Carmim



Sua cabeça latejava fortemente, ainda mais com o cheiro de poeira que chegava a suas narinas. Piscou algumas vezes até seus olhos se acostumarem com a claridade do ambiente, encontrando-se numa luxuosa sala de visitas, concluiu.
Sofás na cor vermelha, dispostos frente a frente, intermediados por algumas poltronas na mesma cor, num tom ainda mais escuro. Um extenso tapete vinho estendia-se pelo chão de largas madeiras polidas e empoeiradas, em seu centro uma pequena mesa de vidro e em sua direção, preso no alto teto do aposento, um imenso lustre de cristal onde só uma vela, a centra, estava acesa.
Por fim, uma cadeira, simples, nada confortável, cadeira onde estava firmemente amarrada pelos pulsos e pernas.



__ Onde estou?- murmurou ela, os olhos expressando toda sua incompreensão.
__ Vejamos! A princesinha acordou!- ironizou um jovem rapaz. Conhecia aquele rosto, aquele era...
__ Nicolai?- Perguntou ela. Um trovão ecoou estrondosamente enquanto um raio iluminava sinistramente parte do rosto do loiro a sua frente.
__ E me reconhece!- gargalhou perversamente, largando-se num dos sofás, ainda observando a figura amarrada a sua frente.
__ Nicolai-uma voz grave e repreensiva se fez presente a suas costas. Por estar amarrada ela não pôde se virar para ver o dono dela. - Por favor, não vamos ser rudes com nossa ilustre convidada, a Srta Weasley. Leve-a as suas... acomodações, imediatamente.
__ Sim meu tio.- respondeu o loiro prontamente.
__ Você?!- A confusão na mente de Gina intensificou.- o-o quê você... o quê você quer comigo?
__ Acredite Srta Weasley, em nada me agrada Ter que te trazer à minha nobre mansão.- começou Lúcio Malfoy balançando descansadamente um copo de whisky de fogo.- Digamos que são... ócios do ofício.
__ Onde...? O quê...? Pra onde você está me levando?!- perguntou ela ao ver Nicolai começar a desamarrar suas pernas.
__ Não se preocupe minha... cara- riu Lúcio.- Vamos te colocar num lugar bem fácil pro seu namoradinho te encontrar.
__ O quê...?
__ Sempre bancando o herói... Não dou nem meia hora pra aquele moleque berrar o velho borra fraldas- continuou ele ignorando-a.- E é claro, vir em busca de sua amada...
__ Do quê você está falando?- perguntou Gina irritada, dando um chute em Nicolai que colocava as mãos em suas coxas desnecessariamente. O loiro fez uma careta de raiva e dor que ela ignorou.
__ ...Sem saber que no dia de hoje ele apenas irá encontrar... a morte.- finalizou ele num suspiro sarcástico.
__ Ele é seu filho!- berrou Gina aterrorizada. Aquilo tudo era pra chegar até Draco? Aquele homem estava louco!
__ Como ousas?! Levantar tal falso contra minha pessoa?- perguntou ele teatralmente.- Deitar-me com uma sangue ruim... prefiro a morte a sujar minhas mãos de tal forma! E um filho...? Isso é um ultraje!
__ Você sabe muito bem que ela é sangue-puro!- disse Gina indignada.- Essa é a única razão pela qual você se casou com ela!
__ Leve-a Nicolai. A ralé está delirando...- mandou Lúcio às gargalhadas.- Eu, casado com a “santa Evans”...



Nicolai segurou Gina brutalmente pelos cabelos, fazendo-a soltar um ganido de dor. Sem a menor cerimônia, ele puxou-a e seguiu para a enorme escada bifurcada do lugar. Gina ainda desnorteada, tentando se soltar, procurava algum indício que pudesse lhe dar uma dica de onde estava mas com aquela fraca iluminação e a cabeça latejando daquele jeito, tudo parecia infinitamente pior. E como se não bastasse, o céu parecia desabar lá fora. A chuva caía impiedosamente.



