A Toca

Capítulo 3 – A Toca

Seus pais haviam a deixado em uma estrada de terra, o caminho era curto e não se importou em arrastar seu pesado malão por causa da força extra recentemente adquirida. Depois de alguns minutos de caminhada, Hermione avistou uma figura levemente conhecida. Só que ele estava mais alto, mais atlético e com os cabelos negros mais rebeldes que a última vez que se viram. Sorriu.

-Harry! –Chamou correndo até o moreno, que parou e olhou para trás, procurando quem o chamava, abrindo um contagiante sorriso.

-Mi! –Soltou antes de sentir o peso da garota em seu pescoço, apertou seus braços em torno da fina cintura. –Uau! –Soltou quando se afastaram e viu a roupa justa da amiga. Um short jeans, uma regata e um All Star.

-“Uau”, digo eu! –Respondeu rindo e dando um soco leve no peitoral de Harry. Ele vestia uma camisa verde e uma bermuda jeans preta, juntamente com um tênis. –Caramba, eu sou a única baixinha?! –Brincou percebendo que ele estava uma cabeça mais alto que ela.

-Eu cresci minha amiga. –Sorriu e bagunçou os cabelos dela, que resmungou. –Vamos. –Chamou Harry abraçando-a pelos ombros.

-Hum... Harry. –Começou depois de um minuto de caminhada silenciosa.

-Hum?

-De noite eu preciso falar com você. –Avisou Hermione, já viam A Toca de onde estavam.

-De noite? –Estranhou o grifinório.

-É, e o assunto é sério. –Suspirou apressando o passo, sendo seguida pelo amigo.

-Mione...

-De noite, Harry! –Interrompeu e ouviu um suspiro atrás de si. –Meia noite. –Especificou.

-Ok. –Concordou o moreno, adentrando com Hermione no jardim da Toca. A casa estava aparentemente vazia, então eles deixaram os malões na sala e foram para a cozinha, onde os grifinórios encontraram uma atarefada Molly Weasley.

-Queridos! –Exclamou ao perceber a presença de dois ‘intrusos não ruivos’ no recinto. Logo ela dava seus conhecidos abraços de urso em cada um deles. –Esperávamos vocês mais a noite. –Comentou. –Gina e Rony foram para a casa da Luna. –Informou fazendo-os sentar-se à mesa. –Como vocês estão magros, Harry está como Ron! –Falou analisando o garoto. -Juro que cresceram pelo menos 10 centímetros desde o último verão! –Exclamou. –E como você está bonita Mione, mas está muito magra! –Com um gesto da varinha fatias de pão e frutas estavam na mesa, os dois adolescentes se olharam e sorriram. –Não começou com essa mania de dieta, não é? Gina está me estressando com isso! –Falou preocupada e repreendendo-a antecipadamente.

-Não, eu não estou de dieta. –Riu a garota. –Desculpe chegar sem avisar, senhora Weasley. –Disse Hermione pegando alguns morangos.

-É, - Concordou o moreno. -eu achei que vinha mais tarde, mas meu tio ofereceu-se para me trazer até aqui perto, e isso é muito raro, então não recusei e nem tive tempo de avisar. –Esclareceu Harry.

-E o voo chegou mais cedo, o que também é muito raro! –Concordou Hermione.

-Nossa! Essa eu queria ver, você voando! –Caçoou Harry e a morena mostrou-lhe a língua.

-Sem problemas, estou começando a fazer o jantar, mas vou mandar Pichí entregar uma carta ao Rony e eles vêm para cá. –A mulher já ia sair da cozinha, mas Hermione falou.

-Se não for problema, nós dois poderíamos ir à casa da Luna, faz tempo que não nos vemos. –Comentou a morena dando de ombros.

-Não sei, é perigoso. –Falou a mulher demonstrando a preocupação na voz e no olhar que dirigiu aos dois.

-Podíamos ir de vassoura. –Sugeriu Harry e viu a amiga empalidecer, mas ignorou-a, maroto. –É mais rápido, e a senhora poderia fazer aquele feitiço de camuflagem que Moody fez em mim ano passado para ir ao... –A voz de Harry foi morrendo aos poucos, Hermione apertou a mão dele que estava repousada em cima da mesa de maneira confortadora, trocando um olhar carinhoso com o amigo.

-OK! –Concordou a matriarca para mudar de assunto. –Eu faço um especial. –Piscou para o casal. –Mas antes: comam! –Ordenou e eles concordaram.

Enquanto se alimentavam Molly contava, alegremente, que Artur havia sido promovido e agora era Chefe do Departamento de Confiscação de Objetos Mágicos Perigosos, o que foi recebido com exclamações felizes dos adolescentes.

Depois de comerem Harry foi até seu malão e tirou sua firebolt de lá.

-Você não presta. –Resmungou Hermione.

