É culpa dos macacos!



Capítulo 10 – É culpa dos macacos!


POV’s Autora:


 


- Eu não acredito, eu esqueci! – xingou-se Gina, na hora do almoço.


         Alicia riu, tinha acabado de lembrar os amigos que nenhum deles tinha lhe dado seu presente, mas só poderia ser dada a noite no Salão Comunal de qualquer jeito.


- Não se preocupe, pode dar depois! Além do que, se eu ainda for receber algum presente, já ta bom! – brincou, animada, a ruiva.


         Gina fechou a cara, mas riu junto com a amiga. Hermione revirou os olhos, Neville e Rony estavam concentrados demais xingando Malfoy.


- Não entendo – disse Harry – O que o Draco Malfoy tem de tão ruim?


         Todos viraram suas atenções para ele, incrédulos.


- O que Draco Malfoy tem de tão ruim assim? – praticamente berrou Gina, fazendo algumas pessoas olharem para ela, mas os sonserinos não deram sinais de terem reparado.


         Ela teve a decência de corar, mas logo perdeu a pose de vergonha.


- Ele é o maior idiota de toda a Hogwarts – começou a garota.


- Metido – completou Alicia.


- Arrogante – adicionou Mione.


- E muito retardado – disseram juntos, Nev e Ron, o que os fez parecer com os gêmeos Weasleys.


         Harry sorriu de lado e bagunçou o cabelo. Sinceramente, eles se preocupavam com banalidades demais!, mas tudo bem, melhor isso que a guerra.


- Entendo – respondeu o moreno, sorrindo – Qual nossa próxima aula?


- Ih, isso me lembra que tenho que ir se quiser chegar nas masmorras na hora, senão o Snape me esfola! – disse Gina, que olhou para a mesa do professores e viu que o Mestre de Poções não mais estava ali.


         Despediu-se rapidamente e saiu correndo com a mochila por sobre o ombro.


- Essa histérica – murmurou Alice, balançando a cabeça dramaticamente. – Mas, bom, respondendo sua pergunta, Pontas. Temos Duelos Avançado, com tia Lily.


- E o pior: é com todas as casas do quinto ano – falou emburrado, Rony.


- O que ele quer dizer, é que isso inclui a Sonserina – interpretou Mione, olhando de esguelha para o ruivo.


         Harry sorriu maroto: - Ora, se é com a Sonserina e Duelos, deveríamos nos animar.


         Alicia sorriu entendendo.


- Você está pensando o que eu acho que está pensando, Pontas? – indagou a menina e, os dois juntos disseram: - Chutar alguns traseiros Sonserinos!


         Todos riram, enquanto pegavam suas respectivas mochilas e encaminhavam-se para um salão especialmente usado para essa aula.


         Muitas pessoas já estavam lá, e elas olhavam curiosas para Harry – o Harry Potter – vivinho da silva, e (como insistiam em completar as “Oferidas!” dissera Al) super gostoso.


         A sala era espaçosa, e tinha uma grande espécie de passarela, onde várias pessoas poderiam duelar tranquilamente sem se baterem.


         A Profª Lílian entrou um segundo depois do sinal bater.


- Muito bem, alunos, reúnam-se aqui – instruiu a ruiva.


         Eram muitos alunos e alunas – Corvinais, Lufos, Sonserinos e Grifinórios. Todos ansiosos para duelar, como se fosse a primeira aula de duelos do ano, e não a vigésima alguma coisa.


- Quem pode nos dizer o que aprendemos aula passada? – perguntou, calmamente, Lílian.


         Hermione ergueu ansiosamente a mão, quase quicando no lugar, pronta para responder. Teo Boot da Corvinal ergueu, também com uma nota de ansiedade para responder, mas controlava-se.


- Srta. Granger...? – incentivou Lílian.


- Sobre o Protego Maximum – disse, Hermione, de bom grado.