__ Quer dizer que meu adorado primo apaixonou-se.- começou Nicolai, chegando ao primeiro andar da mansão.- ou, sendo um Malfoy, ele continua um ótimo ator.
__ Me solte- murmurou Gina ameaçadoramente.
__ E não é que o babaca tem bom gosto!- continuou ele maliciosamente, dando mais um empurrão em Gina que havia parado de andar.- Você bem que dá pro gasto. Qual foi o discurso que ele usou dessa vez? “Mau pai me odeia... Eu precisava salvar minha mãe...”
__ Tire suas mãos de cima de mim!- Insistiu Gina furiosa. Onde ele queria chegar com aquela conversa?!
__ Mulheres... sempre pedindo ns entrelinhas.- disse ela após empurrá-la violentamente contra a parede, prendendo-a com o peso de seu próprio corpo.- Seu pedido é uma ordem.
__ Não se atreva.- disse ela, a voz trêmula, falhando. Seu corpo estava totalmente comprimido pelo dele que agora estava tão próximo que Gina podia ver o azul elétrico, maníaco das retinas dele.
__ Com todo o prazer.- Sussurrou ele antes de tomar-lhe os lábios com voracidade, suas mãos apertando-a dolorosamente.
__ Seu Animal!- Gritou ela ao conseguir desvencilhar-se, chutando-o no baixo ventre.
__ Vadia!- Bradou ele furioso, virando a mão na cara dela com toda a força. Gina gritou de dor a o sentir o forte impacto daquele golpe em seu rosto, um terrível gosto de sangue espalhando-se em sua boca.
__ Não!- Gritou ela novamente ao sentir as mãos dele novamente em seu corpo. Desesperou-se ao ouvir o som de pano rasando, sua blusa já não cobria mais o seu corpo.
__ Acho que temos tempo para ima lição de boas maneiras.- disse ele olhando-a furtivamente. Gina tremeu.- Não se faça de difícil ruiva, apenas quero saber o que deixou dois panacas caídos por você.
__ Dois?- murmurou Gina, mais pra si que para ele.
__ Todo esse tempo tentando achar o maior ponto fraco do testa aberta e esse ponto, convenientemente, é o mesmo do meu querido primo.- debochou ele limpando o sangue que escorria nos lábios dela.
__ Harry.- gemeu ela fechando os olhos, sofridamente.- Não... não pode ser...
__ Arrependimento, eu vejo.- ele sussurrou no ouvido dela.- Aposto que você se entregou a meu primo...
__ Draco...- disse ela, num tom mais baixo que um sussurro. Seus olhos caíram sobre uma pequena mesa no corredor, próximo a eles, onde estavam algumas garrafas com um líquido vermelho vivo.
__ Não adianta tentar chamá-lo agora.- disse Nicolai pousando a mão sobre a nádega de Gina.



A gota d’água.
Fazendo um tremendo esforço para escapar daqueles braços fortes que voltavam a explorar seu corpo, Gina Alcançou uma das garrafas e espatifou-a na cabeça do loiro que ainda tentava lhe beijar novamente. Nicolai urrou de dor.
Sangue. Dele e da garrafa, que continha sangue de dragão, concluiu Gina, Espalhando-se pelas paredes ao longo do corredor, e até sobre o corpo dela. Ao ver que o loiro voltava-se para ela furioso, Gina pegou outra garrafa para arremessar contra ele. Esta espatifou-se a parede pois ele conseguiu se esquivar. Fora de si, Nicolai agarrou-lhe o pescoço, apertando-o com as duas mãos, tirando os pés da garota do chão, tamanha a força que usava, sufocando-ª



__ O que está você fazendo?!- Berrou Lúcio. Pela primeira vez em sua vida, gina sentiu-se feliz ao ver aquele homem. Não por muito tempo...- Precisamos da garota viva!
__ Essa vadia...!- ele começou mas ao perceber o olhar que seu tio lhe lançava ele enfim a soltou. Gina caiu pesadamente no chão, exausta, tentando levar algum ar a seus pulmões, lutando contra aquele pânico que crescia dentro de si.
__ E você, Srta Weasley, que modos são esses?- perguntou ele fingidamente. Estava completamente bêbado.- Onde está a boa educação dos Weasley?
__ A srta Weasley é muito mais do que pensávamos meu tio.- começou Nicolai voltando a puxar os cabelos da garota que segurou um grito de dor, limitando-se a fitá-lo com ódio.- O senhor não vai acreditar.
__ Não vou acreditar...?
__ Estamos diante da peça principal de um triângulo amoroso.- riu ele com desdém.
__ Que você queria transformar num quadrado- disse Lúcio indicando a porta a direita.
__ Que seja...- disse o loiro revirando os olhos.- A questão é que o seu filho está enrabichado pela pobretona aqui.



