Capitulo IV



Quando acordei, Clarisse não estava lá. Provavelmente não havia agüentado sem correr pro colo de Sirius e choramingar tudo o que eu havia dito na noite passada. Por mim, ótimo. Não ia fazer ele me odiar menos ou mais, e isso pouco importava. Mesmo que o ódio dele fosse capaz de aumentar, o meu sofrimento não era.


Levantei devagar e peguei uma roupa no armário. Fui tomar um banho. Raramente fazia isso no inverno, já que ficava preguiçosa nessa época do ano. Mas eu não tinha o que fazer pra matar o tempo, e tudo era válido. Precisava fugir da cena do Sirius e da loirinha se beijando, se abraçando. Não seria nada fácil.


Enquanto estava no chuveiro, pude ouvir as vozes de Emmeline, Lily e Clarisse. Estavam escolhendo a roupa que a terceira usaria à noite. À meia-noite seria natal, afinal. Como não queria atrapalhar ninguém, me demorei o máximo.


Fiz a sobrancelha, tirei alguns pelos aqui, outros ali. Depilei com a gilete o que precisava. Pensei até em fazer a unha da mão, sabia que havia uma bolsinha com coisas pra isso no banheiro. Como a voz das três ainda surgiam animadas, decidi que era uma ótima idéia. Precisei pensar na roupa que usaria à noite, mesmo sem ver as opções que tinha. Lembrei de um vestido que tinha usado quando fiquei com Sirius a primeira vez. Já devia estar pequeno, mas não tanto assim. Iria com ele mesmo.


Ou seja, precisava de um esmalte clarinho. O vestido era meio bege, depois ficava azul, depois rosa, depois verde... Era todo de babadinhos, tons clarinhos e pastéis. Não sei se é imaginável, mas enfim. Eu achava fofo. James quem havia me dado.


Peguei um esmalte nude e optei por ele. Tirei o antigo, tirei a cutícula, lixei, pintei. Droga. As três ainda estavam, animadas, falando sobre dois vestidos, pelo que eu podia entender. Escolhiam até a roupa de baixo, porque, pelo visto, a noite de Clarisse prometia. Olhei-me no espelho e vi meu cabelo.


Ele sim precisava de uma mudança urgente.


Eu poderia cortar um pouco, pintar. Talvez tivesse uma tinta ali. Minha tia enfiava cada coisa naquele banheiro... Uma bolsa com coisas pra fazer as unhas? Eu nunca usaria isso, a não ser que não tivesse nada melhor pra fazer, como foi o caso. Ou seja, a chance de achar uma tinta no banheiro era grande. E havia a que ela usou uma época e depois parou, voltando a pintar de castanho claro.


Chamava chocolate. Meu cabelo era tão castanho claro quanto o dela e o da minha mãe. Aquele chocolate era um meio amargo, com certeza. Quase um preto. Bom, mal não faria. Peguei a tesoura e com toda a fé que tinha, fechei os olhos e picotei meu cabelo do jeito que achei mais bonito. Passei aquela tinta no cabelo e, pra esperar o tempo necessário, comecei a fazer o meu pé. Praticamente um salão completo, tudo pra não encarar as três.


Até porque, elas soltariam alguma.


Demorou aquele tempo todo, e eu ainda tive que tentar lavar meu cabelo na pia. Impossível. Esperei mais um tempo pra unha do meu pé secar, o que não ia demorar, porque minha unha nunca demorava, e enquanto isso li algumas das revistas que tinham ali. Entrei no chuveiro de novo, tirei toda a tinta chocolate amargo e sai. Sequei meu cabelo com a toalha, penteei. Sequei um pouco com o secador. Tinha ficado bem legal. Meus olhos castanhos, meio verdes, estavam ainda mais verdes. Eu havia gostado do resultado, no fim das contas.


Aquilo deu uma melhorada no meu astral. Quando eu havia acabado com tudo, não havia mais barulho no quarto. Sai com uma toalha no corpo. Queria até vestir outra roupa, uma mais legal. Como eu ficaria dentro da casa, que estava bem mais quente que lá fora, não vi problema em por um short jeans. Peguei uma blusa de manga comprida parecida com aquelas sociais de homem, uma listrada laranja com salmão e branco que minha mãe havia me dado, e um all star cinza.


Estava pronta. Sai do quarto, desci as escadas e procurei meu pai. Estava na cozinha, fazendo café da manhã com George, minha mãe e minha tia. Todos ficaram surpresos quando eu entrei.


- Surpresa! – dei uma voltinha.


- Minha filha! – mamãe veio correndo até mim – O que você fez com seu cabelo? – disse enquanto passava a mão nele.


- Uma mudança. Ano novo chegando, cabelo novo também. O que achou?


- Você tá linda! Onde achou tinta pra pintar?


- Ah... Tia Ana coloca umas coisas esquisitas naquele banheiro. Tem até uma bolsinha de fazer unha lá. Fiz a mão e o pé – ri.


- É lá que eu coloquei? – minha tia me perguntou. – Achei que tinha perdido! – riu um pouco – Você está linda, querida. Que bom que coloco coisas esquisitas no banheiro.


- Que bom mesmo – disse sinceramente agradecida.


