Capitulo X
Adaptação de um livro de Helen R. Myers.
Detalhes no inicio da historia.
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CAPITULO X
Consegui! — Sirius disse, entrando no quarto. Mal podia conter o entusiasmo.
Finalmente, os documentos de Mary estavam legalizados. Demorou algum tempo para perceber a expressão preocupada de Marlene, ainda imóvel ao lado do telefone.
— Que bom! — murmurou ela, caminhando em direção à bolsa.
— O que há de errado?
— Você falou com alguém sobre mim?
— Quer dizer... a respeito daquela noite?
— O que quer que seja. Quem, além daquele detetive, sabe que você e eu tivemos um caso?
— Hermione. Por quê?
— Acho que foi ela que ligou agora há pouco. — Levantou uma sobrancelha. — Parece que consegui criar mais uma complicação para você.
Sirius quase gritou ao pensar nas conclusões a que Hermione devia ter chegado. Diabos, por que não esperou que ela lhe telefonasse?
— Oh, não!
— Está apaixonado por essa moça.
Não era uma pergunta e Sirius não tinha a menor intenção de explicar nada, mas acabou cedendo.
– Sim. E minha vizinha desde que éramos crianças, e tem sido um anjo com Mary. Cansei de viver sozinho e decidi tentar ser uma pessoa decente para merecê-la.
A expressão de Marlene se tornou cética.
— Não diminua a si mesmo. Você é decente. — Fez um gesto em direção ao telefone. — Há algo que eu possa fazer para facilitar-lhe as coisas?
— Vou ligar para ela. Tudo vai dar certo. — Deu-lhe então uma cópia do documento. — Realmente apreciei essa sua atitude. Espero que alcance tudo o que procura.
— Alcançarei. — Estudou-o por um longo momento antes de se inclinar e beijá-lo no rosto. — Tenha uma boa vida, Sirius.
Assim que fechou a porta, ele dirigiu-se ao telefone e discou o número da casa de Hermione. Prendeu a respiração enquanto a campainha chamava. Suava frio e já contava cinco toques sem que ninguém atendesse.
Após oito toques, desligou e tentou o telefone comercial. Na terceira chamada, a secretária eletrônica atendeu. Mas foi interrompida no meio da mensagem.
Convencido de que alguma coisa estava errada, Sirius discou novamente. Dessa vez, o sinal foi de ocupado. Concluiu que Hermione mantinha o fone fora do gancho. Ligou para o primeiro número, e ouviu também o sinal de ocupado.
— Diabos! — exclamou, batendo o punho com força sobre a mesinha. — O que você fez, Black?
— Não me diga, não quero saber. — Fiona colocou o fone no gancho quando Hermione retornou do escritório.
— Está bem. Não falarei.
Ela não queria conversar mesmo. Estava muito machucada, furiosa demais para falar de maneira racional.
Claro que a avó deduzira haver algo errado. Ainda mais porque, após o telefonema fatídico, Hermione desistira de tomar chá e pegara uma garrafa de vinho.
— Está bem. Diga-me.
Hermione removeu a rolha da garrafa.
— Ele está em um hotel. Com outra mulher!
— Com Marlene, não é, meu bem?
— Acha que estou me precipitando? Que devia deixá-lo se explicar?
— Certamente que não. Acho que deveríamos esquartejá-lo no minuto em que chegar, e no momento certo contar a Mary que papai foi seqüestrado por alienígenas.
Hermione tinha vontade de brigar com a avó. Tentou abrir uma gaveta, procurando não sei o quê, e a fechou com força. Depois desabou sobre uma cadeira.
— Não entende, vovó? Ouvir a voz dela...
— Tem tanta certeza de que se tratava de Marlene?
— Tenho.
— Mas isso significa que não há nenhuma explicação plausível?
— Eu sei que há alguma, como sei que Sirius sempre tentará dá-la. Fará com que tudo se ajuste à sua maneira.
Hermione, inexperiente em abrir garrafas de vinho, havia quebrado uma unha e o dedo sangrava. No momento em que começou a tomar uma taça, veio um pouquinho de alívio.