- Cinco pontos para a Grifinória – sorriu Lílian – Para os que não se lembram, o Protego Maximum é muito mais poderoso que o Protego, criando, assim, um escudo que cobre você completamente, mas também gasta muito mais de suas energias.


         Lílian, na verdade, não costumava fazer essas revisões, mas Harry (“Eu nem acredito, Ti! Vou dar aulas para o meu bebê!” “Ora, Lílian, por favor...”) não estivera nas ultimas aulas, nem nos últimos anos, se quer saber...


- Nesta aula, iremos aprender a lançar dois feitiços ao mesmo tempo. Alguém poderia me dizer os benefícios disso combinado com o Protego Maximum? – indagou a professora.


         Ninguém se surpreendeu quando Hermione ergueu a mão antes de todos, ela parecia ter prática nisso.


- Sim?


- É útil, pois se você estiver, por exemplo, numa luta contra um Comensal, você poderia se proteger e lançar algum feitiço, podendo ganhar tempo para alguém chegar e lhe ajudar – explicou a morena rapidamente.


         Lílian sorriu, a garota era muito inteligente.


- Eu mesma não poderia explicar melhor, Srta. Granger, dez pontos para a Grifinória – Lílian sorriu, e caminhou para o centro do tablado para duelos.


         Os alunos pareciam ansiosos para aprender a lançar dois feitiços ao mesmo tempo.


- Irei chamar alguém com quem eu possa demonstrar... Sr. Potter, poderia fazer a gentileza? – perguntou Lílian, ela não tinha uma cara de agrado quando falou isso, mas ninguém reparou.


         Ela não queria testar isso com seu filho, mas, de acordo com Dumbledore, ela teria que ver o nível em que o garoto estava.


- Absurdo! – fora somente o que ela tinha dito ao diretor, mas concordou desagradada.


         E, agora, Lílian encarava seu filho. Ela perguntou-se mentalmente quantas horas por dia ele treinava em Harmony. Seu físico era perfeito, os cabelos pretos muito revoltados, mas não era comprido, seus olhos verdes esmeraldas pareciam querer transmitir um poder que estava lá.


- Vamos brevemente duelar, certo, Sr. Potter? – perguntou.


         Harry assentiu. Sentia-se um tanto incomodado, não pelo fato de duelar com uma mulher, mas pelo fato dessa mulher ser sua mãe.


         Se cumprimentaram, e logo começaram o duelo.


         Os movimentos eram precisos, graciosos e em alta velocidade – dando um ar de ensaio, como se tivesse combinado tudo. Quando um lançava, o outro já estava rebatendo com um escudo e devolvendo, e ficaram nesse ritmo por uns bons minutos.


         Lílian era muito perita nesse assunto, os alunos já tinham aulas com ela há tempos para saber disso, mas também viam, um tanto assombrados – exceto pelos Sonserinos, que faziam cara de desagrado – como o moreno acompanhava a professora, e não parecia cansar.


- Estupefaça! – gritou Lílian.


         Um raio vermelho disparou de sua varinha em direção a Harry, que cancelou o feitiço com um maneio de varinha, um feitiço de cancelamento não-verbal.


- Trinity serpensortia! – gritou Harry, mas ele apontava a varinha para o espaço entre ele e Lílian.


         Três anacondas saíram num feixe de luz, e deslizaram em direção a Harry, mas este ordenou:


- Ataquem-na – um frio percorreu as espinhas dos alunos quando ele falou em Ofidioglossia.


         As cobras viraram para uma Lílian surpresa, ela completamente se esquecera que o filho era Ofidioglota. Mas fez as cobras sumirem, “Finite Incantatem!”.


- Expelliarmus! – berrou Lílian, sua varinha apontada para a de Harry.


         Mas Harry fez um feitiço sem sua varinha própria. Uma bolha-escudo o circulou. Era completamente branca e parecia que iria estourar ao menor toque, mas rebateu o “Expelliarmus!” sem nem rachar.


