Conversas à parte



Olá leitores =D


Desculpem a demora para entrar essa semana, foram poucas inspirações e pouco tempo também! Quanto aos comentários, agradeço à Hilary Lestrange, à Priscilla Wilstone e à Vanessa Sueroz que comentaram sobre a Fan Fic. Fico muito feliz por estarem gostando, e obrigada pelos elogios!
Este capítulo é mais uma descriçao da rotina agora em diante, gostem ou não, está aí o capítulo 13!!! =D


Boa leitura!


 


 


Cap. 13: Conversas à parte


 


 


- Precisamos de mais soro Srta. Ev... digo Srta. Bennet.


Lilian sorriu para Madame Ponfrey e foi ao armário pegar alguns frascos. O trabalho que Dumbledore designara a Lilian era algo que ela sempre quis fazer: Ser curandeira. Seu talento com poções a ajudaram muito nisso.


- Aqui estão, Madame Ponfrey.


- Muito obrigada querida. Preciso que você se troque, a enfermaria é um lugar que deve ser impecável. Prenda seus cabelos e coloque a roupa apropriada de enfermeira, está no armário de toalhas.


Lilian foi buscar sua roupa, era um vestido branco até os joelhos, com um avental em cima. As mangas eram curtas e avolumadas, assim como o saiote do vestido. Ela começou a amarrar o avental cantarolando alguma música, quando ouviu uma voz vinda de trás da porta do armário:


- Você está linda assim. Parece uma boneca.


- Estou ridíc... O QUE ESTÁ FAZENDO AQUI, TIAGO? – Lilian se assustou ao ver o maroto. Ela não havia notado que ele estava lá.


O maroto riu ao ver a ruiva corada e sem jeito.


- Calma, calma... a Profa. Hooch disse que os treinos só começarão amanhã, e que todas as segundas-feiras eu não farei nada. – disse ele esboçando um largo sorriso.


- E o que está fazendo aqui?


- Pensei que eu poderia ver você trabalhando.


- Pensou errado! Tenho muito que fazer. – disse ela continuando a amarrar o avental nas costas.


- Posso te ajudar. – Ele tirou as mãos dela no cordão do avental e começou a fazer um laço pra ela.


Lilian corou, e manteve-se em silêncio enquanto ele terminava.


- Prontinho! – disse ele quando terminou de amarrar o laço.


- Obrigada, já pode ir agora. –disse ela bufando enquanto amarrava os cabelos em um rabo-de-cavalo.


- Acho que nunca te vi de cabelo preso. – disse Tiago pensativo, ainda a observando.


Lilian apenas sorriu com o canto da boca, sem olhar pro rapaz.


- Nunca se sabe quando podemos nos surpreender.


- Eu que o diga. – ele disse abaixando a cabeça, com um ligeiro sorriso nos lábios.


Lilian sorriu, fechou o armário. Já estava indo para o hospital quando Tiago segurou seu braço.


- Sei que a hora não é boa... mas nós precisamos conversar.


- Sobre? –Lilian perguntou com uma sobrancelha erguida.


- Não faz essa cara... eu pensei muito antes de vir falar aqui com você, sabia?


- Pensou? Não achei que tivesse tal capacidade.


- Lily... – ele fechou a cara. – Não está ajudando.


- Desculpe, pode falar.


Ela sabia que o garoto havia mudado, mas não tinha percebido o quanto. Em qualquer outra época no passado, ele a provocaria, provavelmente insistiria pra que ela saísse com ele (nesse momento ela fez uma cara de dor, lembrando-se que prometera ao rapaz uma ida a Hogsmeade no próximo final de semana), ele daria em cima dela, faria com que ela ficasse corada de raiva e depois sairia com o ego do tamanho da bunda do Hagrid. Entretanto, o novo Tiago Potter abaixa a cabeça, suspira, sorri singelamente, até se irrita às vezes com certas atitudes alheias. Ele havia mudado muito, e infelizmente ela tinha que confessar, mudara para melhor.


- Eu só gostaria de dizer que... tudo o que Dumbledore falou... sobre nós... – ele olhava pros próprios pés agora.


- Não temos nada a conversar sobre isso, Tiago. – interrompeu Lilian muito corada, evitando olhar para o garoto.


