Capitulo VII



Adaptação de um livro de Helen R. Myers.
Detalhes no inicio da historia.

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CAPITULO VII


 


Sirius? — Hermione mal conseguia respirar. — Quem é? Não houve resposta a princípio, e ela ficou apreensiva, tentando imaginar quem seria o homem que estava à janela.


Talvez alguém com problemas com o carro ou... Não, não parecia interessado em roubar algo.


— Voltarei logo — disse Sirius, colocando a mão na maçaneta.


— Espere um minuto! — Hermione pediu, em pânico. — Você nem ao menos conhece esse homem! Hoje em dia, precisamos agir com muito cuidado.


— Mas eu o conheço.


Conhecia? Ela ficou atônita. Quem seria? Enquanto o observava sair do carro, permaneceu muito chocada para dizer qualquer coisa.


O estranho, de meia-idade, tinha uma protuberante barriga, que sugeria uma paixão imensa por cerveja e doces. Tentava disfarçá-la usando uma camiseta larga, fora da calça, mas a curva era grande demais para ser ignorada. O olhar era enigmático, meio satânico, o rosto pálido e os cabelos, espetados.


Onde Sirius o conhecera?, Hermione perguntou-se enquanto os dois se afastavam, rumo à sombra de uma árvore. O desconhecido parecia falar rápido, e fazia gestos em direção ao clube. Pegou um lenço do bolso da calça e enxugou a testa. A expressão de Sirius começou a se tornar mais séria na medida em que o outro falava; qualquer que fosse o assunto, não parecia impressioná-lo. Em determinado momento, ele colocou-as mãos nos quadris, num sinal de quem já não agüenta mais a situação.


Subitamente o homem sacudiu a cabeça, colocou a mão no outro bolso e dele tirou um envelope. Estendeu-o a Sirius, que não pareceu nem um pouco feliz em recebê-lo. Guardou-o no bolso, de maneira raivosa. Depois deu um tapinha nas costas do outro e caminhou em direção ao carro. Atrás dele, o sujeito praguejava e corria.


Hermione encarou Sirius quando ele entrou no carro, e mordeu os lábios quando o envelope amassado foi jogado num canto. O cinto de segurança foi fechado com movimentos bruscos.


— Aperte o seu — disse Sirius, sem olhar para ela.


— O que aconteceu? Quem era?


— Estamos partindo, Hermione. Aperte seu cinto de segurança. Ou quer que eu seja multado?


Ele não quis exatamente ser rude, mas havia um tom cortante em sua voz. Hermione percebeu que seria um erro discutir naquele momento. Decidida a não. retrucar, obedeceu.


Após vários segundos, Sirius suspirou.


— Sinto muito. Fui grosseiro com você.


— Quer falar sobre o que aconteceu?


Ele fez um gesto negativo com a cabeça.


— Não. Mas você tem o direito de saber. — Saindo do estacionamento, dirigiu na direção norte. — Era o detetive particular que contratei para procura Marlene.


Hermione estudou-lhe o perfil. Sumira a figura confiante e positiva que há apenas alguns minutos jogara e vencera uma acirrada partida de tênis. Desfizera-se como bolha de sabão o homem carinhoso que a abraçara e tocara como se fosse a jóia mais preciosa do mundo. Mesmo com a ajuda do sol brilhante, que lhe tingia os cabelos de âmbar e suavizava tudo ao redor, ela observou a tensão no rosto bonito. Queria perguntar o que tinha acontecido, mas era importante facilitar-lhe as coisas.


— E como o detetive sabia que estaríamos aqui?


— Deixei um recado em minha secretária eletrônica, caso ele ligasse. Decidiu vir me procurar.


— Parecia muito ansioso em falar com você.


— Sim — Sirius murmurou, aborrecido. — Ansioso para me dizer que estava deixando o trabalho e para me mostrar a conta.


— Por quê?


— Assustaram-no quando já estava próximo de descobrir a verdade, acho eu.


