Treinos
Capítulo 5 - Treinos
O canto suave dos pássaros ecoava por sua mente. A garota parou para observar seu redor. Uma floresta densa e macabramente escura, o silêncio, que era quebrado apenas pelos sons provenientes dos animais que habitavam o lugar, era de pôr medo em muitos corajosos. Mas, por algum motivo desconhecido, ela sentia-se em casa, cada som misterioso atiçava uma vontade, que mais se assemelhava a um extinto, de caçar os misteriosos animais causadores dos sons. Ela olhou para baixo e percebeu que vestia apenas um tipo precário de vestido feito com pele de algum animal. Algo quase Neandertal. Ao escutar algo semelhante a um uivo, a garota disparou por entre a mata. Concentrou-se mais, apurando os ouvidos, além dos sons provenientes da mata escutou também a doce voz de... Tonks?
-Acorda. –A voz ressoou novamente. –Hermione! –Exclamou a voz, fazendo a garota acordar. –O sonho estava tão bom assim? –Perguntou observando a garota despertar, visivelmente preguiçosa.
-Se estivesse ruim eu já teria acordado há tempos. –Murmurou sonolenta, mesmo que incerta se o sonho fora bom ou ruim. Porém certa de uma coisa: o sonho fora estranho, completamente estranho.
-Todos já estão acordados, espero vocês lá em baixo. –Nesse momento Hermione se deu conta de que as amigas também já haviam acordado e se apressou.
Em menos de dez minutos as três já desciam para o café-da-manhã, sonolentas.
-Meninas, que bom que já desceram. Vocês têm que sair logo para não pegar muito trânsito. –A matriarca falou e começou a servir a mesa para que os cinco comessem.
-Nós temos que fazer alguns desvios, então nós vamos demorar um pouco mais, cerca de três horas e meia até chegar a Windsor. –Tonks falou, pegando as mochilas do grupo e levando-as para fora.
-Que? Três horas! Putz! –Exclamou Hermione, baixinho.
-Ronald e Ginerva – Os dois fizeram caretas ao mencionar dos nomes. –se eu sonhar que vocês aprontaram alguma coisa no dia em que eu não estiver por perto vocês vão se arrepender. –Falou quando os cinco já estavam no jardim, prontos para embarcarem no carro.
-Relaxa mãe. –Falaram.
-Hermione, querida, se eles incomodarem seus avós, fique a vontade para ralhar com eles. –Falou em um tom mais doce, mas ainda assim sério.
-Pode deixar. –Falou a garota, mordendo o lábio para evitar um sorriso.
-Se cuidem e se comportem. –Falou abraçando cada um dos cinco, antes deles entrarem no carro. Um Peugeot 508 SW 2011 preto.
-Ninguém senta do meu lado, acabei de tirar a carteira e não posso me desconcentrar muito. –Tonks avisou e os cinco se entreolharam.
-Que bom que estamos seguros. –Comentou Rony observando Harry e Hermione irem para o fundo do carro, onde tinha apenas dois lugares. Ele sentou ao lado de Gina, que estava entre o irmão e Luna.
-Liga o ar. –Pediu Hermione, arrumando o cabelo em um coque frouxo e se abanando.
-Como liga? –Perguntou a metamorfomaga.
-Aff, eu vou ter que ir ai? –Murmurou e se levantou, inclinando-se por cima dos três e esticando o braço para atingir o botão. Harry riu e desviou o olho da posição constrangedora que a morena se encontrava em relação a ele. –Ah! –Ela bufou, desistindo e caindo sentada. –Tonks, viu qual é o botão? –Perguntou e a metamorfomaga apontou um botão com “AC” escrito. –Esse ai. –Falou e o botão foi apertado. Logo a bruxa ligava o som e começava a andar, saindo e deixando A Toca para trás. Gina e Rony olharam a casa se afastar aos poucos, expressões nostálgicas em suas faces.
-Mais uma coisa que a guerra tirou de nós. –Comentou Gina.
O grupo ficou em silêncio, apenas escutando a música que vinha do rádio. Mais de meia hora depois eles pegavam a estrada principal (N/A: conhecida no Brasil com BR, mas eu não sei como falar em relação à Inglaterra), que, apesar de cedo, já estava movimentada. Hermione deixou a cabeça repousar no ombro de Harry, mas após uns minutos, aquela posição se tornou desconfortável, seu pescoço doía.
-Por que não pegamos um carro magicamente aumentado? –Ela perguntou para Tonks.
-A magia poderia ser rastreada. –Explicou. –E também, deve se dar explicações ao Ministério quando se transporta bruxos menores de idade, ainda mais durante a guerra, então não seria permitido feitiço não localizável. –Continuou e a garota murmurou em entendimento. Percebeu que Gina e Luna dormiam no banco da frente, ambas com os rostos apoiado nos ombros do Weasley, e Rony olhava a paisagem. Passou os olhos para o garoto ao seu lado e sorriu a ver que ele cochilava com o rosto encostado na janela.
Com facilidade, a morena o puxou lentamente, fazendo-o deitar, ele acordou assim que sua cabeça fez contato com a pele das pernas da amiga. Ele se ajeitou melhor, sorrindo para ela de forma preguiçosa, antes de fechar os olhos e se deixar levar pelo cafuné que ela lhe dispensava. Logo a morena também caia no sono, sono esse atentamente observado.
***Caçadora***
-Graças a Merlin! Estou me sentindo A Motorista! Não bati o carro! Não perdi o controle! Não derrapei! Não cantei pneu! –Berrou Tonks, aliviada. –A não ser naquela curva, mas ignora. –Murmurou. –Tenho até direito a dancinha da vitória! –Exclamou animada, aumentando o volume do rádio e mexendo os braços de modo desengonçado.
-Credo, eu vou ter pesadelos com isso para o resto da vida. –Rony resmungou, levando um tapinha dado por Ninfadora.
-Calado! –Exclamou.
-É, senão ela te priva da maravilhosa sensação de viajar com ela. –Caçoou Gina e desviou habilidosamente da mão da metamorfomaga.
-Os Weasley’s tem mania de serem engraçados. –Resmungou, destravando as portas do carro. –Acorda o Belo Adormecido. –Mandou e Hermione riu no banco de trás.
