O Fim da Linha
Capitulo 6 O fim da Linha
Harry não se contia de felicidade. Snuffles estava deitado aos pés da cama de Harry, dormindo profundamente e tudo o que Harry conseguia fazer era olhar maravilhado para ele. Infelizmente para o garoto, esse maravilhamento não poderia continuar por muito tempo. Ele precisaria dormir em algum momento, afinal, o dia seguinte seria mais um dia na companhia dos Dursleys, e ele não sabia o que esperar desses dias, já que da primeira vez Harry havia fugido de casa e passado o resto das férias no Beco Diagonal.
Mas já era tarde, e por isso Harry precisava dormir. Ele poderia pensar nisso tudo no dia seguinte. Teria também de aguentar a bronca que ele com certeza ouviria por ter sido tão grosso com tia Guida. Pelo menos ele teria Snuffles para ouvi-lo no fim do dia...
Foi com esses pensamentos que Harry acabou adormecendo. Os sonhos dele foram recheados de coisas boas. Principalmente de um mundo onde Voldemort nunca havia existido e onde Harry vivia tranquilamente com seus pais, padrinhos e amigos.
Quando o despertador de Harry tocou, o cachorro que dormia aos pés da cama levantou de um salto, pulando da cama e olhando para todos os lados, esperando encontrar alguma ameaça. Harry teve que segurar a risada.
-Não é nada, Snuffles! Só o despertador. - disse Harry saindo da cama e acariciando o cachorro (que havia tomado um demorado banho na noite anterior) atrás das orelhas – mas eu tenho que voltar para a casa dos meus tios... mas eu volto! Assim que terminar de arrumar a cozinha. Se comporte! Mas pode explorar a vontade por ai, tem bastante espaço la fora, se você quiser correr livre um pouco.
Dito isso, Harry foi até o banheiro, tomou um rápido banho, pôs uma roupa e usou sua chave mágica para voltar à rua dos Alfeneiros, e a vida de quase escravo que levava por la. Ele logo desceu para a cozinha, a casa ainda estava silenciosa, sinal de que ele era o primeiro a se levantar. Por isso, Harry começou a preparar o café da manhã. Talvez, se ele tivesse tudo preparado antes dos Dursleys levantarem, tio Válter esqueceria sobre os acontecimentos da noite anterior.
Enquanto isso, no Jardim dos Deuses, Sirius ainda em forma de cachorro observou atentamente Harry enquanto este se arrumava para um dia com os trouxas. Assim que o animago teve certeza de que Harry não voltaria tão cedo, ele se transformou novamente em homem. O banho dado por Harry na noite anterior havia sido eficiente, mas ainda assim, o animago precisava de um banho mais completo, de um corte de cabelo e de comida de verdade. Depois de atendidas todas as necessidades dele, Sirius resolveu seguir o conselho do afilhado e explorar o lugar onde ele estava. Ao sair da casa, o queixo de Sirius caiu. Ele nunca antes vira um lugar tão exuberante. Padfoot adoraria correr por ali.
De volta à vida trouxa... os Dursleys acordaram com o cheiro de ovos, bacon e torradas, além de chá e café. Tia Petúnia foi a primeira a se levantar. Na noite anterior ela havia ido até o quarto do sobrinho, seguindo um instinto quase maternal de consolá-lo, mas ela havia encontrado apenas um quarto vazio, o que fez com que ela achasse que Harry tinha fugido de casa. Para acordar no dia seguinte com o cheiro de café da manhã pronto, só havia uma explicação.
-Você está aqui! - disse ela quase com alívio.
-Estou. - concordou Harry sem entender a reação da tia – tia Guida ainda está aqui?
-É claro que está, moleque! - resmungou tio Válter que havia descido depois da esposa – e é bom que você se desculpe com ela, ouviu bem?
-É claro, tio Válter. - foi tudo o que Harry disse antes de terminar de servir o café.
