---------Aos avessos ---------
Pairava uma névoa sombria sobre uma pequena casinha, em pleno verão na Rua de Summerville, em um bairro caracteristicamente bruxo. Ronald Abílio Weasley e sua esposa Hermione Jane Granger Weasley.
Rony e Hermione tinham uma vida visivelmente comum, contudo não havia nada de comum numa família como a deles, pensando bem a família Weasley era total e completamente incomum. Sim eram bruxos, mas o que tornava essa família tão especial era o fato de terem passado toda a sua juventude correndo, fugindo e outras incontáveis situações em que correram perigo mortal. Essas séries de aventuras muito, digamos, desagradáveis deveram-se ao fato de Rony e Hermione terem alguém tão querido, que valia (e valeu) a pena arriscarem suas vidas diversas e diversas vezes. Esta pessoa tão próxima e tão querida era ninguém menos que Harry Potter, antes um garoto corajoso que teve de enfrentar problemas maiores do que os de um bruxo, na época, com o triplo de sua idade, que fora conhecido por ser O Menino que sobreviveu e mais tarde O Eleito.
Harry agora tem 40 anos, e estava casado com a irmã de Rony Gina Weasley e comparado a adolescência o trio tinha uma vida bem tranqüila. Harry e Rony Trabalham posteriormente como Aurores no ministério da Magia e Hermione no Departamento de Execução das Leis em magia também no Ministério, Gina Weasley é correspondente Sênior de Quadribol do Profeta Diário após ter terminado sua carreira como jogadora no Harpias de Holyhead.
A casa da família Weasley era bastante aconchegante, tinha toques Britânicos e Franceses, várias estantes abarrotadas de livros, janelas bem grandes e decorações de todos os tipos, inclusive algumas dadas pela Sra. Weasley. Havia seis quartos na casa sendo que um era apenas para objetos de estudos, e outro para objetos pessoais. Ali eles guardavam coisas do tipo, fotos com os amigos de Hogwarts, uniformes de Quadribol e da escola, produtos da “Zonk’s” e das “Gemialidades Weasley”.
Rony estava sentado na cozinha de sua casa comendo uma tigela de cereais e lendo o Profeta Diário, os olhos azuis corriam rapidamente pelo jornal enquanto fazia gestos de desaprovação com a cabeça. Ele lia uma matéria que dizia:
Marabela Skeeter a Nova repórter do Profeta diário
Marabela Skeeter a neta da renomada Rita Skeeter, faz oficialmente parte dos profissionais de reportagem investigativa do Profeta diário.
Após a morte de sua avó, Rita Skeeter, Marabela Skeeter assume o seu lugar no Profeta Diário e será a nova redatora Sênior, estes acontecimentos deveram-se a matéria esplêndida que Marabela trouxe a cede do Profeta neste fim de semana, onde conta os mistérios da morte de sua avó (1ª pág).
-Que barbaridade! – disse Rony enquanto enfiava uma colher de cereal na boca e largava o jornal de lado.
Na primeira página do mesmo jornal via-se a foto da jornalista Rita Skeeter, bem diferente, pois estava com o rosto mais magro e mais branco que de costume, nos cabelos que não havia mais cachos uniformes e sim uma grande juba loira, embaraçada e comprida. Rita forçava um sorriso e estava deitada numa cama aparentemente de um Hospital. Lia-se ao lado da foto uma matéria que dizia:
A Morte de Skeeter: Mistério Revelado
Nesta última sexta—feira o mundo entristeceu com a morte de Rita Skeeter, que foi durante muitos anos umas das principais redatoras d’O Profeta Diário. “Rita já estava internada no Hospital St Mungus havia tempo!” disse uma das curandeiras do lugar.
A causa de sua morte, apenas revelada publicamente segunda-feira, teria a ver com o elevado uso de Testáquios, uma substância tirada da pena do Hipogrifo. Essa substância faz com que os pelos do animal continuem sempre como os de filhote. Aplicada ou ingerida pelos seres humanos a substância rejuvenesce a pele.
O que fizeram nos Testáquios foi acrescentar outras substâncias que o estimulem mais, fazendo com que este, além de rejuvenescer a pele, diminua a idade de quem o ingere ou aplica. Claro com certa margem de erro.
