Airplane
Chapter One - Airplane
“Nicole, nós precisamos conversar.” Oh my God! Minha tinha vai terminar comigo.
“Agora não dá, to ocupada.” Guitar Rock Tour no celular sempre foi e sempre será mais importante do que a sua família, exceto sua mãe.
“Fazendo o que? Respirando? Pode largar a porcaria desse celular e me escutar.” Ela puxou o celular da minha mão com toda aquela delicadeza típica dela e agora com certeza eu vou ter que fazer a música de novo. Já disse que amo ela? Não? É porque não amo. “É o seguinte, tua mãe morreu.”
“...”
“E você vai pra casa do seu pai.”
“...”
“Então é bom você ir comprar uma passagem para Inglaterra e arrumar as suas malinhas ao mesmo tempo.”
“...”
“A propósito, o seu pai é rico e mora na Inglaterra, e pode deixar que eu falo com ele sobre você ir pra lá.”
“...”
“Não vai se mexer não, lerda? Vai ficar me encarando como se o mundo tivesse acabado?”
“...”
“Você tem que sair dessa casa hoje, não pode morar aqui sozinha, e você não vai morar comigo e eu não vou sair da minha casa pra vim morar nessa porcaria.”
“...”
“Foi ótimo conversar contigo, também.”
“Como ela morreu? Porque ela morreu? Quando? Porque? Eu-eu-eu” Eu comecei a chorar, simples assim.
“Ah, para de manha. Ela tava mal, aí descobriram que ela tinha alguma coisa, mas eu não me lembro bem, sabe? A cueca do enfermeiro tava aparecendo, ai eu me distrai. Enfim, internaram ela, mas ela passou mal e morreu.” Ela jogou o celular em cima de mim.
“E porque ninguém me ligou pra avisar que ela tinha sido internada?”
“Ah, eu não avisei? Devo ter esquecido.”
“COMO VOCÊ ESQUECE UMA COISA DESSAS, SUA PUTA! ELA MORREU E FOI CULPA SUA!”
“Ok, deixa de ser dramática, pega um dicionário de inglês, ou compra aqueles livrinhos pra aprender rápido, sabe? E compra logo a passagem e faz a mala. Eu já vou fazer o grande favor de ligar pro seu pai.”
“Eu não tenho pai, sua imbecil. Ele morreu, ou alguma coisa assim, sei lá.”
“Você tem sim, queridinha. Só que ele é muito rico e não podia ter uma filha bastarda, então você não tem o sobrenome dele, mas ganha pensão. Só não sei como vocês moram nessa caixa de fósforo.” Sem dúvidas esse deve ser o melhor jeito de descobrir que sua mãe morreu e seu pai ressuscitou.
“Ótimo, maravilhoso. Só que eu vou morar aqui, você querendo ou não. Eu já tenho idade suficiente e sou mais responsável que muita gente da minha idade.”
“Você tem dezesseis anos e usa drogas, cala a boca e vai fazer o que eu mandei.”
“Você não pode simplesmente chegar na minha casa e dizer que eu uso drogas porque tenho um cabelo diferente. Quer saber? Eu vou mesmo pra porcaria de Londres, só pra poder ficar bem longe de você.”
“Tá esperando o que então? Não vê que tá me atrasando?”
“Dá o fora daqui.”
“O que você ACHA que me disse?” Tia Cláudia me puxou pelo cabelo até que eu ficasse a alguns centímetros do rosto dela.
“Acho que eu disse ‘dá o fora daqui’ mas eu devo ter pensado ‘sai logo sua galinha ou eu te meto a mão na cara’.” E o melhor aconteceu, eu levei um tapa na cara.
Tem como melhorar meu dia? Minha mãe morreu e eu nem pude me despedir, descobri que tenho um pai e ele não me assumiu porque não pode ter uma filha bastarda, fui expulsa de casa e levei um tapa na cara.