Guida Dursley iria embora naquela tarde. Pelo menos algo de bom para aquele dia. Mas ainda assim, ter que pedir desculpas a irmã de Válter não era uma coisa que Harry faria de boa vontade. Na mente de Harry acontecia um conflito de instintos. O de vingança, por tudo o que tia Guida havia feito Harry passar em todos os seus anos com os Dursleys, e o de sobrevivência, pois Harry tinha certeza de que se ele dissesse qualquer coisa que não a mais arrependida das desculpas, tio Válter iria fazer picadinho de Harry.
O momento da verdade chegou. Tia Guida entrou na cozinha como se fosse a rainha da casa, certa de que todos os seus mínimos desejos seriam atendidos. O instinto de sobrevivência de Harry falava mais alto. Ele simplesmente pediria desculpas e ficaria fora das vistas de Guida pelo resto do dia. É. Pensou Harry. É só pedir desculpas e tudo estará terminado assim que ela for embora daqui.
-Ainda por aqui, moleque? - perguntou Guida por bom dia.
-Sim, tia Guida. - falou Harry, a raiva ia crescendo nele a cada palavra dita por ela.
-Se você tivesse sido criado por mim, já teria pelo menos pedido desculpa pela grosseria.
-Eu realmente sinto muito, tia Guida, me perdoe pelo que disse ontem. - Harry tentou usar o tom de voz mais sincero que tinha, mesmo que em sua mente ele pensava não sei o que seria pior, tio Válter ou ela...
-Se desculpas valessem alguma coisa, se vendia. Agora, me sirva meu café da manhã, insolente. - disse Guida.
Foi nesse momento que Harry percebeu algo de muita importância. Mesmo que ele realmente estivesse arrependido de ter dito o que disse para Guida, de nada valeria um pedido de desculpas dele. Pelo simples fato de que naquela casa ele simplesmente não era levado em consideração. Nenhuma daquelas pessoas jamais enxergariam nele algo além de um empregado que eles nem sequer podiam mandar embora. E foi naquele momento que Harry tomou a segunda grande decisão que mudaria o rumo da vida dele (depois da de voltar no tempo para salvar Sirius).
-Desculpe-me tia Guida. Mas eu não posso fazer isso. - disse Harry completamente em paz com a decisão tomada.
-MOLEQUE! - gritou Válter – PEÇA DESCULPAS AGORA MESMO E SIRVA O CAFÉ DA MANHÃ!
-Não. - respondeu simplesmente Harry – não há nada aqui pra mim. E vocês não podem me obrigar a ficar aqui. Eu estou indo embora. E vocês não vão me ver nunca mais.
Harry deu às costas aos três Dursleys que continuavam a encará-lo como se ele tivesse três cabeças.
-Harry! - chamou Petúnia antes que o garoto saísse da cozinha.
Harry parou, mas não se virou para olhar a tia.
-Pra onde você está indo? Você tem que ficar aqui. Aqui você está a salvo. - disse ela.
-Não se preocupe comigo, tia Petúnia. - falou Harry olhando por sobre o ombro para a tia – pra onde eu estou indo, ninguém vai conseguir me pegar.
-E o que vai acontecer se um de seus amigos vier aqui procurar por você? - perguntou novamente Petúnia.
-Eles não tem nenhum motivo pra vir até aqui, tia Petúnia. Mesmo que eles continuem pensando que eu estou aqui, até o próximo verão eu vou estar morando oficialmente com o meu padrinho, então ninguém mais vai incomodar vocês. Só não esperem continuar recebendo o dinheiro que recebiam. Hoje mesmo vou mudar isso. E vocês nunca mais vão ouvir falar de mim ou das pessoas como eu.
E com esse discurso de despedida, Harry tentou sair novamente, só para ser parado pela voz de Válter.
-Espera ai, Moleque! Que história é essa de não receber mais nada? Nós cuidamos de você por doze anos!
-E receberam mensalmente por isso. - respondeu Harry sem saber exatamente de onde tinha todas essas informações – e como vocês nunca gastaram um centavo comigo, não devo absolutamente nada a vocês.
Harry não esperou ser parado mais uma vez. A mente dele estava em polvorosa. A idéia de que alguém havia pagado aos Dursleys para cuidar dele por todos esses anos era ao mesmo tempo ridícula e inteiramente plausível. Ele teria que descobrir de alguma forma se isso era realmente verdade. Mas só o fato de tio... não. De Válter não ter negado...
