Peripécias do Coração
Olá leitores!
Antes que vocês chamem a Santa Inquisição pra me queimar viva, aqui está o 14o caítulo! Desculpem a demora pra postar, mas essa semana foi a última semana de aula, quase não parei em casa e ainda tive prova de vestibular pra fazer. =/
Mas provavelmente postari um capítulo por semana. Talvez durantes as festas de Natal e Ano Novo eu demore um pouco mais, mas prometo postar sempre que eu puder, e sempre escrever quanto tiver um tempo livre!
Algumas novidades: Uma amiga fará algumas ilustrações pra Fanfic de agora em diante. Não prometo colocar nenhum quadrinho por enquanto, porque ela está viajando, MAS quando eu colocar, prometo avisar todos vocês =D
Obrigada a todas as leitoras que comentam, adoro ler suas ansiedades e palpites! Além de dar aquele UP no astral e dar muito mais vontade de escrever... e o número de leitores está crescendo... =D
Obrigada e boa leitura!
Cap 14: Peripécias do Coração
A semana não teve grandes mudanças, exceto por alguns infelizes acontecimentos: A alergia de Samantha piorou, e ela teve q ficar de repouso pelo resto da semana, o que a deixou profundamente irritada, pois odiava ficar ociosa, então como passatempo ela decidiu tornar a vida de Sirius um inferno toda vez que ele se dirigia à ela. Tiago começou os treinos, e conseguiu “sem querer” se machucar várias vezes, tendo que passar na Ala Hospitalar sempre depois dos treinos com dores musculares, até que Lilian perdeu a paciência com o rapaz, e ele foi enxotado do hospital por uma ruiva bastante irritada. Snape fez Sirius pagar por todos seus pecados, e pelos próximos também, já que realmente ele nessa semana ele trabalhou como nunca havia antes, mas como ele mesmo dizia: “O que é do Ranhoso está guardado. Ele não perde por esperar”. Lupin foi pego por Filch dormindo no trabalho uma ou duas vezes, o que o obrigou a aplicar as detenções mais severas, que também eram mais dinâmicas, como vistoriar os alunos nas colheitas de abóboras e passeios noturnos pela Floreta Proibida em busca de ingredientes para poções. Domenick levou várias advertências sobre “não assediar as garotas” de Madame Pince, o que não adiantou muito. Lilian teve o desprazer de dois alunos vomitarem em suas vestes, devido aos doces que os Gêmeos Weasley vendiam ilegalmente dentro da escola, fazendo-a pegar certo rancor dos dois garotos.
- Ainda quero conhecer esses dois malandros! – disse Samantha com um largo sorriso, enquanto passava um ungüento medicado por Madame Ponfrey nas pernas cheias de feridas.
- Vou torcer o pescoço deles quando eu os tiver em minhas mãos! – disse Lilian preparando-se para o banho, com uma toalha em mãos.
- Hey! Falando em torcer pescoços, você vai amanhã a Hogsmeade com Tiago, não é mesmo?
Lilian fechou a cara.
- Infelizmente.
- Ora Lilian! Vai ser demais! O Tiago fora de Hogwarts é outra pessoa!
- Mas não estou confiando muito nesse passeio... as coisas entre mim e ele estão meio nebulosas ainda. – Lilian disse entrando no banheiro.
Samantha suspirou fundo, e continuou realizando sua tarefa.
* * *
- Quero que cada grupo plante três vasos de Bobotúberas, mas cuidado com o pus! Utilizem as luvas, senão terão vários tumores amarelos pelos braços! – gritou a Profa. Sprout durante a aula de Herbologia.
- Então Hermione, o que descobriu? – disse Rony enquanto vestia suas luvas de couro de dragão.
Harry, Rony e Hermione eram um dos grupos de Herbologia, a garota pegava algumas raízes de Bobotúberas para plantar em um vaso de barro, enquanto os outros dois calçavam suas luvas.
