Quinto e Sexto ano.
Hogwarts, quinto ano.
“ISSO É UM ABSURDO!” – Draco berrava inconformado no Salão Comunal da Sonserina.
“Draco se acalme!” – Zabine falou.
“Umbridge quer nos deixar maluco! Simplesmente!”.
“O Ministério está sendo abusivo, isso já sabemos, mas você não pode interferir sozinho!” – Eliza disse consciente.
“Mas é um ABSURDO!”.
“Falando o Ministério de novo Draco?” – Hermione chegou perguntando.
“E o que você acha?” – Zabine disse.
“Draco, ninguém pode fazer qualquer coisa sem a proteção judicial!” – Hermione falou sabiamente, sendo a luz que pairou sobre Draco naquele momento.
“É ISSO!” – O garoto berrou. “Mione: é isso! Proteção judicial! Vou interferir nessa palhaçada que o Cornélio Fudge está fazendo com a gente! Já viram? A parede do hall de entrada não aguenta mais de observações. Umbridge é uma louca desequilibrada!”.
“Disso já sabemos! O que você tem em mente?” – Hermione perguntou sentando ao seu lado atenciosamente.
“Vou me incluir na política do Ministério. Não é ‘para todos’? Então eu tenho o direito de falar pelos alunos!”.
“UHUL! Malfoy para presidente!” – Eliza brincou.
“É sério! Ninguém se digna a se mover. Não vou ficar de braços cruzados. Se os outros perderam a coragem, as cobras mostram como se faz!” – Disse ele inflado de força.
“Tudo bem. Pode contar comigo. Vamos ao ministério agora!” – Zabine disse.
“Não sem um abaixo assinado pelos interessados e um documento concretizando nossa união na causa!” – Hermione disparou sabiamente. Todos a encararam. “Andei lendo a nossa legislação... Temos que parecer sério!” – Disse ela docemente, acanhada.
“É por isso que você é nossa!” – Draco falou orgulhoso, trazendo Hermione para um abraço grupal.
Os representantes do Movimento Contra-Abusivo, liderados por Draco, seguiram em direção ao Ministério. Não importava se estavam burlando milhões de regras insanas, nem se estavam se arriscando num caminho cheio de armadilhas (pois as redondezas da escola estavam sendo “protegidas”), não importava nem mesmo o fato de Draco estar pondo em risco o trabalho do pai dentro do Ministério. Eles não ficariam parados. Não aqueles alunos.
Chegando lá, sofreram oposições de todos os tipos, porém, aos poucos alguns bruxos de renome que também estavam se sentindo oprimidos (principalmente artistas e excêntricos) se juntaram à causa. Era impressionante como, logo, logo, até os bajuladores do governo cederam à verdade e perderam o medo de Fudge.
O MCA foi levado a sério, até que, enfim, venceu a batalha.
Fudge foi retirado do cargo e o pai de Draco assumira o posto de Ministro. Umbridge foi destituída e sua licença para lecionar foi retirada por muito tempo, até segunda ordem. Hogwarts recebeu os alunos do grupo MCA sem fazer distinção de casa ou reputação. Eles eram os vencedores juntos com o MCA (que foi apelidado de “Meio das Cobras Acadêmicas”), e muitos deles estavam perpetuados naquelas assinaturas. Naquela manifestação histórica de como o corpo estudantil se opôs à imposição.
“Draco, você foi brilhante!” – Hermione disse enquanto todos comemoravam no Grande Salão.
“Você é minha musa inspiradora, como poderia ser diferente?” – Malfoy falou sedutoramente trazendo Hermione para perto.
“Sério? Eu sou?”. – O rapaz assentiu com a cabeça. “Então quando você estiver lá no Ministério, quando for o todo-poderoso, vai se lembrar de mim?”.
“Hermione, não seja boba! Eu nunca vou conseguir esquecer você!”.
Perante esta frase, Hermione congelou. Draco, porém, não perdeu a chance. Segurou Granger pela mão e a levou até o alto da torre de Astronomia. Não sabia como teve essa ideia tão rápido, mas achou que não poderia ter pensado num lugar melhor!
“Por que estamos aqui?” – Hermione perguntou.
“Por que eu queria poder falar com você, sem a agitação lá da festa”.
“Certo. Fale”. – Disse ela inocentemente.