— Ele a encontrou!


— Acha que sim, porque alguém apareceu em seu quarto, num motel da Califórnia, e lhe disse para tomar cuidado.


— Cuidado com quê? Com a própria vida? Hermione não queria dizer as últimas palavras, presas em sua garganta, mas precisava saber. Seus nervos estavam à flor da pele.


— Ele acha que sim.


— Mas não tem certeza?


— Disseram-lhe para parar de se intrometer onde não era chamado, a menos que quisesse gastar muito dinheiro em cirurgias plásticas. Acho que isso qualifica uma ameaça.


— Mas por que Marlene agiria assim?


— Ei, apenas acabei de ouvir a história. Nem tive a chance de pensar direito, quanto mais analisar!


Hermione ignorou a interrupção abrupta, bem como tom ríspido.


— Seu investigador particular disse mais do que está me contando, black. Pude observar daqui.


— Sim, ele falou mais — Sirius respondeu, praticamente mastigando as palavras. — Descreveu o homem que o ameaçou como um rato imenso. Está bem assim?


Ela ficou mais intrigada ainda. E furiosa.


— Onde está Marlene, afinal?


— Não sei, mas vou descobrir.


Ficaram em silêncio enquanto Sirius concentrava-se em ultrapassar um carro. Hermione aproveitou para estudar-lhe novamente o semblante.


— Não pode falar sério.


— Nunca falei tão sério.


Ela respirou profundamente, tentando aliviar o nervosismo.


— Marlene parece saber exatamente o motivo pelo qual o detetive a procurava. E, com a ameaça, mostrou que não apenas é a mãe de Mary como também não a quer de volta. Por que não aceita isso e leva sua vida adiante?


— Porque não é suficiente. Ela me deve respostas... um pedido de desculpas. A certidão de nascimento de Mary.


— Pode ir a um juiz e solicitar o documento.


— Não vou permitir que fofoqueiras tornem a história de vida de Mary um circo. Ela já terá problemas suficientes quando for à escola e alguns garotos repetirem que mamãe e papai costumam conversar todas as noites à mesa de jantar.


Hermione colocou uma das mãos no braço forte, tentando confortá-lo.


— Quando chegar a essa fase, Mary terá confiança suficiente no amor que você tem por ela. De todo modo, pare de se preocupar tanto. New Hope vem crescendo e mudando rapidamente.


— Já me decidi, Mione.


Essa resposta a magoou. Sim, ele tinha o direito de fazer o que achasse melhor para a filha, mas... por que não a consultava? Afinal, ela passara muito tempo com a nenê, e se afeiçoara. Além disso, ambos sabiam que algo mais profundo estava nascendo. Será que isso não dava a Hermione o direito de opinar também?


Fosse como fosse, ela achou melhor nada perguntar. Na verdade, temia a resposta. Como resultado, o resto do trajeto a New Hope pareceu um funeral, não uma celebração de vitória ou um prelúdio romântico.


Quando Sirius entrou na rua onde moravam, estacionou e desligou o motor, Hermione olhou para trás.


—  Mary dormiu. Vou levá-la para a cama. Poderia pegar a sacola?


Sirius fez um gesto afirmativo com a cabeça. Sem nada dizer, pegou a bolsa. Hermione nem parou para ver se ele a seguia. Dirigiu-se para o quarto de Mary. Ficou ninando a pequenina, que resmungara um pouquinho ao ser tirada do carro.


A linda boquinha curvou-se em um doce sorriso enquanto os olhinhos se fechavam. Hermione acariciou as faces rosadas e sentiu um nó na garganta.


Queria desesperadamente lhe ensinar as primeiras palavras, ajudá-la a dar os primeiros passos... Desejava cuidar de seus machucados, quando se tornasse maior, e ampará-la no dia em que tivesse um bebê. Por que Sirius não via que podia jogar tudo isso fora?


