que são tipicamente cores natalinas... Por que, não ficou bom? — ela se encarou, ficando preocupada.


— Merlin, Mione! — Harry não segurou a risada, fazendo ela lhe encarar sem entender. Ele revirou os olhos, apertando-a gentilmente contra si. — Você parece uma dessas celebridades que aparecem nas revistas.


— Nossa, isso que é elogio! — a morena riu, mais à-vontade, se deixando levar pela brincadeira de Harry. —Podemos ir?


— Agora que você está mais relaxada, podemos. — ele a beijou mais uma vez na bochecha. — Sabe que vamos nos sair bem, estamos ficando bons nessa brincadeira, Herms.


— Eu sei. Mas ainda é estranho. — ela indicou a proximidade deles, fazendo Harry concordar. — Já não é mais tão estranho, mas ainda é um pouco.


— Sim, conheço a sensação. Mas sabe que é por um bom motivo.


— É mesmo. E não temos saída, agora já começamos com isso e vamos até o fim. — ela concordou, desarrumando os cabelos dele, que fechou a cara para ela. — Detesto quando tenta arrumar o cabelo, não parece mais você.


— Sabe quanto tempo eu perdi arrumando o cabelo? — questionou irritado com a ousadia dela, não obtendo nem mesmo um olhar de desculpas. Só recebeu um encolher de ombros e um sorriso franco.


— Já disse que sua batalha contra seu cabelo é perdida, e além do mais, fica melhor com o cabelo desarrumado. — ela inclinou a cabeça, se afastando um pouco e lhe conferindo desde os cabelos agora despenteados, passando pela camisa pólo verde, o paletó e a calça social. — Definitivamente, fica melhor assim.


— Eu queria parecer arrumado ao menos uma vez!


— Sou sua namorada, eu decido! — Harry arregalou os olhos, chocado.


— Não mando mais nem nos meu cabelo? — queria ficar bravo, mas sabia que era impossível, porque acabou se lembrando que estava usando o paletó que ela adorava, a camisa que havia ganhado dela recentemente e uma calça social que ela havia dito que iria ficar bem com aquela blusa. Até mesmo seu tênis tinha sido escolhido por conta de uma comentário dela! Nunca poderia admitir esse momento para amigo nenhum, ou as brincadeiras nunca acabariam.


— Não quando eu estou certa. — ela piscou um olho, ainda rindo, e deixando ele praguejar baixinho, só para manter a pose.


Continuaram pelo caminho conversando sobre a AD e o desemprenho de todos, seus treinos estavam dando grandes resultados. Como nenhum dos dois queria chamar muita atenção na chegada ao salão, acabaram pegando a rota mais comprida. Estavam cientes que assim que chegassem estariam sendo vigiados pelos fofoqueiros de plantão, que não queriam perder um segundo de suas aparições, para espalhar para todos os outros alunos quando voltassem do recesso escolar.


Deram sorte, quando chegaram as portas do Salão Principal estavam abertas e todos estavam espalhados pelo salão.


Não era a decoração do Baile de Inverno, mas era tão bonita quanto. Todas as doze árvores de natal estavam enfeitadas ao longo do salão e o grande espaço livre no centro era reservado a pista de dança, que estava delimitada por milhares de lanternas de gelo com velas acesas em vermelho e verde. A mesa dos professores era a única que ainda estava no mesmo lugar, mas completamente enfeitada para o Natal, as taças de ouro maciço substituídas por outras de cristal vermelho, os pratos eram brancos, contra a toalha branca e o aparador de pratos vermelho. Mesmo as mesinhas de quatro e seis pessoas espalhadas pelo salão seguiam o mesmo padrão. Por entre as velas e bolas festivas, estavam dispostos todas as receitas tipicamente natalinas.


Logo abaixo da plataforma onde ficavam os professores, havia uma mesa com aparelhagem de som, onde um bruxo que usava uma roupa que lembrava muito a roupa de Papai Noel, só que em couro e em cor fúcsia, a barba que alcançava o peito, estava trançada, de onde pendiam sinos dourados, meias coloridas e flocos de neve. Hermione o reconheceu das revistas que Lilá e Parvati deixavam jogadas pelo quarto delas. Muitos dos alunos o indicavam e cochichavam excitados entre si.


— Viu Rony? — perguntou Harry, baixinho para Hermione. Ainda não haviam sido notados.


— Ali. — poucos minutos depois de começarem a procurar no salão, o encontraram com Lilá, Parvati e um garoto loiro que eles não sabiam quem era.


— Podemos nos sentar com vocês? — questionou Harry, se aproximando de mãos dadas com Hermione. O garoto que abraçava Parvati, arregalou os olhos, vendo os dois morenos pararem pela mesa deles.


— Só se nos contarem em detalhes suculentos o motivo da demora de vocês! O Salão foi aberto tem uns 15 minutos. — Parvati estava em seu melhor modo malicioso, os olhos pregados nos morenos, que permaneciam juntos ao lado da mesa deles, enquanto seu acompanhante corava furiosamente. Tanto Harry quanto Hermione os olharam irritados, mas não se dignaram a responder.


