The Verb Can
-
Capítulo 4 ou "The Verb 'Can'"
Marlene estava esparramada em um sofá no salão comunal, de olhos cerrados, sozinha.
O domingo passara rápido demais e sem nada de interessante. Já jantara, tomara seu banho, fizera os deveres. Suas amigas estavam espalhadas pelo castelo e ela simplesmente decidira ficar ali.
Estava perdida em pensamentos. Por isso, não percebeu a aproximação sorrateira de Sirius.
Ele se ajoelhou ao lado da cabeça da garota e sussurrou em seu ouvido:
-Apesar de você ficar linda assim, se você ficar dormindo no salão comunal, serei obrigado a te levar para o meu quarto. Assim qualquer um pode vir aqui e mexer com você.
Ela riu e virou a cabeça para o lado, abrindo os olhos lentamente.
-Quem disse que eu estava dormindo? – disse ela ignorando a proximidade entre seu rosto e o de Sirius – Eu estava só pensando.
Sirius passou o dedo indicador entre as sobrancelhas da morena, que estavam franzidas. Ela fechou os olhos, relaxando.
-Okay, assim eu vou acabar dormindo. – disse ela, dando um leve sorriso
-Vou admitir para você uma coisa vergonhosa, tá? – ele falou enquanto continuava acariciando o rosto da garota. Ela murmurou em concordância. – Eu acho que senti ciúmes de você com o James ontem aquela hora no corredor. Ridículo, né? Eu não costumo sentir ciúmes das pessoas. Acho que foi porque você ficou a vontade com ele mais facilmente do que comigo.
-Talvez eu tenha ficado a vontade mais facilmente com ele por sua causa. Sabe, por ver que você não é como eu pensava. Que também pode ser meu amigo.
-É, você deve estar certa. Mas, - disse ele cauteloso – quando eu perguntei sobre o que vocês estavam conversando antes da história da praia e a minha chegada, ele ficou mudando de assunto, e não me falou.
Marlene abriu os olhos, encarando Sirius por alguns segundos.
-Vocês estavam falando de mim? – perguntou ele quase inaudivelmente
-Falamos de algumas coisas, entre elas você. Mas eu não quero falar sobre isso. – ela ia virar o rosto para o outro lado, escapando do olhar dele, mas ele segurou seu rosto de modo a encará-lo
-Por quê? – os olhos dele ardiam de intensidade
-Sirius, eu... – ela começou, mas foi interrompida por um passarinho de papel, um tsuru, encantado que pousara em seu nariz. Ela teve agilidade o bastante para pegar a dobradura antes de Sirius. – Tenho que ir.
Ela levantou-se cuidadosa, porém rapidamente, deixando um Sirius frustrado ajoelhado.
A bruxa saiu do salão comunal apressada, parando em um corredor vazio. Pegou o tsuru e desdobrou cuidadosamente. Era um bilhete de Richard, como ela imaginara.
“Preciso te ver. Te espero no terceiro andar, em frente ao quadro dos trasgos.
R.W.”
Marlene andou apressada até o terceiro andar, se segurando para não correr. Borboletas voavam em seu estômago.
Depois de algumas voltas pelo andar, avistou Richard encostado à uma grande pintura de trasgos, de cabeça baixa, pensativo.
-Rick. – chamou ela, ao que ele levantou a cabeça.
-Shh. – ele apoiou o indicador sobre os lábios, pedindo silêncio.
Marlene se aproximou dele, mas ele começou a andar de um lado para o outro. De repente, uma porta de carvalho surgiu na parede.
-Uow. – ela exclamou baixinho
O bruxo a pegou pela mão e, abrindo a porta recém-surgida, entrou no cômodo misterioso.
Tratava de uma pequena sala, com dois grandes sofás e uma ampla janela mostrando o céu estrelado. Uma música tocava baixinho.
-Que sala é essa? Eu não me lembro de ter estado aqui em nenhum dos meus anos em Hogwarts. – disse Marlene andando até a janela, observando a vista
-Chama-se Sala Precisa. Ela aparece quando você precisa e pode se transformar em qualquer lugar de acordo com o que você quiser. – disse Richard em voz baixa, tensa – Basta você passar três vezes em frente ao quadro dos trasgos, concentrada no que quer e o cômodo aparecerá.
-Acho que entendi. Interessante. Você pensou em um lugar com uma janela tão grande e com uma vista tão linda?
Richard aproximou-se de Marlene, ficando mais ou menos ao lado e atrás dela, que continuava a observar a vista.