Se usado constantemente e não deixado terminar o prazo de no mínimo três anos, o medicamento perde toda sua eficiência e devolve à pessoa toda a energia que não foi usada, causando muitas vezes a morte.
“Rita usou esse medicamento de maneira muito indevida e, mesmo não matando, ele causa a pessoa um mal estar terrível e desejo de morte instantânea. Ela resistiu muito bem a isso, mas o cansaço acumulado a fez perder as energias, resultando neste trágico acontecimento”. Diz Evan Golcci, curandeiro do St Mungus.
O Profeta fez uma homenagem a Rita Skeeter (pág. 5), que trabalhou para o progresso do jornal, e mais importante para levar a informação a seus fiéis leitores!
Escrito por Marabela Skeeter
Rony terminava de comer seus cereais quando ouviu um farfalhar vindo da sala. Estava vindo da janela. Ele levantou-se de um salto e correu para abri-la. Havia uma grande coruja marrom e em sua pata uma carta que se destinava a Rony. Ele desamarrou a carta da pata da coruja e a leu. A carta era de Harry e dizia:
Caros Rony e Hermione,
Há muito tempo que venho querendo fazer isso, mas nunca há uma boa oportunidade.
Queria convidar a vocês e a meus sobrinhos para passarem o ultimo fim de semana de férias na nossa casa de campo. Sei que vocês não saíram de casa as férias inteiras. Nós estamos muito ansiosos para vê-los!
Atenciosamente,
Harry.
PS: Por favor, Mande a resposta por outra coruja, peguei essa “emprestada” do ministério!
Rony sorriu.
-Mione, querida – chamou-a Rony.
Hermione estava sentada no sofá da sala, usava óculos de leitura e lia um enorme livro intitulado “Aprenda a persuadir elfos domésticos que não lhe pertencem”.
- Harry está nos convidando para passar o último fim de semana de férias na casa de campo dele – disse Rony enquanto fechava a janela.
- Hoje é quinta-feira né?! – disse Hermione olhando para Rony – iremos sexta-feira à noite ou sábado de manhã?- disse tirando os óculos.
-Não sei, ele não disse isso aqui provavelmente na sexta à noite, mas vou perguntar agora na resposta.
Rony foi até a mesa de centro, pegou uma pena e um pedaço de pergaminho e começou a escrever sua resposta. Quando terminou foi até uma gaiola que se encontrava ao lado da porta de entrada. Abriu-a. Uma coruja grande e pomposa estava dormindo com a cabeça em baixo da asa.
- Floops, Floops acorde!- mandou Rony num sussurro
A coruja acordou e olhou para Rony, tinha os olhos amarelados e as penas mescladas de marrom e branco. Deu um piu como quem diz pra deixar dormir mais um pouco.
-Acorde coruja preguiçosa precisa fazer uma entrega!
A coruja se sacudiu mostrando-se mais eficiente. Rony pendurou carta em sua pata e disse
-leve para o Harry e traga sua resposta!- ele abriu a janela e a coruja saiu voado.
-As crianças vão adorar - disse Hermione enquanto voltava à leitura de seu livro.
- É, vão mesmo – disse Rony – principalmente a Rose, ela está muito brava por que não viajamos nessas férias.
Rony e Hermione tinham dois filhos, Rose e Hugo. Rose tinha quatorze anos e Hugo tinha doze, iam começar um novo ano letivo em Hogwarts na próxima semana, dia 1° de setembro.
- Vou ao beco diagonal amanhã com as crianças comprar os materiais escolares, as listas chegaram hoje – disse Hermione enquanto fechava o livro e o colocava na mesa de centro– e estava pensando em comprar algo para Harry. Chamarei Gina! Ela também precisa comprar os materiais.
- Certo, ótima idéia. Sabe o que vai comprar para o Harry? – perguntou Rony
- acho que sei, mas se tiver alguma idéia me avise. – disse Hermione que caminhava em direção a cozinha – Vou preparar o almoço, tem alguma preferência?
Mas Rony não respondeu, sentara na escada e lembrava-se de sua juventude. Era tudo tão difícil, teve que enfrentar a dor da perda diversas vezes e mesmo assim continuou ali firme e forte, acompanhando seu melhor amigo em todas as aventuras. Harry tornou-se mais que um grande amigo para Rony e Hermione tornara-se um irmão, um irmão muito próximo, a quem poderia recorrer se estivesse com dor de barriga, e este faria o possível para que ficassem bem de novo, demorasse meia hora ou demorasse trinta anos.