-Você é uma bruxa e não gosta de voar. –Repreendeu o amigo indo para o jardim, já estavam com os feitiços de Molly, mas os dois podiam se ver e conseguiriam cessar o encantamento quando quisessem. –Uma coisa que eu não entendi, - Parou e olhou Hermione. –você não voa de vassoura, mas voa de avião.

-Será que é porque o avião é grande e fechado e não um pedaço de pau que voa? –Sugeriu irônica, avançando vacilante até o amigo.

-Você já voou comigo. –Disse Harry montando na vassoura.

-É, no Bicuço. –Resmungou. –Com um lobisomem que, por consciência ou não, era nosso professor, depois de enfrentar algumas centenas de dementadores! –Relembrou com a voz fina. –E indo libertar um “assassino inocente”! –Harry fingiu não ouvir a última parte.

-Relaxa Mi, tá comigo, tá com Merlin. –Garantiu e Hermione arqueou as sobrancelhas, duvidosa, sentando de lado na vassoura. –Só por essa cara eu vou andar rápido. –Sussurrou no ouvido dela e viu, mais uma vez, a cor fugir de seu rosto. Harry passou a mão em volta da cintura da Granger.

-Harry! –Choramingou.

-Segura firme! –Avisou e ela passou os braços ao redor do seu pescoço e afundou a cabeça no seu peito, sentindo o estômago afundar na “decolagem” da vassoura. Quanto mais alto ela sentia que estavam, mais ela se aproximava de Harry, tanto que ele até ficou corado nos primeiros instantes. –Abre os olhos, Herms. –Sugeriu em um cochicho.

-Não. –Murmurou veemente.

-Vamos lá, morena! Você é ou não uma grifinória? –Alfinetou. –Eu prometo que você não vai cair. –Assegurou Harry e viu Hermione virar a cabeça lentamente, morder o lábio com força, e abrir um dos olhos devagar e depois o outro.

-Uau! –Soltou com a voz fraca. Estavam no alto, muito alto! Tudo era verde e tinha um rio que passava entre a vasta vegetação, como um minúsculo pontinho se via A Toca e a casa de Luna.

-Viu?! –Disse o moreno, convencido.

-É lindo. –Soltou. –Mas é alto. –Agarrou-se ao grifinório.

-Se eu não te conhecesse, juraria que isso era um pretexto para me agarrar. –Brincou acelerando.

-Claro! Sou uma tarada, inconsequente, que vai te atacar a uns 30 metros de terra firme... Ah! –Começou a dizer irônica, mas seu discurso foi interrompido por um grito histérico quando Harry começou a descer em alta velocidade.

-Quem sabe não é isso o que você quer falar para mim?! –Gritou para ser ouvido devido ao vento forte, pousou a vassoura.

-Seu maluco! –Acusou descendo trêmula do objeto voador.

-Que isso?! Duvido que você não gostou de me ter como piloto de um “pedaço de pau que voa”. –Alfinetou beliscando a cintura da amiga, que lhe mostrou a língua.

-Chato. –Reclamou.

-Eu ouvi! –Disse Harry em uma falsa indignação, indo, por um caminho com várias curvas, até a porta da casa. Bateu na madeira e logo Luna abriu-a. Mas não era a mesma Luna lunática de Hogwarts, ela havia crescido, os cabelos tinham sido repicados e alisados, pareciam mais limpos que o de costume, os olhos maquiados e usava um vestido floral e leve.

-Harry! –Abraçou o garoto, que retribuiu o ato, mesmo que surpreso. –Mia! –Gritou se jogando em cima da morena.

-Mia? –Harry fez com a boca.

-Depois eu explico. –Respondeu Hermione do mesmo modo. –Lu! Você tá linda! –Disse depois de se afastar da corvinal e fita-la devidamente.

-Não sou a única a mudar o visual! –Constatou passando os olhos pela morena. –Quantas curvas, você parece até uma estrada. –Comentou sonhadora, fazendo Hermione ruborizar e Harry rir gostosamente.

-Estrada? –Repetiu o garoto voltando a gargalhar.

-Deixa o Bozo sozinho aí. –Disse Hermione puxando Luna para dentro da casa.

-Eu que sou o Bozo? –Perguntou. –Pelo que eu me lembre, era uma garota que parece uma estrada que ficava ironizando e caçoando das minhas habilidades a alguns metros do chão. –Respondeu e Hermione rolou os olhos. Pararam em uma apertada cozinha e subiram uma escada em espiral, saindo em uma sala com uma prensa e com um senhor.

-Pai, Harry e Mione vieram também! –Luna disse animada, mostrando-lhe os amigos.

-Harry Potter?! –Surpreendeu-se o homem. –Prazer, sou Xenofílio Lovegood. –Apresentou-se, apertando a mão do garoto.

-Prazer, senhor Lovegood. –Disse o grifinório. –Quero agradecer o apoio no último ano.