— Ai de vocês se não viessem! — riu-se Lilá, animada, não querendo abusar da sorte. — Vocês conhecem o Bernardo Blanchet, da Corvinal, né? — pergunta apresentando o acompanhante de Parvati, que ainda estava tentando encontrar a voz.


— Você joga, não é? — pergunta Hermione, olhando de Harry para o garoto, que parecia quase assustado.


— Oh, hãn. — ele pigarreou, corando. — Sim, sou o batedor da Corvinal, entrei no time este ano... — ele forçou um sorriso, estendendo a mão para Harry, que apertou com um pequeno sorriso, e depois beijando levemente a mão de Hermione, fazendo-a sorrir. — É legal conhecer vocês, Parvati fala bastante dos dois. — ele olhou para Rony rapidamente e sorriu abertamente. — De Rony, também, mas a gente já tinha se esbarrado por aí.


— Yeah. — Rony, de orelhas vermelhas, abraçou Lilá, que corara. — Mas então, viram que o diretor conseguiu trazer Catallus para tocar? — tanto Lilá quanto Parvati soltaram gritinhos empolgadas.


— Oh Merlin! Ele é só tão bom!


— Sim, e as músicas dele são incríveis! — Parvati se virou animada para o namorado, o beijando rapidamente. — Vamos dançar horrores!


— Ouvi que ele havia tentando as Esquisitonas, mas elas já estavam ocupadas, então optou pelo DJ bruxo mais requisitado, parece que ele foi aluno de Hogwarts.


— Sim! — Parvati não tirava os olhos do homem. — Ele foi Lufa-Lufa. Espero que tenhamos a chance de conferir os novos trabalhos dele!


— Com certeza! Suas novas músicas não tiveram muitas críticas negativas. — Lilá se pendurou no ruivo, acompanhando Catallus com os olhos.


— Então foi uma boa coisa eu ter levado a sério aquelas suas aulas forçadas, não é? — disse Harry, baixinho no ouvido de Hermione, que concordou animada, deixando Lilá e os outros discutirem Catallus e seus trabalhos anteriores.


— Não vou ficar sentada e, como meu namorado, seu dever é proporcionar bons momentos na pista de dança.


— Só espero que o esforço de me dar aulas de dança tenha dado bons resultados... — cantarolou ele, vendo Hermione estreitar os olhos e se virar de frente pra si. Enlaçando-o pelo pescoço, para todos pareciam apaixonados, mas Harry sabia que estava prestes a levar uma lição. Só não conseguira distinguir se iria ser boa ou ruim.


— Você está me dizendo que depois de todo o trabalho que me deu, você não aprendeu nada? — questionou ela, o rosto bem próximo do dele. Harry teve que rir, ela ficava bonita irritada.


— Eu aprendi, não se preocupe... — franziu o cenho, a apertando gentilmente. — E nem fui um mau aluno, fui?


Hermione riu, lançando a cabeça para trás, mas ainda com os olhos nos dele, fazendo o moreno ficar emburrado. A garota pegou o rosto dele nas mãos aproveitando a altura que havia ganhado com o salto.


— Você é cabeçudo, mas foi um bom aluno... — ela sorriu meigamente — Depois de muitas aulas.


— Você é só tão gentil, querida! — ironiza o moreno, se irritando com a zombaria da amiga, que claramente se divertia a suas custas.


— Bobão! — ela riu, revirando os olhos — Você me surpreende diariamente, porque é um ótimo dançarino!


A morena podia ver que ele não acreditava nela, o que só a divertia mais, mas a colocava em um impasse.


— Não se preocupe, assim que entrar na pista de dança, só dará você e ninguém mais! — ela não pode evitar rir, mesmo sabendo que isso só lhe diria que ele era o oposto do que tentava convencê-lo. Enquanto ele se afastava o máximo que conseguia sem realmente lhe soltar, ela tentou a todo custo controlar a risada, o que ela realmente conseguiu, ao ver Cho e Corner a duas mesas de distância, os encarando e claramente falando deles. Junto deles, estavam o grupo de amigas de Cho, nenhuma delas piscava ao encarar a interação dos dois.


— O quê? O que foi? — Harry iria se virar para ver o que eliminara o ar risonho de Hermione, mas a morena se comprimiu contra ele, segurando novamente o rosto dele.


— Shiii. Cho e as amigas, nos encarando sem piscar. — ela se impediu de corar, encarando desconfortável o amigo.


— O que fazemos? — Harry queria achar um buraco para se enfiar, mas duvidava que fosse achar um no meio do Salão Principal.


— O que você acha que faz? — perguntou Rony rindo dos dois, ainda achava um pouco estranho ver seus melhores amigos juntos, mas as vezes acabava se divertindo ao coloca-los em situações inusitadas, como essa.


— Não foi o que eu quis saber?


— Beija ela, Harry, é isso que a Cho está esperando, muitos ainda estão esperando pela grande cena.


Harry e Hermione se encararam chocados. Já fazia pelo menos uma semana desde o teatrinho com Gina e desde então quando estavam juntos andavam de mãos dadas, beijos castos na bochecha, ou mesmo nos lábios eram frequentes quando não havia chance de algum professor aparecer. Todos já haviam acreditado na história deles, e ainda eram o centro da atenção do colégio todo.


