Na Toca
—Hermione querida! Que saudades! –Molly abraçava a convidada. –Como você está linda! Tudo bem?
—Oi Sra. Weasley! Estou ótima!
Ela tinha um sorriso enorme no rosto. Era bom estar de volta, depois de quase um ano, ao mundo mágico.
—Mamãe, olha que bebê linda! –Gina vinha com Marina no colo.
Molly pegou a menina e deu um beijo na bochecha gordinha dela. Mari riu gostosamente.
—Quem é essa neném linda, querida? Ela tem a sua cara. Exceto pelos olhos azuis. –a ruiva a olhou desconfiada.
—É a minha irmã, Sra. Weasley! Marina Granger. Mas nós a chamamos de Mari.
—Ah, claro! –ela sorriu, aliviada –Pensei, bem... esqueça. Está com fome?
—Morrendo de fome!
—Então vamos almoçar!
O almoço foi muito divertido e agitado, um típico almoço naquela casa. Harry chegou o meio do almoço e ficou muito feliz quando viu a amiga lá.
—E aí, como você está, Harry?
O jovem quarteto estava no quarto do Ronald. Mari estava sentada no colo da irmã, com uma boneca de pano nas mãos, ela era muito calma.
—Estou bem, Mione. É até estranho toda essa tranqüilidade.
Ele falava com um olhar sonhador fazendo carinho nos cabelos da Gina, que estava com a cabeça no seu colo.
—Ansiosa pra voltar pra Hogwarts? –Perguntou Rony.
—Com certeza! –Ela deu um pulo e a bebê parou de brincar –Estou super ansiosa! Os NIEM’s são realmente muito importantes e...
Mas ela parou quando a pequena Marina levantou do seu colo e andou em direção ao ruivo, com um bico enorme. Ela deitou no colo dele, se aconchegou e logo dormiu.
—Realmente, eu sou irresistível! –ele se gabou, ajeitando a menina no colo –Até um bebê percebe isso...
Os amigos riram.
‘Que menina abusada! Não tem nem tamanho.’ Pensou Hermione, inconformada com a irmã. ‘Deixa de ser besta, Mione! A menina não tem nem dois anos!’ ela balançou a cabeça, tentando fazer com que esses pensamentos desaparecessem.
—Ron, me dá ela aqui. Eu vou colocar ela na cama, pra ela dormir melhor.
—Não, Hermione. Deixa que eu levo ela. É uma bebê pesada, hein?
Ela assentiu e eles foram para o antigo quarto do Fred e Jorge. Ela arrumou a cama e ele acomodou a pequena.
Era a primeira vez depois de quase um ano que eles ficavam juntos. Assim que a Guerra acabou, a garota foi em busca dos pais e eles não se viram mais. O beijo na sala precisa ficou esquecido...ou não.
—Hã, Mione? –A morena registrou o uso do seu apelido –Quer dar uma volta lá fora? Colocar a conversa em dia?
—Claro, Ron.
Eles desceram e avisaram a Sra. Weasley que iam dar uma volta no jardim, ela aceitou com os olhos brilhando de expectativa e disse que se a Marina acordasse ela chamava.
—E então, Mione, como foi lá na Austrália? Demorou muito pra você achar seus pais?
—Não, levei mais ou menos duas semanas. Desfazer o feitiço foi fácil. O duro foi contar pra eles o que realmente aconteceu. Mamãe quase teve um treco, disse que eu me arrisquei demais e que não devia ter feito isso. Papai entendeu e disse que eu fiz o certo. –Ela deu um sorriso lacrimoso pro ruivo –Ele me ajudou com a minha mãe. E logo depois eu descobri a Mari. Foi uma felicidade enorme. —ela deu uma pausa. –E você? Como ficou depois de...tudo?
—Foi e ainda é difícil ver o Jorge sem o Fred. –o tom de voz dele era deprimido –Ele ficou realmente triste, mas logo percebeu que se ele continuasse daquele jeito era capaz do Fred vir puxar o pé dele de noite. –ele soltou uma risada sem emoção –Aí ele teve uma conversa com a mamãe, e as coisas se acalmaram um pouco.
Eles ficaram um minuto em silencio, e depois continuou:
—Bom, aí o Harry disse que ia pro Largo Grimmoud. Gina ficou sem falar com ele por uma semana, e ele desistiu de ir. Meus pais ficaram felizes quando ele disse que ficava. No jantar daquela noite ele pediu a Gina em namoro pro meu pai. Mamãe quase inundou a casa de tanto chorar. –Eles riram.
—Fiquei preocupada com você. –Admitiu a morena.
Ele parou de andar e a abraçou. Um abraço de saudades, um abraço amigo. Como ela sentira falta daquele abraço protetor. E ele, como sentira saudades de simplesmente estar ali com ela, juntos.
Eles ficaram um bom tempo daquele jeito, até que o ruivo se afastou um pouco e disse, olhando naqueles olhos de chocolate que ele tanto apreciava:
—Obrigada, Mione.
—Por quê?
—Por tudo. Por ser minha amiga, até confidente. Só você que conseguiu amenizar a minha dor pela morte do Fred. Mais ninguém. Obrigada por ter me tirado de muitas enrascadas e de ter lido aqueles trabalhos do Snape. Adoro você, Hermione.
Ele foi se aproximando. Ela tremia, e seu coração batia descompassado. O que ela não sabia é que o ruivo em sua frente sentia o mesmo. Seus lábios estavam quase se encostando, a cabeça dela rodopiava.
—Táta! –Mari vinha no colo da Gina, com um sorriso choroso olhando para a irmã. –Ony!
Rony soltou um palavrão baixinho e eles se afastaram. Muito corada, Hermione pegou a irmã no colo e entrou com a amiga, com a desculpa que a bebê devia estar com fome.
—Desculpe-me, Mione. Mas a Mari tava chorando. Eu juro que não queria estragar nada entre vocês e...
—Não tem nada o que estragar, Gina. Eu e seu irmão estávamos conversando.
—Ah, claro. –A ruiva disse irônica – Mas mudando de assunto, mamãe disse que o Gui convocou a família inteira para um jantar importante hoje à noite. Ou seja: Casa cheia!
A morena sorriu, tentando expressar o mesmo entusiasmo da amiga. Mas por dentro ela estava com um misto de sentimentos: amor, paixão, raiva por não ter beijado o Ron, e ao mesmo tempo um certo alivio.
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