-Que isso, O Pasquim só queria evitar mais uma injustiça no mundo bruxo! –Resumiu Xenofílio e virou-se para Hermione, arregalando os olhos. –Hermione Granger! –Exclamou e cumprimentou a garota. –Que honra tê-la aqui em casa. –Disse e os dois morenos franziram a testa, enquanto Luna apenas arqueou uma sobrancelha.

-Rony e Gina estão lá no rio. –Comentou Luna, para quebrar o clima.

-Nós bem que vimos algo parecido com fogo. –Brincou Hermione.

-Vamos lá?! –Sugeriu Luna animada, puxando os dois morenos.

-Só cuidado com as ameixas dirigíveis! –Gritou o Lovegood pai.

-Está bem! –Respondeu a filha, saindo com os adolescentes da casa e descendo um pequeno morro até um rio. Logo avistaram duas cabeleiras ruivas, aparentemente, brigando.

-Fica quieto, Ronald! Quem eu namoro ou deixo de namorar é problema meu! –Gina berrava, a face ruborizava denunciava que a garota estava prestes a explodir.

-Eles estão assim o verão inteiro. –Informou a loira, indiferente aos berros.

-Mas você é minha irmã e está ficando mal falada! –Gritou Rony em resposta.

-Mal falado é você! –Explodiu. –Que nunca teve uma namorada e só beija o travesseiro ou a tia Muriel! –Os três não resistiram e começaram a gargalhar da cômica expressão do amigo, sendo notados pelos irmãos.

-Harry! Mione! –Gritaram os dois e correram para eles, Rony dando um ligeiro abraço em Harry e Gina se jogando em cima de Hermione, que quase caiu.

-Mi! –Disse Gina. –Quanto tempo!

-Nesse tempo eu não deixei de necessitar de ar. –Soltou com dificuldade e Gina se afastou, rindo.

-Mas virou uma estrada.

-Cala a boca Harry! –Rosnou a garota, olhando ameaçadoramente para ele.

-Mione. –Disse Rony abraçando-a e dando-lhe um beijo na bochecha, enquanto Gina se jogava e apertava Harry.

-Estamos vivos. –Garantiu Hermione rindo.

-Não sei por quanto tempo. –Falou Harry com dificuldade.

-A Gina tem muita facilidade para deixar as pessoas com falta de ar. –Comentou Rony.

-De várias formas. –Garantiu marota.

-Bem... –Começou Luna para quebrar o clima e evitar mais uma briga dos Weasley’s. –O que nós podemos fazer?

-O que vocês estavam fazendo? –Perguntou Harry.

-Brigando. –Disse Luna indicando os dois irmãos e Harry riu.

-Antes. –Esclareceu o moreno.

-Nada. –Suspiraram e Hermione sorriu.

-Que tal um jogo para passar o tempo? –Sugeriu a morena, tirando os sapatos e as meias e sentindo a grama em seus pés, como os outros três.

-Que jogo? –Perguntaram se interessando.

-É um jogo trouxa, bobo, mas divertido. –Falou e viu Harry também tirar os sapatos. –É o seguinte: cada um de nós deve escrever um nome de algum famoso que exista ou de uma história, ou de um amigo, sei lá, em um pedaço de pergaminho. –Disse e eles concordaram. –Daí nós entregamos o nosso para uma pessoa e pegamos o de outra, sem ver o nome, daí nós colamos o pedaço de pergaminho na testa e ficamos fazendo perguntas até descobrir quem nós somos! –Explicou empolgada e viu os amigos concordarem, se empolgando também.

-Gostei! –Disse Luna. –Vou pegar pergaminhos e penas. –Disse e saiu.

-Eu te ajudo! –Falou Gina indo atrás da amiga. Os três se olharam desconcertados, fazia tempo que não ficavam juntos e sozinhos, antes de Hermione começar a rir, sendo seguida de Harry e Rony, que não entendiam nada.

-Por que nós estamos rindo? –Perguntou Rony com certo esforço em meio aos risos.

-Eu não sei vocês, mas eu lembrei-me do relato do primeiro beijo do Harry e do clima que ficou depois. -Contou Hermione, passando o dedo em baixo dos olhos, tentando secar algumas lágrimas. Harry corou e Rony voltou a cair na gargalhada, juntamente com a morena, que vendo o desconcerto do amigo, foi até ele e o abraçou pela cintura.

-Oh, o Harry ficou com vergonha. –Provocou e ele mostrou-lhe a língua. –Não seja mal criado Harry! –Ralhou de brincadeira, conseguindo parar de rir. Eles viram Luna e Gina voltarem.

-O que foi? –Perguntou à ruiva, curiosa.

-Nada. –Respondeu Harry, rapidamente.

-Sei. –Disse a Weasley, mas logo mudaram de assunto e começaram a jogar.