-Obrigado pelo “Belo”. –Harry disse divertido. –Mas não adianta se iludir, eu presenciei seu ataque de “sou foda”. –Falou sentando-se no banco.
-Oh, mais um, Hermione e Luna, vocês são minha salvação! –Exclamou saindo do carro, assim como os outros três, dando passagem para os morenos. Tonks soltou um assobio baixo e arrastado.
-Jurou que você achou que não ia ter lugar suficiente? –Gina riu, andando em direção ao enorme palacete tradicional que se erguia na orla de uma floresta ligeiramente pequena, mas densa e fechada.
-Hermione! –Ouviram ao longe e miraram a entrada da construção, onde uma mulher magra e alta estava parada, Hermione sorriu e correu na direção dela, abraçando-a. Harry foi até o porta-malas, pegando suas coisas e as da amiga, aproximando-se da casa, timidamente.
-Vó! –Exclamou animada, separando-se e observando a senhora de aparência jovial, com poucas rugas e atentos olhos castanho-azulados, os cabelos eram coloridos em um tom claro de castanho.
-Querida, você está ótima! –Exclamou fitando a neta. –E quem seria esse belo rapaz? –Perguntou indicando com a cabeça as costas da neta, que se virou.
-Esse é o Harry, vó, Harry essa é Mary Granger. –Apresentou-os, recuando um pouco.
-Muito prazer em conhecê-la, senhora Granger. –Harry cumprimentou educadamente.
-O prazer é meu Harry, e me chame de Mary, já me sinto velha com Hermione me chamando de vó. –Harry riu levemente, observando os amigos se aproximarem e serem apresentados, depois sendo guiados para dentro da grande casa. Eles pararam em um Hall iluminado por um belo lustre, havia uma escada no lado direito e outro no esquerdo, assim como uma grande porta dupla, como a da entrada, só que num tom natural de madeira. Viram um homem de uns 30 anos se aproximar.
-Esse é Jared, nosso amigo. –Mary disse.
-Sou o mordomo, mas Mary não gosta de me chamar assim. –Explicou sorrindo e pegando as malas dos adolescentes, se retirando.
-Ele também sabe. –Comentou indiferente, seguindo até a porta dupla, abrindo-a e saindo em um grande cômodo. De um lado estava uma sala de TV com um jogo de três grandes sofás em um tom gelo acinzentado, a TV em cima de uma lareira e uma mesa de centro média, as paredes em tons gelo. Do outro uma grande mesa de madeira colonial com uma iluminação embutida no teto. –Trocamos a mesa, acho que vai caber todo mundo. –Comentou divertida.
O grupo entrou na discreta abertura que ligava a sala de janta com a cozinha espaçosa e tecnológica, que contrastava radicalmente com o visual meio rústico do lugar.
-Fiquem a vontade para atacar a qualquer hora. –Uma mulher baixinha e um pouco corpulenta disse divertida, enquanto mexia em algumas panelas. –Sou Jana, muito prazer. –Deu uma piscadela para eles. –Ah, Hermione! –A mulher chamou e Hermione foi até ela, que foi até o forno e o abriu, indicando para a garota olhar.
-OK, ainda bem que eu não comi no café da manhã. –Falou animada, abraçando Jana e saindo com os amigos, seguindo a avó até uma grande porta janela de vidro com detalhes de madeira branca, a porta foi aberta, levando-os até o jardim dos fundos, que tinha uma grande piscina com espreguiçadeiras brancas ao redor e mesas com guarda-sol e cadeiras almofadadas também brancas, Mary caminhou até um tipo de casa menor e de um único andar que tinha do outro lado.
-Como vocês são jovens e não estão participando da Ordem da Fênix, eu e Dave, meu marido, resolvemos coloca-los aqui, assim vocês não serão incomodados por barulhos e pelo movimento, além de ficarem mais a vontade. –Explicou abrindo a porta que dava na casa também em estilo rústico, mas que era como um grande retângulo. A porta dava em uma sala com um sofá bege e uma lareira menor que a da sala da casa principal, uma TV, uma aparelhagem de som bem tecnológica, um Playstation 3 e um Nintendo Wii 2 preto, uma mesa de centro de vidro. As paredes em cor branca com detalhes em preto, uma estante embutida de madeira preta para os livros encostada na parede lateral ocupava-a por inteiro, do lado da estante havia um corredor, por onde seguiram. Uma parede do corredor era cega nas mesmas cores da parede da sala, enquanto a outra tinha cinco portas.
-Geralmente os netos adolescentes ficam aqui. –Hermione contou, indo até a primeira porta.
-Depois vocês terão bastante tempo para escolher os quartos Mione, agora tenho que apresentar o resto da casa. Ela concordou e seguiu com os amigos atrás da mulher, voltando ao Hall de entrada e seguindo por uma das escadas, já que ambas se encontravam em um corredor. A abertura no meio das “bocas” das escadas levava até um grande salão de jogos com mesa de bilhar, outra mesa normal para jogos de carta, provavelmente. Seguiram até uma porta lateral que dava até um escritório acoplado a uma biblioteca.
-Isso cresceu. –Hermione comentou observando a quantidade de livros.
Eles saíram da biblioteca e voltaram para a entrada do salão de jogos. O corredor se estendia para os dois lados.
-Tudo quartos. –Mary disse. –Os dois lados. –Disse, indicando que havia portas que levavam aos quartos nas duas paredes que formavam os dois lados do corredor, seguindo por um deles, quando chegaram ao final do corredor, viram que ele continuava para o lado, formando com os corredores um tipo de quadrado. –Depois você pode escolher um, Tonks. –A mulher disse e eles desceram as escadas calmamente, indo para o jardim. Quando estavam perto de uma das mesas com guarda-sol, Harry puxou Hermione pela mão por um caminho de pedras que dava na orla da floresta, seguindo para trás da casa.
-Onde nós poderemos treinar? –Ele perguntou enlaçando, inconscientemente, a mão da garota.
-Tem uma clareira que eu ia com minha prima, Cate, quando nós éramos crianças. É dentro da floresta, mas perto da orla e, pelo que eu peguei do que Tonks nos disse, fica na beira da proteção. –Falou não dando bola para a aproximação dos dois, enquanto o levava até o gramado atrás da casa, observando um pouco da cidade.
