Ato 2 - A Carta e a Morte
Ato 2
A Carta e a Morte
O dia amanheceu ensolarado, não havia sinal da chuva anterior. Sorrio da minha janela mais uma vez. A chuva era a minha dor ontem, hoje o sol é a alegria deles. Dia lindo para um casamento. Talvez estivesse feliz, se eu fosse o noivo, se eu estivesse prestes a arruinar a linhagem da minha familia me casando com uma sangue ruim, se a vida que brota dentro dela fosse do meu sangue. Meu peito dói. Não entendo o porquê. Ou talvez entenda, dói porque ela nunca será minha e minha vida chegou ao fim.
Medo? Sentimento esse que sempre me perseguiu. Uma vida regrada ao medo, é uma vida sem fundamento, inútil. E o que é inútil deve ter fim. Mas espero a coragem, coragem que vira com o exemplar do Profeta Diário... e o dia passou, andei de um lado para outro, pensando na minha existência, e resolvi-lhe escrever algumas poucas palavras:
Granger,
Hoje é o dia mais feliz de sua vida, e é o dia em que desisto da minha. Desisto, porque o que me fazia viver, era a esperança de que um dia você fosse minha. Mas hoje essa esperança se extinguiu, afinal, você nunca percebeu meu amor, e nunca percebera agora. Por isso tomei coragem de te dizer. Eu te odeio, você já sabe, a novidade é que te amo, o mesmo tanto que te odeio. Engraçado, falar em amor. Talvez você pense que enlouqueci. Talvez tenha mesmo, enlouquecido por te amar, por ter te seguido pelos corredores, por ter tentado a todo custo sentir ao menos o seu cheiro, por ter roubado seu sueter rosa, aquele que usava no mesmo dia que me quebrou o nariz. É isso, o roubei porque era o mais perto que estaria de você. Pode ser mesquinho de minha parte, mas não sei se desejo a sua felicidade, já que não estarei aqui para ver. Ser mesquinho ou não. Não vem ao caso, pois essa é a minha realidade, Granger. Eu te amo, e não desejo a sua felicidade, já que o veneno que tomarei agora corroerá as minhas entranhas.
***
Nesse momento a coruja chegou, com o exemplar do final da tarde, em letras grandes e Garrafais, o anúncio dizia: UNIÃO FELIZ. Logo a baixo, a foto do sorriso, do abraço e do beijo. Meu coração quis saltar do meu peito. Estava feito, só restava a minha morte. Assim, termino a carta, com o frasco de veneno reluzindo a minha mão.
***
Agora, não tem mais volta, Hermione, o veneno, arde em minha garganta. Seja feliz, enquanto eu jazerei eternamente sozinho. Meu último ato, será lhe enviar essa carta. Afinal, você precisa saber o motivo de minha morte, pois morrerei fracassado sim, mas covarde não mais.
Eternamente Seu Draco Malfoy.
*****
O veneno agiu, com mais rapidez do que eu esperava, minhas mãos estao dormentes, e minha visão turva. Tremo, mas faço o que tinha que fazer, mais uma vez chego a beirada da janela... me apoio respirando com dificudade. E vejo a coruja cortanto o céu, naquela noite estrelada, levando a você o meu amargo e doce amor... e enfim... a escuridão.... e a paz.
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