Ninfadora Tonks

Ninfadora Tonks



N/A.: Eu sei que Tonks é muito mais nova que os marotos, mas não consegui me impedir de colocá-la nessa história, então relevem ;)


O caminho de Hogsmeade até Hogwarts era atravessado pelos alunos do segundo ano em diante em carruagens puxadas por testrálios; mas é claro que a maioria de nós não podia enxergá-los. Os testrálios só podiam ser vistos por quem já tinha encarado a morte de frente.


 


Os alunos do primeiro ano chegavam ao castelo de barco, e naquela noite, eu não os invejava. Estava muito frio, e o lago escuro parecia ameaçador como um monstro, pronto para engolir quem se atrevesse a tocar em sua superfície.


 


Enquanto corríamos para pegar uma carruagem, eu não pude deixar de notar que Severo Snape acompanhava Lílian. Aquilo não era exatamente uma novidade – era de conhecimento geral que os dois eram amigos desde antes de entrarem em Hogwarts – mas me incomodou assisti-los rindo e conversando enquanto as carruagens começavam a andar. Snape fizera amizade com Lestrange no momento em que pôs os pés em Hogwarts, e agora que o garoto se tornara um Comensal da Morte, era natural que eu não quisesse Lílian andando com Snape; afinal, quem poderia garantir que ele não seguiria os passos do amigo?


 


Fiz uma nota mental para alertar Lílian das companhias de Snape, mesmo sabendo que ela não me ouviria. A garota criara um afeto tão grande pelo Sonserino, que tomava qualquer crítica contra o garoto como uma ofensa pessoal. Mesmo as rivalidades entre Grifinória e Sonserina pareciam não significar nada para ela, que admitia ter desejado ser selecionada para a Sonserina quando entrou em Hogwarts, porque sabia que Snape iria para lá. Eles eram inseparáveis, e nada que eu dissesse mudaria isso. Lílian costumava rir e afagar meu rosto quando eu expressava meu desgosto por sua amizade – ela tomava minha preocupação por ciúme.


 


Perdido em meus pensamentos, eu não prestei atenção na conversa ao meu redor, e foi quase com surpresa que percebi a carruagem parando na entrada de Hogwarts. A professora McGonagall caminhava rapidamente até nós. Olhei para Sirius e Thiago, me perguntando o que eles teriam aprontado dessa vez, mas ela se dirigiu a mim.


 


- Sr. Lupin, o Prof. Dumbledore quer vê-lo antes da seleção.


- Hm... Certo.


 


Eu lancei um olhar aturdido por cima do ombro para os Marotos, e acompanhei a professora McGonagall pela entrada do castelo.


 


A sala do diretor ficava no sétimo andar, atrás de uma passagem secreta escondida por uma gárgula de pedra. Observei enquanto a professora dizia a senha e a gárgula pulava para o lado, revelando uma escada rolante circular que levava até uma porta com aldrava de latão. McGonagall bateu duas vezes antes de entrar.


 


Alvo Dumbledore sorriu serenamente quando entramos, observando meu rosto ansioso e confuso por trás dos oclinhos de meia lua. À sua frente, estava sentada uma garota de rosto em forma de coração e cabelos rosa chiclete muito vivos. O diretor fez sinal para que eu me sentasse ao lado dela.


 


- Remo, essa é Ninfadora Tonks. Tonks, creio que já ouviu Sirius falar de Remo Lupin.


 


Com um espasmo de surpresa, percebi que a garota era prima de Sirius – mas o reconhecimento só me deixara ainda mais confuso. Eu já a havia visto outras vezes, mas não éramos amigos – nem mesmo Sirius era exatamente próximo dela, já que a mãe da garota se casara com um nascido trouxa e brigara com a família, o que provocara um afastamento entre os primos, embora Sirius não tivesse nenhum problema com trouxas. Tudo que eu sabia sobre Tonks era que ela era terceiranista, e metamorfomaga – e nenhuma dessas coisas era um motivo para estarmos juntos na sala do diretor.


 


- Alvo, acho que preciso voltar para a festa. Alguém tem de comandar a seleção. – disse a professora McGonagall, que continuava parada à porta.


- Ah, claro. Pode ir, Minerva. Vou tentar mandar os garotos de volta antes que acabe o banquete; afinal, eu também tenho uma ou duas palavras a dizer aos estudantes antes que ele se deitem, e tenho certeza de que Thiago e Sirius devem estar lá embaixo planejando no mínimo detonar uma bomba de bosta no meu escritório caso pensem que seqüestrei Remo definitivamente. – Dumbledore sorriu tranquilamente, e seus olhos azuis se focaram em mim, parecendo me radiografar.


 


Os lábios da professora McGonagall se apertaram em uma linha fina, quando o diretor fez referência à conhecida rebeldia de Thiago e Sirius, mas ela nada disse. Dumbledore esperou até que a porta se fechasse antes de se virar para mim e para Tonks, que parecia muito a vontade, e nem um pouco preocupada por estar na sala do diretor.


 


- Muito bem, Remo. Eu o chamei aqui hoje, porque penso que você poderia ajudar Tonks. Durante o verão, parece que ela topou com um lobisomem não muito amistoso. Temos suspeitas de que seja nosso velho amigo, o Lobo Greyback, mas como já disse antes, são apenas suspeitas. De qualquer forma, pensei que ela poderia dividir a Casa dos Gritos com você, durante a lua cheia.


- Hm... Claro, professor. – eu respondi, perplexo. Por algum motivo, não consegui imaginar a garota sorridente ao meu lado transformando-se em um lobisomem.


- E é claro que não há motivo algum para que seus amigos deixem de ir visitá-lo enquanto estiver por lá. Tenho certeza de que Tonks ficaria encantada por ver demonstrações tão eficientes de animagos não autorizados pelo Ministério. A rebeldia inteligente é muito apreciada entre os adolescentes.


 


Eu não pude deixar de corar furiosamente e baixar os olhos, envergonhado. Nunca pensara que Dumbledore soubesse que Thiago, Sirius e Pedro eram animagos, mas depois imaginei que ele não poderia deixar de notar que os garotos desapareciam toda noite de lua cheia.


 


- Então, acho que estamos conversados. Espero que vocês possam se tornar grandes amigos. – Dumbledore incluiu Tonks e eu em um imenso sorriso. – E agora, acho que todos lá embaixo devem estar se perguntando aonde fomos.


 


O diretor se levantou, e nós o imitamos. Tonks derrubou um porta canetas ao se pôr de pé, e quando abaixou para pegá-lo, as canetas se espalharam pelo chão. Corando furiosamente, a garota puxou a varinha, fazendo as canetas voarem pelo escritório e passarem a um centímetro da minha cabeça.


 


Minutos depois, enquanto descíamos as escadas, pensei que precisaria tomar muito cuidado, se fosse ser amigo de Tonks.


N/A: Hey! Eu disse que era péssima em promessas, não disse? Acho que preciso que alguém me ameace de morte de vez em quando pra poder terminar a fic... rsrs


Estou adorando os comentários, e as perguntas sobre o casal slash... Só que se eu responder perde a graça, neah! Eles não são os principais, mas particularmente gosto muito deles, então podem esperar um romance razoavel (:


Beijinhos :*

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