O que me resta? Fazer as malas. Pegar toda a minha roupa, meu notebook, minha câmera, meu iPhone, meus esmaltes, meus produtos pro cabelo, minha coleção de Friends, minha coleção do Blink 182, minha coleção de livros sobre vampiros, minha coleção de Harry Potter. Eu preciso levar minha TV, meu espelho, minha cama... Ok, pelo menos o travesseiro dá... Se ainda tiver espaço nas três únicas malas que temos em casa. Pegar os retratos da mamãe, pegar uma lembrança da mamãe, pegar o meu cofre, meu suco de limão, meu suco de soja, meu chocolate, minha barraca, meu colchão de ar. FU-DEU, eu não vou conseguir levar tudo isso pra Inglaterra num avião. Ai meu Deus, eu já ia esquecendo o Sirius!
Já posso pedir pra morrer?
It's understood, I said it many ways
Too scared to run, I'm too scared to stay
I said I'd leave, but I could never leave her
“Alô?”
“Senhorita Slaviero?”
“A própria coitada”
“Ahn, a sua tia ligou para o seu pai mais cedo e ele pediu para que eu cuidasse da sua mudança enquanto ele está numa reunião.”
“Que seja, eu quero levar a minha cama, o meu espelho e o Sirius”
“O senhor Black?”
“Meu cachorro.”
“Se você acha...”
“Tá, ele era de rua, mas agora ele é meu!”
“Que seja, eu já comprei a sua passagem para Londres. Você consegue se arrumar e chegar no aeroporto em 20 minutos?”
“Tô com cara de the flash?”
“...”
“Tá, esquece.”
“Eu vou para a sua casa, chego em cinco minutos.”
“Como?”
“Tchau.”
E ele desligou na minha cara.
“Veado.”
Depois desse momento tenso eu fui fazer as malas... Tá, mentira, eu fui encarar as malas da mamãe. Enquanto eu estava perdida em meus devaneios, eu escutei um carro parar na frente de casa e tocar a buzina. Olhei pela janela o homem que estava parado do lado do carro mais foda do mundo. Cia?
“Eu conhecia um atalho” Falou o ser que tinha falado comigo no telefone a... alguns minutos, e deu um sorriso de lado.
“E eu conheço o lugar onde as facas ficam guardadas em casa.” Sorri amigavelmente.
“Eu sou Ted, o secretário.”
“E eu sou a Elizabeth Swann, a assassina de rum.” Continuei sorrindo.
“Não, você é Nicole Slaviero, tem 16 anos e...” Ele pareceu me analisar de uma forma estranha. “Que merda que aconteceu com o seu cabelo?” A pergunta de sempre.
“Eu gosto dele assim, e não vou mudar e você não vai se meter.”
“Seria bom você ver se não tem nada morto aí dentro.” Quando uma faca voar na cabeça dele, eu irei achar a coisa morta, mas não vai estar dentro do meu cabelo.
“Já mandei você não se meter.”
“Tá bom. Vamos fazer assim, você se arruma enquanto eu arrumo as suas coisas. Pode ser?”
“E deixar você chegar perto das minhas calcinhas? Claro.” Fui o mais irônica possível, mas creio que ele não entendeu, já que simplesmente entrou na minha casa, e agora ele está mais perto das facas do que eu.
É, acho que o que irá restar da minha família vai ser a minha querida tia e o meu muito presente pai. Ou seja, é o fim dos Slaviero. Enfim, é melhor eu me arrumar, levando em consideração que eu pretendo tomar banho, arrumar meu cabelo, e isso tudo leva em média uns 30 minutos, que se levarmos em consideração que eu tenho que estar no meio de São Paulo em 15 minutos. Fudeu, só pra variar um pouco.
Agora no meio do aeroporto de Congonhas, exatos 13 minutos depois eu me sinto tonta, suja e desarrumada. É como se aquele banho de 5 minutos não fossem o suficiente – e creio que realmente não foi -, e agora o meu cabelo está baixo, molhado e mal penteado, não está aquela coisa volumosa em cima e extremamente lisa em baixo, como de costume, aquele costume o qual eu tanto amo. Ok, ignorando todo esse melodrama capilar, ainda temos o fator secretário maníaco que quer me matar pegando atalhos até chegar São Paulo, se bem que a estrada até São Paulo – a 180km/h, repito: CENTO E OITENTA KILOMETROS POR HORA – foi a parte do percurso mais calma. Andar pelas ruas estranhas da capital em si até chegar em congonhas é que foi realmente tenso e eu fico chocada em perceber que ainda me encontro viva, levando em conta todos os fatores dessa nossa pequena aventura nada simpática intermunicipal.