— Achei que já estivesse bem óbvio que estamos juntos. — Hermione abraçou Harry pela cintura, fazendo dele um apoio.


— E está, só que esse é o primeiro evento de vocês como um casal. A festa do Prof. Slugue não contou em nada, porque até onde todos sabem, foi um deslize, e a teoria é que como estavam sob o visgo, tinham que se beijar ou daria ainda mais bandeira.


— Você parece muito a par das fofocas do colégio.


— E estou! — o ruivo riu da cara dos amigos. — Você ficaria surpreso com o número de alunos que ficam fora da cama após o horário para discutir o romance de vocês.


— Oh Merlin, me diga que ele está brincando.


— Claro que não. Não ia brincar com coisa séria. — Rony franziu o cenho para a amiga, depois acabou rindo e dando de dedo nela — Está imaginando outros Weasley na conversa.


— Idiota! — xingou a garota baixinho, já que no momento as lamparinas de gelo que serviam de iluminação no lugar das tradicionais velas começaram a diminuir as chamas e a mesa dos professores ganhou uma iluminação especial.


Diferentemente dos outros anos em que apenas alguns professores permaneciam no colégio para as festas de final de ano, devido ao número de alunos presentes, todos os professores estavam ali e no momento subiam até sua mesa, em seus trajes a rigor. Dumbledore tomou a frente.


— Vamos cear e depois nos divertir, porque é natal, e mesmo longe dos nossos familiares, estamos entre amigos queridos, e não há motivo para a data passar em branco! — ele observou todos em suas mesas e se virou para o DJ. — Temos o prazer de ter Catallus conosco, que nos ajudará a criar boas lembranças para essa noite.


— Primeiro evento oficial? Isso conta? — Harry não se controlou, tendo que questionar a amiga. Hermione não perdeu tempo ralhando com ele, em vez de prestar atenção ao discurso de Dumbledore e os outros professores.


— Merlin, nem me fale! — ela revirou os olhos, também cochichando. — Ridículo. Estamos juntos, ninguém tem dúvidas que somos um casal, não depois dessa semana. Porque tem importância se é uma festa ou não? Achei que eles iriam parar de pegar no nosso pé, agora que “assumimos”.


— Não entendo nada disso, Herms. Porque hoje é diferente de um dia de semana? Até onde todos sabem, estamos juntos desde sempre... — o moreno foi interrompido pelos aplausos ao fim do discurso dos professores, aplaudiu como os outros alunos, depois puxando a cadeira da namorada, para o jantar.


Apesar de desconfortável com os olhares frequentes e irritantes de todos no Salão, Harry pode se divertir jantando com os amigos. A comida dos elfos estava ainda melhor do que de costume, o que por si só já era grande coisa, havia todos os tipos de pratos tradicionais de natal possíveis e suas decorações eram de encher os olhos.


A transição do jantar para a festa, foi bem executada, e sem demoras, a pista de dança ia se enchendo e os dançarinos aventureiros se exibiam de todos os lados, alimentando as conversar nas mesas, onde os alunos iam terminando seus jantares.


— Vamos agora para a pista ou vamos apreciar o movimento antes? — Parvati quis saber, vendo que seu namorado terminara de jantar.


— Nós estamos indo agora, né, Won? — corado, Rony confirmou, terminando sua bebida.


— Quer ir agora, ou dar circulada antes? — Hermione riu, pousando seu copo na mesa, e olhando para o “namorado” de lado.


— Vamos lá, quero ver o que aprendeu. — ela aceitou a mão dele, e vendo os dois casais indo na frente, cochichou baixinho: — Qualquer hora ia ter que me mostrar que meus esforços foram bem empregados.


— Achei que tínhamos chegado à conclusão de que eu fui um ótimo aluno e tinha me saído muito bem!


— Essa é a prova de conclusão do curso! — explicou a morena, já na pista, rindo para o amigo, que ficara emburrado.


Hermione foi obrigada a rir, mas sabia que se não mudasse o humor dele, iria pagar pela brincadeirinha pelo resto da noite, não brincara quando dissera que ele se saía bem dançando. Por isso ignorou os casais seguindo o ritmo agitado ao longo da pista, se aproximando dele, o enlaçando pelo pescoço.


Harry fazia questão de ignorar os olhares que recebiam por estarem abraçados, no meio da pista, conversando ao invés de dançar, como todos os outros. Mas Hermione sempre soubera lhe levar na conversa e vinha descobrindo recentemente que ela era boa nisso e ele sempre acabava se divertindo um pouco com suas discussões bobas, todas fazendo parte da sua cota diária de encenação. Como agora, vendo a morena rir dele, e indicar seus pés, que sem que ele estivesse consciente, se mexiam ao som da música que ressoava no salão.


Estando ainda perto do rosto dela, notou pela sua visão periférica que mesmo tendo que dançar e evitarem se baterem, estavam sendo vigiados descaradamente por grande parte dos alunos na pista de dança. Decidiu tomar uma atitude que os deixaria livre desse escrutínio por um longo tempo. Ou assim esperava. Só foi preciso uma breve troca de olhares para que a morena estivesse ciente que ele a beijaria em poucos segundos.


