Longa Espera
Longa espera
A dor era tremenda. Sua barriga estava doendo demais. Mas tirando a dor na barrriga, a dor nas costas, o pé inchado, ela estava completamente bem. Completamente feliz.
Completara nove meses de gravidez, nove meses e doze dias. Gina estava ansiosa para ganhar a criança, a sua filha com Draco. Não aguentava mais a demorada espera, tinha ido ao hospital St. Mungus todos os dias depois de completar os nove meses de gestação, mas a médica insistia que não era hora e que é considerada a hipótese de treze dias a mais ou treze dias a menos para um bebê nascer.
Os treze dias antes do nono mês já tinham passado, agora era esperar os treze dias depois do nono mês de gravidez. Draco dissera que a medi-bruxa era uma incopetente que não sabia o que falava, mas Gina confiava nela e por mais que ansiava a chegada de Julie não mudaria de medi-bruxa.
Gina acordara no meio da noite, o relógio marcava dez horas. Sua barriga enorme e redonda estava doendo, ela suava de dor. Pensou em acordar Draco, mas ele estava num profundo sono e com a mão dele sobre Julie. Lembrou que a noite Draco estava conversando com Julie, dizia que ela seria o orgulho dele e que ela seria sonserina. Gina avisou Draco que ela seria Grifinória, mas Julie protestou dando um chute, dando mais certeza ao novo papai que ela seria sonserina. Honraria o nome dos Malfoy.
Estava dificil se levantar, era uma dor a cada esforço. Gina por fim se sentou na cama e respirou fundo. Devia ser mais um alarme falso, como o da noite passada. Se levantaria, beberia uma água e logo tudo ficaria bem.
“Julie, você está deixando a mamãe sem sono... teimosa você, vamos beber água.” sussurou Gina acariciando a sua barriga e caminhando em direção a cômoda que ficava do outro lado do quarto. Se repreendeu por não ter pedido a Draco que colocasse o copo perto da cabicera da cama.
Ela caminhava com dificuldade, sempre com uma mão nas costas. Segundo Draco ela parecia uma velha reumática. E isso resultara nele um soco no rosto. Esse soco tinha sido motivo de risada dos Weasleys na noite passada quando ele tinha levado Gina para o hospital e encontrara todos lá. Parecia que eles iam se acabar na risada e Gina também ria, mas a enfermeira preocupada havia dado um jeito de sumir com o roxo e agora ele estava melhor.
Ao chegar na cômoda Gina sentiu mais uma dor, aquilo era o início das contrações. Ela respirou, as contrações ainda estavam fracas, não ia nascer tão cedo. Gina bebeu a água do copo e ao virar-se para voltar a cama sentiu uma água escorrer sobre suas pernas e mais uma contração.
“Draco... Draco! Acorda Draco!” – ela gritava segurando a barriga.
“Gina... O que...” – ele se levantava sonolento. – “O que você está fazendo em pé?”
Gina deixa de ser teimosa e volta pra cama.” – censurou ele levantando-se e pegando o braço de Gina o colocando por cima de seus ombros.
“Draco, você não entendeu... ela tá pra nascer.” – Gina disse andando em direção a cama com a ajuda do marido que parou de repente quando ela sentou.
“O que Gina?” – perguntou ele não acreditando no que ouviu.
“A bolsa Draco... acabou de estourar e as contrações estão ficando cada vez mais fortes.” – respodeu Gina respirando como as médicas haviam ensinado.
“Por Merlin... já?” – Draco passava as mãos no cabelo e andava de um lado para o outro na frente de Gina.- “Mas... já era tempo. A nossa filha... nascendo. Tem certeza ue não é um alrme falso como o dos ultimos 10 dias?”
“Não é alarme Draco e se você não se importa eu gostaria de ir ao St. Mungus.” – disse ela tentando se levantar mais uma vez, mas Draco a sentou novamente.