“Última chamada para o vôo 402. São Paulo-Londres.” Foi um tanto quanto estranho ver que apenas o nosso vôo não havia sido cancelado ou não estava atrasado, encarei Ted enquanto ele já ia se afastando de mim, indo em direção a cabine de embarque.
“Ted, eu preciso te contar uma coisa.” Eu berrei no meio do saguão de espera e todos me olharam. Momento drama Queen scene. “Eu não posso viajar! Eu estou grávida, você é o pai e eu tenho medo de avião.” Sorri inocentemente, enquanto ele parecia ficar... verde.
Todos encararam ele com certa suspeita. Ted devia ter uns 25 anos, era bonito, alto, forte e tinha de certa forma um rostinho aristocrático, além de ter um rosto obviamente estrangeiro.
“Cala a boca e entra logo nesse avião antes que eu te dê um remédio para sedar cachorro. Você me enlouqueceu durante exatos 13 minutos só porque eu estava correndo na estrada, você não leva em consideração que o seu pai vai me esquartejar se você não estiver na casa dele em nove horas?” Uhn, a bicha deu a louca agora.
“Problema é todo seu se resolveu trabalhar para aquele imbecil que acha que vai mandar em mim só porque o sangue dele corre em minhas veias. Se bem que, o sangue de qualquer um pode correr em minhas veias, é só fazer a porcaria de uma transfusão de sangue. Agora deixa de ser imbecil e respeita o meu medo de avião e tudo que eu to passando hoje.” Senti meus olhos começarem a arder e eu ainda sentia os olhares confusos sobre nós que estávamos a uns dois metros de distância no meio do saguão de espera berrando feito um casal em crise.
Ele foi até meu encontro, me abraçou e me deu um beijo na testa, porém quando um grupinho de senhoras de idade começaram a aplaudir ele me arrastou para dentro do avião. Muito romântico. NÃO.
Já dentro do avião eu estava quase entrando no assento enquanto ele me encarava bufando.
“Você não tem nada pra fazer, só pra se distrair? Eu não aguento mais te ver entrar no assento, e se você ficar mais branca –se é que é possível- eu juro que vou começar a achar que você é um camaleão.” Ele resmungou entre dentes para mim.
“Eu deveria fazer uma carta de desculpas para a escola, mas agora que eu vou sair, acho que não preciso mais.” Sorri meio sem jeito enquanto quase quebrava minhas unhas de tanta força que eu usava para cerrar os pulsos.
“Faça.” Ele me pegou pelos ombros e me sacudiu me deixando assustada.
“Dá pra ser um pouco mais sociável?” Ele nem se deu o trabalho de me encarar, apenas me soltou e se levantou. Ótimo, eu vou morrer sozinha e em um avião no meio do oceano, e a única coisa boa que eu vejo nisso é que eu vou poder ver a minha mãe, eu acho.
“Voltei.” Ele puxou a ‘mesinha’ pra cima de mim e jogou o rolo de papel higiênico e uma caneta.
“Sério?” Eu fiz cara de nojo, além do mais, eu não sei o que pode ter passado por aquele papel, e porque raios eu usaria aquela porcaria para escrever?
“Foi o melhor que eu consegui.” Ele voltou a se sentar e fechou os olhos com a maior tranquilidade. Eis que eu tive a melhor ideia do mundo. Chamar a aeromoça e pedir papel. Sou inteligente.
Enfim, após eu ter escrito minha carta para a escola* eu comecei a me sentir entediada e lembrei que estava voando, está certo que já havia se passado duas horas de vôo, mas ainda tínhamos sete infelizes horas. Olhei para baixo, começando a sentir toda aquela vertigem inicial e resolvi fechar meus olhos e respirar fundo. Talvez eu precisasse de um saquinho para respirar. Foi quando senti a mão de Ted apertando a minha.
Olhei para ele, ele ainda estava de olhos fechados, mas estava com o rosto virado para mim, ele abriu os olhos devagar e sorriu gentilmente.