Não é como se não soubessem que cedo ou tarde teriam que se beijar de novo, afinal não iriam convencer ninguém que eram namorados se não fossem surpreendidos se beijando, por mais discretos que fossem. Foi esse um dos motivos de terem escolhido se cumprimentarem com selinhos, pois isso diminuiria a quantidade de beijos que teriam que trocar ao longo de todo o teatrinho que estavam fazendo.


— Me diz que eles não comentando sobre a gente? — perguntou Hermione, baixinho, ao fim do beijo, se dando conta de que mais uma vez na noite, era o centro das atenções dos alunos que estavam mais próximos deles.


— Hum, eu posso estar enganado, mas é pra gente. — resmungou o moreno, aproveitando a música lenta que começava, e a conduzindo pela pista, evitando serem o centro da atenção e dando a entender que o clima de beijos acabara. — Pelo menos, pense pelo lado positivo, não vão fazer mais isso.


— Tomara! — Hermione tentou relaxar e se divertir dançando. Logo todos voltariam a lembrar que estavam numa festa e que por mais que quisessem, não era dela e de Harry. Foi com esse pensamento que encontrou Lilá e Parvati, a poucos metro deles, conversando aos sussurros, sorrisos idênticos nos lábios.


Como fora nas aulas que havia dado a Harry na semana anterior, foi simples dançar com ele na festa, mesmo com a curiosidade alheia. Tivera tempo de ensiná-lo somente o básico, mas ele conseguira absorver muito bem tudo, e era ousado em mesclar gêneros e se soltar, criando ótimas combinações.


Quanto mais dançavam, seja com Hermione, Lilá, Parvati, ou mesmo Luna, que havia ido com Neville, Harry ia se divertindo e aproveitando a noite. Não ficara mais tão aborrecido por ter que fazer suas interpretações de casal apaixonado com Hermione, porque agora era só manter, por assim dizer, e todos já estavam se fixando mais nas suas próprias companhias que nele e “sua” garota.


O que lhe permitia relaxar cada vez mais, e esquecer de todos os problemas, aulas e qualquer outra coisa que não fosse a festa em si. Quanto mais a noite avançava, mas ele concordava com Lilá, Catallus era realmente fantástico, porque era muito difícil querer sair da pista ou mesmo ver alunos sentados nas mesas. E ele conseguia atender a todos os gostos musicais, realmente era talentoso, tocando de tudo e nunca deixando ninguém parado por mais que alguns poucos minutos.


Como estavam em um grande grupo, praticamente todos os integrantes da AD, os garotos se revezavam trazendo bebidas e drinks para todos. Assim como as garotas só saiam em grupos menores ou duplas para irem ao banheiro. Harry chegou a querer perguntar para Hermione porque ela evitava ficar muito tempo perto de suas colegas de dormitórios, mas conhecendo as amigas, decidiu que era melhor não, nem sequer sabia se Mione chegaria a lhe responder, o que duvidava, do jeito que ela corria das duas.


Foi pensando nisso, que lhe ajudou a se livrar das duas, mas fora isso, foi uma noite divertida e que realmente ficaria marcada na história do colégio.


**********************************************************************

Era madrugada, a festa acabara a pouco tempo, mas ninguém da Grifinória tinha vontade de ir dormir.


Estavam todos ainda em suas roupas de festa, espalhados por toda a torre, sem sono e também sem saber o que fazerem. Harry não soube de quem foi a ideia, mas só entendeu que de repente todos estavam indo pegar presentes no dormitório para começar as trocas, já que pela hora era manhã de natal.


— Vem, vamos também, Mione! — chamou Parvati, já da escada do dormitório, junto com Lilá. Suspirando derrotada, e olhando as duas de lado, Hermione seguiu a indiana.


— Somos votos vencidos, cara. — anunciou Rony, desconfortável, indo também ao dormitório, pegar o presente de Lilá.


Harry seguiu o amigo rindo, enquanto todos os outros garotos faziam o mesmo. Foram dez minutos de confusão, papeis coloridos e muitos abraços e risos. Mas no fim, todos tinham presentes a abrir e comentários para fazer dos presentes alheios.


— Oh, que lindo, Won! — gritou Lilá, já se jogando nos braços do namorado, com uma caixa de perfume na mão. Todos os garotos riam ao ver os amigos em mais uma seção de beijos.


— Não vai abrir, Mione? — perguntou Neville, já que Hermione ainda tinha uma caixa de tamanho média, com papel creme e estampa natalina, um laço grande e vistoso verde a sua frente.


— Ah, sim, estava lendo o cartão da Parvati. — ela indicou o papel rosa berrante, que tinha nas mãos. Ela estava dividida ente o riso e a indignação, mas tentava ocultar isso com destreza e o fazia bem, somente Harry e Rony, que a observava atentamente, conseguiam ver o traço de indignação que a morena tentava manter escondido.


— Bonito embrulho, de quem é? — Simas perguntou, curioso. Já havia atacado seus presentes, de onde só restava a roda de papeis rasgados e laços desfeitos o cercava. Uma pequena pilha de livros, roupas e jogos a sua volta. Estava louco para pular no presente da garota, adorava rasgar embrulhos.


