No Expresso de Hogwarts



Logo depois de nos despedirmos de nossa família, eu e meus primos entramos juntos no trem, mas James em pouco tempo me deixou sozinha com Al para poder se encontrar com seus amigos. Por isso, ambos nervosos pelo primeiro dia e pelo medo de cairmos em Slytherin, fomos tentar achar uma cabine vazia. Depois de muito andar, quase no final do trem encontramos uma e não pude deixar de relaxar um pouco, afinal até que estávamos com sorte!


Infelizmente a sorte não durou muito, pois uns 15 minutos depois a porta foi aberta e um garoto, também primeirandista, um pouco acanhado apareceu. Se fosse qualquer outro menino, não teria o menor problema, seria até legal começar a fazer amizade antes mesmo de chegar a Hogwarts. Mas era justamente aquele cujo pai a alertara, não dava para confundir seus cabelos platinados e seu rosto fino. Realmente era muito azar que Scorpius Malfoy escolhesse justamente aquela cabine para abrir! Mas aparentemente, ele não sabia quem eu era ou mesmo Al, porque meio encolhido ele perguntou:


- Vocês se incomodam se eu ficar aqui? Todas as outras estão cheias...


Não fazia idéia do que responder! Meu pai tinha me dito para não ser amiga dele, mas minha mãe também sempre me ensinou a tratar todo mundo com respeito e seria muita falta de educação o mandar embora... Aparentemente, Al também não sabia o que fazer, pois apenas encarava o garoto a sua frente. Logo depois me recompus e tentando não ser muito rude respondi que tudo bem.


Não tenho certeza se ele reparou em nossos rostos de poucos amigos, mas definitivamente o clima na cabine ficou tenso. Ninguém falou mais nada, e ele simplesmente entrou, sentou em um canto e ficou olhando para o colo, até que, por fim, pareceu ter encontrado um pouco de coragem para perguntar nossos nomes.


- Ahm, meu nome é Scorpius Malfoy, qual é o de vocês?


Meio na dúvida em como respondê-lo, resolvi ser neutra.


- Rose Weasley.


- Albus Potter. – Pelo visto Al também seguiu o mesmo caminho que eu.


Pela cara de susto do Malfoy, tive certeza que ele não sabia até ali quem éramos e mais uma vez a cabine caiu em um profundo silêncio.


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Terminei de me despedir dos meus pais e logo fui procurar um lugar para ficar durante a viagem, me sentindo sozinho por não conhecer ninguém e um tanto quanto inseguro, definitivamente bem ao contrario do meu pai em seu primeiro dia. Mas eu era mesmo bem diferente do que ele costumava ser. Afinal, apesar de ter crescido no luxo como ele, e Malfoy continuar sendo um nome conhecido no mundo bruxo, não era pelo mesmo motivo. Antes era por causa da imponência e poder da família que todos temiam e respeitavam, mas que depois da guerra ficou desgraçada. Meu pai teve que lutar muito para tentar recuperar um pouco do respeito que tinham, mas claro, não da mesma maneira. Ele se esforçou para se tornar um curandeiro respeitado por seu talento e por ajudar quem quer que precise, podendo assim recuperar um pouco do orgulho próprio e voltar a andar de cabeça erguida. Acabou se casando com a minha mãe, que também é sangue-puro, mas nunca se vangloriou sobre isso comigo e por mais que parecesse difícil para ele, sempre me ensinou que não importa se a pessoa vem de família bruxa ou não. Também tentou participar mais da minha vida do que meu avô da dele, fazendo com que, apesar de tudo, minha infância fosse bem melhor e com muito mais carinho do que a própria. Acho que é por isso tudo que quando estou em meu ambiente sou totalmente desinibido e até um pouco arrogante, mas quando cercado por estranhos, um pouco tímido.