O sorriso sarcástico e a pose quase que descansada de Lúcio sumiram por completo. O loiro virou-se para Gina que tremeu ao ver aquele olhar sobre si, mais do que nunca, estava em sério risco.
Lúcio bufou impaciente. Inesperadamente conjurou cordas que se prenderam dolorosamente em torno dos pulsos e das pernas de Gina enquanto uma venda cobria os olhos da garota.



__ Você tem certeza disso?- perguntou ele seriamente.
__ Absoluta.- Respondeu Nicolai, mal escondendo a excitação.
__ Ela é sua.- sentecionou Lúcio dando as costas ao sobrinho, dirigindo-se a porta.- Apenas espere para quando ele chegar. Teremos um convidado especial para a noite de hoje...




E os convites já estavam a caminho.




Sentando a uma ponta da mesa na companhia de Draco, Snape examinava alguns dos relatórios que havia consigo. No outro extremo Harry observava os dois visivelmente irritado, mal dando atenção à conversa de Remus e Gui que estavam ao seu lado tentando explicar rapidamente o que estaria em pauta naquela reunião. A campainha soou brevemente e, pra surpresa de Harry, a já esperada gritaria da Sra. Black não foi ouvida e instantes depois Alvo Dumbledore entrava na cozinha cumprimentando todos os ali presentes.



__ Bom dia.- ele sorriu visivelmente cansado. Seus olhos passaram despercebidos por Harry, que estranhou a atitude do diretor.- Devemos ser breves.
__ Professor Dumbledore.- cumprimentou uma bruxa mais ao meio do mesa, indicando-lhe uma cadeira.
__ Obrigada Bernhoeft.- agradeceu ele.- e devo pedir que aqueles que não estão ligados a esta reunião se retirem agora.
__ Diretor.- Chamou Snape enquanto os olhares se dividiam entre ele e Harry que havia aberto a boca para dizer algo. O diretor encarou Severo, ignorando Harry momentaneamente.
__ Vocês podem ir- disse Dumbledore dirigindo-se a Snape e Draco que levantava-se junto com o professor, lançando um olhar significativo a Narcisa que empalideceu.- Cuidem-se.



Os dois acenaram positivamente antes de enfim se retirarem apressadamente com suas capas de viagem. Protegendo-se da chuva sob suas grossas capas de viagem, Snape estendeu uma pequena pedra azul a Draco que segurou firmemente na mesma, junto com o professor, ambos com o olhar grave e sério. Um solavanco e tudo começou a girar rapidamente, parando tão abruptamente quanto quando começara. Mais uma vez lá estavam eles num campo aberto, num círculo de comensais da morte.



__ Boas novas meu caro Draco.- disse Voldemort fazendo um sinal para que eles se aproximassem.
__ Milorde.- cumprimentou Draco numa pequena reverência imitada por Snape.
__ Principalmente para você Severo.- emendou ele fitando-o longamente.- Nosso plano entrará em ação ainda hoje.
__ Hoje?- indagou Snape arqueando uma sobrancelha em surpresa.
__ Exato. Se a informação que acabo de receber é verdadeira- disse ele fazendo um amplo gesto com a varinha, conjurando algumas chamas verdes esmeraldas que brilharam alguns instantes sobre o círculo.- Esperamos apenas por uma confirmação...
__ Informação...?- perguntou Draco buscando os olhos do professor que apenas balançou a cabeça negativamente.
__ E então você- ele apontou para Draco.- realizará parte do plano, uma das mais importantes devo dizer, e que será de seu agrado. Por hora, é o que eu quero que saibam. Fiquem atentos, os dois, em breve eu os chamarei novamente.
__ Sim senhor.- concordou Draco, seus olhos fixos nas pupilas vermelhas que o encaravam.- Senhor? Alguma notícia de Lúcio Malfoy?
__ Deveria Ter?- indagou Voldemort, seus olhos agora quase que perfurando os do garoto que sustentava o olhar tranquilamente.
__ Não que eu saiba.- disse ele simplesmente.- É...estranho ele estar tão...quieto.
__ Saudades do papai, Malfoy?- debochou ele.
__ Nenhuma.- respondeu ele friamente.- Com licença.



