Gabrielle, Wes, Felix e Felici
Queridos pais
Me fizeram prometer que escreveria com freqüência, mas é que meu tempo está curtíssimo, tenho estudado bastante, e no meu tempo livre acabo repondo o sono, sabe como é...
Escrevo pra dizer que está tudo bem, estou feliz aqui, vocês sabem como gosto desse lugar... É simplesmente incrível.
Tenho seis aulas por dia, e cansativos intervalos os quais só me resta fazer os rolos e rolos de pergaminho das tarefas que os professores passam... Mas vale a pena, estou aprendendo muito nas aulas de Transfiguração e Feitiços, está mais complexo, finalmente estamos subindo o nível por aqui. Já consigo fazer bules de chá dançarem a Macarena! Mas ainda tenho muito a praticar... Meu bule acabou ficando empolgado com a dança e meio que começou a fazer a dança da minhoca pra cima dos outros bules, e depois explodiu de excitação. É mole? Fico rindo feito louca sempre que me lembro... Como vocês estão? Me contem tudo. Amo vocês.
Saudades, sua filha.
Gabrielle
- O que você acha Wes? – Gabrielle começara a dobrar o pergaminho cuidadosamente depois de lê-lo ao seu melhor amigo.
- Ótimo... Principalmente a parte do bule! Nunca mais vou esquecer aquela cena. – Riu o gordinho, deixando que suas bochechas corassem.
- Pelomenos o meu bule não começou a cantar Cremilda Cremshile, vem que eu to quente.
Wes corou mais ainda, não sabendo como seu bule adivinhara sua cantora favorita, e depois de ajudar a amiga a despachar a carta para os pais no corujal, seguiram juntos para o Salão Principal para o café da manhã, cantando em coro:
- "Venha cá meu bem, me deixe te mostrar como se faz... Venha molhar seu biscoito no meu chá!"
O Salão Principal estava como de costume apinhado de gente, pessoas correndo entre as mesas das casas, rindo, gritando, comendo, discutindo quadribol. Os amigos se acomodaram perto de Felix McCannon e Felicia Springsun, que discutiam arduamente sobre o futuro.
- Como, Felicia? COMO? – Felix parecia à beira de um derrame.
- Não é o fim do mundo ok? Só não acho que seja grande coisa... São coisas passageiras.
- MAS SEU FUTURO DEPENDE DELAS!
Gabrielle e Wes trocaram olhares assustados, vendo que as pessoas estavam começando a olhar pra eles, Gabrielle riu, era típico de Felix surtar por qualquer coisa.
- Dependem de quê? – Quis saber, se servindo de torradas com geléia de uva e um pedaço de bolo de nozes.
- Ela está falando que as notas que tiramos não são pra nada! Nossos N.o.ms e N.i.e.ms!
Felix McCannon, não sabia se preocupar com nada que não fosse aulas, exames e tarefas.
- Mas não servem mesmo... Meu pai trabalha no Ministério da Magia, meu lugar lá é praticamente garantido. – Assegurou a menina enquanto enrolava sem perceber uma mecha loira nos dedos.
Felicia Springsun, odiava qualquer coisa que não fosse produtos de beleza, feitiços estéticos e poções do amor, sem falar de que sempre carregava a nova edição de Delírio, a revista das bruxas modernas.
- E o que você vai fazer lá? Limpar privadas? Ou acha que usando beleza vai chegar à Ministra da Magia? – assumindo uma voz feminina mal imitada e estridente - "Como Ministra da Magia, prometo brilho labial de graça pra toodo mundooo! Vocês vão a-maaar! UUI!"
Felicia começou a reclamar da imitação, mas Gabrielle não estava mais ouvindo, seu olhar foi atraído pelo garoto que atravessava o salão em direção à mesa da Grifinória. Era inconfundível: Mantinha o ar de orgulho e deboche, passando seus cinzentos maliciosos olhos pela mesa, como se procurasse algo, que aparentemente achou. Gabrielle ergueu os olhos, vendo que se aproximara.
