Quatro
Quatro
Sam, Alvo, Rose e Scorpius entraram no salão principal juntos a incontáveis alunos do primeiro ano. Os passos daquele grupo ecoavam como pequenas batidas nas pedras que forravam o chão.
Sam olhou para o céu, ou melhor, para o teto enfeitiçado para parecer o céu, percebeu que a chuva gotejava fina no teto, mas nunca passava dali, escorrendo pelas laterais; era como se o teto do salão fosse uma redoma de vidro cobrindo a construção, apenas com uma pequena diferença que Sam só percebeu ao acompanhar com os olhos a água que escorria.
Enquanto estava no teto a chuva era fina e inocente, mas ao passar para as janelas transformava-se em algo mais agressivo e a água escorria com mais força e maior fluxo.
Hagrid acompanhava o grupo com seus passos firmes e desajeitados, levando um rolo grosso de pergaminho em suas mãos.
Num banco pequeno de madeira escura estava um chapéu velho, surrado, empoeirado e com um rasgão enorme; com um gesto Hagrid indicou que os alunos se dirigissem a um canto próximo a menor das cinco mesas do salão, era uma mesa fina e comprida com algumas cadeiras voltadas em direção as outras quatro mesas, que tinham tamanhos iguais, mas eram ocupadas por alunos com uniformes diferentes; a mesa menor era ocupada apenas por adultos e no meio uma senhora de aspecto severo ocupava a mais lustrosa das cadeiras.
Assim que os alunos novatos se posicionaram e um silencio misterioso e de expectativa tomou conta do local, o rasgão no chapéu se abriu e dele ressoou uma voz grave e profunda:
“Meninos e meninas
Não me julguem pela aparência
Pois a verdadeira essência
Não vem da imagem ou ascendência
Eu existo a mil anos
E já testemunhei muita coisa
Se pensam: ’O que esse chapéu velho pode saber?’
É melhor mudar de idéia
Sou o Chápeu Seletor
E os colocarei na casa em que por sete anos iram permanecer
Será na Grifinória
Onde a lealdade e a coragem florescem?
Ou na Sonserina
Cujos corações frios e determinados permanecem?
Serão vocês aprendizes da Ravenclaw?
Destinados ao conhecimento presente na Corvinal
Para aqueles que são amigos incondicionais
Tentando amenizar os rivais
Há a Lufa-lufa
Contudo também não se deixem levar apenas pela casa
Em suas cabeças olharei
E com isso julgarei
Mas verdadeira amizade há
Naqueles que transpassam barreiras
Então se aproximem sem medo!
E me deixem selecionar
As casas onde irão ficar!”
Quando a voz parou de ecoar no salão os alunos mais velhos romperam o silencio com um aplauso ensurdecedor, até que a diretora acenou e todos fizeram silencio.
O grupo não prestava atenção as palavras de boas vindas que a diretora McGonagall, cada um estava absorto em seus pensamentos e temores, o meio giante chamava um a um para que fossem selecionados, enquanto esperavam Scorpius virou-se para Alvo e sussurou para que eles não chamassem atenção:
-Er... Alvo – Alvo olhou para o loiro com aqueles intensos lhos verdes em um olhar pensativo e analizador, porque o Malfoy estaria falando com ele? – Bem... Sabe a rixa dos nossos pais e no seu caso incluindo seu tio? – prosseguiu Scorpius – Bom... Eu não quero que tenhamos o mesmo rumo, a rixa é deles, não nossa, então ao menos podemos tentar ser amigos?
- Sim, claro... Podemos... – respondeu meio sem prestar atenção o mais novo dos Potter, mas com um quê de desconfiança em sua voz.
-Calem a boca vocês dois! – ralhou Rose com rispidez e depois acrescentou de maneira altoritária e baixa – Eu estou tentando prestar atenção a seleção!
-Igualzinha a tia Hermione – comentou Alvo rindo baixinho.
-Brown, Arthur – chamou Hagrid e um menino razinzo se aproximou com um jeito timido e desconfiado, o champeu passou ao menos uns quarenta segundos antes de declarar com sua voz de trovador:
-Lufa-lufa!
Uma das mesas centrais explodiu em aplausos e vivas e o garoto encaminhou-se com seu passos desajeitados.
-Casablanca, Maria – uma garota alta e magra encaminhou-se ao banquinho com segurança e tranquilidade, o chápeu mal tocou em sua cabeça e disse:
-Corvinal!
A mesa dos uniformes azuis festejou a chegada de sua mais nova integrante com o mesmo entusiasmo da mesa anterior.
Alguns minutos se passaram de maneira vagarosa demais para Alvo, seu nervosismo já estava quase domando-o, Scorpius sorria e cantarolava tranquilamente, como se já tivesse a certeza de para onde iria, não demorou muito a voz de Hagrid chamar:
-Malfoy, Scorpius.
O loiro caminhou com classe e sentou-se no banquinho, o chápeu tocou em sua cabeça e falou em umvolume que apenas o Malfoy poderia escutar:
-Você se daria bem na Grifinória, mas creio que sua casa seja – ele aumentou o tom de voz e proclamou – Sonserina!
Uma da mesa das pontas comemorou e Rose murmurou “Previsivel” ao ouvido de Alvo que deu um sorriso nervoso a prima, mais outros tantos nomes foram chamados até ouvir-se:
-Olovres, Samantha.
Sam fez uma careta ao ouvir seu primeiro nome dito inteiro, mas, assim como Scorpius caminhou tranquila, e sentou-se com leveza no banquinho de madeira.
-Hum... – murmurou o chapéu apenas para a garota – Você é meio grifinora, mas também tem seu lado sonserino, amiga fiel eu vejo, mas bastante seletiva, não tem preferencia por casa e vem de uma familia intrigante, eu não sei... Realmente não tens peferencia por casa alguma? – a garota não respondia, não era necessário, o chápeu via suas respostas com clareza – É... estou vendo que não... então, acho melhor... Sonserina! – falou em voz alta e clara para todo o salão, e, novamente, a ultima mesa explodiu em vivas e comemorações.
Alvo não gostou nem um pouco de ver a garota do trem ir para a casa que ele tanto menosprezava e Rose pareceu surpresa, em poucos minutos Alvo foi chamado e ao sentar no banco o chápeu brincou:
-Antes os Potter eram poucos, mas depois que se juntaram aos Weasley... Sonserina não? Seu pai disse a mesma coisa... Mas repito a você o que disse a ele, você poderia conseguir glória inestimável na Sonserina, de todo jeito vejo que seu coração está na Grifinória – bradou a ultima palavra com sua voz profunda e constante.
Rose foi selecionada rapidamente e, assim como seu primo, foi para a grifinória, para a alegria da mesa vermelha e dourada, os Potter e Weasley foram os que mais festejaram a chegada dos dois, logo eles jantaram e Thiago, o irmão mais velho de Alvo, comentou ao vê-lo admirando a mesa Sonserina:
-Ainda bem que você não foi para la né maninho? Já imaginou? Conviver com o mais novo dos Malfoy? – e riu-se de sua propria piada, devorando um prato generoso de lasanha.
Comentários (2)
Não vai mais postar? Posta por favor. Eu adoro histórias sobre heredeiros de Tom Riddle. Por favor, sua fic está demais!!
2011-07-16ei layla... adorei a fic... estou anciosa pelo prox cap... vc ganhouuma leitora fiel, pod ter ctz... bjz ;*
2011-05-25