-Aqui é bonito. –Comentou olhando a vista.
-Me traz boas lembranças, de quando tudo era calmo, sem maníacos, sem Voldemort, sem guerra, sem vampiros... –Ela suspirou fechando os olhos em nostalgia.
-Às vezes você deseja, bem, não ser bruxa? –Perguntou, intimamente temendo a resposta.
-Você está querendo saber se eu desistiria da minha magia por uma vida calma? –Ela disse. –Claro que não! Pensa bem, qual é a garota que pode dizer que já correu risco de vida umas dez vezes, por ano, que lutou contra bruxos das Trevas e tem um vampiro na cabeça? –Brincou, mas sentiu Harry ficar tenso ao seu lado.
-Não gosto quando você faz piada disso. –Falou baixinho.
-É melhor rir pra não chorar. –Comentou ficando de frente para o amigo e envolvendo sua cintura com os braços. –E além do mais, se não fosse pelas minhas “quase-mortes” eu nunca teria ficado amiga de vocês. –Completou e ele ponderou.
-É. –Disse envolvendo a cintura dela do mesmo jeito que ela fazia. –Mas bem que poderíamos cortar a parte do maníaco que nos persegue. –Comentou e ela riu, concordando.
-Pode ser. –Disse e ele arqueou uma sobrancelha.
-“Pode ser”, Granger? –Ela riu com o tom dele. –Ah, então você não tem medo, não? Não tem noção do perigo? –Resolveu entrar na brincadeira da amiga.
-Não estou vendo perigo nenhum. –Falou ficando na ponta dos pés para olhar atrás dele.
-Ah é?
-É. –Disse sando de ombros e logo sentiu ser tirada do chão e jogada por cima do ombro.
-Eu não sabia que estava usando minha capa de invisibilidade. –Comentou, indiferente aos tapinhas que levava. Ela conseguiu se soltar, mas caiu no chão, puxando-o junto. –Pois então vou te mostrar o perigo. –Disse imobilizando-a com o próprio corpo.
-Harry, o que você...? –A frase dela ficou no ar quando os dedos dele atacaram a região de suas costelas e ela começou a se debater e rir.
-E agora senhorita Hermione-não-tenho-medo-Granger? –Perguntou rindo enquanto ela se contorcia e tentava se livrar do amigo, mas não conseguia concentrar sua força. –Que foi? Não gosta?
-Eu, com certeza, não estou gostando nada disso. –Uma voz grossa trovejou as costas dele, que se assustou, dando chance para Hermione conseguir empurra-lo. Um homem, de cabelos grisalhos e com poucas rugas, descia de um belo cavalo branco e os olhava reprovador.
-Desculpe, senhor. –Harry disse após limpar a garganta.
-Não esquenta Harry, vô, esse é o Harry. –Hermione disse ainda no chão, recuperando o fôlego e soltando risadinhas. O Potter se levantou e cumprimentou o senhor.
-Sou David, mas chame-me de Dave, nada de senhor. –Pediu sorrindo para o jovem, que riu constrangido. –Acho melhor dar uma força pra Mi, ela não consegue levantar. –Disse observando a neta que ainda tentava recuperar o fôlego. Harry concordou e estendeu a mão, que foi pega por ela, e a puxando firmemente, levantando-a com facilidade.
-Oi vô. –Disse abraçando-o. –Que lindo. –Disse indicando o cavalo branco e bem cuidado.
-Linda. –Corrigiu o homem, acariciando o pescoço. –Lembra-se da Valentina? –Perguntou e viu a neta ficar chocada.
-Ah, não creio! –Exclamou. –Lua! –Disse e agarrou-se ao pescoço da égua.
-Não era Valentina? –Riu Harry.
-Lua Valentina, meu avô chama de Valentina e eu de Lua. –Ela deu de ombros e encostou a testa na da égua. –Estava com saudades de você, garota. –Murmurou e ela relinchou cheirando Hermione. –Posso dar uma volta? –Pediu olhando o avô de modo pidão.
-Depois do almoço, ela está cansada agora. –David falou e ela suspirou. –Por que não voltam pra casa, o almoço já está cheirando. –Sugeriu. –Vou leva-la até o estábulo, logo volto. –Disse e Hermione fez bico antes de depositar um beijo na testa do animal e sair, puxando Harry pela mão.
-Quanto amor aos animais. –Comenta divertido.
-Ah! –Ela riu. –Ela é especial, quando a mãe dela estava prestes a, bem, parir, foi eu quem dava banho nela. Fiquei desesperada e sai correndo atrás do meu avô, já que só ele estava em casa.
-Então você viu Lua nascer? –Perguntou sorrindo.
-Sim e apesar de ser algo da natureza, é nojento. –Comenta e ele ri gostosamente.
-E por que Lua Valentina? –Diz curioso, passando os braços pelos ombros dela.
-Bem, Valentina significa valente, e meu avô queria esse nome, eu disse que achava bonito, mas era muito grande e como o pelo dela é branco e os olhos parecem prateados eu disse que queria que o nome dela fosse Lua. Para não dar briga ficou Lua Valentina. –Explicou calmamente.
-Legal. –Comentou e eles escutaram risadas vindas da piscina.
-Não! Agora eu sei por que a Mi era tão maníaca por regras. –Rony diz rindo, mas parando assim que vê os dois amigos chegarem abraçados.
-Vó, qual foi a coisa vergonhosa que você contou dessa vez? –Perguntou séria, fazendo Mary levantar as mãos em rendição.
-Nada demais, Mi. –Respondeu observando a neta sentar-se ao lado de Harry.
-Conta. –Falou servindo-se de um suco que estava na mesa.
-Bem, eu contei àquela vez que nós proibimos você e sua prima de entrar na floresta com os mais velhos e vocês não obedeceram, daí os mais velhos ficaram botando medo em vocês e inventando coisas que aconteciam naquela floresta com quem desobedecia alguém. –Comentou e Hermione cruzou os braços.
-Eu tinha seis anos. –Protestou.
-Mas ficou muito obediente depois daquilo. –Dave comentou, chegando e se apresentando aos outros.