***Caçadora***

-Garotos! –Chamou Xenofílio, interrompendo uma rodada em que Rony tentava descobrir que “era” Pansy Parkinson.

-Sim, pai? –Luna falou.

-Acho melhor vocês voltarem para a casa. –Ele fitou com os olhos saltados e sonhadores o céu e os adolescentes fizeram o mesmo. Nuvens acinzentadas ameaçavam encobrir o céu e um vento gélido, atípico do verão, soprava de uma forma mansa. –Vamos. –Chamou e eles voltaram para a casa dos Lovegood.

-Senhor Lovegood, mamãe comentou que o senhor terá que viajar por um bom tempo para algo relacionado ao Pasquim, então a Luna poderia ficar lá em casa? –Sugeriu Gina animada com a ideia de ter a amiga em sua casa.

-Claro. –Concordou depois de pensar por alguns instantes.

-Vou arrumar minhas coisas. –Disse Luna feliz e subiu as escadas, com os amigos em seu encalço. Chegando ao quarto de Luna, Hermione sorriu, cutucou Harry e apontou o teto, onde estavam desenhados com perfeição os rostos de Gina, Neville, Rony, Harry e Hermione, entre os espaços a palavra “Amigos” se formava.

-Que lindo Lu! –Comentou Hermione, com os olhos brilhando e um sorriso bobo.

-Só para nas férias eu lembrar-me de vocês. –Esclareceu e sorriu. –Sabia que vocês foram meus primeiros amigos? –Disse com aquele dom de falar verdades de uma maneira muito simples que a Lovegood tinha. Os quatro se entreolharam e fitaram a amiga, que estava ao lado de sua cama arrumando a bolsa.

-Óin! –Fizeram as garotas e foram até a loira, abraçando-a.

-Gente! –Exclamou rindo, vendo que Harry e Rony também iam para o abraço coletivo/montinho. Não perceberam dois orbes azuis celestes os observando e fazendo um sorrisinho de canto, contente ao ver a filha tão bem acolhida.

***Caçadora***

-Eu não posso ir com a minha vassoura via Pó de Flu. –Avisou Harry e Hermione revirou os olhos.

-Você cuida mais dessa vassoura do que de você mesmo. –Comentou e viu o moreno pegar o objeto e abraça-lo.

-Vem comigo? –Perguntou ignorando o comentário. Hermione olhou para a vassoura e depois para a lareira, que já possuía chamas esverdeadas. Odiava viajar com Pó de Flu, lhe dava náuseas, mas odiava voar também.

-Vou. –Disse indo até o amigo e acenando para Rony, Luna e Gina, que já entravam nas chamas. A última coisa que o ruivo viu foi o moreno dar a mão para Hermione, o que o fez ruborizar de raiva.

-Consegui fazer Hermione Granger gostar de voar? –Perguntou montando na vassoura e vendo a morena fazer o mesmo.

-Não, mas é melhor do que ir por uma lareira, além de que você não pode andar sozinho por aí. –Explicou e Harry fez uma careta.

-Sei me cuidar. –Garantiu.

-Eu sei disso, mas você não quer ser julgado no Ministério de novo, não é? –Hermione disse e se apertou ao amigo ao subirem alguns metros.

-OK, menina preocupada. –Caçoou. –Que foi? –Perguntou vendo que Hermione estremecera.

-Vento gelado, dementadores. –Disse e Harry a trouxe mais para perto, ganhando um olhar interrogativo da morena.

-Se eles se aproximarem é mais seguro você estar perto de mim. –Garantiu e Hermione riu.

-Sabia que você tinha se esquecido de alguma coisa. –Comentou risonha e Harry indagou com o olhar. –A capa. –O moreno revirou os olhos, mas riu.

-Esqueci é? Então você vai esquecer esse medo de voar, segura firme. –Avisou e se inclinou para frente, fazendo Hermione deitar um pouco o tronco também.

-Essa pose está estranha. –Comentou a grifinória e Harry riu, escondendo o embaraço. Depois de alguns minutos de voo, escutaram, ao longe, um trovão e um clarão tomou os céus. Alertados, os dois pegaram as varinhas e Harry acelerou ainda mais. Já avistavam A Toca e desciam em direção à mesma, quando outro clarão tomou conta dos céus e uma risada maléfica ressoou na mente de Harry, fazendo-o perder o controle da vassoura, que logo foi assumida por Hermione.

-Harry! –Ele escutou novamente a voz de sua mãe em um grito desesperado antes de perder a consciência.

***Caçadora***

-Harry, fala comigo! Harry! –O moreno sentiu pingos pesados chocar-se contra o seu corpo e escutou uma voz muito conhecida, logo passos e correria. –Harry! –Mais uma vez escutou o chamado na voz desesperada de alguém, foi chacoalhado e abriu os olhos lentamente. Em volta dele um amontoado ruivo com um ponto loiro e, sobre sua cabeça, uma morena com os cabelos encharcados, assim como a roupa. Hermione havia se ajoelhado ao lado do amigo e tentava acorda-lo a todo o custo. O moreno sentou-se lentamente e logo sentiu o baque do tronco de Hermione contra o seu, apertando-o em um abraço.