         Enquanto o feitiço rebatia, Harry lançava outro: - Estupore!


         Um feixe de luz vermelho disparou em alta velocidade, acertando Lílian e a jogando para trás, estuporada.


         Harry tentou parecer calmo, com sucesso, mas os alunos pareciam agitados ao verem a professora caída. Ele correu até sua mãe e agachou-se ao seu lado:


- Enervate.


         Lílian acordou, sobressaltada. Não estava fraca, mas suas costas doíam minimamente pelo estuporamento.


- Me desculpe, mãe – sussurrou tão baixo que nenhum aluno ouviu, mas já se aquietavam vendo-a acordar.


         Mas Lílian só sorriu bobamente ao ouvir ser chamada de mãe, como sentira falta disso.


         Entretanto, sua felicidade foi cortada quando ouviu Blásio Zabine falar em altas vozes, sem nem ligar:


- Humpf, não sei por que ligam tanto, uma sangue-ruim como ela devia ficar eternamente estuporada!


         Todos viraram suas atenções para ele, os Sonserinos riram, sem a menor cara de pau – Harry reparou que o tal de “Draco Malfoy”, que tinha uma garota com cara de vaca pendurada no braço (e parecia não gostar disso), não riu.


         Os alunos mostraram-se indignados, começaram a vaiar na direção dos Sonserinos (“Como podem falar assim da professora?!” esganiçava Hermione).


- Menos 50 pontos para a Sonserina, Zabine – disse Lílian friamente. Ela nunca chamava os alunos pelo sobrenome, isso era um mau sinal – E detenção por um mês, ao final desta aula irá ao escritório do diretor.


         O Sonserino não pareceu muito afetado, como se ficar de detenção e perder pontos fosse coisa para criancinhas – agora que estava tão próximo de ser um Comensal, essas coisas pareciam tolices.


         E Lílian reparou isso, então, deu um mínimo sorriso, o que os alunos não entenderam.


- Vejo, Sr. Zabine – começou a professora – que acha isso meramente, tolice, não?


         Blásio não respondeu, mas sorriu com escárnio, os alunos consideraram isso um “sim!”.


- Vamos fazer assim, então: iremos decidir em um duelo – falou a ruiva – Se você ganhar, não perderá pontos e nem terá detenção...


- Certo – interrompeu Zabine, já indo para o tablado, pronto para um duelo, certo de que iria ganhar facilmente.


         Lílian sorriu e acrescentou:


- Se você perder, ficará de detenção um mês e perde cem pontos.


         Mas o Sonserino ainda assentia, iria ganhar, tinha certeza.


- Só tem uma coisa: você irá duelar contra o Sr. Potter e será em dupla o duelo – finalizou Lílian, sorrindo.


         O Sonserino parecia engolir seco, tinha visto, o Potter era bom, tinha de admitir, mas Zabine era, afinal, Sonserino. E não desistiria.


- Certo, professora – quase rosnou e olhou o grupo de Sonserinos – Malfoy, vem.


         Draco limitou-se a erguer as sobrancelhas, desde quando aquele idiota mandava nele, um Malfoy? Mas não iria amarelar, ah, não.


         Harry lançou um discreto sorriso em direção a seus amigos.


- Alicia... – ele não precisou terminar de pedir, Alicia habilmente subiu na passarela, animada e pronta.


         Ela caminhou sorrindo até o amigo moreno, iria se divertir muito com esse duelo, agradeceu pelo o olhar.


         Lílian afastou-se e os alunos pareciam ansiosos para ver um duelo em dupla, nunca tinham visto. Os que iria duelar se posicionaram, cumprimentaram-se mal mexendo a cabeça, varinhas apostas.


         Zabine não esperou o sinal, já lançou um feitiço:


- Spinx! – um feixe de luz escura saiu de sua varinha, mas Harry meramente desviou (não ia ser legal receber um feitiço da confusão).


