Capitulo VI



Adaptação de um livro de Helen R. Myers.
Detalhes no inicio da historia.
-------------------------------------------------------------------------------------

CAPITULO VI


 


— Sirius! Você encontrou a mãe da criança?


Ele suspirou. Devia ter falado a Remus Lupin que levaria Hermione. De todo modo, teve vontade de jogá-lo em meio aos arranjos de plantas tropicais. Mas, antes que pudesse fazer isso, outras pessoas haviam se virado e Hermione, sem graça, estendia-lhes a mão.


— Sou Hermione Granger, vizinha de Sirius. Estou cuidando de Mary enquanto ele trabalha.


— Hermione... Um de meus nomes favoritos. — Remus tomou-lhe a mão e aproximou-se para olhar a nenê. — Sirius sabe quanto é sortudo por tê-la encontrado?


— Bem, já que nunca estive perdida, não tenho certeza.


— Muito bem, Hermione — uma morena miúda disse, sorrindo, enquanto de juntava ao grupo. — Sou Ninphadora. Este homem falador, mas muito simpático, é meu marido. Desejei pegar este bebê no colo assim que ouvi falar nela. Posso carregá-la enquanto você descansa um pouquinho e toma uma taça de champanhe?


— Remus e eu já voltamos — Sirius avisou, sorrindo de maneira encorajadora para Hermione, enquanto ela lhe pedia aprovação com o olhar. — Ninphadora é uma veterana em cuidar de crianças. Já teve duas: um filho e uma filha.


— Parece jovem demais para ter dois filhos — Hermione falou, estendendo-lhe a doce Mary.


— Oh, querida! Acho que seremos boas amigas. Em seguida, Mione foi apresentada a executivos, equipes de vôo, algumas pessoas importantes. Sirius gostaria muito de pensar que a atenção que recebia tinha como causa sua reputação de bom piloto, seus recordes de vôo, sua atuação no tênis. Mas não se enganava. Sabia que o alvo de tanta badalação eram Mary e Hermione.


— Sua filha é maravilhosa. Comporta-se tão bem! Mas não imagina quanto meu marido ficou entusiasmado ao conhecer Hermione — disse a esposa de um executivo. — Compro os produtos dela. Fui de Dallas a New Hope, certa vez, só para adquirir seus quitutes. É uma moça cativante. Meu marido disse que tem mais senso para negócios do que o planejador financeiro de nossa empresa.


— Será que ela estaria interessada em posar como modelo? — perguntou um publicitário, estendendo a Sirius um cartão. — Tem uma aparência que lembra Monalisa. Algo clássico e etéreo, incomum nas mulheres.


Quando ele foi aprontar-se para o jogo, notou que Hermione encantava o presidente da companhia aérea. Fez-lhe um sinalzinho duas vezes, em vão, e perguntou-se se alguém notaria sua ausência...


Com o orgulho ferido, finalmente conseguiu atrair-lhe o olhar. Hermione desculpou-se e, protegendo a cabecinha de Mary, caminhou em direção a Sirius.


— Já está na hora?


— Sim. Estive pensando, no entanto, se você ainda se encontrará aqui quando eu voltar, srta. Popularidade,


— Não gostou que eu apresentasse sua filha a todos? Sirius usara esse argumento para convencê-la a acompanhá-lo, mas essa era apenas parte da verdade. Havia outros motivos, menos definidos e muito mais perturbadores.


Não conseguira dizer-lhe, por exemplo, que também fizera questão da presença dela por razões egoístas: a tranqüilidade de ter alguém por perto que o conhecesse bem e sua inata generosidade. Queria que Hermione estivesse a seu lado pela paz que sentia quando a via com Mary.


E, claro, pedira-lhe que o acompanhasse porque não era mais capaz de ignorar a atração crescente que sentia por ela. Mas, desde a chegada, descobrira um lado desconhecido de Hermione, e isso o deixou mais do que pensativo; talvez estupefato.


— É claro que gostei — respondeu ele, começando a pensar que seria melhor não tentar tirar conclusões. — Mas eu não fazia idéia que fosse tão boa nisso.


— Black, estou certa de que acabei de ouvir um elogio, mas não tenho muita certeza.


— Esqueça o que eu disse. — Incapaz de se acalmar, ele afastou-lhe uma mecha da testa. — Acho que estou com ciúme.


— Você?


— Sim, eu. Todos, aqui, a adoraram. Não apenas porque é gentil e graciosa, mas também porque é muito inteligente. Começo a perceber que não conheço o principal em você, Mione. E não me sinto bem em ser a última pessoa a descobrir isso.


