Noite de Tempestade



Cap10 : Noite de Tempestade


 


Após a “poierenta” viagem com Pó de Flu, estavam todos numa sala escondida na estação King’s Cross. Eles saíram e foram caminhando para a plataforma 9 ½, e apenas Lilian reparou que haviam feito algumas reformas rápidas no local, mas não se importou muito, e um por vez atravessaram a passagem mágica.


Ao entrarem e se depararem com o trem que os levaria de volta à Hogwarts, os seis amigos reparam que tinham coisas bem mudadas. Até mesmo os alunos eram muito desconhecidos.


- Nossa... eu nunca reparei como Hogwarts é grande... nunca vi essas pessoas na escola! – exclamou Sirius olhando para umas meninas que ele tinha certeza que nunca tinha saído.


- Talvez Durmstrang ou Beauxbatons tenham transferido alguns alunos pra cá...


- Não seja bobo Domi. Eu não reconheço ninguém! – disse Samantha espantada.


- Talvez vocês monitores conheçam alguém... – Tiago virou-se para Lilian e Remo.


- Devemos estar no vagão de alunos novos... afinal, pouco do ano se passou e tivemos pouco tenmpo pra conhecer os calouros... vamos entrar ou perderemos o trem, depois resolvemos o “mistério dos alunos desconhecidos”... – Remo disse em tom de escárnio indo em frente pra dentro do trem.


Os demais assentiram e entraram no trem. Escolherem uma cabine vazia e se acomodaram, exceto Lilian que se incomodou em ver Tiago sentar em frente a ela na janela, mas não reclamou para trocar de lugar porque na cabine, com os seis, já estava totalmente cheia.


O trem partiu para Hogwarts, e Lilian pensou em procurar as amigas. Ela deixou a cabine com certa dificuldade, ela deixou os Marotos e os dois irmãos conversando animadamente.


- Essa temporada nós vamos vencer mais um campeonato de quadribol, isso eu garanto. – disse Tiago com um sorriso no rosto e bem animado.


- Nós garantimos. – disse Sirius olhando também animado para Tiago. – Um apanhador não é nada sem o batedor pra protegê-lo. Além disso, Samantha continuará no time como artilheira e o Domi está pensando em entrar como goleiro.


- Sério mesmo? Nós podemos te ajudar a treinar para os testes se quiser, maninho! – disse Samantha afagando o ombro do irmão.


- Já estou bem treinado... – disse Domi se gabando um pouco.


- Se você diz...


Enquanto todos riam, Lilian voltou para a cabine bem séria. Tiago olhou preocupado.


- Aconteceu alguma coisa?


- Tem algo muito errado.


Todos pararam de rir e olharam para a ruiva esperando ela falar.


- Eu procurei a Alice e a Molly, mas não encontrei elas em lugar algum. Depois fui procurar por algum dos garotos, como o Frank, Arthur, Amos,...  - Tiago fez uma cara feia ao ouvir o nome do ex-namorado de Lilian, Amos Diggory -...até mesmo o Pettigrew, mas não vi ninguém.


Todos ficaram em silêncio, até que Sirius se manifestou:


- Pegamos o trem errado?


- Que idéia mais idiota Sirius... – Tiago respondeu – Lógico que não, porque pelo que eu saiba não existem outros trens que levam bruxos até Hogwarts!


- Mas o que explicaria mudanças tão significativas? – Remo debateu.


- Porque não esperamos para chegar a Hogwarts e conferir?


- Sim, Sam eu concordo... mas pode haver a possibilidade dos amigos da Evans terem ficado em Hogwarts no Natal, não?


- Eles voltaram conosco pra Londres, Remo. E de qualquer modo, os monitores também não são os mesmos, porque eu fui à cabine dos monitores e ninguém que conhecemos estava lá.


- Vamos esperar. Nossos tormentos só terminarão em Hogwarts, quando tudo for explicado. Até lá temos uma longa viagem... e parece que vai chover. – Remo disse olhando as nuvens escuras.


A opinião de Remo foi a mais aceita, e logo o grupo se esqueceu do ocorrido. Tiago pegou das vestes um mini jogo de Snap Explosivo, que ele com sua varinha aumentou em um tamanho “jogável”, e todos jogaram até o fim da viagem.


Chegaram em Hogwarts ainda se sentindo estranhos na multidão, o que era recíproco, pois os alunos estranharam aquele grupo de amigos que eles não reconheciam.


