four
Latidos agudos e insistentes ecoaram por seus ouvidos, assim como um leve gemido, e patas pequenas pisaram em suas costas. Quem era o idiota que o estava acordando àquela hora da manhã?
-Fifi, por favor, mais cinco minutinhos... – Marlene virou-se para o lado contrário, tampando-se mais, mas os latidos da pequena cadela não pararam, fazendo Sirius rosnar. Estivera dormindo tão bem...
-Okay, tá certo, eu vou levantar, pronto – Marlene se levantou e se espreguiçou, o sol entrando pela cortina entreaberta. Ele teve de abrir os olhos só para vê-la contra o sol, dourada. Mais linda que antes.
-Pronto, levantei, vamos, eu vou caminhar com você – Ela pegou a pequena cadela que pulava na cama, sem ligar se estava pisando no grande cão negro ou não. Com a cadela embaixo do braço, a morena foi para o banheiro e trocou de roupa, vestindo uma calça e um top esportivos. Amarrou o cabelo e vestiu um par de tênis, colocando uma coleira com guia na cadelinha.
Sirius observava as duas atentamente, a cadela não parava de latir e Marlene pacientemente a acalmava com carícias no pescoço. A garota olhou para ele, estirado em sua cama, e deu um sorriso leve.
-Vamos também? – Perguntou e ele deu um pulo, ficando de pé. A garota riu e abriu a porta do quarto , soltando a cadelinha que atravessou o corredor e desceu as escadas como uma bala. Já o cão negro acompanhou-a calmamente pelo corredor, de um jeito que a fez ficar incerta ao chegar até a porta da casa.
-Eu acho que vou arriscar e deixar você sem coleira – Disse observando o cão sentado ao lado de Fifi, que pulava e latia freneticamente.
Abriu a porta e pegou a guia de Fifi, que, se não fosse por isso, sairia correndo loucamente. Foi até o portão, abriu-o e logo estava na rua. O cão negro continuava caminhando lentamente ao lado dela.
Começou a correr ao lado de Fifi, pois sabia que se a puxasse para trás, ela não gastaria aquela energia acumulada. Aproveitava para fazer exercícios, seguindo para a rua que ficava à beira de um bosque lindo, onde gostava de correr.
Sirius corria ao lado dela, tentando não olhar para as pernas da garota. Estava difícil, extremamente difícil, mas não conseguia trair ela daquele jeito, ela achava que ele era um cão. E cães não se atraíam por humanas daquele jeito. Mas aquela cadela estava irritando-o profundamente. Era muita energia pra um corpo tão pequeno.
Eles três seguiram para um bosque bonito. Corriam pela calçada de concreto até que um cara recostado em uma árvore, assoviou para a garota.
Sirius sentiu um monstro rugir em seu peito e parou de correr. Marlene foi perceber aquilo segundos depois, parando de correr lentamente.
O cachorro fitou o homem, que ria levemente, mas que foi parando de rir ao ver a lentidão calculada com a qual o cachorro se aproximava de si. A postura agressiva do bicho e o rosnado, seguido do latido, fez o homem arrepiar-se e recuar.
Quando o cão latiu de novo, o homem virou as costas, ainda arrepiado. Cachorro maluco.
-Ei, não faça isso – Marlene chegou por trás de Sirius e passou a mão em sua cabeça, atraindo a atenção dele. – É feio acuar as pessoas, viu?
-Você devia cuidar melhor desse cachorro, moça – O homem disse, cínico, e Marlene sorriu amarelo, passando a mão na cabeça do cachorro.
Sirius sorriu. Aproximou-se do homem calmamente e cheirou os pés dele, fazendo-o estremecer levemente, porém sem sair do lugar. Sabia que o machão ali não permitiria que a moça pensasse que estava com medo de seu cachorro.
Então, em um golpe de mestre, Sirius levantou a pata traseira e, virado para o homem, libertou todo o conteúdo de sua bexiga nos sapatos pretos do cínico desafiador.
Saiu correndo e Marlene saiu atrás, desculpando-se, enquanto o homem xingava e reclamava, batendo o pé.
Marlene alcançou Sirius e segurou-o pela pele sobressalente do pescoço, puxando-o. Ele ganiu.
-Vamos para casa – Declarou e levou os dois cães para casa, sem nenhum protesto por parte deles.
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