-Na verdade, não. – disse ele quase num sussurro – Eu só pensei em um lugar onde pudéssemos conversar sem ser interrompidos como aconteceu ontem.
-Ah. – foi a única coisa que Marlene conseguiu falar. Sua mente estava a mil pela proximidade de Richard. Estava arrepiada.
Ele acariciou o ombro da bruxa, desde o ombro até a mão, onde ela entrelaçou seus dedos aos dele.
Ele suspirou pesadamente.
Ela virou-se para encará-lo, ainda com a mão entrelaçada na dele.
-Você me deixou confusa, Rick. – sussurrou ela
-E você a mim. – respondeu ele, observando o rosto dela à luz pálida. Não pode evitar pousar a mão em sua bochecha macia.
-E agora? – Marlene pronunciou as palavras tão baixo que somente estando próximos como estavam, ele seria capaz de ouvir.
-Eu gosto de você, garota. Desde o momento em que entrei nesse castelo não consigo tirar os olhos de você. – ele disse ficando ainda mais próximo dela. Marlene havia se esquecido de como falar. Ele passou a mão da bochecha para o queixo dela, puxando-o de encontro à sua boca. O beijo foi diferente do dia anterior. Começou delicado, calmo. E então foi ficando mais intenso.
O casal parecia incapaz de se separar. Ele encostou Marlene na janela, suas mãos passeando pelas costas da garota.
Ela estava com as mãos na barriga dele, sob a camiseta. As unhas arranhando levemente a pele do rapaz.
Quando suas bocas se separaram, ele passou para o pescoço de Marlene, dando beijos e mordidas.
-Rick... – suspirou ela, abraçando a cintura dele.
-Eu deveria deixar uma marca aqui, para deixar avisado a imbecis como Black que você não está sozinha. – sussurrou ele, a boca roçando de leve a pele do pescoço da bruxa
-Não. As pessoas veriam e fariam perguntas embaraçosas. – ela conseguiu encontrar algumas palavras para responder a ele – Nós já estamos em uma situação... Complicada.
Ele a beijou novamente. E de novo. E de novo. E a cada vez, parecia melhor, eles dois ali, juntos.
-Rick, eu preciso ir embora. Eu não devia estar fora do salão comunal a essa hora. – disse ela, com muito esforço. Seu corpo não concordava com suas palavras.
Ele subitamente ficou tenso, e se afastou dela.
-O que foi? – perguntou ela, com medo do que viria a seguir
-Isso é errado. – ele suspirou com os olhos fechados. Ela se aproximou dele, colocando as mãos ao redor de seu rosto – Não podemos fazer isso, Mars. Não podemos.
-Rick... – ela murmurou – Nós podemos dar um jeito.
-Não, não podemos, Marlene. – ele pousou as mãos nos pulsos de Marlene. Ele abriu os olhos e a encarou – Você é minha aluna. Você é menor de idade. Você é irmã de um dos meus melhores amigos. Não dá para simplesmente apagar essas coisas!
Ela suspirou, deixando escapar uma lágrima.
-Eu sinto muito. – disse ele, secando a lágrima que escorrera do rosto dela – Eu não queria que fosse assim.
-Então por que a gente não pode tentar? – perguntou ela com um fiapo de voz – Rick, você disse que gosta de mim. Eu gosto de você. Por que não podemos tentar?
Ele deu uma risada infeliz.
-Como, Mars? Eu sou seu professor aqui em Hogwarts. Professores não podem ter relações desse tipo com alunos. Eu tenho vinte anos, Marlene. Você tem só dezesseis. Mesmo no mundo bruxo, você ainda é menor de idade, Seu irmão é um dos meus melhores amigos há muito tempo. Imagina qual seria a reação dele ao saber que eu andei agarrando a irmãzinha dele por aí.
-Eles não precisam saber. Nem no castelo, nem na minha família. Como eles poderiam descobrir, Rick? Não posso mudar a minha idade, mas em poucos meses eu serei maior de idade. Não crie mais um obstáculo ridículo. – ela soltava as palavras e as lágrimas rolavam simultaneamente – Você não pode estar falando sério! Eu vim até aqui, com meu coração na mão, cheia de esperanças! Aí você diz que gosta de mim, me faz acreditar nisso e de repente diz que “não podemos fazer isso”? Obrigada e até a próxima?