— Pobre querido... — Havia um quê de riso em sua voz, bem como no olhar. — Mas este não é o melhor momento para se preocupar com isso. Não tem uma partida de tênis pela frente?


Sirius desejaria não ter. Deixá-la sozinha, naquele momento, não lhe parecia a melhor idéia. Suspirou.


— Está bem. Depois continuaremos.


— Não vou a lugar algum. Exceto trocar as fraldas de nossa querida Mary antes que a partida comece.


Sirius ergueu-lhe o queixo e mergulhou nos belos olhos.


— Deseje-me boa sorte.


— Você a terá.


— Estou me sentindo deprimido. Será que poderia fazer algo mais?


Ela ficou na ponta dos pés e tocou-lhe os lábios.


— Boa sorte.


— Um pouco mais?


Dessa vez ela o abraçou com cuidado, para não machucar a criança. E à ternura, à suavidade em seu olhar, aliou-se um toque de sensualidade. O beijo dessa vez foi mais longo, mais profundo.


— Estou com problemas — murmurou ele ao ouvir o próprio nome nos alto-falantes.


— Acha mesmo?


— Vou dizer aos organizadores do torneio que mudei de idéia. Não seria melhor encontrar um lugar fresquinho e quieto, onde possamos conversar e cuidar de Mary?


Hermione suspirou e arrumou-lhe a camiseta.


— Soa maravilhoso, mas agora é tarde para voltar atrás. Vá colocar o uniforme. O público conta com você e, a despeito do que disse, não é o tipo de pessoa de quebrar promessas.


Sirius acariciou-lhe os cabelos.


— Quem é você, Hermione Granger? Uma bruxa?


— Vou lhe dar uma chance de descobrir.


— Prometa-me que vamos conversar mais tarde.


— Quando quiser. Enquanto isso, você se importaria em me mostrar como se joga tênis?


Hermione poderia ter ficado em pé, ali, toda a tarde e metade da noite, apreciando Sirius. Era o homem mais maravilhoso e atraente do planeta.


Alto, pernas fortes, quadris firmes e ombros largos, diferenciava-se dos outros. Para as mulheres, já era o vencedor, mesmo que perdesse a partida.


— Venha sentar-se aqui, Hermione — Ninphadora Lupin a chamou, na fileira frontal. — Guardei um lugar para você.


Ela agradeceu à alegre morena e, após acomodar-se, tirou uma mamadeira de um recipiente aquecido e a deu a Mary. Em segundos, as pequeninas mãos brincavam com a garrafa.


— Para uma novata, está se dando bem — Ninphadora comentou, tirando os óculos escuros.


— Não é difícil fazer isso quando um bebê é tão calmo quanto Mary. — Hermione sorriu. — E, claro, ajudou o fato de que, quando adolescente, eu tenha trabalhado como babá. Foi suficiente para comprar meu primeiro carro.


Então contou a Ninphadora que fora morar com a avó após a morte dos pais, e falou dos anos que passou como vizinha de Sirius.


— Remus diz que o capitão se tornou uma pessoa diferente na última semana... E tenho o pressentimento de que isso não se deve apenas ao bebê.


Hermione apreciou imensamente o elogio. Entretanto, sentia-se pouco à vontade para discutir a situação, de Sirius... ou a deles... com pessoas que até há pouco lhe eram estranhas.


— Sempre senti que Sirius tinha um lado carinhoso. Simplesmente precisava de um bom motivo para deixar isto transparecer. Descobrir que é responsável por uma vida, por exemplo.


Ninphadora não pareceu se ofender com a recusa de Hermione em falar no relacionamento de ambos.


— Diga-me, já o viu jogar antes?


— Nunca. Mas vi seus troféus.


— Oh, lá está ele! — Dora apontou, e começou aplaudir entusiasticamente.


— Tomara que vença!


Querendo que Sirius se concentrasse antes de começar a jogar, Hermione não soube como reagir quando ele parou perto de onde ela se encontrava e atirou-lhe um beijo.


— Olhe só — Dora falou enquanto suspiros femininos ecoavam por todos os lugares.


Hermione não respondeu. Estava feliz demais. De todo modo, não teria muito a dizer a Dora, pois em minutos seu coração chegou a uma velocidade nunca experimentada. O ar lhe faltava.


Os dois homens poderiam ter jogado formalmente, sem disputas acirradas, apenas para entreter a platéia feminina. Com sua presença morena, Bruce Paxton criava um intenso contraste com o físico de Sirius. Mas ambos exibiam espetacular senso de humor e paixão pelas competições.


— Ambos são ótimos — Hermione comentou, grata por Mary suavizar-lhe a ansiedade.


Dora riu.


— Acho que o nosso Sirius tem vantagem. Está especialmente inspirado hoje.