-Também, meus primos são bons em colocar medo nas pessoas. –Resmungou, fazendo os amigos rirem, enquanto ela observava Jared e Jana trazerem os pratos até lá fora, preparando a mesa para o almoço.
A tarde passou calmamente e logo Hermione levava os amigos até o estábulo, que ficava um pouco afastado das casas, para apresenta-los para Lua.
-Que linda. –Luna disse acariciando a crina do animal, que fechou os olhos, aprovando o afago.
-Sim. –Gina concordou observando o quão “manhosa” Lua era.
-Depois querem montar nela? –Hermione sugeriu sorrindo.
-Ah, eu quero. –Luna disse fazendo beicinho.
-Hermione? –Uma voz macia ressoou atrás do grupo, descrente.
-Josh? –Murmurou e depois riu. –Não acredito! –Ela correu até o garoto, abraçando-o fortemente, seguida pelos olhares atentos de Harry e Rony.
-Você cresceu. –Ele disse rindo.
-Olha quem fala. –Murmurou fitando o garoto que usava uma calça jeans e uma blusa cinza, evidenciando o belo físico dele. –Gente, esse é Joshua Ferraz, filho da Jana e do Jared. –Disse puxando o loiro pela mão.
-Prazer, Josh. –Disse beijando o rosto das garotas e apertando a mão dos outros dois.
-Cuidando bem dela? –Perguntou se referindo a égua.
-Se não cuidar você me mata. –Brincou passando a mão entre os cabelos, o que fez Gina e Luna suspirarem e receberem um olhar reprovador dos amigos.
-Que bom que está ciente disso. –Comentou divertida. –Ensina a Luna a montar? –Pediu. –Você é um bom professor em relação a isso.
-Está bem. Luna. –Ele ofereceu uma mão para a garota.
-Nossa, vai tentar conquistar ela? –Resmungou Hermione, arrancando uma risada do amigo, que saiu puxando Lua e Luna.
-Da onde veio isso? Todos os trouxas são assim?! –Gina perguntou, se pendurando no braço da Granger.
-Ginerva! –Rony exclamou, irritado.
-Ah, qual é, Rony! Vai conquistar a Lua e me deixa em paz. –Mandou e saiu puxando a amiga pelo braço.
-Não, eu também não gostei dele. –Harry falou, respondendo a pergunta muda de Rony.
Logo Josh havia acabado a explicação para Luna e Gina, que agora esperavam para montar na “garota”.
-Eu vou pegar o Trovão para ficar perto, ok? –Falou para Hermione e saiu, voltando logo depois com um lindo cavalo de pelagem negra e lindos olhos azuis.
-Uh! Garanhão! –Hermione exclamou, acariciando-o de forma contida. –Ele continua arisco? –Quis saber.
-Um pouco, seu avô e eu conseguimos doma-lo um pouco. –Disse acariciando o cavalo, que fitava fixamente Lua. –Segura? –Pediu oferecendo as rédeas que “controlavam” o animal para a morena, que as pegou e viu o loiro ir até Luna, ajudando-a a montar em Lua. –Ela é tranquila, é só você dar os comandos básicos que eu falei, ok?
-OK. –Concordou segurando as rédeas também. Logo Josh subia em seu cavalo e acompanhava de perto a cavalgada de Luna, que se saia muito bem. Eles andavam, acompanhados de Gina, Rony, Harry e Hermione, até perto da casa principal, foi quando Lupin surgiu por chave-de-portal próximo a Lua, que se assustou e empinou, fazendo Luna se desequilibrar e iria cair, se Rony não houvesse a aparado.
-Leve ela pra dentro e fale com meu avô! –Hermione mandou assustada e logo o ruivo obedeceu, saindo apressado e seguido da irmã, Harry ajudou Hermione a acalmar Lua e Josh teve trabalho com Trovão, já que ele parecia não ter gostado muito de Remo.
-O que causou isso? –O loiro perguntou.
-Provavelmente meu cheiro. –Remo disse. –Desculpem. –Murmurou e saiu, cabisbaixo.
-Eu não gosto de vê-lo assim. –Harry soltou um suspiro.
-Ninguém gosta. –Hermione disse, puxando Lua calmamente.
Dave havia confirmado que fora apenas um susto, mas pedira para que Luna descansasse e não se esforçasse, o que foi seguido e supervisionado a risca por Molly e até pelos adolescentes.
***Caçadora***
-Preparada?
-É né. –Suspirou e ele riu.
-Qual é! Animação! –Pediu, chacoalhando a garota.
-Só depois das 10 da manhã. –Respondeu soltando-se dele.
-OK, senhorita Noturna. –Falou e se afastou. –Não precisa ter medo. –Harry falou assumindo um tom sério. Ele e Hermione se encontravam na clareira que ela havia comentado. Era razoavelmente grande e suficientemente afastada para não serem ouvidos, também sendo na beira da proteção.
-Tem certeza, e se eu te machucar? –A morena disse preocupada e ele rolou os olhos.
-Eu sou acostumado com dor. –Devolveu e ela suspirou.
-Não é tão simples, eu...
-Você vai me atacar e não começa! –Disse mais duro, fazendo-a resmungar baixinho e assumir uma posição de ataque tipicamente felina. Harry se pôs em guarda, apurando os ouvidos e foi surpreendido quando a morena apareceu ao seu lado, dando-lhe um forte soco na face direita. Ele cambaleou, mas se recuperou a tempo de interceptar o punho esquerdo dela e puxa-lo com força, fazendo-a perder o equilíbrio, dando-lhe a chance de dar uma joelhada em seu abdômen, ela ofegou, mas conseguiu se soltar e sorriu.
Hermione sentia o sangue correr com mais velocidade, a adrenalina tomando conta dela. Os sentidos em alerta máximo, ela ouvia a respiração que o garoto tentava controlar, sentia para que lado o vento soprava, sentia o cheiro que Harry emanava, um cheiro de desafio, via os olhos dele correr rapidamente por ela, esperando qualquer movimento. E podia sentir o gostinho da vitória, vitória esta que já estava próxima. Uma estranha sensação de fome a tomando, como se não fosse conseguir parar até ver o “oponente” derrotado.