-Mars, calma. Por favor. – ele pediu, tentando segurar o rosto da garota entre as mãos mas ela se afastou dele
-Eu não quero ficar calma, Richard! – exclamou ela, se esforçando para não gritar – Quem se importa se eu sou sua aluna? Nós podemos lidar com isso! E daí que você é alguns anos mais velho que eu? O que meu irmão tem a ver com nós dois? Ele não manda em mim, muito menos em você!
-Marlene, não é uma questão de mandar em mim ou em você! É uma questão de sermos racionais. – disse ele, com a voz um pouco alterada
Marlene se afastou de Richard, foi até a janela, ficando de costas para ele. Ela tentava a todo custo conter as lágrimas, mas não estava obtendo muito sucesso.
-O que eu estou sentindo por você não é nem um pouco racional, Rick. – murmurou ela – O beijo que você me deu ontem, você não sabe o quanto eu pensei nele. O quanto eu quis que você tivesse se sentido da mesma maneira que eu.
-Eu senti, Lene! – exclamou ele exasperado, puxando Marlene pelo braço para encará-lo – Se eu não tivesse sentido, não estaria com você aqui agora! Mas nós erramos! Não podemos ficar juntos!
Os sentimentos de Marlene foram da profunda tristeza à intensa raiva com as palavras de Richard.
-Eu não errei, Richard! – ela esbravejou – Eu fiz exatamente o que eu queria e não me arrependo nem um pouco!
-Acalme-se, Marlene! – disse ele, segurando-a pelos ombros
-Covarde! – gritou ela, dando socos no peito dele, mas ela não tinha força o suficiente para feri-lo – Você é um grande covarde, Richard! Covarde! Mentiroso!
Ele a puxou contra seu peito, abraçando-a. Ela lutou para soltar-se, mas ele era evidentemente muito mais forte.
-Shhh! – disse ele próximo ao ouvido dela – Não diga essas coisas. É difícil para mim também. Há muito tempo eu não sentia isso por alguém. Eu estou apaixonado por você.
-Não, você está mentindo! – ela respondeu, em meio a lágrimas
-Não estou, Marlene. Todos esses anos eu tinha te visto com a irmã do Adam. Mas desde o último verão, e ainda mais quando eu entrei nesse castelo, tudo mudou. Eu estou sofrendo por você, Mars. – ele sussurrava com a boca colada ao ouvido dela, finas lágrimas escorrendo dos olhos dele – Mas eu não posso me deixar levar dessa maneira. Nem você. Se a gente começar isso, eu não sei o que pode acontecer! E eu não quero que você sofra!
-Eu já estou sofrendo, Richard. – disse ela sem mais forças para gritar
-Agora sim. Mas mais tarde você verá que essa é a melhor alternativa. Eu vou me controlar. E você vai ficar com alguém melhor que eu. – ele beijou de leve os lábios dela, e a soltou
-Eu nunca verei isso como a melhor alternativa. Mas eu não vou mais ficar aqui implorando por você, Richard. – ela secou as lágrimas que escorriam pelo seu rosto, mas outras rapidamente tomaram o lugar delas – Eu vou embora.
-Marlene, espera! Não vá embora assim! – pediu ele, mas ela caminhou firme até a porta, e saiu.
-
Sirius estava jogando xadrez bruxo com Remus, mas o jogo era a última coisa em que Sirius estava pensando.
-Sirius! Sua vez! – chamou Remus – Você quer prestar atenção? Ou então a gente para de jogar!
-Ah, desculpa, Aluado. – respondeu ele – Vamos jogar. Eu to só... Pensando um pouco.
-Boa coisa não deve ser. Quando você e o James ficam pensando demais sempre acabam se metendo em encrenca.
-E você sempre salva a gente. – comentou James, que estava sentado em uma poltrona ao lado, lendo uma revista sobre quadribol.
-Licença, meninos. – disse uma garota loira e alta parando ao lado deles, Emmeline Vance – A Lilly pode ser orgulhosa demais para vir aqui falar com vocês, mas eu não sou. Vocês sabem onde a Marlene se meteu?
-A Marlene sumiu? – perguntou Sirius, levantando-se
-Mais ou menos. Eu e as meninas não a vemos desde o jantar, e ela ainda não apareceu no dormitório. Já é tarde, ela devia ter voltado.
-Eu a vi há algumas horas atrás. Ela recebeu uma espécie de dobradura e saiu correndo do salão comunal. Mas não sei pra onde ela foi. – disse Sirius, preocupando-se – Eu achei que ela já tinha voltado.