“Vem cá”. – Os dois foram até o janelão da torre, de onde dava para ver todo o imponente cenário de Hogwarts. “Ultimamente tenho vindo aqui, e pensado muito na minha vida. Já passei por cada pedaço dessa escola, e nos bons e maus tempos, você, querendo ou não, estava por perto” – Hermione soube sobre ao que ele se referia, e o olhou com brandura. “Quero que isso continue igual, mas cada vez melhor, Mione...”.
“Legal de sua parte, Malfoy!” – Disse ela em tom maroto.
O garoto sorriu de canto e segurou as duas mãos de Hermione, entrelaçando seus dedos frios nos dela. Aproximaram-se a ponto de ficarem com os corpos juntos, ainda se encarando com o típico olhar oblíquo que, hoje, os dois tinham assustadoramente parecidos.
“Hermione...” – Ele não quis, mas saiu um sussurro.
“Diga...” – Ela reforçou.
“Quero que você me namore”.
“Eu também, Malfoy...” – A morena sussurrou de volta e por pouco não ia sendo calada pelo beijo que se sucedeu.
Malfoy não se conteve e a abraçou com força pela cintura, provocando risos em Hermione. Rodopiou com ela no alto da torre, dando uma terrível e prazerosa sensação de medo, liberdade e plenitude.
Ambos tinham uma forma compatível de estarem juntos, um modo ajustado que não deixava a desejar em nada. Eles eram frios, mas, juntos, suas temperaturas se igualavam. Eram ansiosos e ao mesmo tempo provocantemente plácidos. Eram um Malfoy e uma Granger. Eram sonserinos.
Hogwarts, sexto ano.
“Hermione! Hermione acorda!” – Eliza chamava a dorminhoca que teimava em continuar aninhada.
“AH, me deixa!”.
“Tudo bem, mas o Draco mandou avisar que não espera mais!” – A loira jogou.
Hermione sentou na cama de sobressalto.
“O que? Como assim? Ele já está esperando?” – Tagarelou.
“Ainda está cedo, boba! Mas se eu não te chamo, você ia hibernar!”.
Hermione riu de si mesma. Nunca se imaginara estar a ponto de ir à mansão Malfoy para passar as férias de verão ao lado de Draco.
“Anda logo, Hermione, precisa se arrumar agora”.
Outra coisa: Hermione nunca sonhara em se arrumar com a ajuda de Eliza. Mas realmente as coisas mudaram... Para sua sorte.
Logo, Granger estava arrumada e pronta para seguir viagem. Desceu para o Salão Comunal e se deparou com Zabine, Goyle e Draco sentados juntos nos sofás, conversando e rindo como grandes e saudáveis amigos. Com certeza Sonserina mudara seus conceitos.
“Bom-dia pessoal!” – Disse ela se aproximando.
“Bom-dia Mione!” – eles disseram.
“Que intimidade é essa? De onde veio essa confiança? ‘Mione’ é para os íntimos!” – Draco falou fingidamente.
“Mas eu sou íntima deles, Draco!”.
“UHUHULLL!” – Os rapazes zoaram.
“Não, não, Mione, você é íntima de mim...” – O sonserino falou sedutoramente trazendo a amada para um beijo público. Coisa discreta? Ah, não mesmo!
“Parem de lambição!” – Zabine disse enquanto Goyle vomitava de mentira.
“Vamos pra casa, baby?” – Draco convidou comicamente.
“Claro!”.
“Você está fácil assim é?” – Perguntou o garoto, zombeteiro.
“Não me peça para dificultar... Você pode não aguentar!”.
Draco riu e os dois se encaminharam para fora do castelo.
Aparataram com a permissão do diretor e chegaram à mansão num segundo. É desnecessário dizer o quanto a visão era esplendorosa. Um jardim ornamental seguia no horizonte, à frente, uma alameda margeada por carvalhos levavam por um caminho de pedras cinza até o hall de entrada da mansão.
“Draco!” – Hermione se espantou.
“Isso é legal não é?” – Disse ele admirando o lugar como se não o pertencesse.
“Eu vivo num apartamento de quatro quartos em Londres...” – Ela disse de queixo caído. Boba, boba.
“Vamos ter uma mansão em Londres”. – Disse Draco em tom de promessa. “Trinta e sete quartos está bom pra você?” – Brincou enquanto se encaminhavam para casa.
“Sem exageros, Malfoy!”.
“Eu uso magia! Por fora vai parecer um barraco, por dentro...”.
“Também não é pra tanto!”.
