Capítulo 20



No capítulo passado...


— Oh, Potter, Weasley, enfim os achei. — disse a professora McGonagall se aproximando. — Venham logo, os campeões e seus pares já vão abrir o baile!


 


 


 


No capítulo de Hoje...


 


— Como assim, professora? Ninguém me avisou nada! — disse Harry com as sobrancelhas arqueadas.


 


— Oh, por favor, Harry! — exclamou Will. — Você não lê? É uma tradição do Torneio Tribruxo que os três campeões, agora quatro, abram o Baile de Inverno com a primeira valsa, acompanhados de seus pares.


 


— Fico feliz ao ver que pelo menos um dos filhos tenha o gênio estudioso de Lílian. — disse a professora um semblante risonho. — Agora, por favor, se apresse. Já vamos começar. — e saiu pelo salão.


 


— Vamos Harry! — chamou William. — Você vai dançar, irmãozinho! — caçoou.


 


— Há, há. Sem graça. Vamos, Ginny. — falou Harry, puxando a mão da jovem Weasley e a levando consigo para onde estavam os outros campeões do Torneio, deixando o irmão e sua acompanhante sozinhos.


 


 Harry e Gina caminharam lado a lado até o local onde os campeões formavam uma fila ao lado de seus pares. Harry, por ser o último a chegar ao local, ficou atrás de todos na fila.


 


À sua frente estavam Cedrico e Hailey, e mais à frente Victor Krum e sua quase-irmã Hermione, e, tomando frente a todos, estava Fleur Delacour e seu acompanhante e irmão de Rony, Gui Weasley, que acabou por permanecer na Escola, como convidado de Dumbledore, mesmo após o término da Primeira Tarefa.


 


— E aí, gente. — murmurou Harry, para os dois à sua frente.


 


— Oi, Harry. Tenso para dançar? Pelo que Lily me disse, o padrinho nunca te ensinou a dançar valsa. — falou Cedrico, e riu baixo de seu comentário.


 


— É porque o papai não sabe dançar também. — sussurrou Hailey, para os três.


 


— É. — concordou Harry.


 


— Pessoal, fiquem quietos. A dança já vai começar. –— lembrou Gina.


 


Todos olharam para frente. Fleur e Gui já caminhavam juntos para o meio do salão e se posicionavam. Victor e Hermione também; a garota parecia estar feliz, mas um pouco nervosa pelos olhares que recebia da população masculina do salão.


 


— Boa sorte, Harry. — falaram Cedrico e Hailey juntos antes de saírem para o meio do salão e começarem a bailar.


 


— Não precisa ficar nervoso, Harry. — Gina tentou acalmá-lo.


 


— Vou tentar me lembrar daqueles filmes trouxas de romance que mamãe assiste às vezes. — murmurou Harry tenso.


 


— Faça isso. — concordou Gina com um breve sorriso, se concentrando na lenta valsa que era regida pelo professor Flitwick.


 


Harry segurou na mão de Gina e caminharam até o meio do salão, juntos. Postaram-se um de frente para o outro; Harry passou as mãos ao redor da cintura de Gina e a garota passou as suas ao redor do pescoço do namorado.


 


Balançavam-se em momentos concentrados, um acompanhando o outro, como se já dançassem assim há tempos. Um sorriso maior surgiu nos lábios da garota, que recebeu logo um selinho do moreno, que sussurrou em seu ouvido:


 


— Eu te amo, minha ruiva.


 


Ela sorriu ao ouvir a voz rouca de gato direcionada a si de forma tão carinhosa e possessiva. Separou-se levemente do garoto, segurando uma de suas mãos e girando no próprio eixo, assim como as demais garotas do salão.


 


...


 


— Tudo parece estar tão bem, que às vezes penso que tudo não passa de um grande sonho. E tenho medo que algo de muito ruim aconteça, e estrague tudo. — murmurou Hailey, passando os braços ao redor do pescoço de Cedrico.