“Não se levante. O que eu tenho que fazer?” – ele passava as mãos no cabelo. – “A bolsa? Tem que pegar a bolsa.” – disse saindo correndo para o armário, mas ouviu um grito de Gina e voltou correndo. – “O que foi Gina? Tá doendo?” – perguntou passando a mão na cabeça e seguidamente na barriga dela. – “Quer uma água, um remédio, um suco? O que você quiser eu pego, vamos fale. Quem sabe uma comida, quer uma massagem? Quer...”
“Draco! Quer se acalmar? Respira, vamos... um, dois, um dois.” – ela disse respirando para controlar as contraçoes e ele fazendo o mesmo. – “Tá calmo?” – perguntou segurando a mão dele que estava sobre a barriga.
“Acho que estou.” – disse ele se levantando e andando de um lado para o outro novamente. – “Não sei, talvez não esteja. Não, eu sou um Malfoy e estou pronto pra tudo. Mas eu não to preparado... não, eu estou sim. Talvez um pouco nervoso, mas eu to bem sim, eu não vou morrer por isso. Eu to ótimo, eu to legal, eu...”
“Draco... vem aqui...” – Gina pediu numa voz suave. – “Isso... vem, bem pertinho por favor.” – Draco se aproximou mais, estavam cara a cara. – “Draco Malfoy! Eu estou em trabalho de parto! Pega a maldita bolsa de uma vez, as chaves do carro e me dá o telefone!!!” – berrou Gina por fim agarrando a camiseta dele pela gola.
“Calma Weasley!” – disse ele andando para trás assustado. – “Respira, vamos, respira...” – ele balançava as mãos como se tentasse controlar a respiração de Gina, assim como ela tinha feito com ele anteriormente.
“Não me diga o que fazer Malfoy! E faça logo o que eu disse.” – ela gritou de um jeito passivo. Ele a estava deixando mais nervosa ainda. Enquanto Draco pegava a bolsa com as roupinhas do bebê, ela se levantou e foi até o telefone.
“Gina, porque nos vamos de carro? Você sabe que eu odeio dirigir.” – ouviu ele dizer enquanto discava o número da Toca.
“Estar grávida te diz alguma coisa? Você sabe muito bem que a médica disse que eu não posso aparatar e muito menos usar pó-de-flú na gestação. É risco de perder a criança... o que você tá fazendo?” – perguntou ela vendo que Draco corria de um lado para o outro no quarto.
“Cadê as chaves do carro?” – perguntou ele parando finalmente para colocar o sapato que tentava colocar ao mesmo tempo em que corria. – “Onde Gina? Rápido! Você tá em trabalho de parto!”
“Na sala, na mesinha. Se acalme antes que EU! Er...Desculpa mãe, hum... tá tudo bem... é foi o que você ouviu... é mãe trabalho de parto... já estou indo do hospital... avise todos e vá direto pra lá... tudo bem mãe... eu falei que tá tudo BEM! Aham... Pode chamar Harry e Mione também.... tá mãe! Mãe... mãe... MÃÃE!!! Tchau! E eu TO RESPIRANDO!!!” – gritou Gina desligando o telefone e andou até a sala, onde encontrou Draco mais uma vez andando de um lado para o outro passando as mãos no cabelo. Em outra situação acharia aquilo muito sexy, mas ela estava tendo um filho!
“Eu não acredito. Eu não acredito. Eu... eu.” – repetia Draco para si mesmo.
“Draco eu apreciaria muito o seu desespero, mas sabe... se você pegasse o carro e me levasse agora eu agradeceria. Mas se você quiser eu posso ficar aqui admirando sua performance.” – disse ela num tom irônico.
“Tudo bem Weasley, vamos. Eu estou calmo, mas é que... é que é meu primeiro filho, a minha Julie.” – Ele respirou fundo sorrindo com a situação.
“Eu sei, eu também não acredito. Nós esperamos tanto.” – Gina disse acariciando o rosto de Draco que estava sorrindo e a puxou para um beijo.