Harry tinha se assustado, era como se a amiga preocupada houvesse sumido e dado lugar a uma eximia predadora. Ele sorriu intimamente com isso, ela não podia ter medo de machucar as pessoas, mesmo que fosse ele, era um teste. Seu rosto latejava com o soco que levou e seu joelho provavelmente sentira mais o impacto do que Hermione. Observou-a atentamente, a posição dela chegava a ser selvagem, os olhos brilhavam negros e os cabelos estavam levemente desgrenhados. Ela sorriu e ele conseguiu ser rápido o suficiente para rola para o lado direito, observando-a parada onde estava.
-Você está rápida, morena. –Comentou divertido, desviando de uma forte pisada e segurando o pé dela, girando-o e fazendo-a cair de cara no chão. Ela tentou dar um chute para trás e, mesmo às cegas, acertou o nariz do garoto, que soltou um alto gemido de dor, mas logo Harry estava imobilizando a grifinória, que se debatia com raiva. –Tem força, rapidez e é silenciosa, mas ainda faltam técnica e agilidade na hora dos ataques. –Disse com a voz fanha, soltando-a.
-Como você sabe disso? –Perguntou com uma voz seca.
-Qual é, meu primo faz Boxe, eu tenho que saber alguma coisa. –Disse rindo. –Mas para uma semi sedentária você se saiu bem.
-Eu não sou sedentária! –Exclamou.
-Era semi sedentária sim, Hermione. –Disse ele e viu a morena ficar quieta.
-Estão nos chamando. –Disse por fim e ele a soltou.
-Mas nem começamos. –Ele protestou e ela riu, levantando-se e tirando a terra da roupa.
-Acho melhor fazermos uma programação. –Comentou e eles começaram a andar em direção a casa. –Nós poderíamos tirar esse dia para as pesquisas, você pode procurar sobre métodos de luta corporal e sobre feitiços. Eu procuraria sobre resistência e preparo físico e também sobre os feitiços, que seriam de ataque e defesa. –Sugeriu.
-Pode ser, posso fazer uso dos computadores que tem aqui? –Ele pediu, meio acanhado.
-Claro, esses tempos saiu no Profeta que alguns bruxos estão colocando informações mágicas na internet. Mas tudo com um ótimo sistema de proteção para que os trouxas não acessem. –Completou após ver o espanto do amigo.
-Interessante, a internet é ótima e, se os bruxos souberem usa-la, pode ser que inove o mundo mágico. –Comentou e Hermione sorriu concordando. –Você está brava? Digo, por que eu ganhei? –Perguntou após uns minutos.
-Não. –Ela disse com simplicidade. –Bem, mais ou menos, eu senti uma vontade estranha de ganhar, como se fosse necessário. –Comentou pensativa.
-Extinto? –Sugeriu.
-Talvez. –Não falaram mais nada, já que já podiam ver a casa.
-Aí estão os sumidos! –Uma voz conhecida exclama e eles sorriem.
-Já? Putz, achei que ia me livrar alguns dias de vocês. –Harry comentou.
-Não liga não, os cinco estão com febre de gracinhas. –Tonks gritou do outro lado do jardim, antes de sair correndo e entrar no palacete.
-Ah, fiquem tranquilos, nós vamos ficar no apartamento em cima da loja. –Jorge falou dando de ombros.
-Na verdade é um apertamento, mas tudo bem. –Fred completou.
-Só viemos hoje aqui...
-Para conhecer o lugar. –Completou.
-Que isso Mione? –Perguntou observando a roupa suja dela.
-E olha o Harry! –Caçoou Fred observando o roxo que surgia no rosto do Potter.
-Ih, os hormônios atacam. –Disseram em uníssono.
-Calados. –Hermione disse, corada e observando o rosto de Harry. –Eu te avisei. –Falou e saiu para dentro da cozinha.
-O que houve cara? –Jorge perguntou rindo.
-Até parece que fez sexo selvagem com ela. –Completou o outro gêmeo e riu ainda mais da cara que o Potter fez, mas ele não teve tempo para retrucar, já que Hermione voltava com uma toalha e uma bolsa de gelo.
-Do que vocês estão falando?
-Nada. –Harry disse rapidamente e sentiu ela virar o rosto dele para limpar.
-Sei... –Comentou e passou o pano no nariz dele, que sangrava. –Acho que você quebrou o nariz. –Comentou preocupada.
-Sem problemas, Harryzito, olhe para o papai aqui. –Fred disse apontando a varinha para o nariz dele. –Episkey. –Bradou e Harry gemeu, levando a mão ao nariz.
-Parabéns Fred. –Cumprimentou Jorge. –Dessa vez você não piorou o machucado. –Comentou vendo o nariz do moreno no lugar, Hermione colocou a bolsa de gelo na face atingida por seu soco.
-Segura, depois a Tonks faz um feitiço para não ficar inchado e nem roxo. –Comandou e o viu segurar a bolsa térmica contra a pele. Os gêmeos entraram na casa, já que eram chamados.
-Hum, Hermione, licença. –Disse desconcertado e levantou a regata preta que ela usava, para observar o local que ele tinha atingido. –Isso é injusto, você quebrou meu nariz, me deixou com o rosto roxo e inchado e quase quebrou meu joelho! –Exclamou.
-Eu não quebrei seu joelho! Você que me deu uma joelhada! –Protestou indignada.
-Mas você nem sentiu! –Devolveu.
-Senti sim, mas eu não fico roxa fácil. –Devolveu e cruzou os braços. –Não tenho culpa se você é sensível. –Resmungou.
-Eu?! –Ele exclamou e ela concordou, desdenhosa. –Ah tá. –Disse. –Vou te mostrar quem é sensível! –Exclamou a segurando pelos joelhos e a carregando.
-ME LARGA! –Berrou enquanto o garoto ria, logo alguns membros da Ordem correram para ver o que estava acontecendo.
-Sossega! –Exclamou Harry, tentando fazer Hermione ficar parada, mas sem sucesso, jogando-a na piscina em seguida. –Sensível. –Completou quando ela emergiu ofegante e com os cabelos no rosto. –Eu?