A morena procurou a etiqueta, ficando surpresa ao ver que era de Harry. Por um momento quis sumir, o que quer que ele lhe daria, faria com que os amigos pegassem no seu pé. Procurou o moreno com os olhos, ele lhe lançou um sorriso pequeno e uma careta imperceptível.


— É de Harry. — anunciou, ao ser questionada mais uma vez. Corou com os “Huuns” e “Aaahs” sugestivos que seus supostos amigos lhe lançaram.


— Mas olhem! Ele também ainda não abriu todos! — Simas localizou um pacote perto do garoto, também intacto. — Que mania boba de abrir os embrulhos pelas fitas, pacotes foram feitos para se rasgar! — ele acotovelou Dino, que estava esparramado ao seu lado. — Aposto que é da Mione!


— Isso! Vamos lá, os dois, abram logo, queremos saber quais presentes os pombinhos trocaram!


— Ué, vocês não sabem? — Rony quis saber, desconfiado. Estava ficando curioso, Harry não quisera revelar o presente e se nem sua namorada conseguira arrancar de Hermione o que quer que tenha dado à Harry, só poderia ser alguma coisa interessante. E vê-los corando, desconfortáveis, só corroborava com sua teoria.


— Abre, abre Harry! Estamos curiosas! — implorou Parvati, era visível que estava morrendo de curiosidade, e como Simas, querendo voar no presente dos amigos, só que seu único objetivo era descobrir o que Hermione havia dado ao namorado de mentirinha. Esperava que ela tivesse lhe dado ouvidos e tivesse comprado alguma coisa mais excitante que um livro!


Lilá, sentada no colo de Rony, não desgrudava os olhos do moreno, quicando de curiosidade. — Vamos, chega de suspense! Abre!


— Aconselho a abrir, logo eles começam um coro, vai ser pior. — indicou Rony, prendendo a namorada para que ela não lhe machucasse.


— Isso! — Simas sorriu abertamente para Rony, vendo Harry começar a abrir o embrulho.


Harry riu com o desânimo geral ao verem uma caixa parda, sem nenhuma indicação do que haveria dentro.


— Poxa, cara, isso é sacanagem! — reclama Rony, irritado com o suspense.


— Abre isso logo, Potter! Tem gente passando mal aqui! — esganiçou-se Parvati, se remoendo com a esperteza de Hermione.


— Merlin, deixem ele! — resmungou a morena, ficando em dúvida de que reações teria com o presente. Estava tão nervosa quanto todo mundo.


— É meu presente, com licença, abro do jeito que bem entender! — Harry replicou se divertindo imensamente.


Ao abrir a caixa, ficou sem entender o significado dela. Hermione sabia que não era um leitor aficionado, por isso estranhou encontrar livros finos dentro do pacote.


— Vamos, diga o que é!


— Harry!


— Cara, que sacana!


Sem ligar para os resmungos e reclamações do grupo pegou os livretos, que estavam acomodados em muitos papeis de seda coloridos e picados. E então seu queixo caiu. Eram cinco revistas de poucas páginas, recheadas de fotos e paisagens deslumbrantes, pequenas histórias de lugares que ele só ouvira falar.


Encontrou uma de Bariloche e suas pistas de esqui, que abriam em julho, inverno na América do Sul, as praias de areias brancas e mar azul nas Ilhas Gregas, fotos e mais fotos de paisagens naturais do Canadá, todas as cores românticas e gôndolas centenárias de Veneza e muitas cores mais, futebol e praias no catálogo do Brasil, que exaltava a Copa do Mundo de Futebol. Todas elas, sem exceção, convidavam para longas férias e diversão em família, sozinho ou acompanhado.


— Feliz Natal, Harry! — Hermione exclamou, não se contendo, já que Harry ainda tentava entender o que tinha em mãos.


— Wow. — Harry pegou uma folha de papel ofício branca, que caíra do meio dos catálogos. Era de uma companhia aérea indicando um pacote com duas passagens de avião, ambas de ida e duas volta, e reserva de hotel para o mês de Julho e apenas o destino estava em aberto. — Wow, Mione!


— Você sempre quis ter férias de verdade. — indicou ela, controlando um sorriso ao ver a expressão dele.


— Que ótimo, abrem o presente mas não se entende o que é! — resmungava Simas, vendo os olhares de Harry e o sorriso satisfeito de Hermione. Ele gemeu ao sentir um tapa de Parvati na sua nuca.


— Acorda, bobão. Ela deu uma viagem para ele. — Parvati estava assombrada. Não é que ela se saíra bem com o presente? — Ou melhor, para eles.


— Com certeza, ninguém vai pra um lugar desse desacompanhado! — riu-se Lilá, o tom malicioso, fazendo Rony arregalar os olhos e suas orelhas ganharem cor.


— Isso que é presentão! — concordou Neville observando os catálogos que Harry havia passado à ele.


— Obrigada, é realmente maravilhoso! — concordou, beijando-a levemente nos lábios, porque havia alunos de outros anos observando a interação deles. Não pôde deixar de rir ao vê-la corar levemente, satisfeita por ter acertado no presente. Ele indicou o pacote em frente à ela. — Não está nem um pouco curiosa? 


