Sonhos atrapalham...



Capítulo 3

Sonhos atrapalham





- Acalme-se, Lílian, você ainda pode se dar bem - dizia uma pálida Lana, enquanto a profª de defesa contra as artes das trevas demonstrava como acabar com um Kelpie, um demônio aquático que geralmente tinha como habitát a Grã-Bretanha e a Irlanda. -, ainda tem a prova de apoio, lembra-se?

Lílian copiou a frase que a professora escrevera e depois voltou-se para Lanam os olhos lacrimejando.

- Eu sei, eu sei - disse ela, passando a mão pelo rosto. -, mas é difícil eu me recuperar...

Em pouco tempo, toda sua felicidade que conseguira por causa de Tiago, parecia ter escoado por suas mãos como areia e, agora, ela era apenas mais uma garota deprimida com medo de ser reprovada. O sinal soou por toda a escola e eles puderam ouvir o barulho elefantino de mil alunos se locomovendo se suas carteiras, jogando-as para o lado e dando graças a Deus por ter terminado mais um dia de estudo. Para a maioria, seria uma noite feliz e bem dormida, um rosbife à janta e depois, deitar-se rodeado pelo dossel da cama.

Para Lílian a noite seria diferente - pelo menos de acordo com seus planejamentos. Assim que acabou a aula, ela levantou-se, reunindo os materiais e correu apressadamente para a sala comunal, parando ao quadro da Mulher Gorda e dizendo a senha precipitada. 

Entrou na sala. Ela já sabia o que a aguardava - o casal estava, como sempre, se beijando, sentados à poltrona. Porém, dessa vez, sua vontade não era de expulsá-los, dizendo que aquilo tudo era um ataque ao pudor e que deveria ser proibido por lei. Sua vontade era que eles continuassem a se beijar... podia ver a língua dele entrando na boca macia dela e podia vê-lo mordiscando o pescoço dela suavimente. Por um momento ela fechou os olhos, relembrando-se do SEU amor e, suas mãos correram, involuntariamente, para seu sexo tocado e ela pôde sentir a mão entrando por baixo da saia longa e penetrando pela calcinha. Ela podia sentir o molhado que indicava que estava sentindo prazer... e ela queria mais prazer. Introduziu o dedona vagina, fazendo movimento de ir e vir... ela estava gemendo. De repente abriu os olhos; a expectativa eminente de provar que aquilo não estava acontecendo; de que ela não estava se masturbando na frente do casal. Seus olhos turvaram; não era verdade.

Lílian soltou uma exclamação de alívio e, comprimindo o livro contra o peito, encaminhou-se para o dormitório, subindo a escada silenciosamente, ao mesmo tempo que sentia a vagina latejando de prazer sob as roupas.

Chegando ao dormitório sextanista, ela sentou-se sobre sua cama, conjurou uma vela que ficou pairando no ar e, jogou a mochila e os livros para o lado, largando-se preguissosamente nas cobertas. Seu coração apertava-se nervosamente dentro de seu peito; duas emoções contrárias que pareciam que iam explodir a qualquer momento; uma, o amor - ou seria paixão? Lílian não parava de se perguntar isso. - a outra, a raiva e a tristeza misturadas. Tiago a fizera feliz, porém, ela havia se ferrado na prova e, com certeza, poderia ir para apoio, reprovação... rejubilação. Um calafrio perpassou por sua espinha dorsal, como se uma água escaldante descesse de sua cabeça até os pés.

Sentou-se novamente e abriu um livro - "Herbologia em Um Mês - Os dez passos para as plantas, do mesmo autor de "Dias na floresta" - e começou a ler.

Capítulo Um - Como identificar uma planta venenosa. A planta venenosa geralmente aparece... à essa hora Tiago podia estar beijando-a, ela nos braços dele; ele beijando-a, em um daqueles beijos que levavam-na à loucura.

- Pare, Lílian, pare! - disse ela, advertindo-se a si mesma. - Você tem que estudar!

Voltou a ler desde o começo do capítulo e, uma hora depois, ela lera uma página e meia e não entendera nada. De fato, ela não conseguia estudar. Bah! Ela não conseguia acreditar nisso. Levantou-se, colocou um vestido preto, por baixo do casaco escolar e desceu as escadas do dormitório em direção ao salão comunal; não tinha certeza se pegaria a janta. Talvez tivesse que ir à cozinha dos elfos. Não sabia.