Com um último olhar para os demais e para o próprio Voldemort, Draco desaparatou sendo logo seguido por Snape. Desaparataram numa pequena colina para logo em seguida pegarem uma outra chave de portal até grimmauldplace, ambos no mais completo e tenso silêncio.
Chegaram ao maltratado Largo e pararam alguns instantes, fitando as casas mal cuidadas do local, a chuva molhando-lhes os rostos agora não cobertos pelos capus de suas capas.



__ O que diabos foi isso?- perguntou Draco evitando encarar o professor.
__ Eu é que pergunto- retrucou ele olhando friamente para o loiro.- Por que aquela pergunta agora?
__ Não sei...- ele murmurou.- um mau pressentimento.
__ Mau pressentimento?!- repetiu Snape num tom que geralmente indicava perigo.- Quase colocas tudo a perder por um mau pressentimento?
__ Eu não coloquei tudo a perder ao fazer aquela pergunta.- sibilou ele fitando o chão.
__ Ele estava te analisando garoto!- rosnou Snape visivelmente alterado.- Queria saber suas reações!
__ E deve ter concluído que eu não me abalei- disse ele voltando-se para Snape que ainda o fitava.
__ Assim eu espero- disse ele friamente.
__ E sobre que plano ele estava falando?- perguntou Draco seguindo o professor que começou a andar em direção às casas número 11 e 13.
__ Aniquilação.- respondeu ele.- Ele tem algum trunfo para chegar até o Potter, resta saber que trunfo é esse...
__ Chegar até o Potter e...
__ Isso.- finalizou Snape, a mão já sobre a maçaneta da recém “inflada” Mansão Black.



Tocou a campainha e em pouco tempo uma Narcisa trêmula e pálida abriu as portas para eles. Puxou Draco para um forte e breve abraço, seguido por uma olhada de cima a baixo no garoto, como que verificando se tudo estava no lugar. Mal acabara, se jogou sobre Snape repetindo o mesmo para depois capturar-lhe os lábios num beijo que transmitia todo o alívio que ela estava sentindo ao vê-los ali, aparentemente bem. Sequer deu atenção aos resmungos do filho enquanto seguia com os dois de volta a cozinha após silenciar a Sra. Black com a ajuda de Snape.
Ao chegarem à cozinha Draco percebeu que a reunião não havia acabado. Na verdade, o que estava acontecendo era uma pequena discussão entre Harry e Dumbledore.



__ ...Entenda Harry, por hora você não poderá estar envolvido diretamente com as ações da ordem.- dizia Dumbledore num tom cansado.
__ Envolver diretamente?!- perguntou ele, uma nota de raiva e impaciência contida em seu tom.- Mais diretamente do que já estou? Desde o maldito dia em que Voldemort matou meus pais?! Pelo amor de Deus! Têm pessoas morrendo por minha causa...!
__ E você com certeza não quer ser a próxima vítima- disse Snape antes que Dumbledore dissesse alguma coisa. Era visível o cansaço do diretor.- E muito menos colocar em risco a vida dos aqui presente então, Potter, peço que termine logo o showzinho e deixe-nos prosseguir com a reunião...
__ Claro! Você já foi lá avisar ao seu querido mestre não foi? Que dumbledore está aqui!- disse Harry visivelmente descontrolado.- Qual foi a preciosa informação que você conseguiu dessa vez?
__ Seu moleque...- começou Snape.
__ Controle-se Potter.- advertiu Draco, os olhos serrados em direção ao moreno.
__ E agora o filhote de comensal vem me dar ordens?!
__ Já chega!- disse Dumbledore energicamente, uma aura incandescente impregnando o local.- Vocês dois, subam agora!
__ O quê?- murmurou Draco sem compreender a ordem do diretor.
__ Obedeça- mandou Snape. O loiro ainda o fitou alguns instantes sem compreender até que seguiu para o caminho que levava às escadas.- Você também Potter.
__ Imediatamente.- emendou Dumbledore.- Depois conversaremos.



