Sedutora




- ... então o trasgo olha para o bruxo e diz: "gãh!". - Disse Rabastan, concluindo a piada. Toda família McKinnon riu. Estavam todos sentados em torno de uma mesa longa de mogno, o sr. e a sra. McKinnon, Giles, Mercúcio, Edmundo, Marlene e Rabastan.


- Essa foi boa, rapaz! - Saudou o pai de Marlene. Mesmo agora, com idade já avançada, ele era um homem muito vistoso. Tinha cabelos sedosos, escuros como o da filha, os mesmos olhos penetrantes e misteriosos e a pele pálida. Seu olhar caía constantemente na esposa, com uma espécie de empolgação, como se ela fosse a coisa mais impressionante na face da Terra. - Agora, diga-me, Lene, - ele se virou para olhar a filha - o que pretende fazer agora que terminou Hogwarts?


Todos se viraram para encará-la. Rabastan se serviu de um gole de vinho enquanto fitava a jovem. Marlene sorriu.


- Quero trabalhar no St. Mungus. Quero ser curandeira lá. - Disse com precisão. - Sempre quis trabalhar com doentes...


- Você se sairá muito bem nessa profissão, não há dúvidas. - Encorajou Rabastan. - Principalmente vindo de uma das famílias dos melhores bruxos de nossa época. - Ele fitou cada um dos presentes.


- É muita gentileza da sua parte, Rabastan. - Agradeceu a sra. McKinnon, ela tinha um sorriso tão delicado quanto o da filha.


- Apenas digo a verdade. - Respondeu. - Agora gostaria de perguntar: a quem devo elogiar pela decoração magnífica dessa sala? Nunca vi nada tão imperioso e agradável!


A conversa mudou de rumo, os outros McKinnon se puseram na conversa também. E Marlene se permitiu pensar em como queria que Sirius estivesse ali, ou que ela estivesse com ele. Apostava que a casa dos Potter estava muito mais divertida e aconchegante que a sua. Sempre grande, vazia e silenciosa. Mais de uma vez, ela notou o olhar de Rabastan pousar nela, e sempre fazia questão de sorrir e jogar o cabelo para o lado quando percebia que isso acontecia. Rabastan provocou risadas à mesa com suas piadas muitas vezes antes mesmo da sobremesa. Quando o diablotin aux fraises chegaram, Marlene deixou escapar um suspiro. "O que eu não daria por um bolo de baunilha do Sirius agora...". Muitas horas depois, ou assim pareceu a Marlene, eles terminaram as sobremesas e se dirigiram para a sala de estar. Logo a sra. McKinnon foi se recolher, e Marlene teve muita vontade de imitá-la, mas se controlou. Não podia arruinar suas chances com Rabastan. Depois o pai de Marlene foi se recolher, então Edmundo e Giles.


Algum tempo depois, enquanto Mercúcio e Rabastan mantinham uma conversa animada sobre seus ex-colegas de Hogwarts, Rabastan tocou o braço esquerdo e fez uma careta discreta de dor. Marlene boquiabriu-se levemente. A marca negra dele está ardendo. Pensou. E suas suspeitas não pderiam ter se mostrado mais corretas, pois Rabastan então se levantou.


- Bem, acho que eu estou tomando muito tempo de vocês. Já estou sendo inconveniente.


- Ah, imagine, Rabastan! Você é praticamente da família! - Negou Marlene, fazendo-se de inocente.


- Demore o quanto quiser aqui, cara. Podemos dividir uma garrafa de Ogden... - Falou Mercúcio.


- Fico realmente tentado, mas tenho que ir. Imagino que se demorar mais Rodolfo sera capaz de por os aurores atrás de mim. - Ele começou a caminhar em direção a porta. - Agradeço a gentileza e o jantar, levem meus comprimentos aos seus pais.


- Tudo bem. Eu o acompanho até a porta. - Ofereceu-se Marlene. Rabastan deu um sorriso de satisfação.


Eles ficaram em silêncio até chegaram perto da porta. Marlene a abriu lentamente e então se virou para Rabastan:


- Bem, - disse quase em um sussurro - faça um bom retorno para casa.


- Farei. E novamente agradeço a gentileza e o jantar, e quero reforçar os parebéns por ter se formado com louvor.


- Obrigada, Rabastan. - Ela se esticou para beijar brevemente a face do rapaz, que sorriu e passou lentamente pela porta. Antes que ele aparatasse, Marlene completou, no mesmo tom baixo e sedutor:


"E, Rabastan, por favor, não demore para nos visitar."


Rabastan riu baixinho antes de desaparatar.


 


Na manhã seguinte, Marlene acordou e estrnhou não estar em sua cama no quarto que dividia com colegas da Grifinória. Então se lembrou, terminara Hogwarts, nunca mais iria dormir naquela cama com cortinado vermelho. Precisou se certificar.


Olhando em volta não viu nada que identificasse um sonho ou ilusão. O quarto estava como se lembrava. Grande, iluminado, com papel de parede com listras verticais em vários tons de dourado, a cama com dossel, acolchoados e carpete vermelhos. Penteadeira, cortinas e porta do closet brancas com detalhes em dourado. Um quarto digno de uma princesa.


- Acho que acabou. - Disse Marlene, os olhos se encheram de lágrimas, então finalmente entendeu como Lílian se sentira. Ela nunca mais seria uma aluna de Hogwarts, alguns dos amigos que lhe eram tão queridos nunca mais mandariam notícias, e ela nunca mais cumpriria detenções com Sirius no aniversário deles.


Então ela viu. Em sua penteadeira havia um enorme ramalhete de rosas que mudavam de cor lentamente, estavam envoltas em um papel dourado e um cartão pendia do buquê suavemente. Quando Marlene o abriu o cartão liberou um cheiro de rosas que rescendeu por todo o quarto e a voz de Rabastan ecoou:


- Até que eu volte a visitá-la, guarde essas flores como uma lembrança. Uma lembrança daquele que acredita firmemente que você é mais bela que todas essas rosas.


Ela fechou o cartão e o enfiou de volta no envelope, por fim, vestiu-se rapidamente e aparatou para a casa de Sirius.


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Comentários (1)

  • Lana Silva

    Opa... Será que ela vai terminar com ele ? O.O Poxaaaaaaaaaaa que maldade isso, fico maluca aqui - sei que já tá concluida e tal - mas eu fico mega nervosa com essas coisas kkkk gente, Rastaban é horrivel espero que a Lene não tenha que ficar muito tempo perto dele :/Bjoos! 

    2013-02-07
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