O beijo em que começara toda a história dos dois. O beijo de amor que provocava arrepios –bons- até hoje. Que fazia o coração acelerar, que fazia eles amarem um ao outro cada dia mais. O beijo que fez eles passarem por tudo que tinham passado. Enfrentar famílias e amigos. Superar o orgulho, superar a insegurança, a instabilidade de um relacionamento, superar as brigas. Por tudo que conseguiram desde o namoro, noivado e finalmente casamento, eles mais do que mereciam a felicidade de uma criança, o fruto desse amor, para suas vidas. A filha que eles tanto esperavam. Que eles tanto amariam.
“Com cuidado Gina, devagar, respira.” – Draco disse colocando Gina sentada no banco de trás do carro.
“Draco, eu posso fazer um pedido?” – perguntou ela que estava suada e com os cabelos escabelados, pois acodara no meio da noite e entrara em trabalho de parto sem ter tempo de fazer nada.
“Pode meu amor.” – respondeu ele colocando os cabelos vermelhos dela para tras e beijando sua testa.
“Entra logo nesse carro e pisa fundo!” – pediu ela segurando a mão dele e apertando, passando a dor que ela sentia naquele momento. Draco não gritou e aguentou, mas a dor era imensa, de jeito nenhum ele gostaria de estar no lugar dela.
Draco andava rápido com o carro. As vezes dava uma olhada para Gina para ver como é que ela estava. Ele a olhava, ela estava com seu rosto suado, de pijamas e escabelada. Chegou a conclusão que ela estava horrivel, mas ao mesmo tempo linda. Aqueles cabelos fogo, as sardas em seu rosto, seu olhar suave e seus lábios doces. Ele viaja sozinho em seus pensamentos, lembrando em como sua vida era completa ao lado dela, apesar das manias dela de implicar com ele. O rosto de Gina estava vermelho, ele lembrou-se de quando a irritava de próposito, de como eles se beijavam quando isso acontecia, lembrou-se que foi assim que Gina engravidara. Perdido nos pensamentos Draco esqueçeu que estava se dirigindo e só se deu conta quando Gina estava gritando com ele.
“Você quer nos matar? Me avise que eu saio do carro agora!” – gritava Gina enquanto o carro já havia ido da esquerda para a direita e novamente para a esquerda.
“Droga! É por isso que eu não gosto dessas coisas!” – disse Draco indo rápidamente para a direita desviando o carro que vinha na sua direção.
“Ahhhhh! Draco Malfoy, se você não quer dirigir, EU fico no seu lugar e você venha parir Julie!” – berrou Gina colocando a cabeça na parte da frente do carro.
“Gina sente-se!” – mandou ele empurrando a cara de Gina não muito delicadamente.
“Que isso? Você tá louco” – dizia Gina incrédula mordendo a mão dele.
“Ai!” – gritou ele mais uma vez tirando o carro da pista e sem querer derrubando um motociclista que estava ao lado. Voltou novamente com o carro para a pista central. – “Sua carnívora!”
“Draco, sou carnívora. E Você viu o que você fez o pobre motociclista?” – perguntou ela colocando mais uma vez sua cabeça para a parte da frente.
“Gina! Vá pra trás!” – disse ele empurrando mais uma vez a cabeça dela. E ela o mordeu mais uma vez, mas dessa vez ela arrancou um pedacinho. – “Aiii! A louca aqui é você!” – gritou ele entrando na pista contrária, quase se atravessando num carro que vinha na mesma direção e foi parar direto num poste de luz, freiou antes de bater não causando assim um acidente grave.
“Ninguém mandou você me empurrar.” – ela disse como se não tivesse acontecido nada e respirando seguidamente.
“Maravilha!” – berrou ele batendo no volante.
“O que foi? Vai chorar por causa da mordidinha?” – perguntou ela debochando, tentando controlar a contração.