Cega pelas lágrimas, Hermione beijou a testa delicada e saiu pé ante pé do quarto. O hall estava silencioso. Esperara que Sirius a seguisse, mas ele se encontrava no andar de baixo. Com um sorriso triste, ela desceu para encontrá-lo.


Velhos fantasmas. Sirius fechou a porta da geladeira com uma cerveja na mão. Precisava beber algo. Era como se isso lhe pudesse refrescar os pensamentos. Mas voaria no dia seguinte, e sempre procurara seguir religiosamente as regras da companhia sobre evitar álcool.


— Acho que ela só acordará pela manhã — disse Hermione, entrando na cozinha. Foi diretamente para a sacola da pequenina e começou a abri-la.


— Posso fazer isso mais tarde.


— Não me importo.


— Deve estar cansada.


— Quer que eu vá embora?


Ele hesitou. Até demais. Como Hermione tivesse se virado para sair, Sirius rapidamente se levantou e pegou-lhe a mão.


— Não! — O toque tornou mais difícil a procura das palavras. — Eu... não sei como fazer isso.


— O quê? — A voz dela era muito tênue, quase temerosa. Os olhos revelavam emoções semelhantes, mas o queixo estava erguido. — Fazer o quê? — Hermione insistiu, dessa vez com mais força.


— Dizer-lhe como eu me sinto.


— Achei que fosse exatamente o que estava fazendo enquanto vínhamos para cá.


— Não. Fiquei calado e não expliquei o que você queria. — Suspirou. — Deixei-a meio abandonada, essa é a verdade. Porque senti que você insistia em perceber cada poro, cada célula de meu corpo... para me tornar dependente de seu carinho.


— Isso é tão ruim assim?


— Como posso fazê-la entender que não posso fazer algo simplesmente porque você quer?


— Não é exatamente o que eu quero. Você tem me evitado há anos. Então, não me diga que o problemasou eu. O que quer que esteja acontecendo, é só com você. E acho que está cansado da maneira como sempre jogou. Quer parar de se enganar, parar de pensar que não se importa em envelhecer sozinho? Preocupa-se em deixar que uma oportunidade saia de suas mãos, mas não faz o suficiente para mantê-la porque o risco não lhe dá nenhuma garantia.


— Não quero machucá-la.


Hermione ergueu a cabeça.


— Tem me machucado há muito tempo. Sabe de uma coisa? Provavelmente já é hora de eu acordar.


Pegou a bolsa e encaminhou-se para a porta. Sirius conseguiu alcançá-la e virou o corpo delicado, obrigando-a a encará-lo.


Já que as palavras faziam mais sentido quando não eram ditas, beijou-a, apertando-a nos braços e mantendo-lhe os lábios cativos enquanto a carregava para a sala de estar. Finalmente alcançaram o sofá, e ele prendeu-lhe o corpo.


— Que droga, Sirius. Deixe-me ir.


— Notou que somente quando perde o controle das coisas ou se sente vulnerável pára de me chamar de Black?


— Sim. E, já que descobriu isso, poderia me deixar ir embora? Poderia, igualmente, não tirar vantagem da situação?


Ela tremia e não queria fitá-lo. Sirius sentiu um misto de alívio e ternura. Acariciando o pescoço delicado, procurou fazer com que Hermione relaxasse.


— Sinto muito, mas não posso. Preciso dessa sua fraqueza. Dá-me coragem para ignorar as minhas.


— Preciso ir para casa.


— Fique comigo alguns minutos. Vamos terminar o dia juntos, admirando o sol se pôr.


Hermione não concordou, mas parou de se debater. Quando ele percebeu o que isso significava, deu-lhe um beijo na testa.


O sol tingia de amarelo a sala, dando-lhe um aspecto imensamente acolhedor. Sirius observou o quadro retratando o interior do Texas na parede oposta. A cena era tão vivida que quase se sentia o calor se intensificar.