-Você está bem? –Perguntou Harry.

-Eu que deveria perguntar! –Brigou e fungou, escondendo o rosto no ombro de Harry.

-O que aconteceu?

-Não sei, depois do raio você pareceu desmaiar e eu tive que pousar aqui no jardim... Você estava tendo aqueles espasmos com o pescoço Harry... –Murmurou e fitou os orbes verdes do amigo. –Você ouviu algo de Voldemort? –Um calafrio percorreu o corpo de alguns Weasley’s e de Luna.

-Não sei, acho que foram os dementadores, escutei minha mãe gritando. –Respondeu e tentou se levantar, mas cambaleou e recebeu apoio de Hermione e Rony.

-Vamos, vamos entrem! –Disse Molly e guiou-os até dentro da casa, secando os dois morenos com um feitiço. –Por que não tomam um banho? –Sugeriu a matriarca ao ver que os dois batiam os dentes por causa do frio. –Suas coisas já estão nos quartos de sempre.

-Está bem. –Responderam e subiram em direção ao quarto de Gina e Rony, ambos no terceiro andar da torta casa.

***Caçadora***

Depois de meia hora, Hermione saia do quarto de Gina acabando de prender os cabelos, ainda um pouco molhados, em um coque frouxo e deparava-se com certo moreno de olhos verdes. Harry se adiantou um passo e envolveu Hermione em um abraço.

-Você está bem? –Repetiu a pergunta de pouco tempo atrás.

-Estou, mas também estou preocupada com você. –Disse apertando o abraço.

-Me desculpe.

-Pelo quê? –Perguntou se afastando apenas o suficiente para conseguir fitar os olhos dele.

-Por te preocupar. –Respondeu ainda mantendo os braços em volta do corpo feminino.

-Já estou acostumada. –Garantiu Hermione e riu do olhar confuso sobre si. –Qual é moreno? Você me preocupa desde o dia em que me salvou do Trasgo, ou melhor, desde o dia que você arranjou Malfoy como inimigo. –Disse bagunçando os cabelos dele.

-Que bom saber disso. –Comentou irônico, arrancando um sorriso dos lábios da garota. –Foi tudo muito estranho, não? Essas férias estão estranhas. –Completou Harry e viu-a concordar.

-Muito. –Disse um tanto distante, antes de descer acompanhada por Harry.

-A chuva parou. –Disse Luna fitando a janela da cozinha, ligeiramente desligada, ao ouvir os dois chegarem.

-Tempestade de verão. –Comentou Molly, preparando o jantar.

-A Toca recebeu um feitiço do próprio Dumbledore para que os efeitos dos Dementadores não aparecessem tanto. –Informou Rony de forma orgulhosa e recebeu sorrisos dos dois.

-Vocês estão bem? –Perguntou Molly fitando os “filhos postiços”.

-Prontos para outra. –Garantiram e viram a careta de aversão ao comentário.

-Não brinquem com isso, garotos. –Pediu a mulher antes de continuar a preparar a refeição.

***Caçadora***

-A loja dos gêmeos está bobando! –Comentou Ronald que estava jogado no sofá depois de comer a gloriosa comida da Senhora Weasley. –Mas ainda não fui lá! –Reclamou agora, alto para que os pais escutassem da cozinha.

-Nós vamos comprar o material no Beco Diagonal e vocês poderão ir lá! –Gritou Artur em resposta, o filho fez uma careta.

-É daqui a duas semanas. –Resmungou.

Passaram mais um tempo conversando, sempre tentando manter o clima ameno, ainda mais para Harry, que se ficava sozinho adotava uma expressão um tanto mortificada. Logo Molly apareceu na sala, acompanhada por Artur.

-Acho que já está na hora de dormirmos, não? –Sugeriu a mulher e foi obedecida, apesar dos pequenos resmungos de Gina e, claro, Rony.

-Harry – Chamou o Sr. Weasley. –poderíamos conversar por um instante? –Pediu e o jovem confirmou hesitante, enquanto trocava um olhar com Hermione, que apenas acenou positivamente, avisando de forma muda que o combinado ainda estava de pé.

-Sim? –Perguntou ao se encontrar sozinho com o patriarca.

-Sente-se, Harry. –Pediu indicando o sofá e sentando-se em frente ao moreno. –Harry, como você está?

-Como assim, senhor Weasley?

-Quero dizer, os últimos acontecimentos ainda estão muito “frescos” e as feridas ainda não cicatrizaram... –O homem escolhia cuidadosamente as palavras proferidas, mas mesmo assim foi interrompido por Harry:

-Quer saber se eu estou pensando em me vingar? –Perguntou em um tom de voz seco.