- Lacarnium Inflamarium! – não era como um Incêndio, um feixe de fogo foi lançado em direção a Malfoy, mas este também desviou.


         Logo começou uma nova chuva de feitiços, nenhuma das duplas tinha pessoas específicas para duelar, somente lançavam feitiços e rebatiam os que vinham em sua direção.


         Harry estava achando esse duelo particularmente divertido, e, olhando de esguelha, viu que Alicia duelava sorrindo, como se achasse graça em tudo isso. Malfoy parecia no mínimo entediado e Zabine parecia se esforçar ao máximo.


- Protego Maximum! - Draco berrou quando um feitiço voou em sua direção.


         Alicia não se fez de boba, atirou um feitiço (“Estupefaça!”) na direção de Blásio, que se distraíra por preciosos segundos.


         O feitiço acertou o Sonserino que voou alguns metros, antes de cair dolorosamente no chão, estuporado.


         Harry e Alicia se entreolharam, Malfoy fora o único que restara, e somente tinha o Protego Maximum o protegendo – não iria agüentar muito.


         Combinando simplesmente pelo olhar disseram:


- Rosa choquium! – um feixe de luz de um tom forte de rosa foi em direção a barreira do loiro, que simplesmente rachou e o fez com que fosse acertado pelo feitiço.


         Uma descarga elétrica correu por seu corpo e ele desmaiou, exausto e queimado – iria acordar horas depois na enfermaria para descobrir que seu cabelo estava rosa chiclete.


         Harry sorriu, não fazia idéia de como sabia esse feitiço, só sabia.


- Inventamos esse feitiço quando éramos crianças, sem varinhas, é claro – sussurrou alegremente, Alicia – Quando éramos crianças pequenas e inocentes.


         Harry riu, simplesmente duvidava que tivesse sido inocente algum dia, depois de ter visto tudo isso.


         Descendo da passarela, logo foram recepcionados pelos amigos e o sinal batia. Enquanto catavam suas mochilas, viam que Lílian tinha feito Malfoy e Zabine serem magicamente levados a enfermaria.


- Foi genial – comentava Rony, sorrindo de orelha a orelha, como se ver dois Sonserinos desmaiados tivesse feito ele ganhar o dia.


         O grupo gargalhou – Sonserinos tinham tendência a serem idiotas.


- Qual nossa próxima aula? – perguntou Harry, curioso.


- Bom, hoje é terça, como já dissemos, não tem aulas chatas hoje, então, a ultima do dia é com my mommy! – disse Alicia, batendo palminhas animadamente.


         Riram, enquanto caminhavam em direção a sala onde teriam aulas de Defesa Avançada. Quando entraram, viram que a sala já estava um tanto cheia, também faltavam poucos minutos para o sinal bater novamente.


         Os Lufos – essa aula era com eles – já tinham seus materiais prontos. Alicia e Harry sentaram-se logo na frente, Rony e Neville, Hermione e Susana.


         Faltava pouco para o sinal bater, então, ficaram conversando. Alicia levantou de repente.


- Já volto – e caminhou em direção a uma mesa onde tinha duas Lufas.


         Uma tinha cabelos loiros curtos e picotados, alem de olhos nebulosos e negros. A outra tinha também cabelos loiros, mas eram de um loiro-acastanhado, preso num rabo de cavalo e tinha olhos azuis cinzentos.


         Alicia disse algo a garota de rabo e voltou um minuto depois.


- O que foi conversar com a Abbott? – perguntou Nev curioso.


- Abbott? – indagou Harry, ele tinha que começar a saber o nome das pessoas.


- Ana Abbott – sussurrou Susana explicativamente, enquanto Alicia começava a falar.


- É que eu soube que a Ana estava saindo com Cedrico Diggory – sussurrou Alicia, sorrindo maliciosamente.


         Susana fez uma cara de “estou babando por ele” e sorriu para a amiga:


- Ele não estava saindo com a Chang? – perguntou Mione.