Hermione inspirou fundo antes de responder. Além de curiosa estava um pouco preocupada, sabia o trabalho que havia tido para conseguir o presente de Harry, não conseguia imaginar o que ele havia escolhido para si.


— Sim, estou sim. — ela o encarou sorrindo. E sem esperar por pedidos e mais briga, se pôs a desembrulhar seu presente.


Harry não se deixou levar pelas apostas que os amigos faziam para descobrir o que dera a morena. Estava mais interessado em saber o que ela achava do seu presente, começava a ficar nervoso, quando vira a imagem em uma foto enviada por Mundungu, achara a ideia perfeita, mas agora começava a duvidar seriamente. Sabia que um dos presentes ela amaria, não importasse o quê, talvez teria alguma restrição ao imaginar o quanto havia desembolsado, mas isso era um detalhe pequeno. A segunda parte do presente? Essa sim lhe deixava assustado.


Sentiu o coração acelerar ao ouvir os amigos segurarem o fôlego vendo a morena congelar com a primeira visão de seu presente. A boca meio aberta de choque e os olhos arregalados. Se permitiu rir abertamente quando ela levantou os olhos para ele, nada mais que choque estampado nos olhos castanhos.


— Eu achei uma ótima ideia! — riu-se ele, vendo a morena pegar o objeto com cuidado e reverência.


— É incrível! — ela fechou a caixa de madeira laqueada com uma das mãos, pousando a estatueta de cristal sob a tampa. Só então começou a analisar o objeto com cuidado. — Linda e muito leve! — admirou-se.


Harry também havia achado leve quando a pegara mais cedo naquele dia. E também achava bonita, não tinha dúvidas que era o presente ideal para a morena. Com pouco mais de 20 centímetros de altura, em uma base de ouro, com inscrições rúnicas, o elfo doméstico estava erguido, como as feições bondosas e servis de toda a raça. Mas ao contrário daquele do Ministério, esse era a representação fiel de um elfo doméstico. Nada fora deixado de lado, nem mesmo as orelhas grandes e pontudas, as perninhas finas e os olhos gigantes, que tomavam grande parte do rosto, eram de esmeralda.


— Merlin, é Dobby! — espantou-se a morena, gargalhando animada.


— Sim, parece mesmo, né?


— A inscrição?


— Pra que vou gastar meu tempo lhe falando se você vai conferir do mesmo jeito depois? — questionou, erguendo uma sobrancelha e sorrindo arrogantemente. Desviou da almofada que ela lhe lançou.


— Idiota.


— Sabe, Herms, você tem me chamado muito assim ultimamente... — ele fingiu desolação. — Não mereço isso, lhe dei um ótimo presente, sabe?


Foi pego de surpresa quando ela se inclinou rapidamente na sua direção, lhe roubando um beijo barulhento, e rindo se afastou, sorriu ao ser alvo de todas as risadas dos colegas.


— Eu sei, obrigada. Sério, esse é o melhor presente! — ela se virou para o pigarreio de Collin, que corou com o olhar intrigado de todos sobre si.


— Só queria saber o que é que “Dobby” está segurando.


Harry prendeu a respiração sem se conter, vendo a morena se virar afoita na direção da estátua.


— Harry...? — começou ela, numa voz rouca.


— Não. Espere e veja antes de falar qualquer coisa. — indicou num suspiro. Viu a morena hesitar em pegar a caixinha ou não das mãos do elfo-estátua.


Esperou alguns segundos, mas a morena não se mexeu, parecia congelada no lugar, com os olhos fixos na caixinha pequena de veludo azul escuro. Sem conter a ansiedade, que estava quase lhe fazendo mal, Harry se obrigou a pegar a caixinha ele mesmo.


— Não morde, sabe? — riu-se ele, tentando desanuviar o clima na torre, repentinamente quieta. Viu a morena levantar o olhar para si, assustada, e pedindo com o olhar um voto de confiança, se sentiu um pouco mais tranquilo quando ele viu a aceitação dela, então abriu a caixinha, revelando um par de anéis de compromisso.


Mais uma vez, desligou-se dos comentários dos outros para prestar atenção na morena. Dessa vez ela não tentou conter a surpresa, deixando o queixo cair livremente, os olhos arregalados presos nas alianças. No que lhe pareceu uma eternidade, a viu levantar o rosto lentamente para si, enquanto todos os colegas ao redor riam, gargalhavam e assoviavam animados com o presente, sem parecerem notar que Hermione estava se segurando para não matar o namorado de mentirinha dela. 


Harry deixou todos zoando ao redor deles a vontade, enquanto se aproximava dela, pondo um cachinho de volta atrás da orelha da morena, num pretexto para se aproximar dela.


— Eu sei, você quer me matar, mas posso explicar depois. — Harry promete a olhando em claro sinal de que aquele não seria o momento para a discussão.


**********************************************************************

N/A: FELIZ NATAL!! O capítulo foi propositalmente atrasado pra coincidir rsrs Espero que gostem tanto do singelo presente quanto Hermione do dela! E se comentarem muito, o Ano Novo vem na data também!