“Mordidinha Weasley? Você tirou um bife!” – dizia ele mostrando o machucado que estava na mão dele, extremamente pequeno, mas ardia. – “Mas não por isso que estou bravo.”
“Porque paramos?” – perguntou Gina tentando se levantar.
“Acabou a gasolina, acabamos com ela nas ‘manobras radicais’” – disse ele num tom sarcástico e ela riu, mas seguidamente gritou, aquilo tava doendo muito.
“Draco, mê dá a mão!” – mandou ela, mas Draco negou com a cabeça e ela o olhou com um sinal de reprovação e ela agarrou a mão dele apertou.
“Ahhhhh!! Weasley é a machucada!” – disse ele puxando a mão agora dolorida.
“Falta muito pra chegar lá? Dói demais!” – ela avisou o loiro.
“Não, estamos perto. Vou dar um jeito, não sai daqui.” – pediu ele, depois saiu correndo.
“E eu teria como sair?” – falou ela pro nada, passando as mãos no rosto para tirar o suor e tentando arrumar o cabelo completamente bagunçado por causa do suor e do vento.
Ele correu pelas calçadas de Londres, não pediria ajuda a trouxas. Se bem que quase não tinha nenhum trouxa nas ruas. Ele encontraria um posto e compraria a gasolina. Estava correndo até que viu algo que lhe pareu interessante, e extremamente conveniente para a situação. Faltavam três quarteirões para chegar ao Hospital, ele não poderia carregar ela, mas aquilo ajudaria. Ele não acreditou que faria isso, mas era a única solução. Era isso ou uma filha nascendo num carro no meio da calçada, no meio da noite. Pegou e voltou correndo para o carro.
“Se você acha que eu vou subir nisso, está muito enganado Malfoy!” – avisou ela que estava num estava precário. Totalmente escabelada, suada e com uma cara de poucos amigos.
“É isso ou filhinha nascendo sem condições no meio da rua. Ia ser uma grande história e nos orgulharia muito Weasley, histórias bem parecidas com as da sua família.” – disse ele sarcasticamente, Gina pareceu pensar na hipótese mas consentiu e ele a levantou e tirou do carro.
“Vou colocar essa almofada pra ficar mais confortável.” – Draco pegou a almofada da bolsa do bebê e colocou aonde Gina sentaria.
“Como se fosse adiantar.” – disse ela sorrindo cinícamente. – “Como você pretende me colocar aí dentro?”
“Feitiço de levitação.” – respondeu sem emoção. – “Claro que pelo colo Gina! Você acha que eu quero trouxas nos olhandos abobados?”
“Ok, rápido que as contrações tão voltando!” – ela avisou e Draco a pegou pelo colo, com um pouco de dificuldade, e colocou no carrinho de compras que encontrara no meio da rua. – “Que coisa ridícula.”
Atropelando algumas pessoas pela rua, como um bêbado, um gato e um cara cuja blusa era tota cheia de luzes, enquanto corriam contra o tempo. Muitas das pessoas “atropeladas” os xingavam feito doidos. Faltando um quateirão para chegar ao St. Mungus, eles quase atropelaram uma velhinha de cabelos brancos arrepiados, oculos com um super grau e de roupas coloridas. A velhinha pegou sua bengala e começou a bater na cabeça de Draco, que frustrado a xingou. Gina irritada com tudo que acontecera pegou a bengala da velha e partiu em duas, jogando ambas as partes na cabeça da velha que caiu desmaiada no chão.
Depois do choque de ver a velha caida, Draco e Gina riram e continuaram a corrida. Ainda estava escuro, as pessoas iam sumindo com o passar do tempo. Os postes de luzes estavam ligados, apenas alguns queimados. O carrinho empurrado por Draco cortava o silêncio da noite.
Descendo rapidamente o degrau da calçada e empurrando rápido em direção a outra calçada, faltava pouco, logo chegariam. Tão pronto chegariam como tão rápido aconteceu aquilo.