Verdade. Ele ganhou o primeiro set sem grande dificuldade. Durante o breve intervalo, retirou-se, enxugou o rosto e tomou um pouquinho de água. Poderia ter usado o tempo para descansar, mas olhou novamente para Hermione e sorriu.


— Vê o que eu quis dizer? — disse Dora, aplaudindo o gesto.


Quando o segundo set começou, Hermione percebeu como era arriscado dar-se por vencedor antes do tempo. Sirius perdeu um ponto crucial e parecia imensamente desgostoso consigo mesmo.


O segundo set durou o dobro que o primeiro, e terminou com a vitória de Paxton. No terceiro, Sirius passou à frente, mas com pequena diferença de pontos. A disputa era acirradíssima. Quando a jogada definitiva, a que determinaria o vencedor da partida, estava prestes a acontecer, Hermione já não agüentava de tanto nervosismo.


Mas então Sirius sacou, Paxton devolveu com igual força e a seqüência só não se repetiu porque Paxton, a despeito de seu esforço, não conseguiu chegar a tempo para rebater.


A multidão se levantou, aplaudindo. Dora abraçou Hermione, que permaneceu sentada, exausta. Tomada pelas emoções, tudo o que conseguiu fazer foi derramar algumas lágrimas. De orgulho.


Sirius tentou, mas não conseguiu chegar até ela. . Todas as vezes que tentava, alguém o interrompia para lhe dar os parabéns e exigir alguma atenção. Ele não deu muita importância ao troféu que recebera. Tomou banho o mais depressa que pôde, trocou de roupa e voltou ao camarote.


Quase trombou com Hermione ao entrar.


— Mione! — Tocou-lhe o rosto lacrimejante, observando que ela protegia a criança e segurava as bolsas. Rapidamente aliviou-a do peso. — Você está bem?


— Claro que estou bem.


— Aconteceu alguma coisa?


— Não, eu...


— Sei que o grupo com o qual trabalho é meio barulhento, mas se alguém lhe disse alguma coisa, se foi rude...


— Fique quieto, por favor.


Ele afastou-se um pouquinho e a expressão de Hermione se suavizou.


— Por que está chorando?


— O jogo foi maravilhoso. Você é maravilhoso.


— Obrigado. Mas... você não devia estar feliz?


— E estou. Mas há uma certa tristeza nisso tudo. Você é um ótimo tenista. Deveria ter seguido carreira, como sonhou. Mas recusou-se a fazer isso.


— Não fale assim.


Sirius não queria que ela dissesse mais nada. Não ali. Abraçando-a, conduziu-a para a saída mais próxima.


A despeito da sombra da árvore no estacionamento, o carro estava extremamente quente. Demorou um minuto até que Sirius colocasse a chave na ignição e ligasse o ar-condicionado no máximo. E outros minutos se passaram até que o carro estivesse frio o suficiente para que Hermione e o bebê pudessem entrar.


— black?


— Sim?


— Sinto muito que tenha ficado embaraçado pela maneira como reagi.


— Mas quem disse que fiquei embaraçado? — Ele observou atentamente o rosto corado e os cabelos despenteados de Hermione. Parecia ainda mais adorável. — Fiquei emocionado. Afinal, você chorou por mim.


— Por que fala assim? Ninguém chorou por você antes?


— Acho que não. Algumas mulheres fizeram isso, porque fui grosseiro ao terminar certos relacionamentos abruptamente mas... foi só.


— Bem, espero que tenha gostado — murmurou ela, bem-humorada. — Não é algo que costumo fazer com freqüência.


Sirius a puxou para perto de si.


— Nunca me senti tão comovido.


— Está dizendo isso porque não quer que eu me sinta triste mas... E pensar que sua família, com sua imensa indiferença, o fez abandonar o tênis...


— Não importa. Eu fiz a opção.


— Deveriam ter lhe dado apoio, reconhecido seu talento.


— Talento não é suficiente. Eu não tive força, energia, determinação.


— Porque estava emocionalmente arrasado. Apesar de apreciar tanta preocupação, Sirius colocou um dedo nos lábios de Hermione, obrigando-a a calar-se.


— Fiz uma escolha. Foi tudo.


— Oh, Sirius...


— Por que não me dá os parabéns e me beija?


Ela obedeceu, mas não na seqüência indicada. Primeiro envolveu-lhe o pescoço e o beijou. No instante em que sentiu o calor sedoso dos lábios femininos, Sirius correspondeu com ansiedade.