— O gosto é tão bom quanto parece? — a avó perguntou depois que ela deu o segundo gole.
— É.
Fiona olhou para a chaleira e para o saquinho de chá.
— Acho que precisamos conversar.
— Não há nada a ser dito. A propósito, a senhora devia estar feliz. Estava certa, e eu, errada. Nosso vizinho vive uma maravilhosa noite de amor enquanto tomo conta de sua adorável filha.
— Você pode estar certa.
— Eu sei que sim.
— Ou pode estar desesperadamente enganada.
Hermione sentia que havia um imenso nó em sua garganta. E nunca mais seria desatado. Embora tentasse se acalmar, sabia que, para obter sucesso, teria de tomar toda a garrafa de vinho.
— Não acha que já é hora de eu tirar a venda que trago diante dos olhos há tanto tempo? Estive cega pela paixão. Pensei que confiança e boas intenções fossem tudo. Acreditei que ele me veria como sou e me amaria. Sou uma triste imagem de meus desejos.
— Por que não pára de tirar conclusões precipitadas?
Boa pergunta. Mas Hermione tinha também uma ótima resposta:
— Porque percebi quanto estou cansada, vovó. Tenho vinte e sete anos. Já não quero ficar me preocupando com essas coisas. Investi demais nesse moço e me dei mal.
A avó fez um gesto afirmativo com a cabeça.
— Então não vou dizer mais nada, nem tentar convencê-la. Sei como fica sensível quando se aborrece.
— Por favor, deixe os fones fora do gancho.
— Claro. Mas agora vou preparar um jantar para nós. E então você vai tomar um longo banho e procurar relaxar.
— Eu só quero ir para meu quarto e ficar sozinha, vovó.
— Certo, querida.
Nesse momento, ouviram um choro. Mary acordara e começava a fazer manha, pedindo atenção.
— Mais tarde — Hermione disse com um suspiro enquanto colocava o copo sobre a mesa. — Agora tenho um compromisso comigo mesma.
Sirius pousou em Dallas ao raiar do dia. Um milagre, considerando as chamadas, as negociações e os pedidos que teve de atender antes de partir.
Quando estacionou diante de casa, uma vã esperança o fez aguardar o adorável rosto de Hermione à janela da cozinha. Curiosamente, ficou quase aliviado ao ver Fiona no jardim.
Deixando as coisas no carro, pegou algumas flores e um ursinho branco que havia comprado ao chegar ao terminal e dirigiu-se, determinado, à casa vizinha.
— Fiona!
A senhora, que cuidava das flores, levantou o olhar. Seu rosto esperto mostrou uma satisfação surpreendente.
— Você voltou, hein? E rapidamente.
Em seguida, voltou-se ao que estava fazendo. Entretanto, Sirius teve certeza de ter captado um pouco de sarcasmo na voz dela.
— Vim o mais depressa que pude.
— Para pedir desculpas?
— Não, vovó. Para me explicar. São duas coisas diferentes.
Fiona ficou em silêncio por alguns momentos, como que debatendo internamente o que ouvira.
— Hermione está muito magoada, Sirius. Acha que ela tem direito de estar?
— Sim... e não. Talvez eu possa fazê-la compreender. Ela está lá dentro, com Mary?
Mais uma vez Fiona hesitou. Finalmente caminhou em direção à porta.
— No andar de cima. A segunda porta à esquerda. Não lhe diga que eu falei; tenho uma reputação a zelar.
Ele sorriu, começando a sentir alívio na tensão que o dominava. Em um impulso, tirou uma rosa do buquê e a ofereceu à senhora.
— Obrigado. Tome — disse, e lhe deu um beijo no rosto.
— Vá agora. Já a manteve esperando por muito tempo.
Sirius descobriu que, se passasse o resto de seus dias tentando, nunca entenderia as mulheres. Tinha, entretanto, o palpite de que achava essa missão tentadora. Sim, acabaria por compreender as mulheres. Mas por enquanto, precisava agir.
Subiu a escada, dois degraus de cada vez. Ouviu barulho de água corrente antes de chegar ao topo e achou que Hermione poderia estar dando banho na nenê.
