O Ás de Paus



 Parte dois



A segunda mensagem


 


O Ás de Paus


Acordei com a cozinha rodando. Parecia que estavam me girando sem me tirar do lugar, essa sensação era estranha e complicada. Dois caras de preto estavam parados na frente da geladeira. O que eles tanto queriam ali?


– Acho que ele está acordando, Jimmy. – O mais alto falou.


Os caras usavam mascaras pretas. Pareciam estar com calor em baixo da meia de algodão que estava cobrindo sua face. O carinha menos baixo estava fechando a porta da geladeira. Os dois se sentaram na mesa como se fossem íntimos aqui de casa. Folgados.


– Você sabe porque estamos aqui?


– Eu devo imaginar. A carta.


– Acertou.


Por mais estranho que pareça eu poderia estar sentado e totalmente amarrado, com fita na boca e os dois com o local escuro. Mas não, eu estava sentado na cadeira, sem fita e sem cordas me amarrando. Os dois caras agora me fitavam nos olhos, eles estavam sentados nas cadeiras a minha frente.


O que eles estariam fazendo aqui? Vieram pegar a carta? Me cobrar? Eu tinha feito algo de errado? Ou talvez eu simplesmente tinha falado para a Hermione e eles tinham descoberto.


– Antes de tudo ,desculpa pelo chute na sua nuca. – ele parecia o Jimmy.


– Sem problemas. Você entra na minha casa, me bate, me deixa desmaiado e come o que tem na minha geladeira. Sem problemas cara, de boa! – disse ironicamente, mais ele entendeu que eu estava falando a verdade, lá no fundo, bem no fundo, naquele “fundo” esquecido mesmo.


– A gente veio te entregar uma coisa. – disse o outro cara. Ele levantou um envelope parto com os dizeres “Rony Weasley”.


Eu gelei. Seria outra carta? Outro compromisso? Outros endereços? Outros lugares? Outras pessoas a ajudar? A observar? A “mudar”? Suspirei no final, sabia que era egoismo meu eu não aceitar o que estava naquele envelope. Alem do mais que os dois caras de capuzes mataram, não eu, mais a comida da minha geladeira...


– Para quem vocês trabalham?


– Não sabemos.


– Como vocês trabalham pra uma pessoa e nem sabem quem é? – perguntei, indgnado.


Como duas pessoas trabalhavam para uma pessoa que nem conheciam? Por um lado, eu fazia isso também... Aquele assunto ficou boiando, e morrendo. Um o Jimmy olhou para o relógio e logo cutucou o outro.


– John, ta na hora.


– Ok Jimmy. Desculpa de novo Rony.


– Pelo o que? 


Eles riram ironicamente.


– Pelo o que vamos fazer.


Pá. Tudo ficou preto. Um preto que me intrigou. Será que agora eles tinham me matado? Não, felizmente não! Eu acordei jogado no chão da cozinha com a Hermione me balançando esteticamente.


– Rony, você está bem? O que houve?


– Hermione, fica quieta. Estou bem, e por fvor, não grite, estou com uma dor de cabeça dos infernos.


– O que houve? – disse ela, contendo os gritos estéticos.


Eu me sentei no chão. As coisas ainda estavam meio rodando e nubladas. Percebi que as compras estavam jogas no chão. O envelope estava na mesa. No meio dela. Os pratos que os indivíduos estavam ainda na mesa, aqueles porquinhos e sem educação. Comeram de graça e nem limparam. Argh! A Hermione estava me examinando e logo encontrou o roxo na minha nuca.


– Ronald! Fale agora! – ela disse, se levantando e indo na direção da geladeira.


– Ok, melhor você se sentar. Porque o negocio é cabeludo e cheio de mistério.


Ela voltou em um pulo. Com o várias pedras de gelo dentro de um saco plástico. Eu não podia esquecer nenhum detalhe daquele momento intrigante que aconteceu comigo.


 


Era onze horas da noite, e o jogo de cartas estava empolgado. Eu estava meio preocupado, o envelope estava junto a carta de ouro em baixo das almofadas da minha “cama” (para você que não prestou atenção, ou não leu capítulos anteriores, a minha cama é o sofá da sala!). E eu tinha me esquecido completamente do envelope pardo.


Harry tinha chegado com um docinhos novos. Ele achou uma lojinha no centro de Londres  que vende doces, ele definiu a loja como a Dedos de Mel trouxa. Os doces dessa vez, eram balas de gelatina em formato de ursos. Engraçados e pareciam ser saborosos!


– Tem certeza que você jogou uma carta fora?


– Eu já disse Gina, eu comprei e joguei essa merda de carta fora.


– Olha, eu sou mulher, se acalme comigo Ronyzinho!


A gente riu. Eu e a Gina sempre fingíamos estar brigando ou discutindo. Nossa relação sempre foi sem brigas e passiva. O jogo estava bem equilibrado, todos queríamos experimentar o novo doce que Harry encontrou. Era mais ou menos umas 30 balas daquelas que ele comprou. Hoje, o premio do jogo era quinze balas.


