one.
And if I never see your face again
I don't mind.
Ela tocou a campainha do apartamento, confusa. Mas tudo ia se resolver, certo? Ela fora até ali, e esta era a parte mais complicada.
- Granger? – Malfoy murmurou, com o cenho franzido.
Hermione lhe ofereceu um sorriso desconfortável, e tentou – ô se tentou! – não reparar ao fato de que ele estava sem camisa e a barba por fazer. Mas sentiu ímpetos violentos de passar sua mão pelo físico sarado do ex-inimigo, deixar que as mãos dele corressem por seu corpo e que ficasse presa entre o corpo dele e algo mais, que podia ser A cama, mas também podia ser qualquer lugar.
Ele pareceu meio nervoso, o que não era tipicamente Malfoy, e passou a mão nos cabelos.
- Ok, antes de entrar aqui, quero que me prometa uma coisa. – Falou, olhando para os lados.
- Lá vem merda...
- Sangue-ruim. – Ele a censurou, com um olhar dominante. – Prometa que não vai armar nenhum escândalo ou me dar qualquer sermão. Tsc, tsc. Caso contrário, será expulsa do meu apartamento.
- Ok, ok. Eu... – Ela pausou, fixando o olhar nos dele, exitante. - ... Prometo. – Completou, entrando em pequenos passos no apartamento.
Quando ela adentrou, um forte cheiro de sexo invadiu suas narinas. Argh, gemeu, censurando ele com o olhar, especialmente quando notou que uma loira desconhecida estava completamente à vontade tomando café da manhã.
- Oi. – A desconhecida falou.
- Essa é a... a...
- Anne. – A garota completou, sem se importar. – Prazer! – Falou, enquanto recheava uma torrada. – Então você é A famosa Hermione Granger?
Draco permanecia alheio a conversa das duas.
- Famosa? – Hermione perguntou. – É, fui eu quem ajudou Harry e Rony a derrotar o Lord Vold...
- Não, não. Quando eu disse famosa, eu quis dizer que Draquinho não para de falar de você nenhum segundo. – A loira falou, dando uma olhada em seu relógio. – Ah merda, tô atrasada pra reunião! Preciso ir, mais uma vez, prazer em conhecê-la Granger! – A garota pegou a bolsa e colocou em seu ombro de forma delicada. – Se precisar é só ligar, Draquinho. Beijos. – E saiu do local, batendo a porta do apartamento sem grande força.
- Famosa? – Hermione repetiu, fitando-o.
- Que foi? – O loiro murmurou. –Não posso mais falar sobre nossa aversão?
Ela revirou os olhos, cansada de argumentar.
- Que seja. – pausou. – E quem diabos é essa Annie, doninha?
- E eu devo satisfações a você porque...? Ah, espera: eu não devo satisfações, tsc tsc tsc. – Ironizara, seguro. – De qualquer maneira, a...
- Annie?
- Pois é, essa aí é mais uma em minha lista, claro. – Retrucou, dando seu melhor olhar de tensão. – Afinal, qual era o assunto tão urgente que precisava vir aqui me dizer às... – Olhou em seu relógio. – 7hs da manhã? – Dera uma segunda pausa. – Que eu saiba, só nos falamos no St. Mungos... E olhe lá, tsc tsc tsc!
- Preciso da sua ajuda. – Dissera.
- Já pensou em procurar o Potty ou Cenoura ambulante? Porque, não sei se você percebeu, mas eles é que... Fazem esse tipo de coisa.
- Que tipo de coisa?
- Ajudar sangues-sujos.
- Idiota. – Ela murmurou, revirando os olhos. – Ok, eu vou logo ao ponto: Quero ter um filho. – Ela falou, alegremente, enquanto o observou cuspir o café que havia acabado de bebericar no tapete da sala.
- Perdão, Granger? – Falou, fitando-a com os dois olhos cinzas bem arregalados.
- Um filho.
- Agora?
- Argh, não com você, loiro aguado!
Ele respirou fundo, dando um sorriso.
- Então... – Ele recomeçou, irônico. – Potter ou Weasley? Qual deles você quer que seja o pai?
- Não é tão fácil assim, além do quê, eles são meus melhores amigos... Eu estive pensando em... Inseminação artificial. Não pode ser tão difícil, certo?
- E não é. – Ele completou. – Mas qual o problema?