***Caçadora***
Hermione estava sentada na sala da “casa” que dividia com os amigos, um notebook no colo, e Harry estava sentado no chão, com as costas encostadas no sofá, com um notebook no colo. Os outros estavam aproveitando o dia na piscina e paparicando Luna – no caso de Gina, Molly e os gêmeos, que mais faziam graça do que a paparicavam.
-Achei um feitiço legal: Protego Nerus, se bem realizado pode parar qualquer feitiço. –Harry falou e Hermione murmurou em concordância.
-Sim, mas é muito difícil fazê-lo parar uma maldição, se é isso que você está pensando. –Ela disse e Harry concordou.
-Imaginei. –Falou e eles ficaram em silêncio novamente.
-A Tonks comentou comigo que ela vai nos treinar por causa da AD. –Contou e sentiu o amigo enrijecer. –O que foi?
-Não sou muito fã dessa ideia. –Confessou colocando o computador de lado e fitando a morena. –Não é como se a ideia de arriscar a vida dos meus amigos me agradasse. –Explicou seco.
-Harry, nós já conversamos sobre isso. –Suspirou cansada. –É melhor eles, quer dizer, nós sabermos nos defender do que deixar o “instinto” nos guiar. –Falou escorregando para o chão.
-Mesmo assim, não é uma opção boa...
-Opção? –A grifinória o interrompeu, exaltada. –Harry, essa guerra não é uma opção! –Exclamou séria. –O que aconteceu comigo não foi uma opção. –Ela disse com um meio sorriso. –Lutar para te ajudar a sobreviver não é uma opção...
-É uma obrigação. –Ele murmurou e ela bufou, ajoelhando-se e pegando o rosto dele entre suas mãos.
-Obrigação? Harry, você fala como se ser sua amiga fosse um fardo! –Acusou e ele fechou os olhos.
-E não é? –Perguntou e sentiu que a garota tinha soltado uma risada sarcástica.
-Claro que não! Harry, mesmo se eu não fosse sua amiga, você acha que eu ficaria parada? Esperando a guerra acontecer? –Perguntou descrente. –Porque se você acha isso, você não me conhece. –Finalizou e sentiu Harry envolver seus pulsos com as mãos.
-Eu sei que não. –Ele disse encostando sua testa na da garota. –Mas eu não vou suportar ver você se machucar, Hermione, não de novo, não por mim. –Ele soltou, abrindo os olhos para encara-la. –Não sabe a sensação horrível que foi pensar, por um minuto, que você estava morta. Não conseguiria conviver com isso. –Murmurou e viu ela abrir um sorrisinho.
-Fico feliz em saber disso. –Falou fitando-o com a mesma intensidade que ele o fazia, mas foi obrigada a desviar o olhar quando percebeu que a porta foi aberta e Rony estava parado lá. –Rony! –Exclamou sorrindo para o amigo, enquanto se afastava de Harry, mas mantinha-se ajoelhada.
-Er, eu vim saber se vocês não querem aproveitar a piscina. –Ele explicou, fitando o casal com intensidade.
-Hum, não, valeu, mas logo nós vamos lá. –Prometeu e viu o ruivo concordar e sair, não antes de fuzilar Harry com os olhos.
-Vamos voltar ao trabalho. –Disse suspirando e vendo Hermione concordar.
***Caçadora***
-Será que hoje dá certo? –Harry inquiriu quando chegaram à clareira que haviam treinado no dia anterior.
-Espero que sim. –Hermione respondeu com simplicidade, enquanto ficava ao lado do amigo. –Eu pesquisei e encontrei que, para se ter um melhor desempenho em atividades que envolvem o corpo em geral, nós precisamos conhece-lo. –Ela comentou fitando o moreno.
-Vamos estudar anatomia? –Indagou divertido, ao que a garota rolou os olhos.
-Não. –Ela respondeu e logo deu alguns comandos para o garoto, que fez uma “ponte” com o corpo. –Está sentindo? –Perguntou.
-Dor sim. –Ofegou e Hermione riu, sentando-se na barriga dele. –Ei!
-Que? Estou te ajudando, sabia? –Ela disse falsamente ofendida. –E você vai ficar assim até não aguentar mais, e nada de me passar à perna, OK? –Disse e viu o garoto bufar em meio ao esforço. Alguns minutos se passaram até que Harry deixou o corpo cair.
-Não dá mais. –Disse com uma expressão dolorida. –Agora é sua vez. –Ele disse, enquanto se sentava e se alongava.
-Fiz isso ontem a noite e durei mais do dobro do tempo que você durou. –Desdenhou e ele lhe mostrou a língua, ao que ela riu.
***Caçadora***
-E aí? –Rony falou, sentando-se ao lado de Luna, que observava Gina voltar com suco e três copos.
-Oi. –Ela disse e pegou os copos da mão da amiga, ajudando-a.
-Que foi Ron? –Gina indagou com a testa levemente franzida.
-O quê? –Ele retrucou.
-Quando você está “cercando” alguém é por que quer perguntar alguma coisa. –Ela disse e sentou-se de frente para os dois, em uma das mesas com guarda-sol. O grifinório coçou a nuca.
-Vocês viram o Harry e a Mione? –Ele perguntou por fim.
-Não, acho que os dois foram dar uma volta, sei lá. –Luna deu de ombros e bebeu um pouco do suco que estava em seu copo.
-Eles estão sempre saindo a essa hora. –A ruiva complementou, indiferente.
-Vocês acham que eles, er, estão namorando? –Especulou e viu as duas se olharem.
-Não sei, mas eles formariam um casal bonitinho. –A Weasley disse e depois se voltou para a amiga. –Já teve noticias do seu pai, Lu? –Indagou e não percebeu a expressão do irmão endurecer.
***Caçadora***
-Não creio! –Ela disse. –Deu certo! –Hermione pulou em cima de Harry, que a sustentou rindo do “ataque” da amiga. –Oh Merlin, valeu! –Ela exclamou soltando o moreno e pulando animada.
-O que deu certo? –Ele perguntou e ela abriu um enorme sorriso.
-Feitiço de ocultação para o Ministério. –Ela respondeu, andando ao redor da clareira. –Sem o Ministro enchendo o saco se nós fizermos feitiços. –Explicou calmamente. –Achei em um dos livros de feitiços da biblioteca dos Black. –Ela concluiu mais baixo e observou Harry desvia os olhos.