- Podíamos perguntar ao Hagrid... – disse Samantha apontando para o guarda-caças que recebia os alunos.


- Ele está ocupado agora... melhor entrarmos e falarmos com algum professor.- disse Tiago olhando Hagrid tentar reunir os alunos mais novos.


Eles deixaram seus malões perto dos portões, como sempre, se atrasaram na saída e tiveram que esperar bastante por uma carruagem vaga, até que arranjaram uma e se espremeram todos nela, finalmente logo chegaram a Hogwarts, a tempo de não serem pegos por uma grande tempestade que se iniciou logo em seguida. A escola parecia a mesma.


- Vamos para a mesa dos professores, eles já devem estar esperando os alunos para o jantar...


As portas do salão já estavam fechadas, o que significava que tinham se atrasado bastante esperando as carruagens. Sirius abriu a porta, Dumbledore estava de pé falando com os alunos e parou quando foi interrompido pela porta se abrindo estrondosamente, e incrivelmente TODA Hogwarts parou para ver os retardatários.


Lilian irradiava a cor vermelha. Samantha se escondeu atrás do irmão segurando o riso. Remo também corou bastante, enquanto Tiago e Sirius estavam estáticos olhando para dentro do salão.


Dumbledore olhou profundamente para aqueles alunos e depois com um suave sorriso voltou-se para a multidão de alunos.


- Que seja servido o banquete!


As mesas se encheram de gostosuras, tirando a atenção dos alunos que antes observavam os recém-chegados. Dumbledore saiu do palanque onde estava e fez uma menção com a mão para Sirius, apontando para a direita. Sirius foi se afastando da porta, empurrando os amigos para trás, até que ficaram longe dos olhares do Salão Principal.


- Que... mico... – Tiago disse tapando o rosto com as mãos.


- Nem me fale... – disse Sirius estupefato.


Enquanto Samantha e Domenick riam copiosamente, Tiago e Sirius riam da vergonha que passaram e Lilian e Remo ainda permaneciam corados, Dumbledore veio acompanhado de McGonagall e de Flitwick.


- Professor! Mil desculpas mas precisávamos falar com algum professor e acabamos entrando desesperados no Salão e... – Lupin começou atordoado.


- Tudo bem, podem se acalmar. - Dumbledore se dirigiu a Lupin.


O diretor passou os olhos pelos seis jovens, observando cada traço do rosto deles, cada mínimo detalhe.


- Como vocês vieram pra cá? – disse Dumbledore finalmente.


Eles não entenderam a pergunta.


- De trem, como sempre diretor. – agora Lilian se manifestou.


Ele olhou pra ela curioso.


- Sra. Potter?


Ela enrubeceu um pouco brava.


- Futuramente. – Tiago deu um sorriso malicioso. Os outros começaram a rir também.


- Não vou discutir com você na frente do diretor, Potter.


Dumbledore deu um sorriso surpreso.


- Vocês... têm que idade?


- 17. Exceto por alguns que tem 11 diretor. – Lilian olhou corada e odiosamente para Tiago.


Tiago riu.


- O que está acontecendo diretor? – Lupin interrompeu.


- Sr. Lupin, estou certa? – McGonagall se pronunciou desta vez.


- Sim, Minerva. E presumo que o Sr. Potter, a Srta. Evans, o Sr. Black, a Srta. e o Sr. Kityara.


Domenick resmungou “Sr. Windslasher...” um pouco bravo. Odiava o sobrenome, por isso criou um autêntico.


McGonagall levou as mãos à boca, surpresa. Flitwick tentava reconhecer os garotos.


- C-como isso é possível Alvo? – ela disse olhando para o grupo.


- Não sei. Alguma coisa os trouxe para cá.


- Espera, vocês estão me enlouquecendo. Podem me explicar o que aconteceu? Essa escola ta de pernas pro ar! – Sirius disse impaciente, cruzando os braços na altura do tórax.


- Calma Sirius... – o diretor sorriu para o maroto – Vamos à minha sala, conversar com maior privacidade.


Eles assentiram, principalmente ao ver os primeiros alunos saírem do jantar. Todos seguiram o diretor e os professores para a sala do diretor. Lá fora, a tempestade ainda assombrava com altos trovões e clarões de raios. Dumbledore afagou Fawkes, sua fênix, depois sentou em sua mesa, pensativo.


