Snuffles



Capítulo 5 Snuffles.




Harry não soube, mas Petúnia tentou visitá-lo naquela noite. A tia de Harry, por mais rancor que guardasse de Lily, não conseguia não se sentir orgulhosa pela forma como Harry havia defendido a irmã. E, ao não encontrar Harry em seu quarto, Petúnia começou a realmente se preocupar com o sobrinho, temendo que ele tivesse fugido de casa.




Enquanto isso, Harry se preparava para rastrear Padfoot, mas antes, o moreno precisava fazer um pedido a Éris e Afrodite. Com essa intenção, Harry saiu da casa, pela porta que levava ao jardim. Ele olhou para cima, onde o topo da montanha se encontrava e, pedindo ajuda a sua própria magia, falou alto:




-Éris, Afrodite, preciso falar com vocês!




Segundos passaram sem resposta. Harry estava pronto para tentar novamente, gritando, desta vez. Mas isso não foi necessário, pois as deusas apareceram na frente dele.




-Sabe, é ligeiramente contra as regras tentar falar com a gente enquanto você está acordado. - falou Éris com um sorriso.




-Mas como você teve o bom senso de nos chamar aqui, do jardim dos deuses, nós decidimos ouvir o que você tem a nos pedir. - completou Afrodite.




-Eu posso entrar e tentar dormir, se vocês preferirem. - disse Harry – mas, vocês já estão aqui... então...




-Diga, Harry, de que forma podemos te ajudar a causar o caos? - perguntou Éris.




-Eu vou encontrar o Sirius, hoje a noite. - disse ele para as deusas – e ele com certeza vai estar com fome, com frio, fraco ainda. Eu quero poder cuidar dele. Impedir que ele sofra. Mas não vou contar que sei quem ele é. Eu quero só... salvar ele, salvar Padfoot. Mas preciso de um lugar onde esconde-lo. Não posso simplesmente colocá-lo no meu quarto, tia Petúnia enlouqueceria!




-Você quer nossa permissão pra trazê-lo aqui. - disse Afrodite.




-É. - respondeu Harry – mas eu não vou dizer a nada pra ele! Nem que sei quem ele é, nem que conheço o que vai acontecer nos próximo anos.




As deusas se entreolharam. O pedido de Harry ia contra uma das regras que elas haviam imposto a ele, a de que ninguém poderia saber da ajuda delas. Mas o moreno tinha ótimas razões para querer fazer isso. Na visão de Afrodite, cuidar de Sirius era uma demonstração do amor que Harry tinha pelo padrinho. Uma forma de recompensá-lo pelos bons momentos que eles haviam vivido. Para Éris, era mais uma forma de causar o caos. Com Sirius em sua melhor forma, o moreno não precisaria se preocupar com ele. E o maroto poderia planejar melhor o que fazer com o traidor Pettigrew.




-Muito bem. - disse Afrodite – você pode trazê-lo para o jardim dos deuses. Mas deve esperar que ele resolva te contar a verdade sobre quem ele é e não pode, em hipótese alguma dizer a ele que veio do futuro.




Harry abriu um imenso sorriso para as deusas. Num impulso, o moreno correu para elas, abraçando primeiro Éris, depois Afrodite. As deusas olharam para ele com espanto e compreensão, aceitaram os abraços e depois desapareceram no ar, como se nunca tivessem estado ali antes.




Tendo já um lugar para cuidar do padrinho, Harry voltou para dentro da casa, era hora de “caçar” um sinistro.




Sair de casa pela porta da frente da casa dos Dursleys estava fora de cogitação. A melhor estratégia, na mente de Harry era pedir que a chave de prata se modificasse, passando a abrir a porta da frente da casa, para o lado de fora. Foi exatamente isso que o moreno fez. Ao abrir a porta, era como se estivesse saindo da casa dos tios para a rua.