- Passei a semana me aproximando de cada um deles, e depois ia à biblioteca fazer minhas pesquisas, mas uma coisa é certa: Para o Ministério eles não trabalham.
- Como descobriu isso? – disse Harry se desviando de uma jorrada de pus vindo da raiz que Dino Thomas segurava.
- Simples: perguntei aos alunos que tinham pais no Ministério, além de ler várias cadernetas com nomes de bruxos que trabalham lá. Não achei nada sobre eles em lugar algum, procurei nos cadernos com os nomes de ex-alunos de Hogwarts também. Não existe nenhum arquivo com os nomes que eles nos deram.
- Quer dizer que eles estão com identidades falsas? – perguntou Rony apreensivo.
- Sim. E creio que Dumbledore tenha algum dedo nessa história. Precisamos descobrir quem são eles de verdade, enquanto isso, vocês dois tentem se aproximar do grupo também. Principalmente você Harry, eles parecem ter muito interesse na sua história.
- Como assim? – perguntou Harry enquanto plantava uma das raízes. – Não seria mais fácil perguntar para Dumbledore, já que ele confia nessas pessoas?
- Não sei não... Dumbledore confia em Snape, por que ele não erraria também com eles?
- De qualquer modo, ainda está estranho. Quando eu os procuro, eles perguntam muito sobre seu passado Harry. Fui conversar com Lily certo dia, e ela ficou muito brava quando soube que morou com seus tios nas piores condições possíveis. Black pergunta sempre se Rony ainda tem o Perebas com certo rancor na voz, como se ele soubesse que Perebas era na verdade Pedro Pettigrew, e embora eu nunca tenha dito que você alguma vez teve um rato Rony. Rômulo vive me evitando nos corredores, porque quando conversamos, ele sempre me diz coisas fora do comum. Acreditam que Dumbledore lhe deu o cargo de Detentor para um dia ele virar professor? Isso é a maior besteira que já ouvi na minha vida!
- Hermione, está esmagando sua raiz de Bobotúbera...
Ela viu que apertara a raiz com muita força enquanto falava empolgada, e o pus da raiz escorria por sua luva.
- Eles estão escondendo coisas, e vou descobrir quais são! – ela disse enterrando a raiz no vaso com terra adubada. – Terei que ficar mais atenta às conversas deles.
- Ainda não resolvi o mistério do ovo de ouro... acho que vou pesquisar na biblioteca mais uma vez. Vou tentar tirar alguma coisa daquele tal de Domenick nesse meio tempo. – disse Harry cavando um buraco para enterrar sua raiz.
- Ótimo. Vou pesquisar mais na biblioteca sobre os nomes e as famílias deles. Não vou descansar enquanto não descobrir qual o verdadeiro objetivo daquele grupo aqui em Hogwarts. – disse Hermione, finalizando a discussão.
* * *
Samantha estava na sala comunal sozinha, sentada em uma poltrona com o livro de Trato de Criaturas Mágicas em mãos, com as pernas enfaixadas em cima da mesa de centro. Ela olhava o livro com um pouco de desinteresse, embora estivesse bastante absorta em tentar absorver alguma informação.
- Pensando em mim, amor?
Ela deu um salto de susto, e identificou Sirius rindo atrás da poltrona onde antes ela estava.
- O que está fazendo aqui? Devia estar trabalhando! – disse ela irritada.
- Eita, até parece a Lilian... Snape me liberou mais cedo felizmente, e pensei em passar para saber como você está, já que tem ficado no seu quarto durante todo o tempo. – disse ele se aproximando dela. – Deixe-me ver sua perna...
Ela fez uma cara feia e sem receios começou a tirar as faixas. Ele revirou os olhos, pegou-a no colo (sobre protestos da loira, claro) e a colocou sentada no seu colo na poltrona.
- Agora sim, posso ver melhor.
Ele começou a retirar as faixas cuidadosamente, e finalmente quando terminou, viu que a pele da loira visivelmente vermelha e irritada.
- Não está tão ruim. - disse ele alisando a pele dela.