Não foi uma carícia doce, e sim exigente. Hermione sentiu-se fora do mundo ao notar quando ele a queria. Com um suspiro, mergulhou os dedos nos cabelos loiros. Encorajado, Sirius colou o corpo ao dela. Embora o ar-condicionado estivesse na potência máxima, ele sentia um calor intenso, imenso, ao perceber os seios firmes contra o peito.


Erguendo um pouco a cabeça, intensificou o beijo, explorando a maciez dos cabelos e aspirando o delicioso perfume que emanava dela.


— Parabéns — Hermione murmurou enquanto sentia carícias ardentes no pescoço.


— Não está mais triste?


— É difícil ficar triste quando você parece tão... Oh, não sei dizer.


Ele riu, adorando a provocação. Ouviram então um som muito delicado. Sirius deu uma olhadinha para o banco de trás e viu que Mary sorria.


— Olhe! Ela aprova!


Hermione virou-se e brincou com a garotinha.


— Deve estar exausta por toda a atenção que teve esta tarde, senhorita. Por que não dorme?


— Ela deve cuidar de seu velho papai. — Sirius estudou os movimentos dos seios de Hermione enquanto girava o corpo para fitá-la. — Quando a adrenalina começa a subir, é difícil controlar.


— Está insinuando algo, capitão? — perguntou Hermione, acariciando-lhe a bochecha.


— Sim. Quero sua boca novamente, Mione. Não me peça para voltar para casa sem sentir esse gosto maia uma vez. Ou duas, ou...


Dessa vez ele a abraçou com mais força, os dedos; mergulhando furiosamente nos cabelos sedosos, a ansiedade por senti-la crescendo a cada instante. Adorava a maneira como ela gemia, como lhe massageava as costas, como brincava com a pele de seu pescoço.


Sentiu-lhe o coração batendo descompassado de encontro ao peito, os bicos dos seios intumescendo sob o tecido fino. Era impossível resistir. Sirius deslizou a mão pela cintura delgada, encontrou os seios, explorou com cuidado e deleite os contornos femininos.


— Oh, Sirius...


— Eu estava louco para fazer isso.


— E tão bom!


— Gostaria que já estivéssemos em casa. Então eu poderia fazer com que se sentisse ainda melhor. Alguma vez pensou nisso? Minhas mãos descobrindo os segredos de seu corpo?


— Acho que sempre... e mais intensamente nos últimos dias.


— Digo o mesmo.


— Verdade?


— Juro.


— Hum... Você uma vez não me disse que não era muito confiável?


— Falei isso porque achei que dessa forma seria mais fácil resistir a você. Porque eu poderia tentar esquecê-la nos braços de outra mulher. Mas... você tem de saber que as coisas já não estão mais nessa etapa, Mione.


— Eu sei. Sua vida está mais complicada.


— Não é só pela nenê — sussurrou ele, os dedos percorrendo-lhe o corpo. — Não se pode teorizar sobre essas coisas, meu amor.


Ela tomou-lhe o rosto nas mãos e o fitou.


— É a coisa mais adorável que já ouvi. Gostaria de poder acreditar.


— Eu não mentiria a você.


— Mas pode estar acreditando em algo que mais tarde perceba ser um erro.


Fazendo um muxoxo, Sirius a abraçou com tanta força que ela teve de se arquear para conseguir fitá-lo nos olhos.


— Não sou um adolescente que não consegue controlar seus instintos, e certamente não quero apenas uma noite com você. De fato, não quero apressar nada, mas acho que estamos prontos para seguir adiante com este relacionamento. Vamos descobrir a maravilha de estar juntos. E prometo: não avançaremos o sinal, a menos que você esteja preparada.


A fim de convencê-la, beijou-a novamente, com muita gentileza, antes de intensificar o carinho para uma dança sensual, que aprendiam a apreciar. Sirius queimava. Já estava quase sucumbindo ao desejo de deitar Hermione no banco e cobrir o corpo delgado com o seu.


— Diga sim.


Hermione não respondeu, mas também não o deteve. E, quando Sirius iniciou mais um beijo, correspondeu com todo o coração;


Ele a queria, e muito. Mas não quis apavorá-la ao lhe dizer quanto. Saberia esperar, especialmente porque mal podia acreditar que aquilo estivesse realmente acontecendo.


Nesse instante, alguém bateu no vidro. Sirius virou-se e encarou o último rosto que queria ver naquela tarde


 ---------------------------------------------------------------------------
 Adaptação de um livro de Helen R. Myers.
Detalhes no inicio da historia.
------------------------------------------------------------------------------- 
Olá pessoal, passado tanto tempo cá estou eu com mais um capitulo, espero que gostem.
Obrigada por comentares, Leticia. :b  Beijo  

Compartilhe!

anúncio

Comentários (2)

Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.