“Não sei como você, sendo filha de quem é, pode ter medo de voar.” Ele riu, mas dessa vez não era zombeteiro.
“Ele viaja muito?”
“Ele gosta de voar.”
“E ele é muito importante?”
“Sim, mas dá pra sobreviver sem ele.”
“E ele é famoso?”
“Pode não ser o mais famoso do mundo, mas pelo menos na Inglaterra se você perguntar sobre ele, todo mundo sabe dizer quem é ele.”
“Ele é legal?”
“Ele é bom para a família.”
“Você gosta de trabalhar pra ele?”
“Sinceramente? Isso é muito relativo.”
“Você só dá respostas vazias.” Ele sorriu.
“Digamos que é melhor você saber melhor sobre a sua vida quando chegar em Londres.” Ele pareceu pensar um pouco. “Eu só não entendo como você não foi pra lá quando tinha 11 anos.”
“Minha carta para Hogwarts nunca chegou, e essa é a maior desilusão da minha vida.” Eu ri e ele concordou.
“Você parece saber muita coisa sobre esse mundo.” Ele parecia apreensivo.
“Eu tenho todos os livros de Harry Potter, e eu estou sempre lendo eles, quando não estou lendo crônicas vampirescas, da Anne Rice.”
“Ah sim, Harry Potter.” Ele riu um pouco sem graça.
“Sabe, eu achei a maior sacanagem a J.K. ter feito a Ginny terminar com o Harry e o Draco com a Astória. Afinal, da onde saiu essa infeliz?”
“É assim mesmo, ela saiu de lugar algum, direto para o Malfoy. Agora, Malfoys e Weasleys? Juntos? Qual o seu problema garota? Tá querendo outra guerra?”
“Calma, eu só falei que gostava desse Shipper, relaxa.”
“Faz o seguinte, vai dormir.” Ele soltou minha mão e virou de costas para mim.
“Mas eu não consigo.”
“Problema seu.”
“Problema seu também! Meu pai vai gostar de ouvir isso!” Sim, isso é um Draco Malfoy feelings.
“Quando eu chegar em Londres eu irei pedir demissão! Você está me enlouquecendo mais do que a família da minha namorada! Você reclama de tudo, você sempre tem alguma coisa para falar, sempre sabe algo a mais. CALA A BOCA! Simplesmente cala a boca e vai dormir! Eu não te aguento mais, você é mais irritante que o seu pai e o seu irmão juntos. Então dorme por bem, ou dorme por mal.” Eu ri. Eu simplesmente comecei a rir de todo aquele teatrinho que ele fez, é incrível a maneira como ele sempre acaba explodindo comigo por causa de nada e ainda acha que me deixa com medo.
Olhei no relógio, já havia se passado quatro horas, só mais cinco horas de viagem infernal pelos ares.
“Desculpa Nicole, é que eu estou com saudades da minha namorada, e também não estou acostumado a viajar por tanto tempo, isso tá meio que me enlouquecendo.” Ele coçou os olhos parecendo cada vez mais cansado.
“Então como você foi para São Paulo?” Ele olhou para cima, parando para pensar.
“Eu me dopei.” Então foi como se um lampejo de luz tivesse passado por seus olhos e os deixados mais claros. “Eu tenho um pouco no meu bolso, você quer?” E novamente os olhos dele ficaram claros.
“Passa pra cá.” Fazer o que? Ele estava cansado, estressado e eu também, com a diferença que eu nunca iria conseguir dormir naturalmente dentro daquela coisa, vulgo, avião.
Horas depois.
“Nicole Slavieiro, eu não pretendo te carregar pra fora desse avião, então é bom você acordar agora ou... ou eu te jogo pela janela.” Um duende apareceu no meio da escuridão e começou a berrar comigo, eu apenas não entendia porque ele estava falando de avião se nós estávamos... olhei em volta... nada,lugar algum. Só eu e o duende no escuro, então veio um clarão direto em meus olhos e Ted estava a poucos centímetros de meu rosto com uma expressão irritada.
“Acordo?”
“Não.” Abracei o braço dele e me virei para o lado.