- Porque tenho cuidado para não piorar, além de evitar tomar sol. – disse ela corando um pouco, sentindo o toque do garoto.
Ele tirou do bolso um frasquinho cor púrpura, tirou a rolha com os dentes e fez menção de passar na perna da menina.
- O que está fazendo? – ela disse se rebatendo.
- Fique quieta! – disse ele a segurando para que parasse de se rebater - É só um frasco de Essência de Ditamno que peguei do armário do Ranhoso. Deixe-me passar...
Ele tirou um conta-gotas do bolso, absorveu um pouco da poção e passou na perna de Samantha. Imediatamente toda a pele irritada ficou nova em folha.
- Muito obrigada! – disse ela com um largo sorriso. – Nunca me lembraria de poção nenhuma...
- Claro, se você tivesse procurado Madame Ponfrey, já estaria curada. Mas você é teimosa...
Ele parou de falar quando viu que os olhos azuis dela estavam olhando diretamente para os seus, e os lábios rubros dela tinham um sorriso contagiante, um pouco tímido, um pouco provocador. Ele deixou o frasquinho de lado, para poder colocar sua mão no queixo dela, alisar seu rosto e trazê-la para perto. Ela parecia permitir. Estavam bem próximos, quando Sirius sentiu uma mão pesada em seu ombro.
- Mas barbaridade maninha! Não posso deixar você nenhum segundo sozinha e você já ta aprontando alguma coisa... Aliás, tem uma garota chamada Helena da Corvinal querendo falar com você ali fora, Almofadinhas.
Sirius praticamente jogou Samantha do seu colo para o chão no momento em que ouviu a voz de Domenick na porta.
- Desculpa cara, não estávamos fazendo nada. – disse Sirius um pouco encabulado.
- Fala sério? Estava só brincando! Podem continuar! – disse Domenick rindo da cara de Sirius. – Se não se importar, eu disse para a garota que você tinha ainda estava trabalhando... não sabia que estava aqui. – ele disse subindo as escadas para o quarto.
Sirius foi ajudar Samantha a se levantar, mas a loira dispensou a ajuda.
- Não acredito que você tem medo do meu irmão! – exclamou ela quando o irmão foi para o quarto.
- Sei lá, ele nunca disse nada sobre eu e você... – disse Sirius franzindo o cenho
- Como assim? Ele nunca ligou pra nada que você dizia Sirius! E agora você banca o bobo porque ele fez uma brincadeira? Faça-me o favor. – disse ela com um tom irritado na voz.
- Mas se quiser podemos continuar em outro lugar... – disse ele abraçando a cintura dela levemente.
- Perdi a vontade. – ela se soltou dele e saiu pelo quadro.
Sirius ficou murmurando algumas coisas ininteligíveis, desgostoso. Tiago entrou na sala, pingando suor, ainda com a roupa de Quadribol e se assustando em ver Sirius irritado. Era realmente uma cena bem rara de se ver.
- O que aconteceu Almofadinhas? – disse ele preocupado, tirando a camisa de Quadribol e secando o suor que escorria do rosto.
Sirius cuspiu umas palavras, tão rápido que Tiago apenas entendeu “Samantha”, “agarrar”, “Domi atrapalhou” e “provocadora”. Ele colocou a mão no ombro do amigo e disse com um sorriso:
- Bem vindo ao meu mundo. É uma droga, mas você vai gostar.
- Como ela pode me provocar e depois me chutar assim? Ah Samantha, vai ter volta!
- Você se acostumará... agüento a Lily fazendo isso comigo a um bom tempo já...
- Vocês só dizem isso porque nenhuma menina destrata vocês assim como essas duas fazem. As suas rejeitam vocês, e isso foge do comum na vida de vocês. – disse Lupin entrando na Sala Comunal, entendendo o contexto do que ocorria ali. – Se vocês mudassem de atitude, elas viriam vocês com outros olhos. Samantha ficou irritada não por você demonstrar respeito perto do irmão dela, pelo contrário, deve ter achado nobre da sua parte. Ela ficou irritada em saber que tinha outra garota esperando por você.