Harry, completamente contrariado, estava prestes a se juntar a Draco quando pela terceira vez a campainha da mansão tocou. Dessa vez vozes exaltadas se somavam aos gritos da Sra. Black. Lupin juntamente com Gui se levantaram para ver quem chegava enquanto os demais explodiam em burburinhos. Dumbledore fitava Harry preocupadamente, atento às vozes urgentes que vinham do hall de entrada, aumentando a intensidade do falatório que se instalou na cozinha. Falatório que cessou bruscamente quando a figura de uma Tonks encharcada se tornava visível no portal da cozinha.



__ Levem-no para um dos quartos- pediu ela fazendo sinais para quem quer que fosse que a seguia.- E vocês troquem essas roupas.
__ Tonks?- chamou Dumbledore.
__ Professor Dumbledore!- a bruxa se voltou para ele que fez um sinal para ela parar.
__ Vocês dois, o que estão esperando? Subam.- mandou ele dirigindo-se a Harry e Draco que assistiam a chegada do grupo tentando entender o que estava acontecendo.- Agora.
__ Perdão senhor- pediu Draco começando a subir os degraus das escadas. Harry ainda tentou ver se via Rony Hermione ou Gina mas não capturou sinal algum dos três. Seguiu o loiro amaldiçoando-o mentalmente.
__ O que aconteceu?- perguntou Dumbledore enfim levantando-se de sua cadeira.
__ Um ataque- informou Jorge prontamente entrando pela cozinha seguido por Hermione e Ron.
__ Fred foi atacado. Não conseguimos fazê-lo voltar a si- disse Tonks numa voz trêmula.- E a Gina...
__ Onde está a Srta Weasley?- indagou Snape um tanto exasperado.
__ Foi levada.- respondeu Tonks engolindo em seco.
__ Levem-no para um quarto- disse Dumbledore. O diretor trocou um olhar significativo com Snape antes de emendar.- Lupin, você e MacGonagall seguem com a reunião, em breve estaremos de volta.
__ Onde está Molly?- indagou Tonks estranhando a ausência da Sra Weasley.
__ Eu vou ficar com ela- disse Narcisa prontamente.
__ Por favor Narcisa, sergure-a lá em cima até contatarmos Arthur.- Assentiu Dumbledore seguindo com o pequeno grupo que agora se encaminhava para o primeiro andar.
Lupin e Gui carregavam o corpo inerte de um absurdamente pálido Fred. Hermione tremia desabaladamente enquanto Ron tentava acalmá-la visivelmente tão nervoso quanto ela, ambos igualmente encharcados e gelados, assim com Tonks que encabeçava o grupo escadas a cima.
Cada passo deles parecia ecoar agourentamente pelas paredes daqueles corredores. Antes de se precipitarem pelo corredor do primeiro andar, Dumbledore executou um feitiço silenciador e mandou Rony e Hermione se trocarem rapidamente para depois se juntarem a Harry e Draco.
Em frações de segundos os dois já haviam cumprido a ordem do diretor e entravam no quarto de Rony encontrando um Harry furioso e um Draco que mantinha os olhos fixos na janela.



