four
-James? – Ele ouviu a voz de sua mãe, enquanto ela batia na porta de seu quarto. – Filho, eu posso entrar?
-Entra, mãe – Suspirou, sentando-se na cama. Sarah Potter entrou no quarto e sentou-se na beirada da cama do filho, hesitante.
-Filho, eu...
-Eu não quero que você tente me convencer, mãe. Não vamos brigar outra vez. – Ele suspirou – Eu já sei porque quero ir pra essa guerra, mãe.
Sarah então ficou silenciosa, esperando o filho falar.
-Tem essa garota no colégio, mãe... – Ele se levantou da cama e passou a mão pelos cabelos, nervoso. – Ela é nascida trouxa – Ele fitou o chão e se apoiou no balcão. Teve que morder o lábio inferior para se conter.
-Eu amo ela, mãe – Sarah teve um sobressalto com aquela frase. Seu filho nunca tinha dito nada parecido antes. Já se apaixonara algumas vezes, mas nunca, nunca falou em amor.
-Eu amo ela, mãe, e eu preciso protegê-la. Eu preciso... – Sarah abraçou o filho pelas costas e James libertou as lágrimas, contraindo o rosto com o simples imaginar que algo de ruim podia ocorrer com ela.
Mãe e filho voltaram a se sentar na cama dele, ainda abraçados. Ela então passou a mão pelo rosto molhado do garoto.
-Eu vou falar com o seu pai – Disse e virou-se de costas para ele, contendo suas próprias lágrimas. Ele não era mais um bebê e, ela sabia, como mães sabem, que seu filho realmente amava aquela garota.
James tocou a mão da mãe, que libertou uma lágrima só. Ela saiu do quarto de James e foi até o seu, onde Alan Potter estava, fechando as abotoaduras da camisa.
-Sarah? Sarah o que hou... – A mulher se jogou nos braços do marido, que abraçou-a.
-Ele quer proteger alguém nessa guerra, Alan. Nós não podemos impedi-lo – Sarah declarou quando se recompôs, entrelaçando os dedos nos do marido. – E não podemos protegê-lo.
A mulher voltou a chorar e se abraçou no marido, que retribuiu, enlaçando-a fortemente com os braços.
Fechou os olhos e engoliu a própria dor.
Não era dela que Sarah precisava naquele momento.
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