- Vocês sabem que ano estamos?


- Claro, 1977. –disse Samantha.


McGonagall olhou para Dumbledore com uma expressão assustada.


- Calma Minerva, vamos com calma. Senhores... onde vocês estavam antes de virem pra cá?


- Na minha casa. – Tiago deu um passo à frente. – Meus pais convidaram todos para um Baile de Inverno, e depois eles passaram mais um dia em casa, e viemos todos juntos.


- Sei... – Dumbledore tirou os óculos meia-lua, e dizia enquanto os fitava. – E o que fizeram nesse meio tempo?


- Jogamos quadribol apenas. Meus pais foram ao Ministério a trabalho, pegamos o Pó de Flu e fomos para a estação... não estou entendendo aonde quer chegar, diretor. – Tiago disse ficando um pouco impaciente também.


- Quero saber se algum de vocês conjurou alguma magia estranha, ou tomou alguma poção diferente...


Todos se entreolharam, mas nenhum se pronunciou.


- Muito bem. Vou direto ao ponto. De algum modo, não sei como, vocês vieram para o futuro. Estamos em 2004 (N/a: estou tomando as datas da seguinte maneira: Harry entrou em Hogwarts aos 11 anos no ano de 2001, e portanto, agora está no 4º ano, em meio ao Torneio Tribruxo.) e muitas coisas aconteceram, coisas difíceis de explicar...


Um silêncio mortal divagou pela sala. Só o barulho de um relógio de cordas era ouvido.


- M-mas... como? – Remo começou.


- Já disse que não sei. Pode ter sido qualquer coisa. – Dumbledore adiantou.


- Eu sei o que foi.


Lilian estava corada olhando para o chão, todos fitaram-na esperando ela falar.


- Srta. Evans? – Dumbledore olhou para a moça com surpresa.


- No dia em que passamos na casa do Potter, eu fui a primeira a acordar. Os Srs. Potter disseram que eu podia ficar na biblioteca da cada enquanto os outros não acordassem... eu me perdi pela casa e entrei numa sala escura, com alguns artefatos estranhos...


- A sala de artefatos não identificados pelo Ministério. – interrompeu Tiago. – É a sala onde meus pais trabalham, para identificar objetos mágicos perigosos.


Lilian enrubesceu mais ainda.


- Não foi minha intenção, mas tinha uma ampulheta... eu a virei e a areia começou a correr para o lado vazio, e depois não queria mais voltar, mesmo eu tentando fazê-la voltar... desculpem, eu não dei importância na hora...


- Está tudo bem, até estou mais tranqüilo. – Dumbledore sorriu. – Realmente, essa ampulheta foi descoberta pelos Srs. Potter mais tarde. Ela tem o poder de enviar todos de uma determinada região para um tempo aproximado do dobro da idade de vocês


- 34 anos?


- Aproximadamente isso, Srta. Kityara. No caso de vocês, 27 anos. Mas não têm com que se preocupar, depois que toda a areia escorrer, as coisas voltarão ao normal.


- Então quer dizer que tecnicamente temos 45 anos hoje? – Tiago surpreendeu-se.


McGonagall olhou aflita pra Dumbledore, com uma cara de desespero e dor ao mesmo tempo.


- Minerva, eles vão saber em algum momento...


- M-mas Alvo...


Dumbledore se levantou, recolocou os óculos no rosto e fitou os garotos por algum tempo, sem saber muito o que dizer.


- Senhores... vou ter que contar um pouco do que aconteceu nesses 27 anos que passaram. Mas preciso dizer que quando for a hora de vocês voltarem, eu terei que lançar um feitiço da memória em vocês para poderem esquecer tudo o que eu disser. Não vai ser algo fácil de se ouvir. – ele suspirou.


Todos estavam apreensivos, e esperaram Dumbledore proferir tudo. Ele caminhou pela sala, pensativo. Estudou a expressão de cada jovem ali na sala. Minerva estava com as mãos no rosto, um pouco nervosa com a situação. O diretor parou de costas para eles, olhando para o nada, e falou num sussurro triste e doloroso:


- Remo e Sirius são os únicos que ainda estão vivos.

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Comentários (1)

  • Lorienv

    A fic é muito boa.Mas fazendo uma correção. Harry nasce em 80, portato ele entra em Hogwarts em 91, não em 2001.

    2012-02-27
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