- Chang? – indagou Harry, ainda alheio.


         As meninas estavam tão concentradas fofocando – é claro! – que nem repararam na pergunta, mas Rony respondeu: - Cho Chang, da Corvinal, é uma gata, sabe.


         Hermione aparentemente ouviu, lançou-lhe um olhar que arrepiaria qualquer um e não deu-lhe mais atenção o resto da aula. Alicia e Susana se entreolharam e deram risinhos.


- Sabe, o Diggory é mesmo um gatinho, Chang não merecia ele, Ana sim, sabe, ela é super gente fina – sussurrou animada, e maliciosamente, Susana.


         Neville ficou um pimentão – Harry não sabia se era de vergonha ou de raiva pelo que a amiga tinha dito.


         Alicia soltou risinhos, enquanto o sinal tocava e eles voltavam para suas carteiras.


- É que Hermione gosta de Rony, e Neville gosta de Susana – cochichou para Harry enquanto Marlene entrava na sala – Só não conta para eles que eu disse isso, iriam me estrangular!


         Harry riu, o que Alicia entendeu como um “Claro!”.


- Hoje, turma – começou Profª Marlene – iremos aprender sobre seres ilusitórios. Alguém pode me dizer o que eles são?


         Hermione prontamente ergueu a mão e Lene sinalizou que ela podia falar.


- São seres que não podem ser visto pelos olhos da maioria das pessoas, mas podem ser sentidos e ouvidos – explicou a morena rapidamente.


- Dez pontos para a Grifinória – disse Marlene simplesmente – Como a Srta. Granger disse, os seres ilusitórios não podem ser vistos pela maioria das pessoas. Alguns tem certas exceções de como são vistos, e outros outras exceções.


         As palavras de Marlene iam aparecendo magicamente no quadro negro atrás dela.


- O Testrálio é um bom exemplo de um ser ilusitório. Podem ser vistos, somente, pelas pessoas que já viram a morte, ou seja, que já viram alguém morrer na sua frente.


         Alicia olhou de esguelha para Harry, será que ela conseguiria ver um testrálio? Mas o amigo não tinha morrido de verdade...


- Outro exemplo é o Geaglet. Só podem ser vistos por pessoas que tem um certo nível de mágica, ou seja, pessoas poderosas. Uma curiosidade, é que, há alguns séculos atrás, as pessoas usavam Geaglets para medirem seus níveis de magia.


         Marlene caminhou até o canto da sala e arrastou uma mesinha com rodinhas até a frente da sala. Em cima, havia uma caixa de vidro coberta por um pano vermelho.


- Aqui dentro tem um Geaglet, vou tirar um pano, quem puder ver imediatamente erga a mão, quem não conseguir se concentre, se não conseguir, bom, não tem níveis de magia muito altos – terminou Lene, e tirou o pano de cima do vidro.


         Harry por instinto ergueu a mão e Alicia também, eles continuaram olhando bobamente o bicho estranho que tinha ali. Ele tinha o tamanho de um poodle, mas estava andando sobre duas patas.


         Ele tinha uma cara de quem bateu contra uma parede, chifres pontudos saiam de sua cabeça e ele tinha enormes garras em seus finos dedos – o que lembrava muito um grindylow. No meio de suas costas saiam dois rabos, que faziam um loop e terminavam pontudos.


         Os alunos aos poucos foram erguendo as mãos, quase todos ergueram, exceto dois Lufos mirrados que Harry não sabia quem eram.


- Os Geaglets parecem inofensivos, mas são criaturas das trevas, por isso não são mais usados como medidor de magia – explicou Marlene – Eles costumam viver no escuro e odeiam serem perturbados. Estão vendo as garras e os chifres? Sim, são mortais e uma picada com seus dentes e você ganha um bom veneno de presente...


         Ela parecia querer acrescentar algo, mas o sinal bateu, indicando o fim da aula.