A parte da frente do carrinho subiu o degrau da calçada do outro lado da rua, o pé direito de Draco torceu. A parte traseira do carrinho subiu a calçada, Draco procurou equilibrio no seu pé esquerdo mas ele também torceu. Foi se desequilibrando, ainda assim empurrando Gina. Sentiu seus pés não responderem e viu suas mãos soltarem o carrinho, dedinho por dedinho. Joelhos ralados, mãos tentando inutilmente diminuir o impacto com o chão. Mãos, braços, joelhos e queixo ralando no chão. Draco tinha caído e seu corpo estava totalmente dolorido.
Essa noite estava passando rápido demais pro humor dele e tudo estava dando errado. Tentou se levantar, seus pés ainda doíam da hora que se torceram. Ele estava completamente cansado e dolorido, não levantaria dali se não fosse um grito vindo de longe.
“Dracooooo!” – ouviu Gina gritar, se levantou num susto ao lembrar que ele tinha soltado o carrinho. A dor parecia ter sumido, nenhuma dor era suficiente para acabar com Draco, principalmente quando ele tinha que ir atrás de sua amada.
“Gina... Gina...” – ele disse ofegante ao chegar perto carrinho e vendo que ela estava inteira, mas ela choramingava baixinho com as mãos tapando a cara.
“Diz que tá vivo Draco...” – ouviu ela dizer ainda com as mãos na cara.
“Eu estou vivo.” – ele disse sem pensar.
“Malfoy seu idiota, ela não está falando de você! E como você traz minha irmã num carrinho de super mercado???” – gritava Rony, ele que tinha segurado o carrinho de Gina, estavam em frente a loja que dava para o St. Mungus.
“Cala boca Weasley, não te devo explicações, depois pergunte a sua irmã, mas me diga do que ela está falando.”
“Pichitinho.” – ele respondeu apontando para o chão ao lado do carrinho.
“Que diabos...” – Draco disse ao notar que o chão estava cheio de penas de coruja, o cabelo de Gina também tinha algumas penas. – “Como aconteceu isso?”
“Gina vinha voando com esse maldito carrinho e pichitinho foi atrás dela e eles se chocaram.” – Rony respondeu pegando a coruja que estava jogada no chão.
“Tá viva Rony?” – perguntou Gina levantando a cara e olhando para Rony com seus olhos grandes e cheios de lágrimas.
“Está, vai ficar bem, só está meio depenada.” – Ele respondeu ao constatar que a coruja soltou um pio baixinho. Gina fez um carinho na coruja que a bicou carinhosamente.
“Tadinha, Rony depois leva pra algum lugar pra tratarem da coruja. Draco, Rony... vamos entrar agora.” – Ela disse ficando em pé dentro do carrinho e se agarrarando no pescoço do loiro, que teve que a carregar.
Entraram no hospital, e todos os Weasleys junto com Harry e Mione estavam preocupados, perguntando o que tinha acontecido para terem demorado todo esse tempo. As perguntas eram dirigidas a Draco com um ar maquiavélico, pois Gina já havia sido levada para a sala de parto. Draco não esperou mais nem um minuto para sumir daquele bando de cabeças vermelhas e Potters. Saiu correndo para a sala onde Gina estarava, ouvindo ainda os gritos histérios da família de Gina principalmente da Sra. Molly. Entrou na sala mas Gina não estava, viu a medi-bruxa que sempre os atendia. Ela curou os ferimentos de Draco com a chantagem de não deixá-lo acompanhar Gina. Ele queria entrar do jeito que estava, mas não era permitido.
“Ainda bem que você veio... tava demorando demais. Ahh” – Gina estava deitada numa cama, com os cabelos amarrados num coque, suas mãos apertavam as barras que tinham ao lado da cama, uma enfermeira tirava o suor da testa dela. – “Tira essa merda! Draco me dá sua mão.” – ela gritou com a enfermeira que deu o pano para Draco.