- Ok, eu queria ter acesso as fichas dos doadores e, hmmm, se possível, através do Hospital, queria que pudéssemos inventar razões pra fazer entrevistas... Quer dizer, não quero esperar um filho que tenha vindo de algum cara de genes estúpidos... Por Merlin, não! E já que você trabalha no St. Mungos...
- Você também trabalha, caso tenha esquecido Granger. – Ele reverteu.
- Eu sou a chefe da ala psiquiátrica, imbecil. – Pausara. – E você é o Diretor do Hospital! Notou a diferença?
- Claro, superioridade gritante, não é? Tsc Tsc Tsc.
- Cala a boca, Malfoy.
- Você calaria?
- Argh, cantadas adolescentes... Já pensou em crescer? – Ironizou ela, com um sorrisinho.
- Já. Mas eu prefiro apreciar minha juventude imortal... – Afirmou.
- Não sabia que uma conta bancária era sinônimo de beleza estética, tsc. Porque é óbvio que as mulheres só saem com você por interesse.
- Mas pelo menos eu ainda transo, certo?
- Com pseudo-prostitutas? Haha, aposto que sim. – Falou, ácida.
- E você?
- O que tem eu?
- É tão incapaz de arrumar uma transa pra procriação que prefere ser mãe através de um processo médico, o que na verdade só expressa a sua gigante frigidez?
- Eu não sou frígida! E muito menos incapaz, argh!
- Ainda se lembra da última vez que transou?
- Que tipo de pergunta é essa, Malfoy?
- O tipo de pergunta que reconhece o fracasso da sua vida sexual. – Argumentou, dando mais um gole no café.
- Que seja. Vai me ajudar ou não?
- O que eu ganho em troca?
- Eu peço demissão.
- O quê?
- Demissão, Malfoy. Não era isso o que queria?
Ele pareceu incomodado.
- Óbvio, Granger. – Dissera, a contra gosto.
08:15
- Aqui estão as pastas com os perfis de todos os doadores de esperma. – Draco indicou, dando um bocejo e passando a mão no cabelo bagunçado. – O futuro pai do bebê Granger, tsc tsc tsc.
- Qual foi a desculpa que deu pra chamá-los aqui no hospital? – Hermione quis saber, curiosa.
- Disse que era uma questão de burocracia. – Esclareceu. – De qualquer forma, o primeiro imbecil chega aqui em 15 minutos... Um tal de Evan Madson. – Falou, lendo a ficha. – Hoho, isso vai ser engraçado...
- Perdão? O que vai ser tão engraçado?
- Entrevistar todos esses perdedores, tsc tsc tsc. – Completara, convencido.
- E quem disse que você vai ficar nas entrevistas, hã? – Fizera a pergunta, revirando os olhos sarcasticamente.
- Uma das condições do acordo, por sinal.
- Você tem "condições"... – Fizera aspas com as mãos. - ...? – Dera uma pausa, após observá-lo confirmar através de um olhar superior. – Imbecil.
Ouviram pequenas batidas na porta, que antecederam a secretária.
- Sr. Malfoy...? O Sr. Evan está aqui, esperando pra vê-lo. – O simples anúncio fez com que Hermione ficasse rígida de nervosismo.
Por Merlin, aquele poderia ser O Pai!
E também poderia não ser. Hermione completou, quando viu o homem que entrara.
Era bem moreno. Com lábios grossos. Cabelos encaracolados. E tinha tatuagens por diversas partes do corpo. Tatuagens! Argh!
A castanha, desde que se entendia por gente, TINHA... problema com tatuagens. Especialmente aquelas que ficavam espalhadas por todo o corpo e tinha uns desenhos meio assustadores.
- Eu sou o chefe da clínica, me chamo Draco Malfoy. – Falara, apertando a mão do tatuado. – E essa aqui é a Dr. Granger, psiquiatra do St. Mungos. – Dissera, apontando para Hermione.
- Como vai aê, galera?
A castanha respirou fundo, dando a graças a Merlin que não fizera a inseminação artificial.
- Hã, bem, Sr. Evans. – Respondeu, confusa. – Muito obrigada pela visita, entraremos em contato Ok. – Dissera, empurrando o homem em direção a porta.
Quando voltou ao seu lugar, deparou-se com a figura do loiro, num sorrisinho sarcástico.
- Vai a merda, Malfoy. – Murmurou.
- O que eu fiz, Granger? – Ele perguntara, fingindo ingenuidade.
Ela apenas revirara os olhos.
