Capítulo V
CAPÍTULO V
Em poucos minutos, Hermione se viu despencando, extremamente suja e mal-arrumada, em uma lareira chique e espaçosa. Logo que abriu os olhos, ela percebeu a presença de três pessoas a sua frente, possivelmente empregados de alguém. Os três a olhavam sorridentes e confusos, enquanto ajudavam-na a se levantar.
Quando Hermione foi colocada para fora da lareira, seus cabelos estavam rebeldes e suas mãos, bem como o rosto, jaziam sujas de carvão.
- Uh... Essas viagens costumavam ser mais...
- Ah... Até que enfim! – disse uma voz feminina e desconhecida.
Hermione olhou para o lado, à procura daquela voz. E enquanto percebia estar em uma casa essencialmente luxuosa e bem decorada, notou que uma mulher de aparência bondosa e simpática vinha descendo as escadas. A estranha sorriu assim que seus olhos cruzaram os de Hermione.
- Srta. Granger... Até que enfim posso conhecê-la! – disse a mulher, aproximando-se e tornando os sinais da idade cada vez mais visíveis à garota. – Ora, ora, Ernest... Quantas vezes lhe pedi que tivesse cuidado! Ela está esperando um neto meu!
Hermione arregalou os olhos, enquanto aquela mulher se aproximava ainda mais.
- Oh, minha querida... Peço perdão por Ernest... Sabe, ele ainda não domina perfeitamente nossa língua e por isso sempre causa alguns acidentes com o Pó de Flu.
A mulher virou-se na direção de Ernest, o homem de cabelos brancos que trouxera Hermione e disse:
- Ernest, a senha era “bochecha de macaco”, não “bochecha di macaco”. – concluiu, adivinhando as falhas do rapaz. – Ah... mas deixe-me vê-la direito, minha querida... Que bom que você recebeu minha carta! Eu andava tão receosa... Afrodite, minha bela e alva coruja, sempre foi maravilhosa, mas está ficando velha como a dona, sabe...
Hermione estava sem palavras. Seria aquela mulher a mãe de Severus Snape?
- Oh, meu anjo... Devo estar assustando você... É claro que você não esperava por esta surpresa, não é mesmo?
Conversa vai, conversa vem, Hermione descobriu que aquela mulher era exatamente o que dissera. Sim, ela era M.E.P.S: Madame Eileen Prince Snape...
Severus não costumava falar a respeito de sua vida. Para Hermione, a família dele era um mistério. Na verdade ela sempre achara que ele era um homem solitário, sem parentes, sem amigos. No entanto, naquele dia, a verdade se revelara.
- Ah, minha querida... Eu até entendo que meu amado filho não tenha lhe falado a respeito de mim... Ele é muito calado, eu sei... Mas, para minha alegria, consegui extrair dele algumas pequenas informações a seu respeito.
- É mesmo? Fico admirada, Sra. Prince. Mas... O que ele lhe disse a meu respeito? Nada ruim, espero...
- Hahah... Bem, ele não me disse muito, sabe... Mas foi o suficiente. Eu não teria descoberto nada não fosse o meu infalível instinto materno... Certo dia, quando ele veio me visitar, eu percebi que ele estava mudado. Então comecei a perguntar e perguntar, até que ele não teve escolha. Foi aí que descobri que havia uma tal Srta. Granger. Bem... É claro que eu fiquei muito surpresa quando descobri que você era aluna dele, mas quando ele me disse que era uma sonserina de sangue-puro e muito inteligente...
Neste momento, Hermione sentiu o corpo esquentar e parecia que o sangue começava a lhe subir à cabeça. Sonserina de sangue-puro e muito inteligente?? Ela teria desmaiado ali mesmo, ou talvez teria ido matar Snape novamente naquele exato instante, não fosse um barulho à porta a lhe distrair.
Ela e a Sra. Prince estavam sentadas em um lindo sofá, quando ela percebeu alguém entrando pela porta principal da mansão Snape. A sensação de que estava prestes a desmaiar se intensificou e o calor que estava sentindo há menos de um minuto começou a dar lugar a um frio aterrorizante. Hermione teve a leve impressão de que seu coração parara de pulsar. Ela estava tão petrificada que não lhe era possível nem mesmo desmaiar. A Sra. Prince percebeu que a garota tremia dos pés à cabeça. Hermione estava mais pálida do que jamais estivera e tudo o que podia sentir era um violento friozinho em sua barriga.
Em sua mente, a única coisa que ouvia era o eco de seu subconsciente dizendo, repetidas vezes:
"Não pode ser... Não pode ser... Não pode ser..."
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