O garoto fez questão de se espremer entre Felix e Damien Lutz, um quintanista mirradinho e baixo, que o encarou intensamente por cima dos óculos fundo de garrafa. Chuck o ignorou completamente.
- Ei, quem é você? Não gosto de pessoas desconhecidas se espremendo por aqui, tem bastante espaço no fundo da mesa. – Anunciou Felix.
Chuck desviou seu olhar de Gabrielle lentamente quando viu que Felix não desistiria tão cedo.
- Então por que você não vai até lá? – Sua voz assumira um tom perigoso e ao mesmo tempo convidativo. – Bom dia Gabrielle...
Gabrielle suspirou baixo, tentando evitar o olhar indignado de Felix, como se tivesse convidado Chuck a se sentar ali. Olhou pra Chuck, encontrando seus olhos ainda cheios de malícia a encará-la, e não pôde deixar de sentir um arrepio. Felicia pareceu gostar bastante da companhia, empertigando-se no banco de madeira.
- Bom dia Chuck. – Respondeu apenas por educação, ainda não se sentia bem quanto ao garoto depois do que acontecera no dia anterior, pensava nele como um ser totalmente alheio aos sentimentos das outras pessoas.
- E quem é você? – Indagou a garota na sua melhor voz sedutora, cortando completamente a amiga, com medo de que o rapaz não a notasse ali se não se manifestasse rápido.
- Chuck Black, prazer. – tomando a mão de Felicia, Chuck depositara na mesma um leve beijo, com uma breve reverência.
Felicia corou, dando uma risadinha nervosa em seguida.
Wes estava ali indignado, lançou um olhar de "Que droga é essa?" a Gabrielle, a menina apenas deu de ombros, impotente.
Chuck parecia completamente indiferente de qualquer pessoa ali, e se desligou totalmente de Felicia – que ainda ria debilmente - após soltar sua mão, serviu-se de suco de abóbora, e colocava cuidadosamente uma dose medida de açúcar, quando uma voz feminina soou por trás de seus ombros.
- Oi Chuck... Sou eu, Amanda.
"A garota do Lago" – Pensou Gabrielle - "Que Chuck usou pra acabar com aquelas meninas empolgadas... Isso vai ser interessante."
Chuck nem se deu o trabalho de virar pra ver quem era, continuou ali, mexendo seu suco lentamente, parecendo mortalmente entediado.
- Nunca te vi antes.
Amanda corou, ficando totalmente sem reação. Ficou ali parada por um tempo, encarando os cabelos bem cuidados de Chuck, antes de conseguir reagir:
- Ficamos juntos ontem à tarde... Perto do Lago, lembra? – Lançou mais uma tentativa, parecendo mais do que ansiosa e um pouco preocupada.
- Você ainda está aí?
Chuck passou uma das mãos pelo cabelo distraidamente, dando um pequeno gole em sua bebida.
Felix, Felicia e Wes olhavam boquiabertos de Chuck para Amanda, não entendendo como alguém podia dispensar uma garota tão... Perfeita. Wes chegou mais perto de Gabrielle.
- Ok, nós temos que conversar... De onde surgiu esse cara? – sussurrou.
__________
- Então você está dizendo que o cara simplesmente perguntou o nome da garota e... Só isso? E foi só pra chatear as meninas mais novas? – Wes moia seu besouro furiosamente na cunha enquanto sussurrava ansiosamente – Quer dizer, o que tem de errado com ele? Do nada ele apareceu, mesmo você mostrando desaprovar o que ele fez.
- Wes... Ele não se importa com o que eu acho ou deixo de achar, acho que... Talvez ele só quisesse socializar com mais pessoas ali na mesa, ele mesmo me disse que não sai muito da Torre da Grifinória.
Gabrielle despejou o conteúdo de sua cunha no caldeirão, voltando sua atenção para um vidro contendo rabos de lagarto na conserva.
- Socializando?!!! – Soltou ele com uma vozinha esganiçada - Você viu o jeito como ele falou com o Felix?