- Quero trinta e cinco centímetros para a próxima aula sobre informações de Geaglets – finalizou a professora, arrumando o material.


         O grupo de Grifinórios começou a guardar os materiais na mochila, conversando sem pressa. Quando todos os alunos, menos o grupo de Grifinórios, tinham saído, Marlene disse, sorrindo:


- Então, Harry, sou uma boa professora? – perguntou ela. Sua voz era calma e quase divertida, mas ela estava em pânico por dentro, e sabia por que.


         Tinha dado aulas pra sua filha e pros amigos dela – que os considerava filhos também – mas nunca para seu afilhado. E ela tinha chorado tanto quanto Alicia quando ele morrera. E saber se ele gostava de sua aula, era quase como dizer que gostava dela.


         Mas Harry sorriu, como que para tranqüilizá-la, como se ele tivesse ouvido sua guerra mental:


- Foi excelente, madrinha – sua voz era sincera e um tanto lenta, como se quisesse que ela entendesse bem.


         Marlene sentiu os olhos marejarem e virou-se para apanhar seus livros e não a verem chorando. O grupo de Grifinórios sorriu entre si, fingindo não ver, e saíram da sala.


         Estavam indo deixar suas mochilas na Torre para poder ir jantar no Salão Principal.


         Entretanto, seus caminhos foram barrados – por Sonserinos, quem mais?


- Ora, ora – praticamente sibilou Zabine – se não é o “Grupo de Ouro”.


         Harry arqueou uma sobrancelha – Grupo de Ouro? Então, era isso que as cobras pensavam?


         O moreno não precisaria de mais dias pra chegar a conclusão de que os Sonserinos se achavam melhores, superiores. Só não paravam para pensar que também havia os próprios “sangues-ruins” em sua casa.


         O grupo que os abordara não era muito grande. Porém, era maior que o de Grifinórios – como se isso preocupasse o moreno... – Harry reparou que o tal Malfoy não estava lá... Qual era seu “mistério”?


- Melhor isso do que “Trupe de Cobrinhas Idiotas” – retrucou, sem perder a compostura, Alicia.


         Os Sonserinos torceram a cara.


- Principalmente você, Parkinson – sorriu com ironia Hermione, para a garota que Harry achava que tinha cara de vaca, na aula de Duelos.


         Ele estava cada vez mais surpreso, Hermione não parecia ser o tipo de pessoa que “retrucava ou xingava”.


- Cale a boca, sangue-ruim – devolveu, indignada, Pansy.


         Neville e Susana seguraram Rony, que parecia querer cortar o pescoço da garota.


- E vejam só – zombou Zabine, que parecia “o líder” -, Harry Potter está de volta, não é agradável, gente?


         Os Sonserinos acabaram-se de rir, com escárnio e amargura – não era nem um pouco parecido com o riso inocente de Alicia que ele ouvira em sua cabeça.


- Fique preparado, Potter, assim que avisarmos, o Lorde das Trevas virá atrás de você – sorriu irônico, Zabine. Um dos brutamontes ao seu lado resmungou o que parecia um breve ‘sim’.


         Mas Harry só riu, achando graça. O olharam como se ele fosse louco. Mas ele falou numa voz tão fria e confiante que fez os Sonserinos gelarem:


- Pouco me importa o que Lord Idiotice vai fazer em relação a mim – zombou o moreno, ainda rindo – Sinceramente, pouco me importa se ele vai aparecer aqui e me matar, além do que, ele não teve muito sucesso da ultima vez, ou teve? E, sabe, quem deveria se preparar é você, Blásio Zabine, pois ande um dedo fora da linha, e vão ser seus membros que vão estar fora de você.


         O Sonserino engoliu seco, mas só arqueou as sobrancelhas como se dissesse “quero ver”.