A rua dos Alfeneiros estava silenciosa. Grande parte das casas já estavam completamente às escuras. Apenas as luzes de alguns quartos, e as luzes dos postes de rua iluminavam o caminho. Tentando não fazer barulho, Harry começou a andar, sem ter certeza de para onde estava indo exatamente. Sirius deveria estar em algum lugar da vizinhança, tentando dar uma olhada em Harry antes de seguir para Hogwarts.




Uma hora se passou sem novidades. As ruas estavam desertas. A única fonte de luz vinha dos postes da rua. Nem sinal de Sirius. Harry estava quase desistindo e voltando para casa, para tentar novamente na noite seguinte. Soltando um longo e cansado suspiro, Harry se pôs à caminho de casa. Ao passar pelo largo das Magnólias, porém, ele parou. Os cabelos da nuca de Harry estavam eriçados, como se alguém ou estivesse olhando para ele, vigiando os passos dele. Lentamente Harry se virou. Dois olhos brilhavam na escuridão. Um leve rosnado pode ser ouvido. E Harry suspirou aliviado. Era só um cachorro. E mais importante ainda, era O cachorro que ele queria encontrar.




-Oi, amiguinho... - disse Harry tentando demonstrar um pouco de medo e de alivio ao ver o cachorro – você me assustou, achei que era um ladrão, ou algo do tipo.




O cachorro deu um novo rosnado baixo, ameaçador, mas que para Harry queria dizer “o que você está fazendo fora de casa a uma hora dessas!”.




-Você parece estar com fome... - disse Harry olhando para o cachorro criticamente – e definitivamente precisa de um banho.




A cabeça do cachorro inclinou para o lado, como se estivesse tentando entender o que o garoto dizia.




-Se você resolver não me atacar, e quiser vir comigo, eu tenho um lugar onde você pode ficar por uns dias, comer... o que acha?




O cachorro deu mais um leve rosnado, mostrando os dentes para Harry.




-Tudoo bem. - disse o garoto começando a ficar frustrado – se você não quer nem um osso, nem um lugar pra dormir... eu já vou indo.




E Harry deu às costas a Sirius, voltando a caminhar na direção da rua dos Alfeneiros número quatro.




Lentamente, como se não tivesse certeza de ter tomado a decisão certa, Sirius começou a seguir o moreno. Um sorriso surgiu nos lábios de Harry, mas Sirius não viu. Chegando na porta da casa, Harry olhou para trás, vendo o cachorro que havia parado do na calçada, sem realmente entrar no terreno da casa.




Harry usou sua chave de prata para abrir a porta, antes de entrar, olhou para onde estava o padrinho.




-Você vem ou não vem?




Sirius não esperou ser chamado novamente, com passos lentos mas precisos o cachorro passou pelo caminho que levava a porta, entrando no que ele achava ser a casa dos Dursleys, mas que percebeu ser na verdade um quarto.




Harry entrou atrás dele, fechando rapidamente a porta.




-Você não vai contar a ninguém o meu segredo, não é? - disse Harry ao cachorro enquanto seguia para o corredor em direção à cozinha da casa – eu sou um bruxo. E ganhei esse lugar de presente de aniversário!




O cachorro seguiu Harry, olhando para o moreno como se estivesse tentando decifrar um enigma.




-Eu não podia te levar para a casa dos meus tios. Eles não gostam de bichos. Mas eu sempre quis ter um cachorro! - continuou falando o de olhos verdes – se você gostar daqui, de mim, eu bem que poderia te adotar! O que acha, garoto?




Os olhos verdes de Harry encontraram os olhos cinzas de Sirius. Harry podia ler incertezas nos olhos cinzas, Sirius conseguia ver afeição nos olhos verdes.




-Se você resolver ficar por aqui, vai precisar de um nome! O que acha de... Sr. bigodes!




O cachorro rosnou para ele. Harry sorriu.




-É... acho que esse seria um bom nome pra um gato, não pra você, não é? ok... e que tal... Alf?




Um novo rosnado foi ouvido.




-Acho que você também não gostou desse... - Harry tentava a todo custo não rir – Ah! Já sei! Eu vou te chamar de Snuffles! O que acha?




Harry viu o cachorro virar a cabeça, como se avaliando o nome, e então latiu uma vez, como se concordasse com ele.