Voara sobre aquelas terras diversas vezes. Anos atrás, quando fizera seu primeiro vôo solo, pousara lá e sentira muita estranheza, devido à aridez e ao deserto. De certa maneira, era como se estivesse encontrando a si mesmo.


Como podia admirar uma coisa e ao mesmo tempo não gostar dela? Queria explicar isso a Hermione, mas as palavras não saíam. Acariciou-a nos quadris.


— Você é linda, Hermione Granger. É a primeira amiga de verdade que tenho.


— Covarde. Sou sua melhor amiga, Black.


— Verdade, mas admitir isso é um pouco aterrorizante — ele murmurou com um suspiro.


— Não se preocupe, vou manter nosso segredo.


— Não fale assim. Não quero que isto acabe. Perdê-la...


— Não consegue parar de me mandar embora?


— Não fale assim, já lhe pedi.


— Prefiro ser direta. Você e eu não podemos suportar... — Como Sirius começasse a acariciá-la novamente, ele parou de falar, pois um arrepio de prazer passou-lhe pelo corpo. — Não conseguiremos lidar com esta situação confusa. E não quero nenhum mal-entendido.


Sirius também não queria. Mas no momento tudo o que desejava era beijá-la novamente. Gostava de tê-la assim, lânguida, a seu lado. Confiante. Capaz de sentir cada centímetro de seu corpo. Cada toque, carinho calor, aroma e prazer. Podia imaginar quão docemente insano seria tornarem-se amantes.


- Ah, Hermione... O que vai acontecer conosco?


— Isso é problema seu; está tentando achar respostas para tudo — respondeu ela, inclinando-se para encontrar-lhe o olhar. — Passa dias, meses, anos tentando planejar coisas impossíveis de prever. E então entra em pânico. O que há de errado com um pouquinho de espontaneidade?


— Em teoria, nada. Mas a última vez que coloquei a teoria em prática, Mary foi concebida.


— Vê? — Hermione sentou-se como um autômato. — Você não pode nem mesmo evitar falar em Marlene!


Ele suspirou.


— Acho que tem razão.


— Por que acredita que ela não quer ser encontrada?


— Não sei. Marlene viajou... Parece querer desencorajar qualquer contato.


— Pode me chamar de louca, mas... será que ela não está envolvida com alguma figura perigosa?


— Já não tenho certeza de mais nada. Sei apenas que preciso descobrir tudo, para que isso não machuque Mary mais tarde. Mas você está certa. O fato de Marlene ter agido dessa maneira indica que realmente é a mãe de Mary.


— E você, o pai — Hermione acrescentou com um sorriso.


— Sim.


A palavra quase inaudível revelava um certo espanto. Sirius tentara manter-se calmo a respeito do assunto, especialmente considerando sua primeira atitude em relação à paternidade. Entretanto, o alívio e a euforia lhe mostraram quanto esteve procurando se proteger, durante a árdua semana anterior.


Essa dúvida rapidamente tornou-se medo. E medos são tão cruéis... Temeu que Mary pudesse não ser sua.


— Você olhou o conteúdo do envelope que o detetive lhe deu?


 fez um gesto negativo com a cabeça.


— Ainda não. Seria choque demais para um dia só. Quero algum tempo para me acostumar com tudo, para lidar com a possibilidade de perder você.


— Já lhe disse que isso não acontecerá. A menos que me expulse desta casa. Estou aqui porque quero, Black.


Essa era a parte mais difícil. Ele segurou-lhe a mão e estudou-lhe os dedos esguios e belos, as unhas curtas e impecáveis.


— Mas, quando lhe pedi para me ajudar com a nenê, prometi que seria temporário. Mione, você é uma empresária com uma agenda atribulada e responsabilidades diversas. Não tenho o direito de usar a atração que existe entre nós para coagi-la a negligenciar aquilo pelo qual tanto lutou.


Hermione livrou a mão e o fitou. Estavam tão próximos...