Tiago e Sirius primeiro se surpreenderam com a capacidade de Remo captar conversas alheias, depois fizeram uma cara de que finalmente muita coisa havia sido explicada, o que fez Lupin rir da cara boba dos amigos.
- Então se pararmos de correr atrás delas, elas virão atrás de nós! – concluiu Sirius triunfante.
- Não!!!– começou Lupin desesperado. - Quer dizer que essas duas são as duas meninas de QI mais elevado que vocês encontraram. Elas não se deixam levar por coisas idiotas, ou por quanto populares vocês são. Elas enxergam o caráter das pessoas.
- Mas Lilian está mudando seu jeito comigo! – disse Tiago confuso. – E eu não mudei nada!
- E Samantha é uma Marota tanto quanto nós! Esqueceu que ela também apronta bastante por aí?
- Lilian está confusa por ter de admitir que gosta de você, tentando aceitar que por isso casou-se com você. Além do mais, aqui não tem pra quem você se exibir, somos estranhos em Hogwarts agora. – disse Lupin explicando. – Não pense que está tudo ok, uma falha sua e ela volta a te tratar como lixo de novo. Quando à Sam, ela parece ser a moleca de sempre, mas acho que ela esperava mais de você, Sirius., já que você vive falando que a ama e bla bla bla...
- E pode não aparecer, querido Pontas, mas você mudou bastante desde que Lilian demonstrou mais interesse. – disse Sirius franzindo o cenho e se jogando no sofá.
Tiago fechou a cara.
- Não entendo essas garotas... – exclamou Sirius confuso.
- Bom, o que importa é que amanhã eu e Lilian Evans estaremos passeando juntos por Hogsmeade! – disse Tiago voltando a colocar um enorme sorriso do rosto.
- Acho melhor você tomar um banho então, porque com o fedor que você está exalando, acho que ela vai repensar na idéia. – disse Lupin olhando enojado para as vestes molhadas de suor do amigo.
- Sim! Talvez ela nunca mais queira ver o nosso Pontas fedidinho... – riu Sirius.
Tiago cheirou a camisa que estava em sua mão e fez uma careta.
- Ela ia adorar me ver nesse estado. Toda mulher adora um homem suado...
Nesse mesmo instante o quadro se abriu. Lilian e Samantha entravam pelo quadro rindo da conversa que estavam tendo. Lilian viu Tiago sem camisa e imediatamente virou o rosto muito corada.
- Não disse? – Tiago sorriu triunfante para os amigos, que riam da cena.
- O QUE PENSA ESTAR FAZENDO DESTE JEITO NA SALA COMUNAL??? – ela gritou.
- Indo tomar uma ducha! – disse Tiago subindo as escadas rindo da expressão da ruiva. – Quer me acompanhar?
- SUMA POTTER! – ela disse, lutando para não olhar o tórax bem definido de jogador de Quadribol que Tiago adorava exibir.
- Você quem sabe... – ele disse entrando no quarto, mas antes sorriu para ela maliciosamente. – Vou deixar a porta entreaberta, caso mude de idéia.
Ela bufou, ainda não olhando para o garoto.
- Animada para o encontro de amanhã, Lily?
- Não lhe devo satisfações, Black. – ela disse subindo para seu quarto também.
Sirius riu para a garota, e depois olhou para Samantha. Ela conversava com dois gêmeos que acabaram de entrar na Sala Comunal, e lhe mostravam alguns doces e artefatos esquisitos, dos quais ela se interessou muito.
- O que é isso? – ele disse se aproximando com Remo aos três. Samantha não olhou para Sirius, continuou absorta em um doce chamado “Vomitilha”.
- Prazer, sou Fred.
- E eu Jorge.
Sirius e Lupin apertaram a mão dos dois gêmeos.