“Você é tão modesta, Mione!”.
“Faz parte do que você admira em mim!” – Disse ela convencidamente.
Draco não ousou discordar, apenas segurou a mão de Hermione e a guiou para dentro da mansão. Obras de arte bruxas e trouxas decoravam as paredes, as mesas de canto e os pilares da imensidão dos cômodos. Granger ficava cada segundo mais admirada. Draco apenas sorria do jeito dela.
“Tem ideia de como eu estou me sentindo aqui?” – A morena começou.
“Que tal feliz?”.
“Eu ia dizer amedrontada, intimidada... Mas, bem, isso também serve!”.
Malfoy puxou Hermione para junto de si e, carinhosa e possessivamente, passou uma de suas mãos pela nuca da garota. Beijaram-se como sempre: sem reservas ou obstáculos. O único limite eles decidiam juntos, quando o ar faltava, fora isso, nada era impedimento. Assim, Hermione foi sendo levada sem ver nada a uma direção, andando alguns poucos passos. Malfoy sabia conduzir e beijar ao mesmo tempo, e isso a fez rir. Pararam logo, quando ele a permitiu se afastar um pouco.
“TCHARÃ!” – Disse ele ao apresentar um cômodo novo.
Granger passou os olhos pelo local, completamente embasbacada. Nunca vira um quarto tão perfeito. Era lindo demais para palavras. Uma cama grande estava na parede adjacente, coberta por uma colcha de linho preta, arrumada com dezenas de acolchoados, travesseiros e almofadas. Um guarda-roupa embutido de um design trouxa contrastava com um espelho de ouro e prata de estilo clássico. Duas janelas grandes deixavam à luz iluminar o quarto através de cortinas prateadas, e uma sacada revelava a visão do jardim. Num outro lado, uma estante repleta de livros e troféus e medalhas caracterizavam um dos lados de um Malfoy. Do teto, pendia um esplendoroso lustre de prata e cristais, onde as sustentações das lâmpadas eram cobras intrincadas exoticamente.
“D.R.A.C.O!” – Hermione arfou.
“Esse é o meu quarto!” – Respondeu ele orgulhoso.
“Vocês têm muitos artefatos trouxas para um Malfoy!” – Hermione notou.
“Mione, eu tenho você! Graças a isso consegui mudar alguns de nossos conceitos!”.
“Draco, sinceramente nunca sei quando você fala verdade ou quando está só tentando me seduzir...” – Ela falou em tom maroto.
Draco segurou as mãos de Hermione, eles começaram a caminha em direção à cama.
“Hermione, você pode ter certeza: tenho sempre essas duas intenções!”.
Hermione riu e caiu de costas no ninho da sua cobra preferida, a qual começou a investir com seus beijos venenosos e viciantes, porém, a sonserina parou:
“EI! Você não apresentou o MEU quarto!” – Inquiriu.
Draco riu divertido e oblíquo.
“Ah, pois é... Esqueci! Depois você me lembra de novo...” – Ele fingiu e voltou a beijar a morena.
Hermione odiava a cara-de-pau do garoto, ao mesmo tempo em que amava seu cinismo. Ria e rixava com ele até então, mas agora, era mais por hábito que por brigar de fato. Draco, por sua vez, não tinha olhos para outra que coisa que não fosse a benefício de ambos. Crescera como pessoa e sabia que estava num caminho do qual ele se orgulharia, e consequentemente deixaria Hermione orgulhosa. Isso por si só, já bastava. Era muito mais do que ele poderia ter sonhado em pedir a Merlin.
“Ham-Ham... Com licença!” – Um elfo doméstico pigarreou à porta.
Os sonserinos se soltaram e olharam para a criatura.
“Pois não, Pepe?” – Draco perguntou.
“Os patrões e os convidados, senhor, chegaram e estão na sala. Com licença!” – O elfo se retirou.
Hermione se levantou da cama alegremente.
“Meus pais!” – Ela falou contente.
“E os meus...” – Draco não soou tão seguro.
“Vamos!” – Hermione tentava puxar o garoto da cama, mas ele parecia pregado lá.
“Ah, deixa pra amanhã...” – Ele pediu como um crianção.
“Anda logo, Draco Malfoy! Meus pais são trouxas, não monstros assustadores!”.
“Eu não estou com medo deles!”.
“Então vem logo!”.
Hermione saiu arrastando Draco pela própria casa.
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