Então não sei como eu acordei deitada num sofá muito macio de um escritório fodástico com Ted, um homem loiro, um moreno, um ruivo, uma mulher ruiva, outra morena e outra loira e meia dúzia de adolescentes me encarando.
“Ahn, eu não tava no avião?” Encarei Ted irritada.
“Você morreu no avião e eu tive que te trazer até aqui. Faz uma dieta, a propósito.”
“Faz uma dieta, arruma o cabelo, vê sem tem alguma coisa morta nele, cala a boca e vai dormir, você reclama demais, deixa de ser melodramática, para de berrar. Quer saber? O meu pai vai gostar de ouvir isso.” Me sentei emburrada e resolvi analisar melhor as pessoas a minha volta.
Tinha o moreno, meio baixinho, de olhos verdes, cabelo rebelde que apontava para todos os lados e roupas pretas com um sobretudo. Do lado dele, tinha uma ruiva muito bonita, olhos cor-de-chocolate, cabelos ondulados e usava um vestido com uma meia calça por baixo. Me analisando com cara de sabe-tudo tinha uma mulher de cabelos cor de mel, olhos cor de âmbar e estava com calça jeans e um cardigã. E sentado a mesa do escritório, mais afastado de todos, mas ainda assim me olhando, tinha um homem loiro, bonito, olhos claros que ao mesmo tempo pareciam escuros.
Era óbvio que ainda tinha muitas pessoas presentes no escritório, mas eu simplesmente não conseguia tirar os olhos deste homem, talvez fosse pela beleza dele, talvez fosse pela maneira como ele me olhava, ou qualquer outra coisa que eu ainda não havia notado.
“Meu pai tá aqui?” Sussurrei para Ted e ele começou a rir.
“Logo você, que ficou me enchendo o saco com toda aquela história de Harry Potter não reconhece ninguém aqui?”
Olhei para todos novamente, mas de uma forma mais geral e parei no homem moreno que coçava a testa e sorria para mim.
Moreno, baixo, cabelos rebeldes que apontavam para todos os lados, olhos verdes como esmeraldas... então eu a vi. Eu vi a cicatriz.
“HARRY POTTER!” Eu fiquei de pé no sofá e me joguei no colo do homem sem nem pensar duas vezes.
“Sai de cima do meu homem, sua adolescente psicótica cheia de hormônios.” A ruiva cutucava o meu braço com força, mas parecia já estar acostumada com esse tipo de situação.
“Eu achava que você era mais alto e mais novo.” Falei já me soltando do meu ídolo e ele fez uma careta. “Ted...” Parei um momento para pensar enquanto olhava Ted ainda rindo da minha cara sentado no sofá. Não podia ser! Aquele era mesmo...
“Lupin.” Então o cabelo dele adquiriu uma cor que mais parecia um azul turquesa. Se eu ainda tinha alguma dúvida que esses eram todos aqueles personagens que eu vivia lendo, foi naquele exato instante que elas acabaram, mas então veio a ideia de que tudo aquilo era um sonho.
“Foda-se, eu vou mais é curtir!”
“Você não está sonhando.” O homem loiro me respondeu, como se pudesse ler a minha mente.
“Lucius Malfoy?”
“Draco.”
“A incrível doninha quicante.” O que parecia ser Ron Weasley me respondeu sorrindo.
“Ok, já que não é sonho. Eu quero uma prova.” Um dos adolescentes que estava presente me deu um tapa na bunda. Era moreno, tinha olhos azuis e cabelos ondulados.
“Mas que mer- quem é você?” Perguntei revoltada com a mão ainda sobre a bunda sentindo a dor do tapa.
“James. James Sirius Potter.” O analisei dos pés a cabeça. Bonito.
“E quem é o meu pai?” Sorri com cara de idiota encarando o que eu achei ser Hermione Granger.
“Eu.” O encarei e foi como se todo aquele momento mágico tivesse acabado. Não era mais agora um ídolo meu, era apenas o bastardo que achava que era meu pai só porque seu sangue corria por minhas veias.
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* A carta está no resumo da Fic.
Comentários (1)
Adorei o capitulo. :] Vou ler o outro!
2011-03-14