-Sabia que você ia gostar desse nome, Snuffles. - Harry se aproximou do cachorro com uma das mãos esticada para frente, deixando que Snuffles a cheirasse antes de tentativamente agradar a cabeça dele – você deve estar com fome.




E com isso, Harry tirou da geladeira algumas coisas para dar a Snuffles. Um sorriso nos lábios do garoto indicava o quão feliz ele estava em poder finalmente cuidar de Sirius.




--***--






Ele corria desesperadamente. Há dias estava correndo, desde que conseguira fugir de Azkaban, desde que vira a foto do maldito traidor naquele jornal. Perto de Harry. Tão perto de Harry estava o rato. Perto demais. Suficientemente perto para machucá-lo ao menor sinal de Voldemort. Eu não posso deixar isso acontecer. Preciso impedir isso. Preciso salvar Harry. Preciso matar o traidor. E por isso ele corria. Precisava ter certeza de que Harry estava bem. E então... então poderia ir para o norte, para Hogwarts, onde o rato com certeza estaria.




Dias se passaram assim. Correndo. Parando apenas quando as patas já não aguentavam mais. Quando a sede era tanta que não podia escapar dela. Uma semana. Uma semana inteira, e finalmente estava perto. Perto de Harry. Perto de Prongslet. Perto do afilhado que ele não via há mais de doze anos.




Quando Sirius chegou nos arredores de Little Whinging, tudo o que existia na mente dele era Harry. Ele começou a vagar por ali, tentando encontrar o caminho para o lugar onde ele achava que poderia estar o afilhado. Não deixariam Remus cuidar dele. O Sr. e a Sra. Potter haviam morrido antes dele nascer. Somente a irmã de Lily teria algum direito a criar o herdeiro de Prongs. O sangue de Lily também corria pelas veias de Petúnia Dursleys, afinal, e se os rumores estiverem certos, foi o sacrifício de Lily que salvou Harry de Voldemort. Mas o sangue de Petúnia seria suficiente para manter Harry a salvo?




Ele continuava vagando. Sua forma animaga fazia com que ele não precisasse se esconder tanto da vizinhança trouxa. Mas com a quantidade de casas idênticas, seria um milagre se ele realmente conseguisse encontrar o afilhado.




A sorte, aparentemente, estava ao lado dele. O sol já havia se posto, as casas estavam já as escuras, ninguém mais caminhava pelas ruas, a não ser... poderia mesmo ser ele? Assim tão fácil? O que Harry estava fazendo por ali, andando a essa hora da noite sozinho?




A figura de um menino andava no outro lado da rua. Um suspiro saiu dos lábios dele. O cheiro era ao mesmo tempo igual e completamente diferente do que ele se lembrava. Seria a mente dele que lhe pregava uma peça, ou estaria Harry realmente ali? O garoto parou, como se sentisse o olhar de Sirius sobre ele. Sirius viu ele se virar. Os olhos verdes brilharam na luz do poste.




O que você está fazendo aqui?! Um rosnado saiu da boca de cachorro dele, um sinal da preocupação, da curiosidade e da alegria do animago.




-Oi, amiguinho... - disse Harry medo e alívio puderam ser ouvidos na voz dele – você me assustou, achei que era um ladrão, ou algo do tipo.




Sirius deu rosnou novamente, a preocupação aumentando, o que você está fazendo fora de casa a uma hora dessas!




-Você parece estar com fome... - disse Harry olhando para o cachorro criticamente – e definitivamente precisa de um banho.




Sirius inclinou a cabeça para o lado, achando a fala de Harry estranha. Será que o afilhado era um amante de animais, que levava vira-latas pra casa?




-Se você resolver não me atacar, e quiser vir comigo, eu tenho um lugar onde você pode ficar por uns dias, comer... o que acha?




A atitude de Harry era muito estranha, na visão de Sirius. Um novo rosnado, dessa vez mostrando os dentes pode ser ouvido. O que você acha que esta fazendo? Não sabe que um outro animago poderia te enganar dessa forma?