- Ok, Ok! Ele não é lá o cara mais sociável do mundo... Mas eu também não me importo. Wes, você devia esquecer isso, ele é só um cara arrogante, é típico dos Black, você sabe. – A garota tossiu levemente devido à fumaça que o caldeirão provocou quando o rabo de lagarto foi posto ali, dando leves abanadas na fumaça vermelha.
- Não tem como esquecer isso, tenho a impressão de que esse cara não vai sair do nosso pé tão cedo. Vai ver ele só quer te chamar pra sair, por que não pergunta pra ele? Assim você descobre o que ele quer e mantém o cara longe da gente. – Wes parou de falar por um instante, dando uma olhada na poção de Gabrielle, que adotara uma cor vermelho-alaranjada, enquanto a dele estava azul. – Gabi... O que eu fiz de errado? – Arfou
- Você colocou os pedaços de Bandinhos? – Espiou pra dentro do caldeirão do amigo.
- Droga...
Enquanto Gabrielle tentava ajudar Wes a concertar sua poção, reparou que Snape estava vindo na direção deles, abrigando a familiar carranca, soltou um longo suspiro, pensando na bronca que estaria prestes a levar por ajudar Wes. Snape passou reto, dirigindo-se à Drake Newlmann. O professor tomou das mãos do garoto o que parecia ser um papel em branco, mas com um toque de varinha, o conteúdo se revelou.
- Cinqüenta pontos a menos para a Grifinória. Senhor Newlmann, já lhe disse para melhorar seus atributos em desenhos obscenos, continuam tão bons quanto sua habilidade de decorar o próprio nome, ou seja: nenhuma. Detenção em minha sala amanhã às sete horas. Estão dispensados.
Os demais alunos colocaram suas poções em tubinhos rotulados e os entregaram a Snape, que praticamente perfurava as costas de Drake com os olhos.
- Snape tem sérios problemas, como ele pode descontar pontos nossos porque fizeram um desenho? – Resmungou Felix.
- Andrew McLeod me disse que o desenho envolvia Snape em atividades perigosas com a varinha, ele estava sentado ao lado de Drake... – Riu Gabrielle, lembrando da cara de Snape quando tocara o papel com a varinha.
- Ei Felix... O que você achou daquele babaca do Black? – Wes perguntou repentinamente, olhava para Chuck, que se retirava da sala às pressas, fugindo de um grupo de garotinhas animadas que se amontoavam pelo corredor atrás dele.
- A mesma coisa que você, provavelmente. Fomos expostos ao mesmo nível de canalhice durante o café da manhã... Qual é a dele? Apareceu ali do nada como se tivéssemos chamado, não dando a mínima pra ninguém ali, como se fizéssemos parte da prataria ou alguma coisa assim!
- Gente, a mesa é pra todo mundo da Grifinória, por que você não tenta etiquetar os lugares se te incomoda tanto? – Felicia se juntou ao grupo, segurando uma revista cuja capa apresentava uma jovem bruxa ruiva mostrando seu lindo vestido de gala.
- Não dê idéias, Felicia... - Riu-se Gabrielle.
- Estou realmente considerando a idéia de passar isso à Dumbledore. – Anunciou o garoto dignamente, arrancando risadas dos outros três, Felix nunca mudava...
- Tarde demais Felicia... – Wes ainda sorria. – Ei, o que vocês vão fazer agora? Nossas aulas de hoje acabaram... O que acham de passarmos um tempo na Sala Comunal?
- Não posso, preciso ir à Biblioteca, tenho aquele dever de Aritmancia. – Felix parou no meio corredor, onde havia mais três corredores laterais de opção. – Querem ir? Afinal, temos quase todas as mesmas tarefas... Poderíamos estudar juntos, o que acham? – Sorriu esperançoso, balançando o corpo nas pontas dos pés.
Os três resmungaram em uníssono, tomando o caminho para a Sala Comunal, e deixando um Felix incrédulo para trás.
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