N/A²: Capítulo bem relaxante, leve e divertido como o Natal deve ser. O que estão achando do teatrinho H²? No próximo capítulo voltaremos a usar partes do livro e um passo importante no plano da AD será dado.


Coveiro: Obrigada, cara! Ainda bem que gostou, porque eu – Punkeeslaw – tive uma certa dificuldade com essa briga, vou contar! :B Não sei como a Lílian não desiste de mim! Maaas, enfim, fico contente com os elogios, e agradeço cada um deles. Dos beijos. Novamente, obrigada. E de novo, Lílian merece um prêmio por me aturar, vou contar. Se ela nem morasse longe, eu dava, certeza! :P Então, nenhum palpite pra se esses sentimentos vão demorar a dar as caras ou eles vão ter que tropeçar em cima da resposta para entender o que tá acontecendo com eles? Você sabe, estamos abertas a dicas e ideias. E damos o crédito, não vemos problemas nisso! Olha que oferta irrecusável! Então, falando em Mione vermelha, está notando que cada vez mais tem dela se comportando como qualquer adolescente? Viu ela com os presentes? Teve muito dela vermelha, e acha que esse nível tende a aumentar? Então, temos uma notícia muito boa pra aliviar essa tensão de saber que escrevemos em dupla e de arranjar tempo para isso: estamos ambas de férias, e digamos, 90% do próximo capítulo tá pronto. Como a Lílian disse, só depende de vocês para o Ano Novo ser postado junto com o Ano Novo. (y)


Venatrix: Vamos lá, nem demorou tanto, e se ainda estiver com essa ansiedade toda para o capítulo 22 e com ele os festejos de Ano Novo, comenta mais uma vez que ele chega em menos de uma semana, é como disse ali em cima, temos o capítulo quase todo pronto. :D


Tito Shacklebolt Finnigan: Primeiro: você não voltou para comentar! E, ok, passado o momento briga, esperamos que tenha voltado a gostar um pouquinho mais de HP, e matar à saudades com esse capítulo, e volto a reiterar que se comentarem bastante temos novo capítulo praticamente finalizado para o Ano Novo, cheio de surpresas momentos muito bons. E não é mentira, você sabe que não mentimos! :B


Nety_Potter: Sim, você concorda que elas não são ótimas atrizes? Se fosse eu lá, começava a rir e só parava no ano seguinte! :P E modéstia a parte, eu também adoro ler essa briga... kkkkkkkkk. Aqui já tivemos uma parcelinha maior do teatrinho, e mais alguns detalhes. O que você achou, era como você imaginava? Pode dar dicas e sugestões, estamos sempre dispostas a ouvir e se gostarmos e usarmos alguma das sugestões, creditamos à quem deu a ideia. (y) E sim, nós temos muita dó de vocês, porque somos leitoras também, mas vocês tem que fazer a parte de vocês e nos incentivarem com comentários. E novamente vou reforçar o que a Lílian disse, temos o próximo capítulo praticamente pronto, se os comentários estiverem presentes e forem em bom número, ele vem para o Ano Novo. Não é um bom negócio?


Hellen_granger: Oscar? Kkkkkk, elas foram bem, elas merecem! (y) Eu concordo. Essas meninas são boas no que se propõem a fazer, não são? Acho que duas coisas garotos apreciam em briga de mulher: que seja por ele, e que percam as roupas no decorrer da briga. Harry não é de se gabar, mas qualquer outro garoto estava andando nas nuvens com essa façanha, se bem que os outros estão se gabando por ele! Kkkkk. Aí, eu gosto de ter sido a McGonagall a ver a cena, mas eu, Punkeeslaw, fiquei com um dó de por ela lá. Por dois motivos, tenho muita vergonha alheia, e porque imaginei se fosse comigo, ia ter um troço do coração! Sem brincadeira. Mas no fim deu certo, e vocês parecem ter gostado. Imgino que ela está planejando, se essa ideia maluca não der certo, ela vai matar cada um e todo mundo que botou pilha para esse namoro fingindo. Sobre a química deles, sim não é? Como pode ter gente que não ache os dois perfeitos juntos? E acredito que JK tenha percebido que fez besteira, ao menos inconscientemente, já que numa reportagem ela alega que era como Hermione, e que ela tem muito da Mione, e que no fim acabou encontrando o Harry dela. Agora me explica, como alguém declara isso e vai colocar Harry com uma Gina da vida? Nada contra a Gina, mas nada a ver! Ao menos temos a chance de se não mudar no papel, mudar aqui, pelas fic de cada dia. :P Hellen! Que bom que gosta desse trabalho duro que eles estão tendo. As vezes é bom eles usarem toda essa massa cinzenta para desvendar a charada e pararem de contarem com a sorte, né? Sim, Hermione também é integrante garantida do nosso Top Five! :B Não se preocupe, nosso plano é ir até o final, se nada nos atrapalhar, ininterruptamente, mas como nunca sabemos o amanhã, só dissemos que não vamos parar até terminar, não importa quanto tempo levar. Por isso que os comentários são importantes, são motivacionais potentes, confie na gente! ;D