– É, parabéns Hermione. Esta jogando bem, e ganhando demais. Não gosto muito disso...


– Acho que você não esta muito concentrado no jogo Rony, e sim, nas balas! – Hermione disse, me tirando.


– Haha.


– Ultima rodada, vamos ver, Harry e Hermione estão empatados com seis vitórias cada um. Acho que vocês vão ter que desempatar!


Aquela rodada tinha sido ela que tinha ganhado, como algumas outras. Ela era boa no jogo quando queria, e eu sabia que ela tinha potencial para cartas, e outras coisas. Depois de alguns minutos, a Hermione ganhou. E eu fui direto para o sofá. Quando eu fui colocar meu travisseiro no sofá eu vi o envelope. Suspirei. Eu deitei no sofá e levantei o envelope para cima.


Deitado e olhando o envelope, eu pude refletir sobre o que eu tinha levado até aquelas pessoas. E o que eu tinha tirado também... Tinha tirado de Sophie o medo e da velinha a amargura.


Pensei o que teria ali dentro. Uma recompensa? Uma cheque?  Eu sabia que aqueles homens eram da mesma “espécie” do que deixou a carta no meu correio. Então eu tinha algo importante a ver quando eu abrisse o envelope.


– Ainda acordado? – perguntou Hermione, entrando na sala.


– Não, sou sonâmbulo!


– Atá, sei. – ela riu. –Vim te trazer algo. – ela disse, se sentando do meu lado


– O que? – perguntei, colocando o envelope junto a mesa de centro da sala.


Ela pegou minha mão e colocou cinco ursinhos de gelatina. As balas.


– Ta louca? Você ganhou. O premio é seu.


– Por ser meu, eu faço o que quero! E você precisa mais do que eu!


Eu sorri. Eu olhei para minha mão: um ursinho vermelho, um ursinho verde, dois ursinhos laranjas e um azul. Enfiei os cinco ursos na boca. Triturei eles devagarzinho.  Desmanchei a cabeça, corpo e orelhas dos ursinhos coloridinhos um a um.  Eles eram gostosos!


– Você é meio esganado Rony. – disse Hermione, depois de me observar mastigar os ursinhos.


–Você já devia saber disso .


Ela ficou vermelha, e eu com um pouco de vergonha. Ela se levantou.


– Já descobriu o que tem ali? – ela apontou para o envelope.


– Não. To procurando a coragem pra abrir o envelope, mais acho que ela esta no meio das almofadas, escondida sabe?


Ela sorriu.


– Quando achar ela, diz pra ela e avisar o que tem no envelope, se ela querer. Boa noite.


– Ok. Boa noite.


Ela caminhou em direção as escadas, e o envelope ficou me olhando. Ele ficou me olhando e me tentando a abrir ele. Ele era esperto!  Ele me encarava e me dizia: “Me abra”. Eu estava procurando a coragem. Ela parecia não estar naquela sala.


O silencio mortal tomou conta. Eu olhei para a televisão, o meu reflexo estampado nela estava nítido. Mirei para o porta retrato que tinha do lado da televisão, uma foto de todos nós (Hermione, Harry, Gina e eu). Estávamos em um parque de diversão trouxa.


Depois olhei para a janela, estranho eu olhar para ela, porque ela estava fechada, mais senti vontade de olhar para ela. Depois encontrei o trinque da porta. Ele estava parado.


– Não esqueça de escovar o dentes.


Ah! Eu estremeci. Hermione sempre me encontrando e falando nas horas mais tensas.


Ela subiu  escada novamente. Eu escutei seus passos. Ela caminhou pelo corredor e depois entrou no quarto. O ranger da sua cama ao se deitar, eu pude escutar. Depois disso, encarei o envelope. O peguei de surpresa. Ele não olhava para mim. Eu tinha que acabar com isso!


Peguei o envelope rapidamente e rasguei a ponta dele. Foi um rasgo brusco, forte e bruto. Eu avistei uma folha dobrada. E a puxei devagar  para fora do envelope. Eu a abri.


“Ronald Weasley,


Seu trabalho foi totalmente perfeito até agora.


Não foi em vão que confiei a você essa missão.


Você está no caminho certo!


Boa sorte na sua nova missão.


Ass: Alguém “


Eu resolvi olhar o envelope que eu deixei cair.  Tinha algo para fora. Eu peguei o envelope e abri. Ela me esperava. Puxei ela para fora. Ela era padrão igual a outra, apenas seu naipe mudou. Paus. O naipe de paus. O ás de paus.


Nela, da mesma forma da outra, no mesmo lugar, dois endereços.


Os endereços mudaram, eles eram intrigantes.


 


Rua Anchietta, número 15, quatro horas da tarde.


Rua Adda Maskarenhas, número 9, dez horas da manhã.


 


Meu coração bateu forte.


Eram mais duas pessoas, dois endereços, duas missões, e mais do que isso, duas responsabilidades. 


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