__ O quê aconteceu?- perguntou Harry levantando-se de um salto.
__ Estávamos na floreios e borrões...- começou Hermione num tom pouco mais alto que um sussurro.- Eu devia ter te ouvido Ron, a gente não devia ter gasto tanto tempo naquela sessão idiota...
__ Mas a minha sugestão não foi muito melhor que a sua...- disse ele afagando os cabelos da garota, suas mãos tão trêmulas quanto à delas.- Você ainda está gelada...
__ Mas se a gente estivesse lá Ron, poderíamos...
__ Não poderíamos ter feito muita coisa, eu acho- interrompeu ele, a voz completamente alterada.- Eu quero dizer, não sabíamos onde eles estavam!
__ Mas...- insistiu ela.
__ SOBRE O QUE DIABOS VOCÊS ESTÃO FALANDO?!- berrou Harry irritando-se com os dois.
__ O ataque.- disse Hermione antes de soltar um soluço trêmulo e começar a chorar.
__ O QUÊ?!- insistiu Harry no mesmo tom exaltado.
__ O quê aconteceu Weasley?- perguntou Draco, o estômago afundando com a perspectiva do que poderia ser dito por ele.
__ Comensais.- rosnou ele fitando o loiro.- Levaram a minha irmã!
__ Gina...- Harry ficou atônito. Seus olhos arregalados, a boca caída ligeiramente, em choque. As palavras, o rosto da ruiva sorrindo ao seu lado naquela manhã, seu cheiro, o que sentia por ela...
__ É minha culpa.- murmurou Draco sentindo os olhos arderem, sem nem ouvir as mesmas palavras sendo repetidas por Harry.- O quê exatamente aconteceu, vocês viram quem a levou?!
__ Seu pai! E aqueles ratos!- bradou Rony largando Hermione, furioso, cuspindo as palavras.
__ Não temos certeza Rony...- murmurou ela entre o choro.
__ Granger, você sabe como aconteceu?- insistiu Draco dirigindo-se a ela num tom nunca antes usado por ele, pelo menos não com ela. A menina notou a brusca mudança no tom do rapaz.
__ Malfoy...- ela sacudiu a cabeça.- Ela não devia... nunca! E eu...
__ Foi você!- rosnou Harry despertando de seu momento de choque, os olhos queimando em direção a Draco que ainda fitava Hermione, a culpa encravada em cada traço de seu rosto.- SEU CANALHA!
__ O QUÊ ESTÁ ACONTECENDO AQUI?!- berrou Snape que acabara de entrar no quarto, encontrando Harry com os dois pulsos apertando fortemente o pescoço de Draco que sequer parecia se incomodar, seus olhos desfocados.- Solte-o Potter!
__ VOCÊ! VOCÊ A VENDEU PARA VOLDEMORT!!!- bradou ele enfim soltando-o devido à força que Lupin e Gui faziam para puxá-lo.
__ O quê está acontecendo aqui?- perguntou Molly fazendo-se visível na porta do quarto.
__ ...E todo esse tempo eu achando que estava fazendo o certo, protegendo-a, ajudando-a a esconder essa relação de vocês e você só a estava usando!!!- continuou Harry, lágrimas de fúria escorrendo por seu rosto contraído em ódio.
__Do que você está falando?- insistiu Molly- Acalme-se Harry querido.
__ Seu...!- começou Harry voltando a avançar em direção ao loiro que mantinha-se impassível, Snape segurando-o pelos ombros tentando buscar os olhos do rapaz que continuavam estranhamente desfocados.
__ Molly por favor...- chamou Narcisa tentando puxá-la.
__ Cadê a Gina?- indagou a senhora Weasley dando uma olhada no interior do quarto.
__ Molly venha comigo, Dumbledore está te esperando lá embaixo.- disse Narcisa cuidadosamente.
__ Vamos Molly- disse Lupin firmemente.
__ O que está acontecendo aqui?- perguntou ela num tom perigoso.
__ Eu não acredito.- disse Draco inesperadamente, atraindo as atenções para si.
__ Eu sei...- assentiu Snape num tom receoso.
__ Ele não...- continuou ele, uma estranha e intensa energia se desprendendo do garoto.
__ Draco, acalme-se...- avisou Snape.
__ Eu estou calmo- disse ele friamente, seu rosto numa expressão dura e séria.
__ Controle-se.- insistiu Snape. A essa Altura Harry praticamente esmurrava Gui, tentando se soltar.
__ Eu sei onde ela está.