Chegando em seu quarto, Harry abriu a porta para o Jardim dos Deuses e jogou lá para dentro tudo o que era seu e ainda estava na casa dos Dursleys. Depois, entrando em sua nova casa, abriu novamente a porta, desejando estar dentro do armário em baixo da escada, de onde tirou todas as coisas mágicas que Válter havia trancado ali no começo do verão.
Quando todas as coisas de Harry já estavam com ele, o moreno fechou a porta, colocou a chave de prata novamente em volta do pescoço e olhou em volta. Ele nunca mais pisaria na rua dos Alfeneiros.
Toda a comoção no quarto de Harry chamou a atenção de Sirius, que rapidamente se transformou em cachorro e foi ver o que estava acontecendo.
A cena que ele encontrou quando entrou no quarto quase fez ele voltar a ser homem, só para poder abraçar o afilhado. Como isso não era uma opção no momento, Snuffles se aproximou do garoto que estava encolhido na cama, com a cabeça sobre os joelhos e os olhos marejados.
-Oi, Snuffles. - tentou sorrir Harry – você vai ter que se contentar em me ter por perto o tempo todo... pelo menos até o fim do verão.
Snuffles subiu na cama e lambeu as lágrimas da bochecha de Harry.
-Eu nunca mais vou voltar para aquela casa. Vamos ver como eles vão se virar sem o escravo deles.
Snuffles latiu em solidariedade. Se ele pudesse, faria os Dursleys sofrerem mil vezes mais do que eles haviam feito Harry sofrer.
Enquanto isso, na casa dos Dursleys, Petúnia, Válter e Guida afiavam os ouvidos, tentando ouvir movimentos no andar de cima, mas nem o som de passos, nem de portas, nem nenhum som vinha de lá, a não ser os sonoros roncos de Duda.
-Como ele acha que vai embora se não sai do quarto? - perguntou Guida – moleque burro.
-Eu... eu vou ver o que ele está fazendo. - disse Petúnia se levantando.
Petúnia sabia que o melhor para Harry era ir embora dali, mas ainda assim, ela temia pelo sobrinho. Não a entendam mal. Ela amava Lily, até ser trocada por Hogwarts. E foi só por esse amor longinquo que ela tinha convencido Válter a aceitar Harry na casa deles. Mas ela nunca sentira nada além de desprezo pelo garoto. Mesmo quando ela olhava para os olhos verdes dele. Mas ainda assim, ela tinha o dever de proteger ele. E segundo Dumbledore, ele estaria seguro enquanto morasse com ela. E, obviamente, o pagamento que eles recebiam para cuidar de Harry era incentivo suficiente para Válter aceitar um anormal sob o mesmo teto que ele.
Petúnia subiu as escadas e foi até o fim do corredor, onde ficava o quarto de Harry. Ela bateu na porta, mas não recebeu nenhuma resposta. Ela abriu a porta. E foi recebida pelo vazio. Harry não estava mais lá. E não havia nenhum sinal de que ele jamais estivera ali, a não ser algumas roupas velhas de Duda jogadas no chão. A casa na rua dos Alfeneiros era casa de apenas três pessoas agora.
Ela desceu novamente as escadas e parou, olhando para o armário em baixo das escadas. Com uma chave tirada do bolso dela, Petúnia abriu a porta do armário. NADA. Sem que eles tivessem percebido, Harry havia tirado todas as coisas dele dali.
Petúnia voltou para a cozinha.
-Ele... se foi. - disse ela para os dois irmãos – não está no quarto. E nenhuma das coisas dele estão aqui. Nem mesmo as que nós guardamos no armário em baixo da escada. Ele se foi.
N/A: E ai? Que acharam desse cap? Desculpem a demora.. semana de provas na semana passada, tinha que estudar pra prova de Literatura Grega e de Linguistica... Mas agora, FÉRIAS! Mais tempo pra tudo! Assim espero. Deixem Reviews e eu vou me esforçar pra postar o próximo cap na quarta feira! Sem reviews, sem cap antes de sabado... até lá!
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