 


— Às vezes eu também penso assim. Tudo parece tão certo, tão nos eixos, que parece que... — mas Cedrico não continuou a fala. Não queria estragar aquele momento. Tentando se livrar do temor que se apoderava dele, Cedrico beijou a namorada de forma singela, sem interromper a valsa.


 


...


 


Em outro ponto da pista, com sua acompanhante, o jovem Weasley olhava a dança dos quatro campeões. É claro que seu olhar estava mais direcionado para a melhor amiga, que dançava feliz com o campeão da escola Durmstrang.


 


Ah! Como ele queria estar ali dançando com ela, em vez daquele jogador famoso que tinha quase 20 anos. Como queria ser ele a estar segurando-a daquele jeito, guiando-a pelo salão, bailando com ela, tocando-a, como se nada pudesse estragar o momento.


 


Mas não podia. Era covarde a ponto de, toda vez que a via, conseguir falar apenas besteiras e acabarem brigando como dois garotinhos por um pirulito. Era sempre assim quando estava juntos. Por quê? Por que não conseguia olhá-la sem desejar tê-la somente para si? Por que odiava quando a via perto de outros? Por que não conseguia dizer o que sentia? Afinal, o que ele sentia?


 


♥♥


 


O dia amanhecia em Hogwarts, e muitos alunos ainda estavam em seus dormitórios com uma básica “ressaca” pós-baile. Porém, um deles já estava de pé, relatando todos os acontecimentos em uma carta para os pais.


 


Mamãe e Papai,


O baile foi ótimo, imagino que papai ficaria feliz se visse Hailey dançando valsa com Cedrico, no meio de todo o salão na frente de todas as três escolas. Hailey estava linda! Ah, se vocês a tivessem visto. Iriam sentir muito orgulho dela, com certeza, assim como eu o fiz. E Harry, todo nervoso, porque não sabia dançar valsa! Mas ele foi muito bem, no final das contas. E eu... Bom, eu presumo que a mãe ficaria feliz se visse a minha acompanhante, ela estava divina! É claro, ela é mais ou menos uns dois anos mais nova do que eu, mas é linda. É irmã da campeã Fleur Delacour. Ela é muito gentil, mamãe. Tenho certeza que irá gostar dela.


Mas mudando de assunto, como vão as coisas por aí? O tio Sirius, como está? Sinto saudades de vocês! E o padrinho, como ele está? Espero que estejam todos bem. Veremo-nos na próxima tarefa do torneio?


 


Com carinho, de seu filho,


William Potter.


 


O garoto terminou de escrever e enviou a carta pela coruja de seu irmão. Sentou-se em sua cama, esperando pela resposta enquanto refletia sobre os últimos acontecimentos. Olhou para as pessoas nas camas ao lado, todos do terceiro ano como ele. A maioria seus amigos, mas não como Rony, Hermione, Gina, seus irmãos, ou mesmo Cedrico.


 


Um tempo depois ouviu um pio de coruja. Olhou para a janela do dormitório masculino do terceiro ano da Grifinória. Era Edwiges, com a carta-resposta de seus pais presa à sua pata. Levantou-se rapidamente da cama e foi em direção a janela. Abriu-a e desamarrou a carta, sentando-se no chão, perto da janela, e deixando a coruja se empoleirar ao seu lado, junto com seu gato norueguês da floresta preto e branco, Night.


 


William abriu apressadamente a carta, ansioso por notícias.


 


Querido Will,


Estamos loucos para conhecer a sua acompanhante. Realmente, ela deve ser uma ótima pessoa, pois conquistou você, querido! Tiago também está muito feliz, e gostaria muito de ter visto Hailey com Cedrico, apesar dessa ideia ainda o assustar um pouco. Ele ficou meio nervoso quando percebeu quantos anos a irmã de Fleur deve ter; mas eu o acalmei e quero que saiba que iremos apoiá-lo seja qual for a sua decisão. Imaginamos o desespero de Harry diante do desafio de dançar valsa. Tiago ainda está rindo um pouco até este momento em que escrevo.