-Ótimo. –Ele disse distante, mas logo sentiu os braços da garota envolverem sua cintura e a cabeça da amiga descansar em seu peito.
-Desculpe, eu não gosto de te ver assim. –Hermione murmurou e sentiu que Harry cedia ao abraço e o correspondia.
-Tudo bem. –Ele disse e sorriu para ela. –Amanhã nós começaremos com os feitiços.
-Amanhã? –Ela perguntou, franzindo o cenho.
-É, meu corpo ainda é mortal e não tem um lado vampírico, o que significa que eu preciso descansar. –Ele piscou para ela, que riu.
-Então descanse, porque eu acho que a Tonks vai nos dar umas “aulinhas” ainda hoje. –Ela disse e viu Harry se virar, a morena pulou em suas costas e sentiu o amigo começar a correr por entre as árvores. –Andou vendo “Crepúsculo” nas férias, senhor projeto de Edward Cullen? –Caçoou e ele riu.
-Não pode? –Devolveu.
-Prefiro Jacob Black. –Piscou para ele, que gargalhou.
***Caçadora***
Harry descia os pequenos degraus de pedra dos jardins com calma, foi quando ele sentiu suas costas serem prensadas, contra uma parede de tijolos atrás de si.
-Tá doido?! –Perguntou quando identificou Rony. Mas não um Rony normal, ele estava praticamente possuído, irado, espumando e totalmente vermelho.
-Belo amigo é você. –Rosnou para ele, o prensando ainda mais.
-Que foi, cara?! –Harry disse, soltando-se rapidamente dele. –Do que você tá falando? –Perguntou perdido.
-AH, não se faça de desentendido, Potter! –Exclamou.
-Potter?! –Ele repetiu incrédulo. –Qual é Ron! Isso já tá ficando chato. –Ele disse cansado.
-Ah, desculpe! –O ruivo exclamou com escárnio. –Eu sempre sou o chato e você é o perfeito. –Falou batendo uma palma. –Quer um tapete vermelho? –Indagou.
-Você não tá normal, se acalma e depois nós conversamos! –Harry cuspiu e recomeçou a andar, mas foi empurrado novamente.
-Você vai me ouvir agora! –Falou.
-Então fala! –Ele disse, cruzando os braços.
-Você nunca está contente, não é? Não basta ser famoso, ser rico, ter um monte de garotas babando você, o “Todo Poderoso Potter” tem que escolher justo a minha garota! –Acusou ríspido.
-Do que você tá falando?! –Harry repetiu, impaciente.
-Não se faça de tonto! –Rony gritou. –Você e Hermione ficam sumindo e estão sempre rindo, e aposto que eu não estarei errado se afirmar que vocês falam de mim. –Completou e viu o Potter abrir a boca para retorquir.
-Pois você está muito enganado, Ronald. –A voz seca e anormalmente fria de Hermione soou atrás dos dois, que se viraram para ver a amiga de canga, com os braços cruzados e uma expressão nada satisfeita.
-Ah, você tem que defender o namorado, desculpe. –Zombou irônico e a observou andar pisando duro até eles.
-Harry não é meu namorado, idiota. –Sibilou perto dele.
-De onde você tirou essa ideia? –Harry falou. –Ela é minha amiga. –Continuou.
-E se nós estivéssemos namorando é óbvio que nós contaríamos, não subestime minha inteligência, Weasley. –Disse ela de forma ríspida.
-Não? –Ele perguntou vacilando e os dois morenos negarem. –Mas vocês vivem sumindo! –Argumentou.
-Não é para ficar aos amassos. –Hermione garantiu indiferente e soltou um suspiro cansado.
-Então é para que? –Perguntou, cruzando os braços. Harry e Hermione se entreolharam e ele deu de ombros. –Anda, falem! –Insistiu, reassumindo a coloração avermelhada. –Ficam de segredinhos por ai, porque eu não posso saber, hein? –Inquiriu e ela bufou.
-Não é hora pra isso. –Ela tentou mudar de assunto e se virou para sair, mas ele segurou seu braço, fazendo-a se virar bruscamente.
-Fala! –Exigiu.
-Você está me machucando. –Ela disse e antes de qualquer coisa, Harry já havia empurrado o Weasley.
-Fala logo! –Berrou quando observou o “amigo” olhar para o braço da Granger preocupado. –Não adianta negar, eu sei que vocês estão escondendo algo e não me contam porque não confiam em mim!
-Quer saber, garoto?! –Hermione gritou de volta, fechando o punho com força e tentando manter um pouco de calma. –Tem sim algo que eu não te contei, mas não é porque eu não confio em você, e sim porque você Ronald é infantil e cabeça-dura demais para saber! –Ela rosnou com os olhos marejados. Harry a encarava surpreso, nem no Baile de Inverno ele havia visto a amiga tão raivosa.
-Então você admite! –Rony sibilou, cínico. –Desculpe se eu não sou como o “Perfeito Potter”. –Continuou.
-Quando você vai perceber que o “problema” não é o Harry, hein?! –Hermione berrou com ódio. –O problema é você, Rony! Você tem essa mania de se sentir inferior aos outros! Você culpa os outros pelos seus fracassos ou pelos seus defeitos! Não foi ninguém que resolveu te esconder coisas, fui eu e porque você me deu motivos! Sua infantilidade me fez tomar certas decisões!
-E entre elas não falar comigo sobre o que quer que seja?! –Disse, a voz beirando entre o raivoso e o magoado.
-Sim. –Ela suspirou e escondeu o rosto nas mãos. –Você já ouviu falar sobre a lenda dos Caçadores? –A voz dela saiu meio abafada. –Caçadores que eram transformados por seres mágicos? –Continuou.
-Claro, eles ficam com as principais características do ser que o transformou. –Respondeu indiferente.
-Você sabe que os verdadeiros vampiros ainda existem. –Disse olhando-o.
-Aonde você tá querendo chegar? –Perguntou impaciente.
-Na Europa Oriental existem vampiros, Praga é um desses lugares. –Despejou e demorou alguns segundos para que o entendimento se apoderasse do ruivo.
-Você...? –Ele deixou a frase no ar e observou-a concordar.