-Não, nem sinal dela. A Lilly tá ficando preocupada que ela tenha topado com algum sonserino encrenqueiro. Ela saiu pra procurar a Marlene agora, ela é monitora e pode andar pelo castelo mesmo depois do toque de recolher.
Os três garotos trocaram um olhar que Emmeline não entendeu.
-Nós não sabemos onde a Marlene está, Emmeline. Mas se soubermos de algo, te avisaremos. Er, James, você pode ir lá no quarto comigo?
-Vamos lá. – concordou o outro, já levantando-se
-E o meu jogo? – perguntou Remus
-Bom, eu posso entrar no lugar do Sirius. Não to fazendo nada mesmo. Pelo menos é algo para eu me distrair enquanto aquela maluca não aparece! – a loira sentou-se imediatamente em frente à Remus
James e Sirius sumiram escada acima.
Mal entraram e já estavam abrindo o mapa do maroto, procurando Marlene.
Logo encontraram o pontinho com o nome dela. Estava parado num corredor do terceiro andar.
-Droga, ela tá parada lá, sozinha. Será que aconteceu alguma coisa?
-Calma, Sirius. Pelo menos a gente descobriu onde ela tá. Quem vai até lá? Eu ou você?
-Eu! – exclamou Sirius – Mas não vou levar o mapa, é arriscado. Você vai me guiando pelo espelho de dois lados, ok?
-Ok. Vai lá.
-Tá. – Sirius observou mais uma vez a localização do pontinho que indicava Marlene e saiu correndo do quarto.
-
Sirius finalmente chegou ao corredor em que o mapa indicava que Marlene estava. Quando a avistou, ela estava sentada, encolhida, abraçando os joelhos e com a cabeça baixa.
-Encontrei! – sussurrou ele para o espelho através do qual estava se comunicando com James – Vou lá falar com ela. Já falo com você.
Ele caminhou lentamente até onde ela estava, mas ela não pareceu notar qualquer aproximação. Ele notou que ela tremia.
-Marlene? – ele chamou baixinho, mas ela continuou de cabeça baixa – Mars?
Ele ajoelhou-se em frente à ela e levantou cuidadosamente a cabeça da garota. Ela estava chorando.
-O que aconteceu? – perguntou ele preocupado – Você está bem?
Ela meneou a cabeça, negando.
-Suas amigas estão preocupadas com você. E eu também. Você sumiu.
-Eu queria sumir de verdade. – ela falou com esforço
-Por que? – perguntou ele secando as lágrimas que escorriam do rosto dela
Ela não respondeu.
-Nós temos que voltar pro salão comunal. Precisamos dormir, teremos aula daqui a algumas horas. Vamos? – ele levantou-se e estendeu a mão para ela. Ela hesitou por um instante mas acabou aceitando a ajuda de Sirius para levantar-se. Porém, quando o fez, suas pernas tremeram, sem forças para sustentar-se. Ela não caiu apenas porque Sirius a segurou.
-Você está doente?
-Não. Só nervosa. – ela respondeu voltando a chorar
-Posso te carregar?
-Acho melhor não.
-Como você vai andar até o salão comunal assim?
-Tá bom. – assim que ela concordou, ele a ergueu em seus braços, e ela colocou seus braços ao redor do pescoço dele
Ela apoiou a cabeça no ombro de Sirius e voltou a chorar silenciosamente.
Sirius preferiu deixá-la quieta um pouco, até que quisesse dizer algo a ele.
-Obrigada. – ela falou depois de algum tempo
-Não tem de quê. – respondeu ele
Logo após falar, ela caiu no sono. Sirius depois de algum esforço, conseguiu pegar o espelho para falar com James.
-Pontas! – chamou com medo de que a garota acordasse. O outro garoto logo apareceu – Ela está bem. Estamos a caminho do salão comunal. Me avise se houver alguém no caminho.
-Ok. – respondeu o outro, sumindo em seguida
Quando começaram a descer as escadas, ela pareceu acordar.
-Minha cabeça dói. – reclamou ela
-Você deve estar com muito sono. Ou chorou muito. – respondeu ele sorrindo para ela
-É. Os dois, eu acho. – ela respondeu corando um pouco
-Você pode me contar por que você estava chorando? – ele perguntou o mais casualmente que podia
-O Richard não quer nada comigo. – ela respondeu, sem plena consciência do que estava fazendo. Sua cabeça pesava demais para que decidisse se devia ou não contar a Sirius sobre o que acontecera entre ela e Richard.
Cada músculo no corpo de Sirius se retesou. Ele tentou disfarçar a raiva que começou a sentir.