— Agora ouça, Black. Foi sua decisão me procurar. E coube a mim aceitar. Se não quer mais que o ajude, apenas tem de me dizer. Se eu não sentir que posso dar a Mary tudo que ela precisa, mesmo continuando com meus negócios, eu lhe direi imediatamente.


— Incomoda-me saber que você é um anjo.


Os olhos escuros dela brilharam, com uma pitada de humor. Inclinou a cabeça em direção ao peito forte.


— É por isso que está nervoso. Teme que minha ajuda o obrigue a alguma coisa. Exatamente qual de meus sentidos acredita que seja o mais perigoso? Estou consciente de que é alérgico à palavra "relacionamento"...


— Não pense nem por um só segundo que não estou feliz. — Sirius a beijou de leve e com ternura. — Apenas preciso que saiba que ainda tenho de fazer o que acho correto.


— Marlene?


— Sim. — Sirius avaliou-lhe a expressão, entendeu-lhe a vulnerabilidade, as dúvidas que passavam pelo rosto bonito. — Você anda pensando bobagens. Está errada e sabe disso.


— Sei?


Sirius compreendeu que só havia uma forma de provar a Hermione que a queria, e a ninguém mais. Inclinou-a sobre o assento do sofá e a manteve cativa sob seu peso.


— Marlene foi um erro. Nunca penso nela.


— Não diga...


— Correção. Não penso nela exceto para querer sacudi-la por ter feito o que fez. — Tomou o rosto de Hermione nas mãos, fazendo-lhe a respiração se acelerar. Os seios arfantes atraíram seu olhar. — Você é a única mulher na qual penso. Posso lhe contar coisas de sua infância, se quiser. Guardo tudo na memória.


— O quê, por exemplo?


— Que tal sua primeira roupa de banho? Era um biquíni cor de laranja que quase me enlouqueceu. Fiquei escondido, observando-a.


Ela ficou boquiaberta.


— Está brincando!


— Bem, na verdade o que eu realmente queria... teria me colocado na cadeia.


— Ah, se eu soubesse... O que mais?


— Não importa, tenho muitos dados. Aos poucos vou lhe dizer.


— É mesmo? Sempre pude extrair as informações que queria à minha maneira.


— E que maneira é essa? — Sirius murmurou, beijando-a.


O coração de Hermione se incendiava com rapidez. A medida que Sirius se inclinava sobre ela e passava-lhe a mão nos cabelos, percebia que o autocontrole de ambos se perdia.


Docemente, de modo tentador, ela o fez ajoelhar-se a seus pés. Tudo que esperava e sonhava, há anos, era ter um amor maravilhoso e delirante. E com ele.


Arrepiava-se inteira. Não sabia que, apesar dos olhos fechados, Sirius imaginava-a sem o vestido, lentamente caído ao chão. Queria tanto alcançar o zíper, sentir-lhe a pele macia...


Excitado com a imagem, começou a beijar-lhe o rosto suave, o pescoço. Admirou os ombros elegantes e delicados. Mas era o tecido do vestido que o deixava ensandecido. Começou a beijar-lhe o colo bem na altura do decote.


Queria-a tão completamente... Precisava satisfazer seu corpo ardente com o paraíso que ela lhe oferecia. Queria-a tanto que a fazia suspirar com a velocidade com que se movia sobre seu corpo.


— O que há de errado? — perguntou Mione, abraçando-o com intensidade mas obrigando-o a parar.


— Você pode me deixar louco. Particularmente hoje. Então, é melhor mesmo que vá para casa.


Hermione mal conseguia andar enquanto era empurrada em direção à cozinha, para pegar a bolsa. Depois, foi conduzida à porta.


— Sirius! Posso dizer uma palavrinha?


— Não. — Antes de abrir a porta, ele a beijou ardentemente. — Não dessa vez. Mas não se preocupe, vou deixar que tente novamente... Muito em breve.


— Talvez eu deva fazer isso por escrito.