- disse ele enfim voltando-se para Snape, o olhar determinado, a energia que ainda emanava de seu corpo sacudia levemente seus cabelos.
__ É CLARO QUE SABE!- bradou Harry desesperado.- VOCÊ A VENDEU PARA VOLDERMOT! EU SEI QUE FOI VOCÊ?! ERA SÓ UM MEIO DE ME ATINGIR NÃO ERA MALFOY?!
__ Não temos tempo a perder.- disse Draco ignorando as palavras berradas por Harry, dirigindo-se para a porta.
__ O quê...?- começou Snape segurando-o pelo braço.- Como você...?
__ Eu sei- cortou Draco olhando diretamente nos olhos do diretor. Snape então pôde ver as imagens que tanto assombravam o garoto.
__ Na mansão?- perguntou Snape ignorando os soluços de Hermione e a algazarra que Harry fazia.
__ Foi ele... e ele vai pagar por isso.- assentiu Draco.- Eu sabia que tinha o dedo dele nessa história.
__ Vamos.- disse Snape soltando-o enfim.
__ Eu vou sozinho.- disse Draco firmemente.
__ Não seja tolo! Você está mais que emocionalmente envolvido- ralhou Snape impaciente.- Não coloque tudo a perder.
__ EU NÃO VOU DEIXÁ-LA NAS MÃOS DELE!-bradou Draco, as lágrimas enfim rolando por seu pálido rosto.
__ Talvez ele não saiba de vocês- disse Snape prontamente. Ele pode estar achando que ela é apenas um meio de chegar até Harry...
__ NÃO ME IMPORTA!!!
__ Draco.- falou Snape friamente, atraindo enfim a atenção do loiro, fazendo-o controlar-se um pouco.
__ Espera aí?- disse Rony seguindo em direção ao loiro.- Vocês estão querendo dizer que esse traste e a minha irmã...?
__ A minha Gina?- boquiabriu-se Molly empalidecendo. Narcisa a amparou prontamente.
__ Agora não Ron.- implorou Mione segurando o ruivo delicadamente pelos ombros.
__ SEU DESGRAÇADO!- Berrou Rony antes de tentar dar um soco em Draco que se esquivou do golpe facilmente. O ruivo tentou investir mais uma vez e foi prontamente imobilizado pelo loiro.
__ Escute aqui seu imbecil- sibilou ele raivosamente.- Eu amo demais aquela garota e não vai ser o seu ciúme tolo ou uma rixa de famílias ou até mesmo um maluco que quer destruir esse aí- disse ele indicando harry com a cabeça.- que vai me impedir de tê-la ao meu lado.
__ Solte-o Malfoy- mandou Gui soltando Harry que finalmente parara de se debater. Ainda ofegante e visivelmente alterado, Draco soltou um Rony extremamente pálido e perplexo, seus olhos buscaram imediatamente o de Hermione que ainda soluçava.
__ E você também sabia.- disse ele num tom ressentido, fitando a morena. Depois voltou-se para Harry.- EU não vou perdoar vocês... jamais, se algo de mal acontecer à Gina...
__ Não vai acontecer nada com ela.- disse Draco voltando enfim ao seu tom frio e controlado.
__ Malfoy, como você sabe onde ela está?- perguntou Gui dirigindo-se ao loiro.- Diga-nos exatamente o que você sabe?



Draco soltou um suspiro impaciente mirando o ruivo. Sua mente trabalhando furiosamente, em busca de alguma coisa prática que pudesse fazer naquele momento, que o ajudasse a se livrar de toda aquela gente que o encarava naquele momento, que pudesse fazê-lo chegar até Gina. Se Lúcio soubesse... ela estaria correndo um risco ainda maior! Tentando controlar a onda de pânico crescente que o assaltava, seus olhos se encontraram com o de Harry, pôde ver exatamente o que acontecia com ele, pois era exatamente o que acontecia com ele. Amavam aquela garota, mais que tudo...











CONTINUA







NA/: (*snif snif*) Eu sou mah neh??? Exagerei??? Já querem me matar de vdd? Eu sei eu sei... n vdd eu não sei naum mãs... Tah aih gnt, um dos cpts finais (*nau, nau levem ao pé da letra esse “finais”*) que eu ateh que gostei de escrever... foi meio difícil mas saiu bem perto do que eu queria. (*Ohhhhh! 0.o*) Enfim... semana estranha... mundo estranho... autora estranha...
Sem mais

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