         Harry pouco se importou virou para a garota chamada Parkinson e disse com a mesma frieza:


- Parkinson, gosta de seus olhos? – a pergunta era um tanto estranha, considerando a situação, mas a menina estava tão apavorada que respondeu bobamente.


- Mas é claro – e vendo o que dissera completou: - Só meus olhos valem mais do que um sangue-ruim.


         Harry riu: - Se gosta deles, então é melhor calar a boca e parar de falar mal dos meus amigos, antes que eles, misteriosamente, saiam de seu rosto e parem em minhas mãos, esmagados.


         A Sonserina engoliu auditivelmente, cagando-se de medo.


- Veremos, Potter, veremos – Zabine parecia satisfeito que sua voz não tivesse tremido.


         Os Sonserinos viraram-lhe as costas, indo embora.


         Harry trocou um rápido olhar com Alicia, assentindo, fizeram uma mágica sem varinha mesmo.


         Faíscas verdes e pretas voaram em direção ao grupo de Sonserinos, acertando-os de surpresa. Seus corpos começaram a mudar, e quando tudo acabou, o grupo de Grifinórios cagou-se de rir.


         Estavam de frente para macacos, aqueles miquinhos pequenos que se viam em zoológicos, presos em jaulas e com pessoas olhando para eles. Era quase jogar na cara deles que eles não eram superiores.


         Os micos começaram a fazer barulhos, e logo muitas pessoas que iam passando para o Salão Principal viam o estardalhaço. Logo entenderam do que se tratava, pois além terem virado macacos, havia uma placa prateada em escritos verdes: “Sonserinos não são mais como antigamente. Cobras pareciam antiquadas para eles, então, decidiram mudar”.


         E, a medida que as pessoas liam, elas riam, os que mais riam eram os Grifinórios – o que mais tinha ali também, porque era o caminho da Torre da Grifinória.


         A confusão chamou a atenção de professores – Snape, que tinha sua cara torcida em desagrado, Minerva que parecia horrorizada, Marlene e Lílian que pareciam entre rir e brigar, Remo parecia se conter a todo custo, mas deixara risadas escapar.


         Tiago e Sirius estavam chegando do Quartel de Aurores e iam em direção ao Salão, mas com todo o estardalhaço, foram em direção aquilo (adoravam confusões) e cagaram-se de rir ao ver tudo.


         Os professores dispersaram os alunos, e transformaram os Sonserinos de volta, que ficaram “para dar explicações”.


- O que foi isso?! – horrorizou-se Minerva.


- Foram eles, professora, - berrou, chorando falsamente de medo, Pansy, sendo consolada por Nott – os Grifinórios. Estávamos passando somente, e eles fizeram isso.


         Snape deu o que mais parecia próximo de um sorriso.


- Sugiro detenções por todo o ano, Minerva, e cem pontos de cada um – e, sorrindo mais, acrescentou, pouco ligando em baixar a voz: - Tinha que ser filho do Potter.


         Tiago ia praticamente se jogar para cima de Snape, mas Sirius o segurou. Só que ninguém segurou a língua de Harry:


- Não acho que seja o caso, professor Snape – retrucou Harry, sua raiva não transparecia em sua voz – estávamos meramente conversando sobre assuntos banais a adultos.


- E o que seria? – Severo perguntou desagradado.


- Não sei, como o dia estava bonito, como jantar ia ser bom... – Harry deu uma pausa dramática – como o Lord Voldemort ia me matar quando me visse. Como eu disse assuntos banais.


         E deu de ombros, sorrindo. Lílian ofegou, tão horrorizada quanto Minerva tinha ficado ao ver os Sonserinos transfigurados em macacos. Tiago a enlaçou pela cintura, fuzilando com os olhos o grupo de ‘verdinhos’. Remo, Sirius e Lene os imitaram, pouco ligando se eram professores ou não.


         Minerva estava impaciente e Snape não parecia mais tão confiante quanto antes.


- Expliquem-me melhor essa história, o que foi, exatamente que aconteceu? – ela perguntou primeiro para Blásio.