08:45
- Olá, sou a psiquiatra chefe, pode me chamar de Dr. Granger, se preferir. – Ela murmurou, de forma profissional, fitando o estranho de cabelo loiro que acabara de entrar.
- Claro. – Ele murmurou, sorrindo.
Ele não era feio. Nenhum pouco, Hermione admitiu, enquanto observava os olhos verdes.
- Me chamo Aaron, Aaron Sparks. – Apresentou-se, seguro.
- E eu sou o Diretor da clínica, Draco Malfoy. – O loiro se dispusera, quebrando o tênue contato entre o estranho e a Granger.
Por Merlin, Granger estava... Flertando?
Francamente! Exclamou pra si mesmo, afetado.
Fuzilou-a com os olhos, mas ela não lhe dirigiu qualquer atenção.
Apertou a mão do rapaz com força acima do normal, sentiu, segundos depois, que estivera tão perdido fitando Hermione, que esquecera de soltar a mão do Maldito Aaron Sparks. Quem aquele imbecil pensava que era, pra ter algum direito de simplesmente chegar e... Hipnotizá-la?
08:50
Estivera nos últimos minutos ouvindo o imbecil a sua frente responder uma série de perguntas de todas as espécies, que obviamente pareciam ainda mais imbecis cada vez que Granger derretia-se com as respostas.
- Gosta de música clássica? – perguntara, atenta aos verdes do doador de esperma.
- Você não? – Indagara de volta. – Não acho possível que alguém que não goste de Mozart... – O outro loiro dissera, sorrindo.
Mozart? omg, ele gosta de Mozart! Ele entende de Mozart! Ah meu deus, ele seria... o pai perfeito! Convenceu a si mesma, contente. Ainda que, hã, ele não fosse tornar-se literalmente O pai e sim apenas o maldito doador.
- Malfoy? – Chamou-o, com tom de voz radiante. – Precisamos conversar. – Falou. – Nos daria um segundo, Sr. Sparks? – Pediu.
Lá fora do consultório, o loiro apenas ergueu uma de suas sobrancelhas, ciente que viria merda pela frente.
- Eu já escolhi!
- O quê? – O loiro sussurrou, franzindo o cenho. – O imbecil de cabelo engomado?
- Ele não é um imbecil. Mas sim, estamos falando dele. – Sorriu, nas nuvens.
- E se ele estiver mentindo? E se ele estiver dizendo exatamente o que você espera ouvir?
- Como alguém pode saber o que espero ouvir hã? – Questionou, astuta.
- Prazer, meu nome é Draco Malfoy. – Ele começou, puxando-a lentamente pra beijar o canto da boca dela, e logo em seguida apertou a mão dela como se houvessem acabado de se conhecer. – Não sei bem o que dizer sobre mim, mas não sou um intelectual. É claro, eu gosto da 9º sinfonia de Beethoven e um pouco de Nietzsche, mas não o bastante pra ficar louco como qualquer um deles, tsc tsc tsc. – Terminou, sorrindo sedutoramente. – Quer meu esperma? – Acrescentou, sugestivo.
Ela lhe deu uma tapa em seu ombro.
- Ok, tem razão Malfoy. Parece fácil demais mentir durante essa entrevista... Mas eu não vejo outra maneira de avaliar os doadores. – Encerrou, distante.
E se o tal Aaron Sparks não passasse de algum cara tão esperto e charmoso quanto Malfoy? Desde quando Malfoy era charmoso?
Hermione suspirou.
- Eu entendo de cafajestes, Granger. Por que não me deixa tentar avaliá-lo? – Perguntou, voltando ao maldito sorriso arrogante.
Voltaram a sala calados.
- Sr. Aaron... – Malfoy começou, após sentar-se na poltrona com certa prepotência. – Disse gosta de Mozart... Certo?
- Hã, acho que sim. – O outro loiro dispôs-se a concordar, fitando Hermione.
Draco Malfoy sabia como deixar alguém nervoso, devemos levar em consideração.
- Qual a composição de Mozart que mais gosta?
- Eu, er, aquela da... Hã, melodia clássica, você sabe... Aquela que tem notas bem...
Draco ergueu uma de suas sobrancelhas, ato que quase fez Hermione sorrir [Ok, quem podia culpá-la, se aquele loiro irritante ficava sexy quando fazia isso?], e esperava uma resposta do desconhecido com um sorriso de desprezo exposto.
- Não conhece realmente as composições de Wolfgang Amadeus Mozart, conhece?
Comentários (1)
Já estou começando a gostar...
2012-02-11