-Bem, é. –Soltou.

-Vou ser sincero com o senhor, penso. –A expressão de choque mesclada com desaprovação foi detectada na face do bruxo. –Mas não agora, não sou burro e sei que não estou nem perto de estar preparado para enfrentar Bellatrix Lestrange, porém adianto que vou me preparar para o dia que precisar enfrenta-la e não minto em dizer que vou fazê-lo com prazer. –Artur viu um brilho um tanto incomum nos orbes esmeraldas, o que o deixou preocupado.

-Fico feliz em ver que tem consciência de tantas coisas, Harry, então quero te pedir para qualquer coisa, qualquer coisa mesmo, você vir falar comigo. –Pediu e o grifinório franziu o cenho.

-Como assim?

-Quando bruxos sofrem baques muito fortes – Começou ele, incerto. –os poderes do mesmo sofrem alterações, como picos, e pode haver magia involuntária muito forte. –Falou e Harry acenou afirmativamente.

-Fique tranquilo, qualquer coisa comunico o senhor. –Garantiu e se levantou ao ver o Weasley concordar. –E a propósito, parabéns pela promoção. –Comentou cúmplice e recebeu um sorriso como resposta.

***Caçadora***

Meia noite. Harry levantou-se da cama com extremo cuidado para não acordar o ruivo que roncava em alto e bom som na cama ao seu lado, colocou uma blusa e, pé ante pé, o moreno desceu as escadas, que rangiam baixinho ao sentir o peso do corpo. Não viu ninguém na sala e nem na cozinha, resolveu continuar o caminho. Chegou ao jardim com uma considerável facilidade. A única fonte de iluminação do lugar era a Lua Cheia que brilhava altiva, iluminando a silhueta de certa morena, que parecia absorver a luz azulada.

-Linda. –Soltou Harry inconscientemente, repreendendo-se logo. Caminhou até Hermione que tinha as costas encostadas no grosso tronco de uma árvore. Os cabelos quase tão negros quanto à noite cintilavam e desciam em belas ondas até o meio das costas, o rosto de pele alva brilhava fracamente e o reflexo de uma lágrima chamou a atenção de Harry. –Mione? –Chamou, fazendo a garota se sobressaltar e fita-lo.

-Que susto, Harry. –Reclamou passando o dedo pela bochecha e ele sorriu, sentando-se ao lado da amiga.

-O que houve? –Perguntou preocupado.

-Preciso te falar uma coisa e não sei como você vai reagir. –Sussurrou e o garoto fitou-a.

-Mi, pode confiar em mim. –Disse envolvendo as mãos da garota com as suas.

-Eu sei, mas tenho medo... –Ela respirou fundo. –De você se afastar de mim.

-Está me deixando preocupado. –Falou levantando o queixo da garota para que ela o fitasse. –Conte-me.

-Bem... –O relato do que acontecerá nas férias foi extremamente detalhado e Harry parecia cada vez mais chocado a cada palavra proferida. –Você não quer mais ficar próximo de mim, não é? –Inquiriu com os olhos marejados e a voz embargada, o garoto negou com a cabeça e a abraçou.

-Fico chateado por pensar que eu faria isso, Mione. –Falou com evidente mágoa na voz. –Claro que eu vou ficar do seu lado, mas – Ele pausou, escolhendo bem as palavras. –por que você não conta isso para os outros?

-Eles foram criados dentro do mundo bruxo, Harry, e no mundo bruxo ninguém aceita os vampiros. –Explicou.

-Mas você não é uma vampira. –Lembrou e a garota suspirou, balançando a cabeça.

-Eu sei, mas tenho o sangue de um, posso agir e pensar com um vampiro, Harry! No diário – Indicou o diário que havia tirado de trás de si durante a conversa. –não diz nada disso, mas eu sei que eu posso ter vontade de beber sangue, por isso que eu tomo aquele “suco” estranho. –Falou e o garoto concordou, ficando um pouco pensativo.

-Tem razão, como sempre, mas... Nem o Rony?

-O Rony tem mente fraca, se deixa levar pelas opiniões dos outros, Harry, ele pode não ter preconceito com trouxas e nascidos trouxas, mas ele não gosta de outras espécies, foi difícil aceitar o próprio Lupin, que toma uma poção e fica consciente, imagina uma caçadora! –Exclamou e secou rapidamente uma lágrima que insistiu em escorrer pelo rosto. –Caçadores são pessoas imprevisíveis e violentas, posso “estourar” se alguém me irritar, entende? E isso é perigoso, para qualquer um que estiver próximo de mim. Não queria contar isso para você, mas sei que não aguentaria esse segredo e suas consequências, como mudanças físicas e mentais, estando totalmente sozinha.