Ele deu um longo suspiro.


- Tudo bem, você é quem sabe.


Ele foi se dirigindo até a porta. Desta vez, foi a mão de Lilian que segurou seu braço, impedindo-o de ir embora.


- É só que... – ela começou. – Eu sei que precisamos conversar sobre isso. Só não agora.


- Tudo bem, eu entendo, Madame Ponfrey precisa de você.


- Não é isso Tiago, é só que... ainda não estou pronta pra falar sobre esse assunto, entende? Pode me dar mais um tempo? – ela olhou profundamente nos olhos castanho-esverdeados de Tiago, ainda muito corada.


- Quando sentir que está pronta me procure.


Ele saiu da Ala Hospitalar sem dizer mais nada. Lilian sentiu certa frieza nas últimas frases do garoto, mas podia ser só fruto de sua imaginação. Ainda assim, ela ficou meio receosa em dizer que aquele final de conversa foi amistoso. Ela suspirou profundamente para recuperar o fôlego e seguiu para o hospital.


 


- Estou morto! - Lupin se jogou na poltrona na sala comunal, e como todos os alunos ainda estavam em aula, ele se esticou folgadamente pela poltrona, preguiçosamente. - Tive tanto relatório escolar dos monitores para ler hoje, que meus olhos já não distinguem mais as letras!


- Anime-se Aluado. Ao menos nos próximos dias você terá mais descanso, só terá que trabalhar durante as detenções, apenas observando se os alunos estão cumprindo o castigo. Minhas segundas são livres, mas amanhã tenho treino com a Lufa-Lufa, quarta com a Corvinal, quinta com a Grifinória e sexta com a Sonserina. – disse Tiago revirando os olhos, brincando com um pequeno pomo.


- Ao menos fará algo que gosta. Ficar o dia todo sentado lendo autorizações do uso da Sessão Reservada não é o emprego dos sonhos. – disse Domenick enquanto folheava um livro, sentado no sofá.


O quadro se abriu, entraram Lilian (sem o uniforme de enfermeira) e Sirius, este último aparentava não dormir a semanas.


- Merlim, o que houve com você?


- Snape. – disse Lilian, guiando Sirius até o sofá mais próximo.


- Ele teve o prazer de abusar do meu esforço físico o dia todo hoje... – Sirius caiu deitado num sofá. – Imaginem: Ranhoso me fez renomear todos os rótulos dos frascos de poções. Fiquei o dia todo subindo e descendo escada, retirando poção da prateleira e guardando no mesmo lugar...– nessas últimas palavras, ele imitou a voz de Snape - ...escrevendo em papéis minúsculos a composição de todas as poções que Hogwarts possui. E amanhã tem mais, não terminei nem um terço do que tem naquela sala.


- Ele está te fazendo pagar por todos os anos que vocês o torturavam nos corredores. – disse Lilian cruzando os braços.


- E acha isso certo Lilian? – disse Tiago olhando sério para a garota.


- Não. Vingança é um prato que se come frio, e se bem conheço vocês, Sirius passou a tarde inteira pensando no que ia fazer para fazer Severo pagar por essa tortura.


- Bingo, Evans. – disse Sirius levantando o polegar para a ruiva, ela levantou uma sobrancelha, franzindo o cenho.


- E como foi o seu dia, Lilian? – Lupin perguntou à garota.


- Nada preocupante. Apenas alguns garotos que utilizaram alguns artefatos para ficarem doentes e matarem aula, mas Madame Ponfrey assegurou que aquilo era obra de dois gêmeos Weasley, irmãos de Rony por coincidência.


- Olha só! Temos dois Marotos na escola! Temos que conhecê-los. – Sirius falou com um largo sorriso.


Tiago sorriu, mas não falou mais nada.


- Onde está minha irmã? – perguntou Domenick, percebendo o silêncio que pairava no ar.


- No quarto, passando um ungüento anti-alérgico em algumas mordidas que levou hoje durante a aula com Hagrid de gnomos de jardim. – disse Lupin, ainda espalhado pela poltrona macia. – Melhor não ir atrás dela, ela parecia meio irritada com isso quando passou por aqui...


- Ela é alérgica... a gnomos? – disse Lilian indignada.