-Hmm...Ele te disse isso, é? Você, hum, disse que queria ficar com ele? – o maroto falou, tentando conter suas próprias e contraditórias emoções
-Ah, nós nos beijamos, eu disse ao James. E hoje nós ficamos de novo. Mas ele falou que não vai ficar comigo por causa de umas coisas idiotas.
-O James sabia disso? – perguntou Sirius, entre os dentes
-Ah, sabia, sim. Ele viu o Richard me beijando ontem. – ela apoiou a cabeça no ombro de Sirius novamente e fechou os olhos. Ele achou que ela havia adormecido novamente.
Sirius respirou fundo, tentando controlar-se.
-Ninguém pode ficar comigo. – suspirou ela, ainda de olhos fechados, com voz chorosa – Eu não quero ficar sozinha. Mas eu vou ficar. Ninguém pode ficar comigo.
Sirius sentiu um aperto no coração.
-Ninguém, ninguém pode. – ela murmurou novamente, meio dormindo, meio acordada
-Eu posso. – sussurrou ele, antes que pudesse conter sua língua
Ela abriu os olhos e o encarou.
-Isso é bom. – disse a garota, e, segurando o rosto de Sirius, beijou-o.
Sirius parou de andar, meio em choque, meio em êxtase.
-Boa noite, Sirius. – ela respondeu, ao desgrudar a boca da dele, e dormiu novamente em seus braços.
Depois disso, ela não acordou mais até chegar ao salão comunal da Grifinória.
Assim que Sirius passou pelo buraco para entrar no salão, James, Remus e Emmeline foram ao encontro deles.
-O que aconteceu? Ela tá desmaiada? – Emmeline tirou os cabelos que estavam caindo no rosto da amiga – Ela tá pálida!
-Ela só tá dormindo. Quando eu a encontrei ela tava chorando sem parar. E quando estávamos vindo para cá ela... Falou umas coisas estranhas. – Sirius decidiu omitir a parte do beijo – E aí ela dormiu.
-Coitadinha. Que será que aconteceu? – Emmeline passava a mão carinhosamente pelo cabelo da garota que dormia profundamente no colo de Sirius
Sirius encarou James, mas o outro desviou o olhar.
-Será que ela bebeu? – perguntou Remo
-Não. A única vez em que eu vi a Lene bêbada foi quando ela termin- - a garota parou de falar, percebendo que estava falando demais - Ah, deixa pra lá. Enfim, ela não é de beber.
-Vamos colocá-la ali no sofá, Sirius. – orientou Remus – Você também deve estar cansado de carregá-la.
-Ah, tá. – Sirius concordou e pousou a garota cuidadosamente no sofá. Ela não teve nenhuma reação. Porém, um frasquinho caiu do bolso de suas vestes, batendo contra o chão com um leve tilintar.
-O que é isso? – Remus pegou o vidrinho e o observou sobre a luz
-Parece que a Emmeline se enganou quanto a Marlene não beber. – comentou James, enquanto Remus abria o frasquinho e sentia o cheiro que emanava das últimas gotas do líquido ali contido
-O que é isso, Lupin? – questionou Emmeline
-Não sei. – Remus passou o frasquinho para James
-Mau sinal. – disse James cheirando o líquido – Dragão Verde.
Sirius soltou alguns palavrões.
-Eu não faço a mínima idéia do que seja isso. É muito forte?
-Sim, Emmeline, é bastante forte. É whisky de fogo com uma bebida trouxa chamada absinto e lágrima de dragão. – respondeu James – Uma caneca disso deixa o Hagrid no chão de tão bêbado.
-E pelo visto esse vidrinho fez o mesmo com a Marlene. – suspirou Emmeline – Deve ter acontecido alguma coisa séria para ela beber isso. De qualquer forma, ela tem que descansar. Será que eu consigo acordá-la para ela ir para o dormitório?
-Melhor não, Emmeline. Vamos fazer o seguinte: eu levo a Marlene para o nosso dormitório. Ela pode dormir na minha cama, e eu fico em algum sofá aqui do salão. – falou Sirius sério
-Você acha que essa é uma boa idéia? Quer dizer, é o dormitório masculino, e você divide o quarto com outras pessoas... – argumentou a loira
-Falando por mim, e acredito que pelo James, não há problema algum. E o Rabicho também vai concordar. – disse Remus
-Relaxa, Emmeline. Não tem problema.