- Isso funciona mesmo? – ela disse com os olhos brilhando, muito interessada.
- Sim! Quer experimentar? – disse Jorge, oferecendo a ela uma Vomitilha menor para “degustação”.
- Não obrigada! Vou levar meia dúzia delas... vai ser útil contra o seboso do Malfoy.
Sirius e Remo fizeram uma cara de desespero de repente, e Samantha percebeu que havia falado demais.
- Vocês costumam azarar o pessoal da Sonserina? – perguntou Fred com uma cara severa.
- Er... às vezes. – disse Samantha procurando uma desculpa, e implorando pra que existisse de fato um Malfoy em Hogwarts.
- Ótimo! – disse Fred abrindo um largo sorriso. – Esse é nosso passatempo favorito, por isso vocês ganharão um kit de Gemialidades Weasley! Mas não espalhem, senão todos começarão a azarar a Sonserina para ganhar uma dessas...
Jorge entregou uma cesta do tamanho de uma caixa de sapatos convencional, cheio de doces coloridos.
- O que não seria má idéia... – disse Sirius lendo um pequeno manual que estava na cesta, que explicava o que cada doce fazia.
Os dois gêmeos riram.
- Vocês nem imaginam! Nós já fizemos tanta coisa com os Sonserinos... teve uma vez...
Os gêmeos, junto com Sirius e Samantha (Lupin subiu para tomar um banho) ficaram boa parte da noite conversando sobre as peripécias e brincadeiras que faziam com os Sonserinos, trocando informações sobre azarações e brincadeiras, até que decidiram que aquela conversa iria tomar mais tempo, então se encontrariam em Hogsmeade no dia seguinte para continuarem a conversa.
Domenick acordou no dia seguinte com algumas gotas d’água do rosto.
- Pelo amor de Merlin, Tiago, vá secar o cabelo longe de mim! – disse ele colocando a mão no rosto para se proteger.
- Desculpa Domi! – disse Tiago se afastando, com uma voz muito animada. – Mas acorde, hoje o dia está perfeito!
Tiago desequilibrou quando sentiu ser atingido por um travesseiro na nuca, mesmo assim não se irritou. Estava mais feliz do qualquer um podia estar naquela manhã.
- Se você não sossegar, eu tranco a Lilian em algum lugar no castelo e eu juro por Merlin que você não sairá com ela, Pontas! – disse Sirius atrás dele, tentando voltar a dormir.
Tiago sorriu. Colocou uma calça preta confortável, uma camisa branca semi-aberta e tênis. Deu uma última olhada no espelho, ajeitou os óculos e bagunçou o cabelo.
- E aí, estou bem? – disse ele se mostrando para os amigos.
- Sim. – disseram Lupin, Sirius e Domenick sem olharem pro rapaz.
- Falem a verdade! Olhem pra mim seus babacas!
Eles se viraram, deram um sorrisinho e assentiram com a cabeça.
- Você está muito bem, Pontas. Agora vá pegar a Lilian antes que ela desista de você. – disse Lupin tentando dormir.
Ele saiu do quarto, e como combinado, ficou esperando Lilian na Sala Comunal às 8 horas. Ele olhava no relógio regularmente: 8h15, 8h25, 8h30, 8h5o, 9h10.
“Ela deve estar se arrumando pra mim, tenho certeza que o atraso vai compensar...” – ele pensou por todo esse tempo que esperava. Quando deu 9h45, ele resolveu ir ao quarto dela para checar se estava tudo bem. Bateu na porta três ou quatro vezes, sem resposta. Ele foi se sentar numa poltrona na Sala Comunal decepcionado. Esperava que Lilian pudesse não se agradar com o passeio, mas deixá-lo esperando por ela por tanto tempo era demais.
- Ainda está aqui? – disse Sirius descendo as escadas, intrigado em ver o amigo no local.
- Ela furou comigo provavelmente. – disse Tiago virando a cara. – Nunca imaginei que ela pudesse ser tão baixa!