- Pois é! Maninha não deu sorte com criaturas insignificantes. Por isso ela prefere os animais grandes e perigosos. – Domenick terminou a frase com um suspiro.


- Talvez por isso ela goste tanto de Hagrid! – disse Rony entrando pelo quadro da Mulher Gorda, com Hermione logo atrás. - Boa tarde! Como foi o primeiro dia de trabalho?


Todos exclamaram coisas ininteligíveis, o que fez com que Rony e Hermione rissem.


- Também estamos cansados! – exclamou Hermione. – Assistir quatro aulas de Runas Antigas em plena segunda-feira é deprimente.


- Onde está Harry? – perguntou Lilian, tentando não parecer interessada.


- Ah... ele foi procurar alguma coisa pra saber qual será a segunda tarefa, já que o ovo quando aberto faz um barulho horrível.


Lilian sorriu, Hermione fitou-a por um momento com um sorriso intrigante, que fez com que Lilian corasse e mudasse de assunto.


- Espero que o jantar não demore, estou com muita fome. – exclamou Sirius.


- Vou tomar um banho enquanto isso... – Lilian disse subindo para seu quarto.


 


Após o jantar, todos foram se deitar. Lilian, deitada na cama ainda estava com a impressão de que Tiago estava com raiva dela, e ele tinha suas razões. A garota não dava chances de ele conversar, se aproximar, e muito menos de tocar nela, apesar dela se sentir muito bem quando estava perto dele...


Ela decidiu se levantar. Não conseguia dormir, cheia de pensamentos martelando sua cabeça, culpando-a por ser tão orgulhosa. Ela olhou pro relógio, já passavam da meia-noite. Levantou, vestiu um robe branco por cima do pijama, pegou um livro de História da Magia, e tentando não acordar Samantha que dormia profundamente, ela foi até sala comunal.


Desceu as escadas lentamente, para evitar fazer qualquer barulho. Ela se sentiu aliviada quando viu a sala comunal vazia. Ela sentou-se numa poltrona próxima a lareira, abriu o livro e começou a ler.


- Não consegue dormir?


Ela sobressaltou quando viu que alguém mais estava no recinto. Tiago estava sentado numa mesa perto da janela, também com um livro em mãos, ele trajava um roupão azul escuro felpudo. O garoto fechou o livro e foi até ela.


- Estou sem sono, Potter. – ela sussurrou. – Aproveitei para estudar um pouco.


- É, eu também não consigo dormir.


Ela olhou o livro que ele tinha em mãos.
- Você está lendo? – Lilian disse um pouco surpresa.


- Sim. Este é o exemplar de Os Contos de Beedle, o Bardo, que minha mãe costumava ler pra mim.


- Conta história do que?


Ele arregalou os olhos.


- Nunca ouviu os contos de Beedle?


Ela balançou a cabeça negativamente. Ele sorriu e lhe entregou o livro.


- Então fique com ele, você vai gostar.


Ela sorriu e pegou o livro, passando os olhos pela capa e depois o folheando.


- Você... quer tomar um chá? – ele perguntou olhando para a entrada.


- Como assim?


- Chá. Água quente com ervas em infusão...


- Eu sei o que é chá Potter, só não entendo como teve essa idéia agora.


- Estou sem sono oras... acho que o chá pode ajudar. E aí, vamos ou não?


- Mas sair nesse horário é proibido...


Ele sorriu desdenhosamente.


- Lilian Evans, você está com um maroto, e sair fora do horário não é um problema. Eu já volto.


Ele subiu as escadas de dois em dois degraus, entrou no quarto deles, e voltou alguns segundos depois com uma capa brilhante e um pergaminho.


- Que capa é essa Potter?


- Uma capa especial... – disse ele sorrindo. - Venha, cubra-se comigo.


Ele se cobriu com a capa, e imediatamente ficou invisível.


- Uma Capa de Invisibilidade! Isso explica muita coisa, Potter. – disse ela lembrando de várias vezes que conseguiram fugir de Filch depois do horário.


- Nunca se sabe quando podemos nos surpreender. – ele sorriu.


- E como espera que isso cubra nós dois? – disse Lilian fechando a cara.


- É só você ficar bem perto de mim. Não vou te agarrar, eu prometo.