-Ah, tudo bem, então. Mas por favor, sejam discretos. É melhor ninguém mais ficar sabendo disso.
-Bom, eu vou levar a Marlene lá pra cima. James, por que você não vai atrás da Evans e avisa que a Marlene já está aqui? – sugeriu Sirius, já erguendo a bruxa adormecida novamente – Boa noite, Remus. Boa noite, Emmeline.
Sirius subiu as escadas do dormitório masculino lenta e cuidadosamente. Entrou no quarto, e colocou Marlene em sua cama. Cobriu-a com seu cobertor vermelho, e sentou-se ao lado da garota, observando-a dormir.
-Por que, de repente, eu não consigo parar de pensar em você? – disse ele baixinho, sem esperar realmente que ela estivesse ouvindo. – Boa noite, Marlene.
Ele passou a mão pelos cabelos castanhos dela e beijou-lhe a fronte.
Ele decidiu descer para o salão comunal, e procurar um bom lugar para dormir. Pegou um cobertor extra no armário e saiu. No corredor, porém, encontrou Remus.
-Cara, o James falou que você pode ficar com a cama dele. Ele se ajeita depois no salão comunal. – disse o garoto de cabelos claros
-Por quê? – perguntou Sirius, desconfiado com a boa vontade de James
-Ele disse que você vai ficar melhor se estiver perto da Marlene.
-Hunf. Sei. Tudo bem, então. Já que ele faz tanta questão... – falou Sirius dando meia volta para acompanhar o amigo ao dormitório
-
-Evans! – gritou James no corredor, mas a ruiva não respondeu – Hey! Lilly Evans! Eu estou falando com você!
Ela virou-se para ele com as sobrancelhas erguidas:
-Potter, você não devia estar fora do salão comunal! Eu posso te dar uma detenção por isso, sabia?
-Querida Evans, eu sei muito bem disso! Mas quer me escutar? – ele se aproximou da ruiva
-Não me chame de “querida”! Eu não te dei essa intimidade, Potter!
-Tá bom, tá bom, Evans. Eu só vim te procurar pra falar da Marlene!
A ruiva imediatamente mudou a postura irritada e deixou transparecer a preocupação com a amiga.
-A Lene apareceu? – perguntou ela baixinho, agora se aproximando do maroto
-Ela não apareceu exatamente... Puf e tal sabe... – ele começou, aproveitando a chance dela se aproximar dele por sua própria vontade
-O que aconteceu? Fale logo, criatura! – a ruiva deu um tapa no peito do garoto
-O Sirius a encontrou e levou pro salão comunal. – disse ele, ao que os olhos dela se arregalaram
-O Black? E onde ela estava? Com quem ela estava? Como ela estava? – a monitora despejava as palavras no moreno, agora muito próxima a ele
-Ela estava perdida em um corredor. Sozinha, chorando. Ela desmaiou enquanto o Sirius a carregava de volta para a Grifinória.
-Ah, meus deuses! O que aconteceu com ela? – perguntou a ruiva aflita
-Isso ninguém sabe. Mas... – ele falou fazendo suspense
-Mas o quê, Potter? Larga de enrolar! – os olhos verdes da menina brilhavam de ansiedade
-Nós encontramos um frasco quase vazio de uma bebida alcoólica muito forte. Ao que parece, algo levou a Marlene a se embebedar.
-Pelas calças de Merlin! – exclamou a ruiva – A Marlene não é de beber! Deve ter acontecido algo sério! Vocês a levaram pro dormitório feminino?
-Não. O dormitório feminino tem aquele bloqueio para homens não entrarem. E aí não dava para carregarmos ela até o quarto. Por isso, nós a levamos pro dormitório masculino. Ela vai dormir na cama dele. – o moreno explicou calmamente
-Como assim na cama dele? E onde ELE vai dormir? – ela começava a ficar vermelha como seus cabelos
-Já que estamos indo para o mesmo lugar, por que não vamos juntos? – ele sugeriu ao que ela ergueu as sobrancelhas – Por favor, Evans. Só vou andar ao seu lado.
-Tá. Mas comporte-se, Potter. – disse a ruiva, começando a andar rapidamente
O maroto riu e seguiu a garota.
-
N/A: Oi!
Bom, aqui está o novo capítulo... Desculpem a demora para postar, ele já estava pronto mas eu tive alguns contratempos...
Espero que vocês estejam gostando da fic!
E se alguém quiser comentar, o comentário será muito bem-vindo! ;P
É isso aí gente!
Beeeeeeeijo e até a próxima! (:
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!