-Feliz agora? Você já está sabendo meu segredo. –Disse e viu a expressão de incredulidade do rosto do Weasley se esvair para que uma expressão dura e magoada tomar o lugar.
-Você achou que eu ia fazer o quê, Hermione? Espalhar para os quatro ventos que você virou uma Caçadora? Eu sei como os bruxos pensam, Hermione! Eu sei o quanto preconceituosos eles são! –Ele disse seco e ela abriu a boca, mas o Weasley foi mais rápido. –Uma coisa é você saber que eu sou infantil e todas aquelas coisas que você disse, mas outra bem diferente é você pensar que eu trairia a sua confiança! –Ron exclamou claramente incrédulo. –Quer saber? Cansei. –Suspirou, passando a mão nos cabelos. –Cansei dessa desconfiança, continuem fazendo o que vocês fazem. Não se preocupem comigo, eu não vou contar pra ninguém isso. Não sou fofoqueiro e nem traidor. –Dizendo isso ele deu as costas, deixando os amigos estáticos atrás de si.
-Rony. –Hermione disse baixinho, mas o garoto não deu a entender que havia ouvido e ela soltou um suspiro, virando-se para Harry. –Eu peguei pesado, não foi? –Ela perguntou com a voz fraca e Harry a respondeu com um abraço.
-Um pouco. –Concordou enquanto ela escondia o rosto e seu peito. –Mas ele vai entender, fica tranquila. –Disse e ela murmurou em desistência.
-Espero. –Confessou a apertando mais contra si. Após um minuto ela o olhou, já recuperada e meio risonha. –Mas da onde ele tirou que nós estávamos namorando mesmo? –Indagou divertida e viu Harry corar de leve enquanto ria.
***Caçadora***
N/A: É hoje que vocês me matam, eu sei ! E também sei que eu demorei, me desculpem! Mas me deu um bloqueio dos bravos e eu sou péssima em brigas, como vocês percebem nesse capítulo u.u
Mas tudo bem, se vocês me matarem não tem mais fic, mas podem ficar a vontade para broncas, eu mereço mesmo.
A FIC FEZ UM ANO! UHUUUUUUU! PARABÉNS PRA FIC! NESTA DATA QUERIDA! MUITOS CAPÍTULOS E MUITAS ATTS! Ok, já podem me internar...
Gostaram do capítulo? Sério mesmo, eu não gostei e quase reescrevi ele todo, mas daí eu só ia att mês que vem... E dái vocês iam mesmo me matar.
E meninas, o que vocês acharam do Josh, heiiiiin? Eu imagino ele como o namorado da Hannah Montana no filme, sabe? Aquele loiro gostoso, bem ele.
Eu sei que os treinos não estão muito bons, mas vocês vão ficar curiosos por um tempo, sim.
Vamos as respostas...
Débora Granger Potter Malfoy: Gostou amiga? Mil perdões pelo meu sumiço, ok, tô atualizando pra me redimir... Bem, leia o “PS” no fim do capítulo para descobrir as coisas. Comenta!
Bruna.Jean.Granger.Hale.Cullen.Potter: Obrigada amor, att aqui, espero seu comentário.
Amanda A.: Vish, foi malz pela demora aê, mas aqui está o capítulo, espero que tenha gostado. Comenta!
Milton Geraldo da Silva Ferreira: Bem vindo, primeiramente, já que é a primeira vez que você comentou. O treinamento teve inicio aqui, mas eu tenho que ir com mais calma, mas eu planejo o próximo capítulo com as habilidades da Mione. Comenta!
Bethany Jane Potter: Menina, eu postei! Mereço um prêmio, não é? É, também acho que não. O RONY DEU “ALOKA” NESSE CAPÍTULO! Shaushaushau. Coitado, mas faz parte. Bem, comenta aí, beijos.
Alex Bass: Eu postei, foi mal pela demora. Enquanto ao Harry, bem, ele nunca foi um bruxo normal e eu tenho planos para ele. Beijo e comenta!
PS MEGA IMPORTANTE: Tem muita gente (leia-se meninas taradas) perguntando quando um certo loiro vai aparecer na fic. Bem, eu respondo! Logo! Eu amo esse loiro (shaush, mistério horrível, eu sei) então fiquem tranquilos porque ele não (nunca, jamais, nem se o Pelé dançar Bad Romance) vai ser eliminado da fic.
Beijos e comentem!
<18/03/12>
Comentários (5)
continuaaa pff adoros suas fanfics
2014-02-04ameyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyy continuaaaaaaaaaaaaaaaaa
2012-07-23Amei o Cap Pamy, quero só ver quando esse povo chegar em Hogwarts. E PELO AMOR DE DEUS NÃO ESQUEÇA DO LOIRO DE UMA CERTA PERSONAGEM DE OUTRA FIC QUE VC SABE QUAL É! KKKKK, AMIGA EU ESTAVA TENDO UM TRECO! PQ IMAGINA, TIPO, EU TO COM UMA FIC NOVA MARAVILHODA DE TEAM JACOB BLACK!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! E VOCÊ TA AUSENTE E NÃO TEM COMO TE MOSTRAR ISSO!!!!!! E TAMBEM O CAP DE SG!!!! MINHAS AMIGAS JA ESTÃO QUASE ME MATANDO POR EU DIZER QUE IA POSTAR ESSE FINAL DE SEMANA E NADA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! O.O Ok, momento esterice acabando. AMIGA TU NA TA MINHA FIC! =DDDDDDDKKKKKKKKKBju e ENTRA LOGO NO MSN QUE EU TÔ ON AGORA! MAIS POSSIVELMENTE TU NA NO COLEGIO AGORA, Mais só pra vc saber se entrar por aqui primeiro que no MSN, vou ficar On até umas 6 horas, tô na casa do meu Tio. ( Sim eu tô fazendo guarda aki hehehe) Agora são 16:30. Fico te esperando pra contar as novas. Bju denovo. PS: Por favor manda logo o cap de SG, não quero morrer antes de te connhecer. * Chantageando ON*
2012-03-19Amei!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!Posta logo!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!Beijossssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssss
2012-03-19HAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA Eu adorei mulher de Deus kkkkkk!Amei!
2012-03-18