-Tudoo bem. - uma ansiedade podia ser ouvida na voz do moreno – se você não quer nem um osso, nem um lugar pra dormir... eu já vou indo.




E Harry deu às costas a Sirius, voltando a caminhar na direção da rua dos Alfeneiros número quatro.




Sirius viu o afilhado voltar a caminhar. O que fazer? Se eu for com ele vou atrasar a minha


viagem para o norte... mas comida... um banho... e vou poder cuidar dele também. Lentamente, Sirius começou a seguir o moreno. Ainda pensando se havia tomado a decisão certa. Chegando próximo a casa, Sirius parou na calçada, ainda fora do terreno, avaliando se havia algum tipo de proteção na casa.




Enquanto Sirius avaliava se conseguiria ou não entrar na casa, Harry havia aberto a porta e se virado para trás.




-Você vem ou não vem?




Sirius não esperou ser chamado novamente, com passos lentos mas precisos o cachorro passou pelo caminho que levava a porta, entrando no que ele achava ser a casa dos Dursleys. Ele levou um susto ao perceber que não havia entrado em uma sala, e sim num quarto. Do que é que você está brincando, Harry? Onde estamos? Pensava Sirius ao olhar em volta, até seu olhar parar sobre o afilhado




Harry entrou atrás dele, fechando rapidamente a porta.




-Você não vai contar a ninguém o meu segredo, não é? - disse Harry ao cachorro enquanto seguia para o corredor em direção à cozinha da casa – eu sou um bruxo. E ganhei esse lugar de presente de aniversário!




Presente de aniversário? pensava Sirius, quem poderia dar esse tipo de presente para um garoto de treze anos? Uma casa inteira! Com cozinha, quarto, banheiro... tudo o que ele poderia querer.




-Eu não podia te levar para a casa dos meus tios. Eles não gostam de bichos. Mas eu sempre quis ter um cachorro! - continuou falando o de olhos verdes – se você gostar daqui, de mim, eu bem que poderia te adotar! O que acha, garoto?




Os olhos verdes de Harry encontraram os olhos cinzas de Sirius. O animago não sabia o que fazer. Se ele aceitasse ficar com Harry, não conseguiria chegar à Hogwarts até muito depois de Harry. Mas o carinho que ele podia ler nos olhos do moreno era tamanho, que ele sabia que não conseguiria simplesmente deixá-lo.




-Se você resolver ficar por aqui, vai precisar de um nome! O que acha de... Sr. bigodes!




Sr. Bigodes? Isso é nome de gato! Pensou Sirius soltando um rosnado negativo.




-É... acho que esse seria um bom nome pra um gato, não pra você, não é? ok... e que tal... Alf?




Um novo rosnado foi ouvido. O que ele acha que eu sou? Um poodle?




-Acho que você também não gostou desse... - Harry tentava a todo custo não rir – Ah! Já sei! Eu vou te chamar de Snuffles! O que acha?




Snuffles... Snuffles... pensou Sirius inclinando a cabeça. Esse até que é um bom nome... o animago latiu uma vez, aceitando o nome.




-Sabia que você ia gostar desse nome, Snuffles. - Harry se aproximou do cachorro com uma das mãos esticada para frente, deixando que Snuffles a cheirasse antes de tentativamente agradar a cabeça dele – você deve estar com fome.




Um leve gemido saiu do cachorro. Era realmente Harry. O cheiro havia mudado um pouco, mas também, ele não era mais um bebê, e ainda assim, era reconhecidamente o cheiro de Harry, seu amado afilhado.




E com isso, Harry tirou da geladeira algumas coisas para dar a Snuffles. Um sorriso nos lábios do garoto indicava o quão feliz ele estava em poder finalmente cuidar de alguém.


N/A: ola! E ai? Gostaram? Espero que a segunda parte não tenha ficado muito confuso... tem muito dos pensamento do Sirius ali, se alguém não entendeu...


Bom... finalmente está andando a história!! logo logo teremos dois marotos pro Harry tomar conta! e então? Comentários????

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