Ela bufou com o sorriso malicioso dele, mas não se enraiveceu. Ela foi até ele, e ele a cobriu com a capa.


- Fique atrás de mim, nós vamos para a cozinha.


Ele apontou a varinha para o pergaminho e murmurou:


- Juro solenemente não fazer nada de bom.


O pergaminho tomou traços, e instantaneamente um mapa completo de Hogwarts estava ali, com todos os seus moradores, para a surpresa de Lilian.


- Onde conseguiu isso? – ela fitou-o indignada.


- Eu, Sirius e Lupin fizemos há uns dois anos. – ele sorriu. – Deu trabalho, mas valeu a pena.


- Isso explica mais um bocado de coisa! – ela exclamou estupefata.


Ela riu e os dois caminharam para o quadro. Eles saíram da Sala Comunal, e Tiago na frente, observando o mapa com cuidado, os levou até uma parede cheia de quadros.


- Chegamos.


Ele foi até um quadro onde havia uma fruteira, e (para deixar Lilian incrédula) começou a fazer cócegas numa grande pêra verde. A pêra começou a rir e virou uma maçaneta, que Tiago girou.


Uma porta secreta se abriu, e Lilian viu-se na cozinha de Hogwarts. Era um amplo espaço, com muitas panelas, pratos, travessas, copos, talheres, tachos, e outros utensílios. Tinha um teto bem alto, como o do Salão Principal, um enorme fogão de tijolos com várias bocas, vários quadros de pratos de comida estavam pendurados nas paredes,e muitos frigoríficos espalhados ao redor.


- Estamos bem abaixo do Salão Principal. Os elfos domésticos devem estar dormindo agora...


Tiago tirou a capa deles e foi em direção ao enorme fogão. Pegou uma chaleira, encheu de água e colocou-a no fogo de uma das bocas do fogão.


- Mel ou leite no chá? – ele perguntou abrindo um armário.


- Mel, por favor. – Lilian respondeu ainda meio extasiada.


Ele riu da cara dela, enquanto tirava um pote com mel.


- Você está ok, Evans?


- Só estou admirada na quantidade de coisas que vocês descobriram sobre Hogwarts...


- Você não sabe nem da metade. – disse Tiago rindo.


Ele colocou o mel em cima da pia e foi adicionar à água fervente algumas folhas de hortelã. Lilian foi até os armários e pegou duas canecas, e entregou uma delas para Tiago.


Os dois ficaram em silêncio. Lilian fitava os próprios pés, e Tiago para se manter ocupado, ficava olhando regularmente se a essência das folhas já havia sido bem solta no chá.


- Potter...eu...


Lilian começou a falar, mas não conseguiu. Tiago fitou-a, observando que a face da ruiva ficara vermelha.


- Sim, Evans?


- Eu... queria conversar... sobre...


Ela novamente parou de falar, corando ainda mais. Tiago sorriu, entendeu que finalmente ela deixou o orgulho de lado e poderiam conversar sobre os ocorridos. Ele desligou o fogo para deixar as folhas em infusão.


- Sei que Dumbledore falou coisas que jamais imaginariam ocorrer, confesso que fiquei realmente surpreso quando soube que você se casou comigo. – disse ele, arrepiando os cabelos.


Ela sorriu.


- Eu tampouco... imaginei que um dia isso seria possível. – ela disse passando os dedos pela borda da caneca.


Eles novamente ficaram em silêncio. Tiago pegou a chaleira e colocou chá na caneca de Lilian, e fez isso depois na sua própria caneca.


- Harry parece ser um menino incrível. – disse Tiago depositando a chaleira de volta no fogão.


- Sim... – disse Lilian colocando um pouco de mel no seu chá. – Mas deve ter sido triste... crescer sem seus pais...


Lilian corou ao dizer isso, e tentando evitar que Tiago percebesse, bebericou o chá quente. Tiago sorriu.


- Mas acho que agora podemos fazer um pouco do nosso papel... – disse Tiago olhando para Lilian, depois de dar um grande gole no chá. – Vou ensiná-lo mais coisas sobre quadribol...


- E eu provavelmente vou cuidar dos ferimentos das provas do Torneio Tribruxo... – disse Lilian rindo. - Mas quero mesmo me aproximar dele... queria tanto contar pra ele quem realmente somos...