A escadaria de mármore parecia gelo enquanto Lílian descia e tocava de leve no corrimão, sentindo as mãos congelarem; o castelo estava decididamente adormecido. As velas e artoches que iluminavam os corredores e salas, haviam sido apagados e não se ouvia um único ruído que fosse. Lílian caminhou lenta e apreensivamente pelo chão, tentando causar o menor barulho possível, em direção à cozinha dos elfos, até que ouviu um barulho. Gemidos...

Seus olhos e ouvidos ficaram alertas e ela começou a inalar o ar mais rapidamente, como quem fosse farejar o predador; pôde ouvir os gemidos mais fortes e incessantes. Vinham de uma sala desocupada, no primeiro andar; ela caminhou até à porta, às cegas, tateando no ar e achou a maçaneta. Fez menção de girá-la, porém seu instinto lembrou-a que devia haver alguém ali e talvez, alguém que não queria ser interrompido. Encostou o ouvido na superfície plana da porta.

- Ah, Peter... isso... vai, mais forte - ela conseguiu ouvir palavras entre os gemidos. -, isso... me fode. Vai, me fode... mais... mais!

- Cala a boca, piranha - disse uma segunda voz, mais forte e grosseira. -, quem manda aqui sou eu e você só obedece.

- Sim, meu mestre - gemeu a primeira voz, começando a ter ataques frenéticos; deviam estar chegando ao êxtase e, Lílian, não queria acompanhar aquele momento e talvez até ser flagrada ali. A dúvida que ficou no ar era: quem eram os donos daquelas vozes; uma garota e um garoto... ela desceu em direção à cozinha e lá, pediu que os elfos fizessem um empadão de camarão para ela, o que eles atenderam rapidamente, servindo-a com um refrigerante de cola também.



~*~



- Bom-dia, Lílian - exclamou Lana, alegremente.

- Bom-dia - murmurou a outra, mal-humorada; sua impressão era que havia deitado-se e, cinco minutos depois, Lana a chamava.

- Dormiu bem? - perguntou a garota, sorrindo e sentando-se na beira da cama.

- Não - respondeu Lílian, se levantando e trocando de roupa. -, praticamente nem dormi.

- Ficou fazendo o que à noite?

- Fui jantar - disse Lílian. - e depois fui pra sala comunal e tentei estudar um pouco.

- Conseguiu?

- Sem chances - tartamudeou a outra, pescando sua mochila e fazendo Lana se levantar para irem para o café da manhã. -, se eu não estudar MUITO mesmo, eu vou me ferrar mais do que já estou ferrada. mas e você? Dormiu bem?

Um sorriso de lado a lado do rosto abriu-se resplandecentemente no rosto de Lana e ela acenou a cabeça alegremente.

- Dormi - disse ela, rindo pelos cantos, enquanto atravessavam o corredor cheio de quadros do terceiro andar. -, maravilhosamente bem.

- Dá para parar? Já está me irritando - disse Lílian, enfiando o dedo no rosto de Lana, ameaçadoramente.

- Eu hein... já parei - chunchou Lana, irritada. -, gente mal amada é assim mesmo - ela finalizou, saindo à frente de Lílian e contornando um corredor, deixando-a ali, sozinha.

Lílian precisava parar de ser assim, tão metida, arrogante até. E foi caminhando solitariamente até uma sala onde teria mais aulas; rotina era uma das coisas que Lílian mais detestava e, hoje, ela teria apenas aulas chatas.
Enquanto o professor explicava a matéria, ela viajava, sonhando com cheiro adocicado de Tiago Potter. Olhou para o céu extremamente azul e foi fechando os olhos; suas pálpebras estavam pesadas e cada vez mais pesadas, até que, quando deu por si, estava na cama, beijando Tiago.

Suas língua encontravam-se calidamente e ela tentava cessar sua saudade nos beijos e mordiscos e dava nele. Abriu a calça do zíper dele e o falo pulou, excitado; ela caiu de boca nele, chupando-o e explorando-o da base à ponta. Antes mesmo que conseguisse
agüentar, estava sem calcinha, movendo-se no membro de Tiago, sedenta por prazer.



- Srta. Lílian? - disse uma voz, cortando no ar. -, poderia dirigir-se à diretoria e entregar esse bilhete aqui, sim?

- O que é isso? - perguntou a garota, sobressaltada. 

- Sua advertência.


 


N/A: Mais um cap. Prometo ser rápido na atualização... vou lá, tchau
^__^v



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