Mas o que era diferente é que a maiorias das famílias teve uma infância comum e cheia de alegrias, não que o trio teve uma má infância, pois estavam sempre juntos e isso os tornava especial. Mas agora levavam uma vida tranqüila, com problemas do tipo, notas baixas dos filhos, e o que preparar para o jantar. A vida deles fora completamente aos avessos, mas Rony não achava ruim pelo contrário, adorava sentir a excitação de uma fuga ou uma batalha, pois na época tinha energia de sobra para isso!
-Ron vá acordar as crianças!- gritou Hermione
Rony acordou, percebeu que entrara em transe...
- ah, estou indo!- respondeu.
- Não vai ser necessário papai.
Uma garota suavemente bela de cabelos castanhos e compridos como os da mãe, porém lisos como os do pai descia as escadas. Tinha um rosto bastante expressivo, enormes olhos castanhos com cílhos grandes como os de uma fada, lábios em forma de coração e leves sardas nas maçãs do rosto e no nariz, ela usava seu pijama favorito: calça listrada branco e rosa e uma camiseta manga-longa também rosa. Esta era Rose, a filha mais velha de Ron e Hermione.
- ah, bom dia querida – Rony se levantou deu um beijo no rosto da filha – dormiu bem?
-sim papai, obrigada!- disse Rose em um tom doce.
- Bom dia mamãe!- gritou Rose
- Boa tarde, mocinha- corrigiu-a Hermione da cozinha - por que acordou tão tarde?
- Estava, hummm... – hesitou Rose - Lendo! – concluiu com astúcia.
Mas não era verdade. Rose passara a metade da noite no quarto de objetos pessoais dos pais observando e lendo várias de suas lembranças. Ela adorava fazer isso, mas achava melhor à noite quando todos estavam dormindo, porque ninguém a impedia de nada. Por exemplo, ela colocava as vestes da mãe, montava na antiga vassoura do pai e, sua parte favorita, olhava incansavelmente as fotos da adolescência dos seus e pais, tios e avós.
-Filha, temos novidades!- disse Rony animado.
- Já estava na hora, não acham! – disse rose- Vou ter um acesso de loucura se ficar mais cinco minutos nessa casa sem nenhuma novidade – gritou enquanto ia à cozinha e apanhava uma colher de doce de abóbora na geladeira.
Rony riu.
- Então, o que é?- Perguntou Rose, voltara para sala e comia um pedaço do doce.
- Bom, vamos visitar seu tio Harry e sua tia Gina no fim de semana!- disse Rony parecendo ansioso.
-SÉRIO?! Sério mesmo – falou Rose como se não estivesse acreditando – Perfeito! Preciso mesmo falar frente a frente com Thiago, Tenho novas teorias sobre os não-bruxos – disse e logo em seguida lambeu a colher.
O melhor amigo de Rose era Thiago seu primo e um ano mais velho que ela, este lhe dera o apelido Roh e hoje é chamada assim pela maioria de seus colegas. Rose e Thiago não chamavam os trouxas assim, porque acreditavam que chamá-los desse jeito, de algum modo, os ofendia. Eles os chamavam de não-bruxos.
Rose tinha um bom relacionamento com eles e, assim como a mãe, estudou quatro anos em uma escola de trouxas, porém, diferente dela, sempre soube que era bruxa e foi quem decidiu estudar. Segundo Rony, Rose herdara a inteligência da mãe e há quatro anos quando começou em Hogwarts, foi selecionada para a Corvinal, a casa que representa a mente aberta e sabedoria de seus membros. Foi à primeira Weasley a ser mandada para outra casa que não seja a Grifinória.
Ouviu-se um berro vindo do andar de cima.
- Manheeeeeeeeeeê!
Hermione saíra tão rapidamente da cozinha, que derrubou o caldeirão onde fazia comida e agora estava no andar de cima na porta do quarto do filho junto com Rony e Rose.
Ela ficou tão branca que até a cor de sua boca havia sumido. Parou com impacto tão forte que quase derrubou o marido que também estava contemplando o filho.
Viu o que estava acontecendo...
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