Estamos com muita saudades suas, meu amor! E prometo que estaremos aí na próxima tarefa, Tiago diz que não perderia por nada e está muito ansioso para ver os filhos na próxima tarefa.


Por aqui está tudo muito bem, como deve ter percebido pelas ações de Tiago durante a carta. Remo está muito bem, parece cada dia mais feliz, porém um pouco preocupado com o fato de que a lua cheia se aproxima...


E Sirius! Oh, querido. Talvez nem acredite no que irá ler agora: Sirius Black será papai! É, meu amor, não é brincadeira. Marlene está grávida! Nunca vi Sirius tão preocupado e atencioso com ela como vejo agora.


Nos vemos na próxima tarefa,


Com amor, de seus pais,


Lílian e Tiago Potter.


 


O garoto quase saltou do lugar ao terminar de ler a carta. Como assim seu tio seria papai? Sirius Black iria ter um filho! Mal podia acreditar! Levantou do lugar, e acariciou a coruja, deixando-a livre pelos terrenos de Hogwarts. Guardou a carta em cima do criado mudo ao lado da cama, e tomou um banho rápido, vestindo seu uniforme em seguida.


 


Pegou a carta novamente e a guardou no bolso da sua calça. Saiu do dormitório, e desceu as escadas até a sala comunal da Grifinória. Havia poucos alunos no local, sentou-se em um dos sofás e esperou calmamente, porém com um pouco de ansiedade, que seus amigos e irmãos acordassem e descessem logo até a sala comunal, enquanto brincava um pouco com Night.


 


 


♥♥


 


 


— Lily, meu amor, pare de andar em círculos, está me preocupando! — falava o patriarca dos Potter, nervoso.


 


Lílian parou, enfim, de andar em círculos na sala de sua casa. Virou-se para o marido e afirmou:


 


— Tiago, querido, estou preocupada.


 


Tiago Potter olhou para a mulher, se aproximou dela, e perguntou:


 


— Querida, está tudo muito bem. Não acha? As crianças estão sossegadas em Hogwarts, o único perigo que pode haver são as tarefas do Torneio, e tenho certeza que meu filho está habilitado o suficiente para sobreviver a elas.


 


— Eu sei. E é isso que me preocupa. Está tudo muito bem, aqui. Tudo muito calmo. Tenho medo que Você-Sabe-Quem volte e ataque novamente. Não quero que meus filhos presenciem um ataque dele.  — dizia, preocupada, a ruiva.


 


Tiago parou um pouco, e pensou. Até que sua mulher parecia ter razão. Desde alguns anos antes, não havia mais ataques de Voldemort. Parecia que ele havia sossegado. Mas era isso que preocupava. Voldemort sossegado significava um novo, e muito maior, ataque ao mundo bruxo. Tiago, assim como Lilian, temia que isso fosse apenas a “calmaria que precede a tempestade”.


 


Com um suspiro, Tiago abraçou a mulher que tanto amava, sua esposa, sua Lilian.


 


— Você pode até ter razão, meu amor, mas o máximo que podemos fazer agora é esperar e nos preparar para as próximas batalhas.


 


E então, para acalmá-la, Tiago beijou Lilian apaixonadamente e carregou-a até o andar de cima, mais precisamente até a cama do casal.


 


— Eu te amo, Sr. Potter — a ruiva sorriu entre os beijos e carícias que trocava com o marido.


 


— Eu te amo mais, Sra. Potter.


 


♥♥


 


De volta a Hogwarts, no Salão Principal, a maior parte dos alunos almoçava, alguns com as mãos na cabeça, tentando inutilmente conter a dor trazida pela “ressaca”.


 


— Cadê o Harry? — disse um moreno de olhos verdes ao se sentar entre duas ruivas na mesa da Grifinória.


 


— Oi pra você também, Will — disse Hailey dando um beijo estalado na bochecha do irmão.


 


William, rindo da atitude da irmã, levantou-se, abraçou-a fortemente e girou-a no ar, dando um longo beijo estalado na bochecha dela logo em seguida.