         O Sonserino, num tom dramático e falsamente apavorado explicou:


- Estávamos passando para ir ao Salão Principal, professora McGonagall, quando o grupo de G-Grifinórios – Zabine fingiu gaguejar em medo – começou a nos xingar, Potter abertamente nos ameaçou de nos matar, professora! – exasperou-se – E, depois, ele e Black nos transformaram em macacos, sendo que nada tínhamos feito.        


         Severo Snape sorriu, com tanto escárnio quanto os adolescentes tinham sorrido para os Grifinórios antes – mas ele era, afinal, um Sonserino também.


- E você, Sr. Potter? – perguntou Minerva. Quem olhasse mais a fundo, perceberia que ela não estava sendo brava com Harry, estava preocupada. Porque Minerva McGonagall conhecia o estilo dos Sonserinos e filhos de Comensais.


         Arrogantes e prepotentes, pouco se lixavam para as aulas e pouco ligavam para notas.


- Íamos guardar nossas mochilas na Torre, professora – começou Harry, numa voz calma e normal, sem o exagerado fingimento de Blásio – quando os senhores e a senhorita ali chegaram – quase tinha um toque de ironia aí – e nos xingaram de “Grupo de Ouro”.


         Harry tomou um pouco de ar e continuou, ainda pacifico:


- Xingaram Hermione de sangue-ruim, falaram ser superiores só por serem o que são, então, transformamos eles em macacos, o que não foi difícil, já que bom, era como eles estavam agindo – concluiu.


         O que fez a seguir espantou todos, adultos e adolescentes. Harry simplesmente apareceu na frente de Zabine, que quase molhou as calças. O moreno já não mais tinha aquela postura calma e seus olhos ardiam, e, o estranho, suas íris estavam num tom branco que emanava puro poder.


- Olhe aqui, Zabine – começou numa voz cortante Harry – falei educadamente com a professora, porque diferente de você ela merece, mas não terei saco algum com você, fui claro?


         O Sonserino só assentiu bobamente.


- E suas chances de tentar mentir são tão patéticas quantos Voldemort – continuou o moreno – e xingue meus amigos ou qualquer um de sangue-ruim e outras coisas mais, e você estará no inferno, arrumando o quarto que reservei para Lord Idiotice, entendeu?


         Mas o Sonserino só fazia acenar positivamente. Harry virou-se para Pansy, ainda furioso.


- E você, sua vaca, seus olhos valem tanto quanto vermes, então, xingue Hermione de alguma coisa, e não serão somente seus olhos que ficarão fora de seu corpo.


         Harry, tão de repente quanto chegara a frente dos Sonserinos, voltou ao seu lugar – silencioso, sutil e rapidamente. O moreno parou ao lado de Alicia, que lhe lançou um discreto sorriso.


         Minerva suspirou e disse:


- Pois bem, os senhores e a senhorita – ela falou para os Sonserinos – estarão em detenção com o Filch por duas semanas – Minerva virou para Alicia e Harry – vocês ficarão esta noite e amanhã de detenção com a Profª  Lílian.


         Snape, obviamente, mostrou-se indignado a isso – que Potter e Black tivessem se livrado disso com tanta facilidade, mas ele não pode discutir, quem tinha começado tudo foram eles, a culpa era dos macac... Quer dizer, dos Sonserinos!

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Demorou, mas chegou! Presentinho de Natal atrasado, gente! Não me matem por demorar a escrever os capítulos, sou uma pessoa... Preguiçosa *vergonha*.

Mas, quero comentários, eles inspiram o autor, sabiam? Pode mudar completamente o rumo da história um comentário! 

Não estou pedindo para me "agraciarem", só para me darem UM COMENTÁRIO ou UMA CRITICA! Poxa...

Agora, espero vocês no proximo capítulo!

Beijos e borboletas,
                     Annie E. Potter 

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