Procurei em todo o trem, mas parecia que já estava tudo lotado! Não era possível que eu tivesse que ir sentado no chão o caminho todo, era? Já estava pensando no meu grande azar quando finalmente encontrei uma cabine que só tinham duas pessoas, uma menina de cabelo ondulado muito ruivo e olhos azuis intensos e algumas sardas pelo rosto e um menino de cabelo preto e desarrumado com olhos extremamente verdes. E aparentemente, para minha sorte que começava a florescer, eram primeiranistas, como eu. Levemente acanhado, perguntei:


- Vocês se incomodam se eu ficar aqui? Todas as outras estão cheias...


E imediatamente me arrependi. Não sabia qual era o problema, se era eu ou o que, mas nenhum dos dois pareceu muito feliz em me ver, mas apesar disso, e depois de uma longa encarada, a menina respondeu que eu podia ficar lá. Entrei e me sentei num canto e como não sabia o que fazer, fiquei olhando para o meu colo. Fiquei ponderando se deveria ou não perguntar o nome deles e já imaginando que talvez minha sorte não estivesse mesmo aparecendo. Apesar de perceber que me lançavam olhares discretos e cheios de alguma coisa que eu não pude identificar no momento, resolvi arriscar e me apresentar.


- Ahm, meu nome é Scorpius Malfoy, qual é o de vocês?


- Rose Weasley.


- Albus Potter.


Eles responderam secos e depois de um segundo de ponderação. E claro, agora eu entendia tudo. Entendia que era com certeza o dia mais azarento da minha vida. Porque logo no meu primeiro dia de Hogwarts, eu só encontrara vaga em uma cabine com outras duas crianças, para logo descobrir que eram simplesmente uma Weasley e um Potter! Deveria ter suspeitado daquele cabelo laranja! De todas as famílias que eu podia encontrar, essas eram as piores! O desentendimento entre meu pai e os pais deles era lendário, assim como o fato de que meu pai e avós só não apodreceram em Azkaban porque Harry Potter interveio a favor deles. Além disso, eu ainda sabia que eles haviam salvado a vida de meu pai, não uma, mas duas vezes durante a guerra de Hogwarts! No fundo, assim como meu pai, sou muito agradecido a eles, afinal, se não fosse por tudo isso, eu nem teria nascido.


Os dois devem ter me reconhecido por isso aquela leve hostilidade. Fiquei pensando o que poderia fazer para tentar melhorar o clima pesado da cabine e também mostrar que eu não sou como o resto da minha família. Nem mesmo tinha certeza se cairia em Slytherin, talvez fosse para Ravenclaw, mas não queria pensar nisso agora, pois sei que apesar de tudo, minha família espera que eu mantenha a tradição dos Malfoy.


Resolvi começar falando como eu me sentia em relação à família deles.


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            Malfoy parecia estar em uma batalha interna e depois de um longo tempo, resolveu falar.


            - Humm, err, sabe, eu sou particularmente muito grato aos pais de vocês... Vocês são os filhos de Harry Potter, Ronald e Hermione Weasley, não?


            Ok, essa me pegou de surpresa. E pelos olhos arregalados do Al, a ele também. De tudo que meus pais já me falaram sobre a família Malfoy, essa era uma das últimas coisas que eu esperaria. Afinal, eles não são esnobes e arrogantes?! Bem, apesar de tudo, resolvi responder. Quem sabe ele não é como os pais.


            - Sim, eu sou a filha mais velha dos meus pais e o Al é o do meio do tio Harry e tia Ginny. Mas, por que exatamente você é muito grato a eles?


Mais encolhido do que antes, ele respondeu com um sopro de voz:


            - Se não fosse por eles, eu não teria nascido, então não foi ‘só’ o mundo bruxo que eles salvaram.


           Se o pequeno Malfoy havia me pegado de surpresa antes, não foi nada com agora. E eu não entendia como era possível, mas estava sentindo que talvez desapontasse um pouco o pai dessa vez, pois aquele garoto estava subindo no seu conceito. Resolveu tentar manter uma conversa civilizada com ele, até para ter uma opinião mais definitiva. Mas não saberia como responder aquele comentário, então achou melhor mudar de assunto. E queria saber o que o primo estava achando da situação, porque ele não abrira a boca desde então.