- Mas deve ter uma boa razão, Lilian sempre cumpre suas promessas. – disse Lupin tentando reconfortá-lo.
Nesse momento, Samantha entrou pelo quadro da Mulher Gorda. Ainda estava de pijama, e tinha olheiras horríveis, indicando uma noite mal dormida.
- O que houve com você? – disse Domi olhando estupefato para a irmã visivelmente acabada.
- Lilian. – ela começou com uma voz fraca de sono. – Pegou alguma infecção hospitalar... passei a noite do lado dela na Ala Hospitalar segurando os cabelos dela enquanto ela colocava o pâncreas pra fora... ela está internada.
Com um lampejo, Tiago saiu correndo pelo quadro, sem ouvir mais nada.
- E como ela está? – perguntaram os outros garotos surpresos.
- Bem agora. Mas Madame Ponfrey não vai deixá-la receber mais visitas... Tiago estará de volta daqui alguns minutos, vocês vão ver...
- Só se for pra pegar a capa dele. Ele é um Maroto, e “NÃO” é uma palavra desconhecida em nosso vocabulário. – sorriu Sirius desdenhoso.
Samantha sorriu positivamente, se despediu dos três e subiu as escadas do quarto ainda meio entorpecida, deitou-se em sua cama e adormeceu rapidamente.
- O que está fazendo aqui?
Lilian estava deitada de bruços, coberta com grossos cobertores. Tinha olheiras debaixo dos olhos, muito pálida, aparentava estar bem fraca e com um péssimo humor. Tiago sorriu e se aproximou dela.
- Vim ver como você está. A Sam me disse que você pegou alguma infecção hospitalar...
- Já estou melhor. Coitada da Samy... ficou a noite toda do meu lado... e me desculpe por não sair com você hoje.
Lilian estava sonolenta, mal abria os olhos para ver Tiago. O garoto sentou na beira da cama, e pegou a mão da ruiva, acariciando a palma da mão dela.
- Não se preocupe, haverá outras oportunidades. Melhor você descansar para poder ficar boa logo.
- Madame Ponfrey não te viu aqui? Ela vai te expulsar se te vir... – disse ela meio entorpecida, com os olhos fechados. Ele riu da lentidão da ruiva.
- Ela não me viu entrar. Vou deixar você dormir ok? Eu volto mais tarde.
Ele se levantou e a cobriu até o pescoço, e depois lhe deu um beijo no rosto. Ela não o respondeu, parecia já estar dormindo. Quando Tiago saiu, ele não pode ver um sorriso meio corado no rosto da moça.
Lilian teve um sonho estranho naquela manhã de inverno.
Ela sonhou com uma suíte grande, com uma cama de casal na parede mais larga, uma mesinha de centro e um grande armário. Um vento agradável vinha da janela, esvoaçando uma fina e leve cortina branca. De repente, no seu sonho apareceu uma mulher ruiva sentada numa poltrona de frente pra essa janela, com os cabelos soltos esvoaçantes, trajava um longo vestido rosa bebê, e tinha em mãos um livro fechado. A mulher olhava para fora da janela, com um largo sorriso. Ela observava o andar de baixo da casa, onde um homem muito bonito, de cabelos extremamente bagunçados, um olhar sereno, trajando um blazer preto e com sua varinha em mãos, adentrava o portão da frente. Ele sorriu ao ver a mulher na janela, e entrou na casa. A mulher ruiva se virou para receber o homem, que depois de subir as escadas, entrou no quarto onde a mulher estava, que levantou da poltrona e correu para os braços do homem, e lhe deu um longo beijo.
- Feliz aniversário, querido.
Ele lhe deu um selinho e a abraçou.
- Pensei que você fosse se esquecer, ruivinha.
A moça ruiva fechou a cara e sorriu depois.
- Jamais. Tive tanta saudade...
Ele soltou o abraço e olhou maliciosamente pra ela.
- Mas só fiquei fora por algumas horas para resolver algumas coisas na Ordem. Já estou de volta, e sou todinho seu.