Tiago se surpreendeu com essa confissão, mas para não esfriar a conversa, decidiu não comentar sobre aquilo.


- Mas acha que seria bom? Quer dizer, você ainda me odeia... não é? – disse Tiago sorrindo, bebendo mais um pouco do chá.


Lilian apenas sorriu, mas não o respondeu.


- Não é? – insistiu Tiago, esperando a ruiva responder algo.


- Nunca sabemos quando podemos nos surpreender, Potter.


- O que isso quer dizer? - Tiago olhou estupefato pra ruiva.


Lilian terminou o chá e colocou a caneca na pia. Ela suspirou e olhou pro garoto.


- Quer dizer que ultimamente andei repensando em algumas coisas sobre você, Potter.


- E...? – ele disse esperando uma boa notícia.


- E descobri que apesar dos pesares... você até que é um cara legal.


Tiago fez uma cara triste, que fez Lilian rir.


- O que foi? – ela perguntou olhando para a feição desanimada do garoto.


- Pensei que finalmente você ia confessar que me ama... mas acho que terei que esperar outra noite para isso. – disse ele também terminando seu chá.


Eles voltaram sobre a capa até a Sala Comunal em um silêncio gritante. Eles subiram as escadas juntos, se separaram apensar quando cada um estava na porta de seu quarto.


- Vai ler o livro? – ele perguntou apontando para seu exemplar de “Os Contos de Beedle, o Bardo.”


- Não essa noite, mas nas próximas com certeza.  – ela disse sorrindo, abrindo a porta de seu quarto. – Boa noite, Potter.


- Boa noite. – ele respondeu. Tiago deu um último sorriso para ela antes que ela fechasse a porta, e depois ele próprio entrou no seu quarto, deitou na cama e adormeceu rapidamente.


 


- Como assim “Você até que é um cara legal”??? – perguntou Sirius na manhã seguinte, olhando estupefato para Tiago enquanto o próprio se vestia para dar as aulas de Quadribol.


- Eu também não entendi Almofadinhas, mas já foi um grande avanço, e eu não quis estragar o momento... mas acho que já é alguma coisa certo?


- Talvez agora seu patamar na mente dela tenha subido... de Idiota passou para Cara Legal... já é um grande primeiro passo. – disse Lupin arrumando a gravata.


- Você devia ter agarrado ela... era o que ela queria, mesmo que ela ralhasse com você depois. – disse Domenick.


Tiago riu do comentário dos três amigos. Eles desceram juntos as escadas do dormitório, encontrando com Lilian e Samantha esperando-os para o café.


- Maninha! Como estão as mordidas de gnomos?


- Ah Domi, desapareceram quase por completo... estou cuidando para que desapareçam de uma vez. – disse Samantha mostrando que hoje ela usava botas como parte do uniforme.


- Você podia ter ido na Ala Hospitalar, Samy. – disse Lilian.


- Ou então me chamado. Eu poderia ter passado ungüento nas suas pernas, dado uns beijinhos pra sarar... – disse Sirius com um sorriso malicioso e um olhar fantasiador. – E depois eu poderia ter dado umas mordinhas em outros lugares, garanto que não infeccionariam... AI!


Samantha deu um tapa na orelha de Sirius.


- Já me bastam gnomos me darem mordidas, animais mais insignificantes ainda já seria demais. – ela disse com um olhar reprovador.


- Esses dois ainda vão se pegar em algum canto escreva o que estou dizendo. – disse Tiago para Lupin enquanto todos se dirigiam para o Salão Principal.


 


* * *



Harry, Rony e Hermione encontravam-se sentados um do lado do outro na aula de Transfiguração. McGonagall havia dado-lhes a tarefa de transformar sapos em luminárias, tarefa só realizada por Hermione até o presente momento.


- Vocês não acham estranho que Dumbledore tenha trazido um grupo de ex-alunos para Hogwarts? – disse Hermione observando os dois amigos se esforçarem na transfiguração.


- Também achei Mione, mas ele deve ter suas razões. Todo esse problema de terem tirado o nome do Harry do cálice... talvez eles sejam agentes disfarçados do Ministério investigando os ocorridos. – disse Rony transformando seu sapo em uma luminária verde um pouco gosmenta. Hermione revirou os olhos e transformou a estranha luminária de Rony em um sapo novamente.