Acertou. Mas, quando abriu a porta do banheiro, viu algo que jamais esqueceria. Com os cabelos presos no alto da cabeça, apenas de calcinha e sutiã, Mione segurava Mary no colo. As duas admiravam um patinho que boiava na banheira.
O movimento da porta foi suficiente para chamar a atenção de Hermione. Ela se virou e o viu. Tossiu. Sirius suspirou. Mary fez barulhinhos alegres na água.
— Vocês duas são as coisas mais lindas que vi em toda a minha vida — murmurou ele, desejando ter uma câmera fotográfica para registrar aquele doce momento.
— Saia daqui!
Como já tivesse antecipado uma recepção fria, ele achou fácil ignorar o comando. Conseguiu dar um sorriso calmo e aproximar-se.
— Trouxe presentes — disse, estendendo-lhes as rosas e o ursinho.
Hermione mordeu os lábios, tornando-se adoravelmente atraente.
— Isso não vai funcionar, Black.
Mas não era o que Mary pensava. Sirius mal conteve o riso quando viu os olhinhos se arregalarem, fixando-se no brinquedo.
— Meu amor... voltei assim que pude.
— Não deveria ter se importado. Agora, por favor, vá embora.
Sirius sabia que não devia sair. Precisava explicar tudo.
— Ainda não. Precisa me ouvir primeiro.
— É mesmo?
— Ontem à tarde o avião teve problemas mecânicos.
Hermione olhou ao redor e então o fitou, visivelmente descrente.
— É mesmo? — repetiu.
— Conseguimos pousar com segurança, mas o conserto não foi concluído a tempo. Assim, não pudemos voltar no mesmo dia.
— Você esteve em perigo e só me conta agora?
— Não havia motivo para preocupá-la. Tudo saiu bem. Mas pediram que pernoitássemos lá. Quando a situação exige, ficamos em um hotel.
Os olhos de Hermione tornaram-se opacos pela dor.
— Sim, e quando eu liguei para seu quarto, Marlene atendeu.
— Ela me seguiu. Suponho que tenha telefonado para a central da companhia aérea, a fim de descobrir onde me hospedei.
— E por que motivo ela iria até o hotel?
— Está envolvida em um relacionamento amoroso e preocupada com o noivo ciumento.
Hermione o fitou, francamente aborrecida.
— Como assim?
— É um diretor de cinema meio excêntrico.
— Ouça, sei que você nunca aceitou aquilo que combinamos, que sempre andou procurando por ela. Então, por que vê necessidade de mentir para mim?
— Não é necessidade. Eu apenas queria fazer as coisas à minha maneira. Estava pensando em Mary e em nós. O futuro dela afeta o nosso. Mas tudo correu da melhor maneira possível.
A nenê conseguiu alcançar o ursinho e Hermione tentou distraí-la com os patos. Sirius percebeu que ela lutava consigo mesma.
— Que quer dizer? — perguntou, não ousando encará-lo.
Sirius colocou a mão no bolso da jaqueta.
— Marlene me deu a guarda de Mary. Foi por isso que eu não estava no quarto quando você ligou. Havia descido para oficializar a documentação, apavorado que a bolha de sabão pudesse se romper e acabar com a fantasia.
— Oh... — Finalmente ela o fitou. — E eu que pensei... Sirius, fiquei com ciúme.
— Eu sei. — Sorriu, deliciado. — E adorei. Mas o melhor de tudo é que a confusão acabou. Marlene está fora de nossas vidas.
— Não acredito!
— Acredite. Mary é só nossa.
— Sua — Hermione corrigiu.
Sirius fez um gesto negativo com a cabeça e tocou-lhe o rosto com uma das rosas. Queria-a tanto!
— E quer saber o melhor?
— Você será padrinho do casamento de Marlene!
— O nome de Mary realmente é Mary. Hermione abraçou a nenê.
— O quê?
— Marion, uma variação que Marlene inventou do meu nome Orion, Mary Black. Marion Mary Black!
— É mesmo? O destino realmente tem caminhos misteriosos...