            - Hum, e em que casa você gostaria de ficar, Malfoy?


Parecendo feliz por estarmos quebrando o gelo e conversando, ele respondeu:


             - Bem, meus pais querem que eu mantenha a tradição da família e vá para Slytherin, mas imagino que Ravenclaw também seja uma boa casa. E vocês?


            - No meu caso eu também quero seguir os passos dos meus pais e ir para Gryffindor, para mim, vermelho e dourado será sempre a melhor casa! – Respondi meio ansiosa. – Mas estou com um pouco de medo da seleção.


            Finalmente Al resolveu dar vida a boca.


            - A mesma coisa da Rosie, só a idéia de ir parar em Slytherin já me deixa enjoado, mas meu pai tentou me acalmar falando que se a gente pedir para o chapéu seletor, ele atende... Espero que seja verdade.


            Depois disso a conversa começou a fluir levemente, apesar de o Al continuar um pouco meticuloso em relação ao Malfoy. Falamos principalmente de Hogwarts, dos professores e suas respectivas matérias e é claro, quadribol! Não acreditei que ele também era fã do Chudley Cannons!


            A viagem passou rápida e logo tínhamos chegado a Hogsmeade. Assim que saímos do Expresso, avistamos Hagrid com seus olhinhos negros cheios de bondade e felicidade por nos ver. Sorri para ele ao mesmo tempo em que ria da cara de susto do Malfoy quando viu seu tamanho enorme!


            - ALUNOS DO PRIMEIRO ANO, POR AQUI! POR FAVOR, ALUNOS DO PRIMEIRO ANO ME SIGAM! Ah, olá Rosie, Al! Como vão? E seus pais? Bem, espero!


            - Estamos todos bem! – Respondeu Al sorrindo. – Eu e a Rose estamos nervosos com a seleção, mas tirando isso...


            - É... Estamos com medo de ir para Slytherin e James ficou implicando com a gente o dia todo por causa disso... – Respondi.


            - Ora, crianças, relaxem! Vocês em Slytherin é a mesma coisa que um Malfoy em Gryffindor! – Hagrid riu na tentativa de nos tranqüilizar, mas pude perceber alguém ficando vermelho ao meu lado, principalmente quando ele completou – Aliás, quem é esse aí com vocês? Tudo bem rapazinho?


            - Scorpius Malfoy, senhor... Eerrr... Prazer em conhecê-lo... – Malfoy respondeu agora muito pálido e vermelho. Também não pude segurar o riso diante da cara de espanto do Rubeus quando soube quem era o nosso acompanhante.


            - Não sei como não o reconheci. Agora olhando melhor para você, é a cara do seu pai. Mas também parece ser mais educado... Bem... – Hagrid pareceu momentaneamente sem jeito, mas logo voltou ao trabalho. – ALUNOS DO PRIMEIRO ANO, POR AQUI, POR FAVOR!!!


            Seguimos ele até a beira de um lago onde se encontravam diversos barquinhos e eu, Al, Malfoy e mais uma garota de cabelos castanhos presos em uma trança e rosto redondo, dividimos um deles. Logo já podíamos ver o castelo e, ohh, é extremamente mais bonito do que eu jamais imaginei. Fiquei encantada, admirando seu tamanho enorme, com todas aquelas torres e sua imponência diante do vasto céu límpido e brilhoso das estrelas e da grande lua que ali se encontravam. Quando dei por mim, já tínhamos chegado, e o terrível frio na minha barriga voltou com tudo.


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Primeiro capítulo!
Bem, eu nunca escrevi nada além de redações escolares antes, e realmente acho que eu sou péssima! Mas em um momento de inspiração, raro, hihi, eu escrevi isso aqui... Se alguém gostar eu continuo, se não... Bem, não! UASHUHAS

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Comentários (1)

  • Bah_Weasley

    eu adorei o 1 capitulo, continue assim, e não acho você péssima.eu acho você regular... BRINCADEIRA.Enfim... amei eese capitulo, e espero que os outros temem sejam

    2011-04-01
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