- Pode ser. A garota ruiva sempre me olha estranho... – disse Harry um pouco desconcertado.


Hermione riu, olhando para Rony.


- Rony está caidinho por ela. – disse Hermione rindo.


- Bah Mione! Já disse que não. – disse Rony corando.


- Cuidado Ron, seu sapo está fugindo. – apontou Harry rindo do amigo, conseguindo transformar seu sapo finalmente. – Quer dizer então que você gosta da Lily? Prepare-se, pois você terá que encarar Tiago antes.


- Eu já disse que não estou a fim dela, raios! – disse Rony recuperando seu sapo. – Mione, não direi nada mais para você, sua fofoqueira.


- Ele fica falando dela o dia todo.– disse Hermione sorrindo. - Admita Rony.


- Eu só disse que ela é muito bonita e simpática. Mas acho que ela está a fim do Harry. – disse Rony, finalmente conseguindo transformar seu sapo em uma perfeita luminária.


- Besteira. – disse Harry revirando os olhos.


- Ainda acho estranho eles terem vindo pra cá tão de repente. Vou investigar isso! – disse Hermione fechando o livro no momento que o sinal tocou.


- Onde você vai? Temos aula de Adivinhação agora! – disse Rony vendo a amiga sair apressada.


- Ela nunca assiste à aula de Adivinhação. Talvez seja bom investigarmos também. Do jeito que o Ministério tem me observado desde o incidente com o Cálice, não vamos querer seis espiões dentro de Hogwarts me observando de perto certo? – disse Harry recolhendo suas coisas.


- Você já tem muito com que se preocupar. A Segunda Tarefa é daqui algumas semanas e você não tem nada em mente sobre o ovo, talvez devesse focar nisso. Deixe Hermione investigar, ela adora dar uma de espiã.


Os dois saíram para a aula. Hermione foi para a sala dos Troféus, onde encontrou Lupin sentado em uma cadeira, observando visivelmente tediado alguns alunos limparem os troféus como detenção.


- Sr.?


Lupin levou um susto ao perceber a menina do seu lado. Hermione riu.


- Desculpe te assustar, só vi você aqui e quis dar um alô... lembra de mim?


- Claro, Srta. Granger certo? Sou Rômulo Lupus. – disse ele estendendo a mão.


- Pode me chamar de Hermione. – ela apertou a mão do rapaz. - Eu estou atrapalhando seu trabalho?


- De jeito nenhum! Aqui é um saco, estou quase pegando no sono... alguém para conversar seria ótimo. – disse Lupin sorrindo, e conjurando uma cadeira para que ela se sentasse.


Hermione sorriu e se sentou.


- Então... você está no quarto ano, certo?


- Sim. – ela respondeu com um sorriso. – E vocês são ex-alunos...apesar de eu não me lembrar de vocês em Hogwarts nos anos anteriores.


- Ah... nós saímos de Hogwarts há exatamente quatro anos – mentiu Lupin.


- Vocês parecem mais novos. – ela cutucou.


- Pois é... – ele sorriu, suando meio frio, sem muita desculpa para arranjar. – Nós nos cuidamos bastante.


- Entendi.


Ficou um silêncio na sala, “Rômulo” parecia desconcertado.


- Você trabalha em quê, atualmente? – Hermione voltou a perguntar.


- Quero ser professor. – ele respondeu imediatamente.


- Do que?


- Ahn... Defesa contra as Artes das Trevas.


- Dumbledore lhe deu esse cargo para treiná-lo? – ela levantou uma sobrancelha, estranhando a analogia do cargo de professor de DCAT com o de Detentor.


- Ele... disse que aplicar detenções poderia me aproximar dos alunos... – ele mentiu mais uma vez.


- Sei...


Eles ficaram em silêncio, por fim ela se levantou e com um grande sorriso disse:


- Estou atrasada para a próxima aula. Foi um prazer Rômulo.


- O prazer foi todo meu, Hermione.


Ela saiu da sala, ele respirou fundo, secando o suor frio com a manga da camisa. A garota seguiu para a biblioteca, com um sorriso largo e triunfante nos lábios.


 


 

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