— Foi o que pensei. E por isso não pude esperar para lhe dar as boas novas. Agora estou livre para me concentrar em nosso relacionamento da maneira que tanto queremos.
Hermione sentiu-se enrubescer.
— Não precisa dizer isso, Sirius.
— Que outra coisa um homem louco de amor poderia falar? Eu a amo, Mione. Mas talvez tenhamos de passar nosso primeiro Natal separados, porque burlei os esquemas da companhia aérea para chegar logo em casa. Mas valerá a pena, se você me disser que irá se casar comigo e será a mãe de Mary.
— Eu... — foi tudo o que ela conseguiu dizer.
— Meu amor, é melhor responder depressa ao meu pedido. Do contrário, vou mergulhar nessa banheira e molhá-la.
— Beije-me. Talvez então eu acredite que isso realmente está acontecendo.
Ele cobriu os lábios macios, sentindo emoções maravilhosas que transcendiam as palavras. Provou-lhe em segundos não haver motivos para temer o futuro. Então, após hesitar um pouco, Hermione o abraçou e apertou de encontro ao corpo.
As horas de angústia, a pressão que lhe atormentara o espírito, tudo enfim pareceu desabar sobre os ombros de Sirius, fazendo-o tremer.
Suavemente, colocando as flores e o ursinho de lado, pegou as mãos de Hermione e as beijou com paixão. Depois, voltou aos lábios tão amados. Seu coração batia tão rápido que lágrimas se formaram em seus olhos.
Um segundo depois, ele a erguia, e ao bebê, abraçando-as com todo o amor de seu coração.
Subitamente ouviram um barulho de água e, assustados, se soltaram. O bracinho livre de Mary espirrara sabão nos dois.
Sirius começou a rir.
— Será que está nos dando sua bênção, senhorita? Beijou-a no rosto. Depois, alcançou um dos seios de Hermione e também o beijou. Era um convite que prometia imensas alegrias e a realização de intensos sonhos.
— Agora confirme o que tem demonstrado há anos — ele sussurrou. — Tem de me aceitar como marido, sabe disso. Sua avó aprova. Sempre fingiu que não concordava, mas descobri que gosta de mim. Simplesmente não consegue parar de bancar a advogada do diabo.
— Eu sei. Teremos de curá-la. Juntos.
— Boa idéia. — Sirius sorriu e olhou para a boca bonita. — E então?
— Eu o amo, Black, de todo o coração.
— Ainda bem! — ele sussurrou, beijando-a. Em seguida, pegou uma toalha e envolveu-a nela. — Vamos fazer um noivado bem curto, por favor.
— Muito curto — Hermione murmurou.
Mary brincava na água, feliz. Era o mais doce acordo que Sirius vivenciara. E que, tinha certeza, vivenciaria até o fim de seus dias.
The End
Adaptação de um livro de Helen R. Myers.
Detalhes no inicio da historia.
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Acabou, o meu bebe já terminou, talvez, á parte eu ainda faça um epilogo, mas depois logo se vê!
Demorei mais tempo desta vez, mas tenho uma razão!
Eu tive um acidente na segunda que passou, eu estava a andar de bicicleta com a minha turma, era uma actividade da aula, quando cai e parti a cabeça. Fiz um Traumatismo Crânio-encefálico Occipital, não foi nada de muito grave, nem levei pontos, só cola. :o
Mas depois como estava com muitas dores na cabeça, eu não consegui postar o capitulo, espero que compreendem.
E antes disso estava a espera que mais gente comentasse, mas parece que o meu desejo não se realizou :(
Mas obrigada na mesma aqueles que comentaram :)
Obrigada Lizzie! E não, eu não vou deixar a historia(já que chegamos ao fim)!
Obrigada a todos pelos comentarios!
Besos*
Comentários (2)
Já terminou?? OMG' Nossa flor, você tá melhor? Tá bem? Acidentes não são legais. Espero que esteja bem. Awn gente, faz um epílogo sim, okay? Beijo beijo. OBS: AAAAAAAAAMEI a fic. ;*
2012-03-30Só uma frase:Ain que inveja!auhsuahsuasAmei!!
2012-03-25