“Eu viria mais cedo, mas essa medi-bruxa ficou me prendendo.” – ele disse passando o pano na testa de Gina e beijava o local limpo.
“Porra, não tem algo que faça eu não sentir essa dor toda?” – Gina gritou apertando a mão de Draco que repousava na barriga dela. Ele gritou junto com ela.
“Que merda!” – ele gritou por final e viu a medi bruxa abrir as pernas de Gina e colocando um pano, estava se preparando.
“Agora eu preciso que você mamãe Gina, empurre bem forte. Vamos ver esse bebezinho nascer papai?” – disse a medi-bruxa docimente. Draco a repreendeu com um olhar, mas assentiu e ficou em pé ao lado dela. – “Tome a poção preparada especialmente para você e vai ajudar acelerar o processo, mas a dor continuará.” – disse ela se referindo a poção que a enfermeira oferia a Gina que tomou. – “Empurre.”
Gina empurrava entre um grito e outro. Draco ficou ao lado da medi-bruxa para ver Julie nascer, olhando para sua esposa que não aguentava mais. Ela sorriu pra ele e tinha mandado ele ficar ali, ele obedeceu. A enfermeira dava a mão a Gina. Ela parecia não sentir dor alguma, devia ter tomado alguma poção pra não sentir dor ou, talvez, de tantos partos feitos e mãos dadas ela nem tinha sentidos naquela mão.
“Vamos, a cabeçinha tá aparecendo... Empurra mamãe.” – disse a medi-bruxa colocando a mão para puxar mais a criança, enquanto Draco olhava aquilo, era nojento, mas era lindo. Não sabia o que pensar. Gina já tinha lágrimas nos olhos. – “Falta pouco, vamos.” – continuo ela. O Ombro apareceu, seguidamente do toráx e Julie tinha saído. – “Parabéns mamãe e papai! Enfermeira...”
Draco olhava perplexo, apesar de estar suja, ela era linda e chorova bastante. Ele abraçou Gina enquanto a enfermeira levava a criança para ser lavada. Gina soltava lágrimas de emoção. Era um acontecimento maravilhoso para a vida deles. Draco a abraçava e beijava todo o rosto da ruiva, não se importando em que estado ela estava. A enfermeira trouxe Julie ainda chorando enrolada num cobertor verde claro.
“Você que trouxe esse cobertor né Draco?” – perguntou Gina o repreendendo mas sorrindo ao receber Julie em seus braços.
“Sim, tenho certeza que...”
“Ela será sonserina...” – completou Gina tentando fazer Julie para de chorar.
“Cabelos vermelhos, iguais ao seu.” – disse ele passando um dedo na cabeçinha da pequena, estava com medo de machucar-lá. Depois beijou os lábios de Gina, o que fez a pequena bruxinha parar de chorar.
“Parou, acho que será facil fazer Julie parar de chorar.” – afirmou Gina com um sorisso malicioso e ele a beijou mais uma vez, dessa vez mais profundo.
Esse beijo era especial, parecia com o primeiro, que tinha sido numa enfermaria. A diferença era que quem estava deitado na cama era ele e que não tinha uma criança junto com eles agora. Draco se sentou ao lado de Gina que tinha acabado de tomar uma poção pra cicatrizar e tirar a dor do parto. Eles ficaram ali curtindo sua filha, só foram atrapalhados quando os weasleys, Harry e Mione vieram conhecer Julie. Draco ficou com raiva ao saber que Harry seria o padrinho e madrinha dela seria Mione. Ele quase partiu pra cima de Harry, mas ficou quieto ao ver as varinhas de todos os presentes apontadas a ele (menos a de Gina é claro).
“Como é linda, tem o sangue dos Weasleys!” – disse Arthur e Gina sorriu, Draco tinha se levantado e se dirigiro a parede onde ficou encostado com os braços cruzados.
“Malfoy não estragará a criança.” – disse Jorge.
“Estaremos por perto sempre.” – completou Jorge.