 


— Bom dia, maninha. — sorriu o moreno. — Ou devo dizer “boa tarde”?


 


A ruiva deu de ombros sorrindo e se sentou, retornando sua atenção para seu almoço.


 


— Hey! — reclamou a outra ruiva. — Só ela ganha “Bom dia” de você, cunhadinho? — Gina fez um bico infantil. — Eu também quero!


 


Gargalhando, o jovem Potter repetiu a cena com a cunhada.


 


— Bom dia, Gininha! — ela fez uma careta, arrancando gargalhadas de Hailey e Hermione, que também se encontrava ali.


 


— Opa! Mas o que é isso? — disse uma voz ácida atrás dos dois. — Cansou-se do Pottinho mais velho e já quer outro, Weasleyzinha?


 


— Não enche, Doninha-Oxigenada ambulante. — rosnou Gina.


 


— Ignora ele, Gina. Isso se chama família, Malfoy. Já ouviu falar? Ou o seu papaizinho Comensal nunca te ensinou o significado da palavra? — William revirou os olhos tornando a se sentar ao lado da irmã e servindo seu prato, sendo seguido por Gina.


 


— Ora, seu… — começou o loiro sacando a varinha das vestes e apontando-a para William.


 


— O que está acontecendo aqui, senhor Malfoy? — disse a voz de Minerva McGonagall atrás de Hermione. Draco abriu a boca para dizer algo, mas a professora o interrompeu. — É contra as regras da Escola, azarar os colegas. Sinto, mas devo lhe por em detenção. Esteja amanhã em minha sala às 21h em ponto. Agora, por favor, retire-se antes que eu seja obrigada a prolongar o período de sua punição.


 


O loiro enviou um olhar mortífero a William e Gina, guardou a varinha nas vestes, e saiu em direção a sua mesa.


 


— Senhor Potter, Senhorita Potter — a professora se dirigiu a William com um brilho satisfatório no olhar, mas sem demonstrar qualquer reação em seu rosto. — Podem me informar onde está seu irmão?


 


— Desculpe, professora, mas o Harry… — começou Hailey.


 


— Estou bem aqui, Tia Mimi. — disse uma voz divertida atrás do grupo. — Para que precisa de minha ilustre presença? — Harry sorriu largamente.


 


— Bem, senhor Potter, estou aqui apenas para avisar ao senhor que a Segunda Tarefa ocorrerá no próximo dia 20, daqui a exatamente um mês. Como deve saber, o ovo que o senhor conseguiu daquele dragão guarda uma pista-chave para prepará-lo para a próxima Tarefa, e cabe a você desvendá-la. Boa Sorte.


 


E, sem mais palavras, a vice-diretora saiu dali, deixando-os todos com as sobrancelhas arqueadas.


 


— Tá, né. — o moreno de óculos deu de ombros. — Enfim… OLÁ, MORENA E RUIVAS DO MEU CORAÇÃO! IRMÃOZINHO! BOM DIA PARA TODOS! — berrou o garoto com um sorriso imenso, beijando as bochechas da irmã e de Hermione, um beijo entusiasmado na boca da namorada, e com uma cara marota, tentar abraçar o irmão e beijar a bochecha dele.


 


— Hey! — disse um William gargalhante se desvencilhando de Harry. — Qual é? Que bicho te mordeu hoje? Foi mal, Harry, mas eu não jogo pro seu time!


 


— É claro que não, você joga pro time de certa loira de olhos azul-turquesa dois anos mais nova que você, não maninho? — gargalhou Harry, deixando o irmão um tanto corado, e se sentando no lugar do mesmo. — Enfim, nada contra você, mas eu prefiro as ruivas. — o mais velho piscou marotamente para a namorada, que apenas gargalhou alto. — E eu só fiz isso pra pegar o seu lugar, e, como pode ver, meu plano funcionou.


 


William bufou.


 


— Que seja. Ei! Eu mandei uma carta para mamãe hoje e ela me respondeu, contando algumas novidades, e adivinhem só: a Tia Lene tá grávida.

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