-Por isso a coisa dos exercícios? –Perguntou e ela acenou, um sorriso foi se formando nos lábios de Harry. –Essa eu quero ver.

-E você vai. –Falou amuada, não gostava de se exercitar.

-Hein? –Fez um tanto surpreso.

-Como eu disse alguém tem que treinar comigo e você realmente achou que eu estou te contando isso por que a Lua sugeriu? –Ironizou a garota e Harry fez uma careta, pondo-se a pensar. –Harry. –Chamou e o garoto fitou-a. - O que você quer me contar? –Perguntou e ele soltou uma risada pelo nariz.

-Como você sabe?

-Você e o Rony não são muito fã de pensamentos. –Brincou e ele empurrou-a levemente. –Fala. –Exigiu, agora usando um tom sério.

-Lembra-se da profecia? –Perguntou após soltar um suspiro e ver a garota acenar positivamente. –Eu sei o que ela diz. –Proferiu rapidamente e a morena arregalou os olhos.

-Como?! Ela se quebrou na Sala do Véu... –Hermione percebeu que havia tocado em algo dolorido ao ver Harry engolir em seco e desviar o olhar,

-Dumbledore estava presente quando ela foi feita e me disse. –Respondeu e começou a recitar o conteúdo da profecia:

“Aquele com o poder de vencer o Lorde das Trevas se aproxima... nascido dos que o desafiaram três vezes, nascido ao terminar o sétimo mês... e o Lorde das Trevas o marcará como seu igual, mas ele terá um poder que o Lorde das Trevas desconhece... e um dos dois deverá morrer na mão do outro, pois nenhum poderá viver enquanto o outro sobreviver... aquele com o poder de vencer o Lorde das Trevas nascerá quando o sétimo mês terminar...”

Ao acabar de proferir, fitou a morena, que tinha os olhos marejados.

-Vou estar contigo quando a hora chegar. –Garantiu abraçando-o.

-Não. –Falou ele. –Vai ser perigoso.

-Estou me lixando! Devia ter pensado nisso antes de virar meu amigo. –Ralhou e ele soltou uma risada. –Mas essa profecia é meio óbvia, não? Quero dizer, você com certeza iria querer se vingar de Voldemort. –Comentou e Harry ponderou.

-É verdade. –Disse e se espantou ao ver Hermione se levantar. –O que foi?

-Vamos dormir, te encontro às 7:30 da manhã aqui no jardim. –Falou e ele fez uma careta. –Vamos logo molengo! –Mandou e puxou-o pela mão, fazendo-o ficar de pé. Caminharam em silêncio até A Toca e subiram às escadas, Harry parou em frente ao quarto de Hermione.

-Boa noite Mi. –Disse abraçando-a e depositando um beijo no topo de sua cabeça.

-Boa noite Harry. –Respondeu e foi entrar silenciosamente no quarto. –Harry. –Chamou em um sussurro e o garoto se virou para fita-la. –Qual é o poder que o Lord das Trevas desconhece? –Perguntou.

-O amor. –Respondeu com um sorriso antes de se virar e entrar em seu quarto.

***Caçadora***

Harry desceu as escadas animado, vestindo uma roupa mais apropriada para fazer exercícios, chegou à cozinha e viu Molly preparando um reforçado café da manhã.

-Oh! Já de pé, querido? –Perguntou agitando a varinha para que a mesa fosse posta.

-Sim, a Mione já desceu? –Perguntou e a mulher negou. Harry sentou-se e começou a comer, alguns minutos depois ouviu passos e uma garota um tanto mal humorada entrava no lugar. –Apareceu a margarida! –Brincou e Hermione lhe ofereceu um sorriso amarelo. Hermione vestia uma bermuda curta e justa e uma blusa de mangas curtas, o cabelo longo amarrado no alto da cabeça em um firme rabo de cavalo.

-Bom dia para você também. –Falou ela.

-Acordando cedo? –Molly falou após cumprimenta-la.

-É... O médico pediu para fazer exercícios. –Falou Hermione em uma desculpa esfarrapada.

-Médico? Você está bem? –Perguntou a mulher de maneira preocupada.

-Estou sim, é só por que eu sou um pouco inquieta, sabe? E ele disse que esses malditos exercícios físicos ajudam. –Resmungou pegando uma fruta.

-Mas é verdade. –Falou a mulher e os dois comeram tranquilamente.

-Vamos lá! –Animou-a Harry após um momento, a garota apenas resmungou.

-Você tomou Red Bull? –Perguntou e ele riu.

-Vamos lá, Mione!

-Por que tanta animação? Até parece que você está acostumado com isso! –Reclamou Hermione e o garoto suspirou, se abaixando e a pegando pelos joelhos, jogando-a com um saco de batatas em seu ombro. –Harry! –Exclamou a garota, dando socos em suas costas.