“Se Harry e Mione são os padrinhos não tenho porque me preocupar.” – afirmou Rony dando um beijo na testa de Gina.
“Não é bem assim Rony.” – repreendeu Mione colocando Julie, que estava em seu colo, no berço.
“Não começem vocês dois, até hoje discordando.” – falou Harry entregando uns sapatinhos minúsculos a Gina, de cor laranja.
“Não precisava Harry. Obrigada. É o primeiro presentinho dela.” – disse Gina cheirando os sapatinhos que tinham cheirinho de bebê e depois colocando dentro do berço.
“Não é o primeiro, eu dei o cobertor.” – pensou Draco carrancudo em seu canto.
“É uma linda menina filha.” – choramingava Molly abraçando a filha.
“Será que ela vai gostar de Dragões?” – perguntou Carlinhos.
“Não, ela será uma menina muito responsável e cuidará de seus deveres.” – respondeu Percy se colocando ao lado do berço e deixando um livrinho de contos de fadas.
“Romeu e Julieta, fala sério, ela ainda nem sabe ler... Ela trabalhará comigo no gringotes.” – disse Gui.
“Coitada da minha neta, vocês já estão estressando ela. Ela será uma grande ministra da magia. Ela tem cara de quem nasceu para comando.” – disse Arthur também ao lado do berço junto com toda a família.
“Ela poderá testar nossos kits em hogwarts quando ela entrar.” – disse Fred.
“Ou poderá ser usada como nossa cobaia.” – completou Jorge.
“Nada disso, será uma apanhadora de quadribol.” – disse Harry.
“Acho que ela está mais para goleira.” – afirmou Rony.
“Não, batedora!” – disseram os gêmeos juntos.
“Chega gente, vocês nem deixam ela respirar...” – disse Mione enquanto Gina sorria e Draco se perguntava em como aturaria todos eles bajulando sua filha.
“Ela será sonserina.” – disse Draco para irritar.
Não conseguiu, todos começaram a rir e discutir com ele alegremente. Ele continuou incrédulo com aquilo. Não estavam brigando, mas tambem não estavam as mil maravilhas. Foi uma discussão “agrádavel”, até a hora que começaram a lembrar do passado e a Sra. Weasley teve que levar todos pra fora. Deixando Gina e Draco curtindo a filha sozinhos.
“Ela tem seus olhos.” – disse Gina quando Julie abriu os olhos.
“Só a cor, eles tem a profundidade do seus olhos.” – disse ele aconchegando Gina em seus braços. Eles estavam na cama do hospital ainda, esperando darem alta a Gina. Julie estava quietinha nos braços da mãe olhando para eles.
“Ela vai ter seu poder de convencimento.” – disse Gina fazendo carinho na filha.
“E seu jeito apaixonante.” – completou Draco beijando Gina.
“Porque você não segura ela?” – perguntou Gina ao celarem o beijo.
“Não Gina, vai cair. Eu não tenho jeito com crianças.” – respondeu ele num susto.
“Como você vai ter jeito, se você nunca cuidou de uma criança Draco Malfoy?” – insinou Gina colocando Julie nos braços de Draco que estava com medo de derrubar o bebê.
“Pronto, pode pegar ela de volta.” – disse Draco desajeitado.
“Calma Draco, ela não vai cair.” – sorriu Gina.
“Pega ela... ela me molhou.” – o loiro disse e Gina riu ainda mais, caindo na gargalhada.
“Weasley pega ela, eu to todo molhado e cheirando a mijo!” – ele falou mais alto, fazendo com que Gina pegasse a criança ainda rindo.
“Draco... coloque uma fralda nela. Se não pode acontecer denovo.” – disse Gina ao se recuperar da risada, vendo Draco tentando enxugar a camiseta molhada com papel higiênico.
“Eu colocar o que?” – perguntou ele incrédulo se virando para ela.
“Colocar uma fralda nela, é tão dificil pra você fazer isso ou eu to falando Grego?” – ironizou Gina.