- Sério mesmo? – disse ela também sorrindo maliciosamente. – Porque tenho uma coisa pra você.
- O que? – ele olhou-a sorrindo, segurando a cintura dela.
- Um presente.
Ele sorriu e a beijou profundamente. Depois, se separou e a beijou na testa.
- Você sabe que meu maior presente é ter você como esposa, Lilian. – disse ele olhando profundamente para os olhos verde-esmeralda dela.
A mulher sorriu encabulada, seus olhos se encheram de lágrimas, e ela abraçou o marido.
- Então eu tenho outro presente, Tiago.
- Agora fiquei curioso... – ele disse abrindo um largo sorriso. – O que é?
Ela foi puxou o marido pelo braço e o levou até a sala de jantar. Uma mesa para três estava posta, com velas e taças. Tiago abriu um largo sorriso e a abraçou.
- Você sempre não precisa se esforçar tanto assim para me fazer feliz, ruivinha.
Ela riu.
- Sente-se, vou buscar o assado no forno.
Ele se sentou numa cadeira, mas estranhou haver ali na mesa um terceiro lugar.
- Sirius vem jantar conosco hoje, Lilian?
Ele estranhou não obter resposta da esposa. Ele notou então que em cima do terceiro lugar havia uma singela caixinha de presente. Ele segurou a caixinha e a chacoalhou próxima do ouvido para tentar adivinhar o que era, mas sem sucesso. Não viu cartão algum, e a abriu mesmo não sabendo de quem era.
Enrolado em papel crepom branco, para a surpresa de Tiago, havia um delicado par de sapatinhos amarelos de bebê. Ele segurou os sapatinhos perto dos olhos, perante os óculos, para ver mais de perto o “presentinho”. Depois, ainda sem dizer nada, ele olhou para dentro da caixinha, onde havia um bilhete dobrado. Ele abriu o bilhete que dizia:
“Papai, pode guardar esse lugar para mim daqui nove meses? Mamãe já me reservou um lugar dentro dela, mas você poderia também reservar um lugarzinho pra mim também aí dentro do seu coração?”
Tiago não sabia se ria ou chorava. Ele largou o bilhetinho na mesa e saiu correndo para a cozinha. Lilian estava encostada na pia, tampava o rosto, chorando de felicidade em silêncio. Ele se aproximou dela e deu-lhe um beijo carinhoso na bochecha, fazendo com que ela sorrisse pra ele. Ainda em silêncio, agora com grossas lágrimas escorrendo pelo rosto dele, ele ajoelhou nos pés dela, e beijou a barriga dela com muito sentimento, abraçando-a.
- Lilian Potter, você me deu o maior presente que eu podia desejar em toda minha vida.
Lilian acordou no final da tarde assustada. Ela demorou para ter certeza da onde estava, e viu-se sozinha na Ala Hospitalar. Ela sentou na cama, sentindo-se muito bem. Aquele sonho fora tão real que ela ficou ainda meio absorta em afirmar que realmente havia sido somente um sonho.
Madame Ponfrey foi até sua cama e mediu sua febre, dizendo que estava com a temperatura ideal. Deu-lhe mais um cálice com xarope e pediu que ela esperasse até de manhã para ter certeza que a infecção havia sumido. Quando ficou sozinha novamente, ela percebeu que em cima do criado mudo havia um lírio branco repousado em cima de um livro desgastado de capa azul. Ela sentiu o perfume do lírio e depois leu o título do livro: “Os Contos de Beedle, O Bardo.”
- Tiago... – murmurou ela, sorrindo.
Ela abriu o livro e começou a lê-lo. Terminou-o antes que o relógio do castelo pudesse bater as doze badaladas da meia noite. Depois voltou a dormir, obrigada pelos medicamentos que Madame Ponfrey lhe fez tomar, e desejando no lugar mais profundo de sua alma que voltasse para o sonho daquela tarde, para nunca mais acordar.
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