-E estou, faço isso em Hogwarts por causa do Quadribol e treino com o saco de areia do Duda para não ter que bater naquele lesado. –Respondeu Harry e ela riu, colocou a morena no chão.

-Vai ser meu personal trainer? –Ironizou e o garoto sorriu.

-Você fica brincando, mas quando eu podia, eu entrava no computador do Duda e pesquisava alguns exercícios para ganhar resistência. –Contou e a garota sorriu aprovadora.

-Estou em boas mãos. –Comentou e ele sorriu. –E esses exercícios dão resultados. –Comentou olhando o corpo de Harry, ele corou, logo começando a correr com a garota o acompanhando com facilidade.

***Caçadora***

-Vai lá, morena! –Harry batia palmas e Hermione rosnava xingamentos para o amigo enquanto fazia os malditos abdominais. –Quase lá, 123, 124... –Sua contagem foi interrompida por um estalo seco no quintal, Hermione pulou de repente e ficou em uma posição que lembrava um felino se preparando para atacar. –Calma, é só o Lupin. –Disse Harry e saiu da camuflagem que o pequeno bosque proporcionava, com a garota atrás de si. –Lupin! –Berrou o garoto e o lobo parou, fitando os dois.

-Harry, Mione! –Disse e cumprimentou-os. –Vamos, quero falar com vocês. –Pediu e entrou na Toca, indo até a sala onde todos se encontravam.

-Até que enfim, onde estavam? –Perguntou Rony.

-Me torturando. –Resmungou Hermione se jogando no sofá, Gina e Luna trocaram um olhar maroto, que foi visto por Rony, fazendo-o ficar com as orelhas vermelhas. Depois de todos cumprimentarem o ex-professor, Remo sentou-se no sofá e encarou Harry. Agora eles percebiam o quão magro e envelhecido o homem estava, poderia ser tanto pela fase da Lua ou quanto pela morte de Sirius.

-Tenho uma boa notícia. –Disse Lupin. –Na última semana houve um julgamento para Sirius e ele foi considerado inocente e recebeu algumas honras por morrer lutando contra os Comensais da Morte. –O punho de Harry fechou-se de uma maneira muito forte.

-Do que adianta ser inocente agora? –Rosnou o moreno.

-O testamento dele foi liberado e amanhã todos os comentado no mesmo deverão se apresentar ao Ministério da Magia. –Respondeu o último maroto.

-Não quero nada dele. –Disse Harry e se levantou, indo em direção ao jardim. Hermione rolou os olhos e o seguiu, conseguindo segurar seu braço.

-Harry.

-Me deixa Hermione. Ele morreu, a única família que eu tive um dia está morta! Não quero absolutamente nada dele! –Explodiu o garoto. –E aquela merda daquele Ministério dá apenas honras para ele! Honras! –Rosnou e Hermione calou-o com um abraço, o garoto escondeu o rosto no ombro da amiga e chorou silenciosamente.

-Faça o último desejo de Sirius virar realidade, Harry. –Pediu Hermione após um minuto. –Deve ter algo para nos ajudar lá! –Falou sabiamente e o garoto a fitou, viu determinação nos orbes castanhos e ensaiou um sorriso, que não deu certo. –Por favor.

-Está bem. –Falou, sentindo Hermione limpar sua face com os delicados dedos, ele abraçou-a e depositou um beijo em sua nuca, fazendo-a soltar um pequeno riso.

-Depois de tanto “treino” era eu quem deveria estar chorando. –Caçoou e ele sorriu. –Venha. –Disse puxando-o pela mão para dentro da Toca.

***Caçadora***

N/A: Postei, postei, postei, postei...

OK, parei! Mas e aí? Como vocês estão? O que acharam da chegada a Toca e da conversa? Como está a amizade do Harry e da Mione, e como será que as coisas vão acontecer nesse tempo. Estou borbulhando em ideias!

Se esse cap não ficou muito bom, me perdoem. É que estou em semana de provas, e como é a última do ano, eu tenho que estudar, né?

Sabiam que dia 05 é meu aniversário?! Então que tal vocês me presentearem com comentários?!

Respostas:

Bruna.Jean.Granger.Hale.Cullen.Potter: Postei, querida! Comenta aí, vai?! Beijos!

Débora Granger Potter Malfoy: Valeu Déhh! Postei e sou eu quem vai ficar agoniada até ver seu comentário aqui! Beijos!

Bethany Jane Potter: Sério?! Ai que ótimo, sabe que eu amo seus comentários não é? E como eu fiz minha parte no acordo, agora falta a sua: COMENTA!

Mais um pedido:

Estou com uma fic nova em andamento, acabei de começar ela e quero saber a opinião de vocês, o nome dela é

Simplesmente Adolescente

Visitem, vai?!

Comentem vai! Please!

Beijos, PamyPotter.

<01/12/11>

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