“Eu não sei fazer isso, ok?”
“Vamos Draco, você consegue. Vamos fazer juntos... eu dou o banho nela e você veste e coloca a fralda. Ok?” – perguntou Gina e ele assentiu, pois ela já estava o abraçando por trás e nas pontas dos pés dando uns beijinhos em seu pescoço.
Ela deu o primeiro banho em Julie. Praticamente o primeiro, pois o outro, dado pela enfermeira, não tinha contado. Julie chorava no banho. Draco invocou que a água estava quente demais pra ela, mas Gina não deu ouvidos. Ao tirar da água, Gina a enxugou e deu pra Draco terminar os afazeres. Ele não sabia o que fazer então Gina ficou por perto dizendo o que ele tinha que fazer. Apesar de desajeitado ele estava fazendo tudo direitinho, a não ser as fraldas. Ele tinha gastado umas dez fraldas, pois ele colocava e levantava a pequena e a fralda caía. Tirando as que ele não conseguia colocar e acabava rasgando.
Por fim, eles estavam em pé ao lado do berço de Julie, onde tinha muitas lembrancinhas. Os sapatinhos de Harry e Mione, o livro de Percy, um ursinho de dragão de Carlinhos, roupinhas de Rony, um vestidinho branco dado pelo Sr. e Sra. Weasley e o mais estranho, um potinho cheio de guloseimas de Fred e Jorge.
“Acho melhor eu jogar fora isso.” – disse Gina pegando o potinho e jogando no lixo, que logo em seguida queimou o que estava dentro. Gina tinha tomado banho e estava com seus cabelos ainda molhados e cacheados nas pontas. Estava devinamente linda, segundo Draco que tinha ido pra casa e também tomado banho e tocado de roupa.
“Nove meses e treze dias exatos, ela não estava com a mínima vontade de ser rápida.” – disse Draco fazendo carinho no pezinho de Julie enquanto ela dormia. Ela tinha nascido meia noite e alguns minutos.
“Eu acho que ela gosta de complicações, vida complicada.” – afirmou Gina olhando para o loiro.
“Complicada e de aventuras. Ela não tem medo do que possa acontecer.” – ele completou.
“Como nós.” – disse ela sorrindo e observando Julie.
“Ridículo...” – Draco disse chamando a atenção de Gina.
“O que?” – perguntou ela intrigada.
“Esse livro trouxa.” – respondeu ele mostrando o Livro minúsculo de “Romeu e Julieta”.
“Não é... parece com a nossa história, tirando que eles morrem e a gente não. Foi mais ou menos daí que eu tirei o nome Julie... Julieta, Juliet, Julie...” – disse Gina sorrindo.
“Se é parecida com a nossa história, talvez aprecie ler.” – ele disse enlaçando a cintura dela.
“Leia, mas saiba que a nossa história é melhor.” – ela agarrou o pescoço do loiro.
“Tenho certeza disso.”
“Como pode ter tanta certeza?” – perguntou ela.
“Porque...” – ele disse encostando sua testa na dela. – “Por mais obstáculos que apareçam em nossas vidas, nós sempre superaremos. Por mais impedimentos em nosso amor, ele sempre será maior e sobreviverá. Por mais estúpidos que sejemos em nossas brigas, há sempre o perdão. Por mais gente que tente nos separar, nunca nos separaremos. E por mais tempo que passe, eu sempre te amarei.”
N/A: Bom, eu consegui consertar alguns erros que tinham, mas eu só dei uma olhada rápida, desculpem se tiver algum erro, essa fic não foi betada. Essa fic tá aqui no meu pc faz muito tempo pq eu tava com preguiça de publicar, mas agora finalmente está aí pra vcs que leram. E aí gostaram? REVIEWS JÁ!! Bigada por lereem!! =***
Comentários (1)
Eu adorei tudo, principalmente a chegada no hospital e os presentes que ela ganhou, parabéns!
2011-08-23