Imagina se eu não tivesse tido o que fazer?


Fui até meu pai: - E aí?


- Você parece tão mais feliz do que ontem.


- Digamos que essa mudança toda melhorou meu astral.


- Você ficou muito mais linda. Mais mulher – me deu um beijo na bochecha – E ficaria ainda mais linda se pegasse aquela vasilha pra mim.


Ri e peguei o que ele queria. Ofereci minha ajuda aos quatro. Eu estava faminta e havia sentido pela primeira vez. Ouvi a voz dos meninos na mesa – pelo visto eu não era única com fome. Levei a comida até lá junto dos meus pais e tios.


Quando entrei na sala, pude sentir os olhos de todos eles em mim. Alguns piores que outros. Clarisse me olhava indignada, Sirius me olhava surpreso (se eu não soubesse de seu ódio por mim, diria até admirado), James tinha certo orgulho no olhar, não soube dizer. Assim que sentamos, ele piscou pra mim discretamente e me disse que eu estava linda. Tentei sorrir sem que ninguém percebesse.


- Estão com muita fome, meninos? – tia Ana perguntou.


- Demais – James disse – Esse café demorou a sair. Deu tempo das meninas decidirem as roupas.


- Então que bom que demoramos! – ela riu. – Poupamos umas horas de vocês à noite.


- Deu tempo até de alguém fazer uma extreme makeover – James brincou.


Minha mãe e minha tia riram.


- Ela é uma louca, fazer tudo isso sozinha – minha mãe comentou. – Apesar de ter ficado linda. Ah, é uma Hestings, no fim das contas – piscou para a irmã.


- Com certeza!


As duas riram. As outras pessoas, aparentemente, se concentraram ainda mais na comida. James sorria, meu pai também. Eu mais do que os dois. Apesar de tudo, aquele dia havia começado bem melhor.


 


                                                             [...]


Quando o café já havia passado, meu livro já estava na metade e o almoço estava quase pronto, James surgiu no meu quarto. Disse que era uma visita rápida, pois senão sofreria conseqüências.


- Só vim dizer que ficou legal. Bem legal. E perguntar por que você falou aquelas coisas pra Clarisse. Espero que saiba que me criou um problema. Agora ela e Sirius querem fazer um filho na minha cama.


Ri bastante: - Me desculpe, James. Não consegui me segurar ontem. Nunca fiz nenhuma sacanagem com ela, então, não me sinto no direito de ser sacaneada por ela. Entende?


- Entendo. Mas cara, jogar na cara da menina coisas que você jogou, é cruel – ele brincou.


- Não falei nada que ela já não sabia. Toda menina que começa um relacionamento com o Sirius já sabe que vai ser só mais uma.


- Você não foi assim.


- Eu sou uma exceção. A única exceção.


- Tudo bem. Mas ainda acho cruel – sorriu.


- Ah... Loiras merecem crueldades. – brinquei.


- Emmeline não gostaria de saber disso.


- Espero que nunca saiba – ri um pouco. – E como o Sirius reagiu?


- Às coisas que você disse pra Clarisse? Ah. Ele não falou muito. Nem ele sabe mentir assim. Só disse pra ela não ficar ligando pro que você dizia, que era ciúmes.


Deu pra ver que ele escondia as coisas. Sirius deve ter dito coisas ruins, que ele não queria me contar.


- Sabe James, você realmente merece o melhor. Espero que a Lily não te enrole mais, e que ela seja perfeita pra você. Nunca a perdoaria, caso não fosse.


- Ah. Não tem como ser mais perfeita que ela. Tem? – seus olhos de bobo apaixonado me encararam.


- Sei lá. Prefiro a Megan Fox.


- Mentira!


- Talvez não a Megan Fox, mas a Angelina Jolie com certeza.


- Estou feliz com a Lily – sorriu e me deu um beijo na bochecha – Vou lá, antes que me procurem. Fica bem.


Sorri pra ele e o vi sair. Aquilo estava ficando mais fácil. Não era obrigada a encarar quem mais me fazia sofrer, e ainda tinha do meu lado alguém. O destino parecia estar arrumando as coisas pra tornar minha vida humanamente aceitável.


 


                                                         [...]

OLHA QUEM TÁ VIVAAAAA, HEHE: EU! Estou viva e de volta... Quase. O negócio é: esse tempo todo que estive fora, eu tava sem computador. Notícia ruim: ainda estou. Notícias boas: ele chega em maio (ou seja, por agora) e, mesmo sem computador, minha mãe copiou pra mim os meus documentos todos e colocou num hd externo. Logo, eu consegui copiar minha pastinha de fanfics pro meu pen drive e posso postar os capítulos das fanfics que já estão prontas! Não vou poder voltar por enquanto completamente, comentar e ler todas as fanfics maravilhosas que eu deixei pra trás, porque já vai ser difícil conseguir um computador pra postar as minhas, mas prometo recompensar todo mundo assim que o meu computador novo chegar, o que deve ser, eu espero, em uma ou duas semanas. Dou notícias e posto mais um capítulo até domingo, ok? Beijos, espero que ainda sigam a fic.. E que gostem dos capítulos novos! hehe

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