Com os cabelos em sensual desalinho e a pele do rosto corada, Hermione exigia muito das boas intenções dele. Só mais um beijo, decidiu Sirius, puxando-a para si. Então selou-lhe os lábios e deixou o desejo fluir.


Como esperara, inflamou-se com uma intensidade enorme e com uma rapidez surpreendente. Inebriado, forçou-se a respirar fundo.


— Não precisa pôr nada no papel — falou. Acariciando-lhe os lábios úmidos, desejou-lhe boa-noite e abriu a porta. — Vejo-a de manhã.


— Pode ter certeza.


Doía como o diabo deixá-la ir. Mas Sirius sentia orgulho de si mesmo. Mas houvera um tempo em que...


Não, o passado estava enterrado. Agora, construía o futuro. Um passo de cada vez, como Hermione sugerira. Aquele dia fora um bom começo. Não muito perfeito, claro, com alguns imprevistos aqui e acolá, mas um começo. E o dia seguinte seria ainda melhor.


— Se você sobreviver a esta noite, evidentemente — lembrou-se ele.


Respirando fundo, tirou a camisa e subiu a escada. Planejava um banho bem frio. Então abriria o envelope que o detetive lhe dera.


A mensagem era breve. Continha um relatório de todas as pessoas com quem Rogers, o investigador, falara, assim como citava os lugares onde tinha estado.


A caminho do quarto, Sirius deu uma olhadinha na nenê. O bercinho fora presente de Hermione, bem como o trocador. Ele começava a pensar na possibilidade de tê-la inteirinha, para sempre. Era a mais pura realidade. Marlene nada queria com a criança.


— Mas eu quero — sussurrou para Mary enquanto se inclinava para beijá-la.


Como era maravilhosa! Vestida com o macacão cor-de-rosa e meias floridas, dormia na semi-escuridão com os bracinhos estendidos e os pequeninos dedos fechados. Sirius sorriu, orgulhoso.


Sabia que deveria deixá-la dormir, em paz mas teve uma necessidade imensa de abraçá-la um pouco. Pegou-a no colo e a manteve próxima a seu corpo. Fora meio traumático no começo, mas ele já ganhava prática nisso.


Levantou o pezinho e o colocou contra o peito. Depois deitou a pequenina cabeça no peito, sentindo o perfume delicado. Ninou-a um pouco e a fitou com carinho.


Era algo tão novo para ele...


Mas Mary parecia não se importar. Bebês talvez tivessem uma imensa paciência com principiantes. Esperava que sim, porque precisaria que ela o compreendesse. Foi tomado pela emoção. Talvez o relacionamento que começava com Hermione lhe tivesse aberto promessas para o futuro. Quaisquer que fossem as razões, sentiu lágrimas inesperadas se formando nos olhos, e então os fechou. Sabia que construía algo novo e belo. Algo que o faria feliz o resto de sua vida.


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 Adaptação de um livro de Helen R. Myers.
Detalhes no inicio da historia.
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Olá! Olá!
Como estão vocês? :b
Tenho que agradecer á Leticia, Obrigada querida por comentares :)
Ah como já sabes não foi a Marlene :b 
Beijão!
E á Lizzy, posso tratar-te assim? :p Obrigada pelo elogio, e sim estas fics são sempre um achado :b eheh. Posso agora dizer-te que não é a Marlene eheheh
Beijão!


Espero comentários de TODOS, já sabem, sem comentários não á capitulos :)
Beijos <3 

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Comentários (1)

  • Lizzy Black Salvatore

    Claro que pode me chamar de Lizzy, pode me chamar como quiser: Lizzy, Liz, Elisabeth, ou até Bruna ( nome da offa ). Pois é, eu pensei no detetive, mas achei que ia ser um tanto óbvio demais. Então, meu óbvio estava certo. Nossa, esse Sirius é um pecado, quero um pra mim. HAHÁ. Amando a fic. Posta mais *-* 

    2012-02-03
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