Fábio S. Leal: Olá Fábio, beleza? Eu, Punkeeslaw, fiquei muito honrada por ter sido o motivo de uma reativação de conta, ainda mais antiga! Leitores novos são sempre bem vindos! Comentando então? Vira da família! :P Então, obrigada. Acho que tinha tanta gente descontente com o rumo que a história tomou, que é um alívio descobrir que tem pessoas que também acham a mesma coisa, e que decidem mudar as coisas mais a contento... Esperamos que estejamos agradando agora e daqui pra frente também, porque é como dissemos, começamos parecidos, mas não é uma garantia que vá terminar assim. (y) Ok, agora estou corando com os comentários. H² é simplesmente fantástico e acho que não precisa de muito esforço para ficar bom mas ainda assim tentamos o nosso melhor, porque não é só porque é fácil os dois darem certo que não nos esforçamos! Mas acho que tu entendeu! :B Que bom que vem gostando da relação dos dois até aqui, e se tiver alguma ideia ou sugestão, estamos aqui prontas para ouvir e discutir com você o que for necessário! Eu acho a mesma coisa que você. Sempre achei que o Harry na verdade tinha muito mais sorte que juízo! Escapava de enrascadas devido aos amigos, muita sorte do que real habilidade mágica. Snape alardeava isso, Voldemort falava isso mesmo quando ainda estava preso no diário, e ele nunca foi atrás de melhorar e progredir. Sempre levava as lições de casa mais na esportiva do que sério, e ele realmente precisava disso! Então aqui está um Harry que se compromete a progredir e faz por onde. Só vamos esperar pra ver se isso está dando resultados e como ele vai se sair num confronto real... O que você acha que acontece? Se não for intromissão demais, como soube da gente e da fic? Se quiser mais, no perfil da Lílian tem toneladas de fics boas para ler, todas H², algumas acabadas, algumas indo lentamente, mas fique a vontade para ler e se divertir. Ela não vai desistir de nenhuma, nem eu. Se quiser, no meu também tem uma fic para ler. É diferente daqui, mas também é HH. No vemos no próximo capítulo? 

Compartilhe!

anúncio

Comentários (7)

  • michelle lima

    ei...esses presentes foram cheios de segundas intenções...Adorei o capitulo espero que continuem a postar... 

    2014-01-12
  • hellen granger

    So agora vi a sua atualizaçao... meu presente de natal atrasado... mas foi um presente tao bom qnto o da mione... belo toque esse do harry... acho que ele ta levando bem a serio esse namoro de mentira... Que bom para nos....rsrrsrsr Capitulo muito bomm.... espero que continuem postando durante esse ano de 2014 que continuem com essa parceria fantastica que alimenta meu vicio por fic hh... parabens vcs sao fantasticos.... Feliz 2014 para vcs...

    2014-01-04
  • Thales Trindade de Bastos

    Sério, simplesmente fantástico...A forma com que vocês escrevem e cativam os leitores é sensacional. Não leio nada de hp faz muito tempo, não que eu tenha perdido o interesse, só não encontro ff's que valham a pena serem acompanhadas tão minuciosamente, parabéns!Espero que vocês terminem a mesma com a mesma vontade com que começaram, abraçossssss! 

    2013-12-29
  • Nety_Potter

    Feliz Natal atrasado.Eu amei esse capitulo teve bastante HH, senti um pouquinho a Falta da Gina, mas sei que ela vai aperecer abalando no proximo cap. Parabéns esta é um das minha fic favoritas e eu estou louca pra ver o capitulo de ano novo :) 

    2013-12-26
  • Saito

    MEU DEUS! que fic incrivel! eu estou amando! Cara que historia! otimo jeitoi de reescrever o 6 livro! Cada capitulo uma surpresa, serio, parabéns a vcs por esta fic maravilhosa :)Ocapito anterior e agora esse são os meus preferidos adoro ver o casal H se envolvendo, isso é tão fantastico!Estou louco para ver a Gina e o Draco, e a festa de ano novo... acho que muitas coisas aconteceram nesse proximo capitulo.... Estou muito ansioso para ler Posteeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeem obg, dnd 

    2013-12-25
  • Venatrix

    FELIZ NATAAAAAAAAAAAAAAAL!Nossa capitulo sensacional! Por que sera que eu tenho a impressão que a Cho vai implicar com Harry e a mione???To gostando bastante do "teatrinho" dele, mal posso esperar a hora que esse teatrinho se torne algo real.Harry dançando bem?? Zuação da Mione pra cima do Gatinho?? Cade o Draco e a Gina?? estou louca pra ver o plano da AD dando frutos :)Estou ansiosíssima para a festa de ano novo! Sinto chero de problemas e romance no ar.... quero muito saber o que a Mione vai falar pro HarryP.S  eu sou a pessoa chata que foi incomodar a Nay no twitter 

    2013-12-25
  • Coveiro

    Muito bom esse capitulo... presentão de natal...Serio, adorei o capiutlo.. clima suave.. mais tranquilo e descontraido... muito bom Senti falta só de uns beijinhos no baile e uma descrição mais profunda disso... mas tudo muito bom mesmoO presente da Mione pro Harry vai dar o que falar...Agora o do Harry foi muito massa...Mione em detenção? COmo foi o papo com Minerva... muito curioso...Posta mais logo por favor... muito bom o capitulo... 

    2013-12-25
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.